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CNTC, uma necessidade imperiosa - Tribunal de Contas do ...

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ARTIGOPara o Brasil ser gran<strong>de</strong>Para o advoga<strong>do</strong> Sergio Tostes, os tribunais<strong>de</strong> contas já <strong>de</strong>ram ampla <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong>capacitação técnica <strong>de</strong> análise das contas públicas.“O que ora proponho é que seja discutida aampliação <strong>do</strong> campo <strong>de</strong> atuação <strong>de</strong>sses tribunais,<strong>de</strong> forma que possam acompanhar pari passu eem tempo real a legitimida<strong>de</strong> e a a<strong>de</strong>quação <strong>do</strong>sgastos públicos”.Sergio TostesAdvoga<strong>do</strong>Mestre em Jurisprudência Comparada pela Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nova York eem Direito pela Harvard Law SchoolOmun<strong>do</strong> parece estar<strong>de</strong> pernas para o ar. OsEsta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, anteo s e u i n i m a g i n á v e lendividamento interno,estão sen<strong>do</strong> rebaixa<strong>do</strong>s por agências <strong>de</strong>avaliação <strong>de</strong> risco. Países <strong>do</strong> Velho Mun<strong>do</strong>estão à beira <strong>de</strong> colapso financeiro eassistin<strong>do</strong> à quebra-quebra nas ruas.O Oriente Médio está enfrentan<strong>do</strong>crises e revoltas internas. E por aívai. Enquanto isto, países que atérecentemente estavam fora da órbitada hegemonia americana, como China,Índia, Brasil, África <strong>do</strong> Sul e outros, seapresentam como sustentáculos <strong>de</strong> umfuturo <strong>de</strong> prosperida<strong>de</strong>. Mu<strong>do</strong>u o mun<strong>do</strong>to<strong>do</strong> ou mudaram alguns países?Um <strong>do</strong>s maiores equívocos <strong>do</strong>sanalistas políticos oci<strong>de</strong>ntais resi<strong>de</strong> naprevisão <strong>do</strong> futuro, basea<strong>do</strong>s unicamentena observação e experiência <strong>de</strong> fatoshistóricos referenciais, como a RevoluçãoIndustrial, a in<strong>de</strong>pendência <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>sUni<strong>do</strong>s ou a Revolução Francesa, asduas Guerras Mundiais e outros eventosemblemáticos para a h<strong>uma</strong>nida<strong>de</strong>. O fatoé que, nos últimos anos, especialmentecom a disseminação das re<strong>de</strong>s sociais, oque antes era mera força <strong>de</strong> expressão - aal<strong>de</strong>ia global - tornou-se a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>nossos diasHá alguns anos, causou perplexida<strong>de</strong>a resposta <strong>do</strong> primeiro ministro daChina quan<strong>do</strong>, indaga<strong>do</strong> sobre asconsequências da Revolução Francesa,disse que era ainda muito ce<strong>do</strong> paraanalisar.Aí fica <strong>de</strong>monstrada a diferença<strong>de</strong> enfoque entre a cultura oci<strong>de</strong>ntal,medida em séculos, e a cultura oriental,medida em milênios. O mun<strong>do</strong> atualaproximou essas duas culturas tãodíspares, como nunca antes na históriada h<strong>uma</strong>nida<strong>de</strong>. Em resumo, estamosviven<strong>do</strong> <strong>uma</strong> nova era, num mun<strong>do</strong>globaliza<strong>do</strong> não só em termos <strong>de</strong> espaçocomo <strong>de</strong> tempo. O que acontece naTailândia ou na Grécia po<strong>de</strong> afetarimediatamente as gran<strong>de</strong>s potências,até há pouco imunes às turbulências <strong>do</strong>spaíses em <strong>de</strong>senvolvimento.É nesse quadro que temos <strong>de</strong> nossituar. Por sua dimensão continental, suapopulação, sua diversida<strong>de</strong> cultural, seuvasto potencial energético e suas gran<strong>de</strong>sriquezas naturais e, principalmente, pelofato <strong>de</strong> sermos <strong>uma</strong> nação unida quefala a mesma língua sem rivalida<strong>de</strong>sinternas relevantes, nosso país tem tu<strong>do</strong>para assumir <strong>uma</strong> posição <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rançano mun<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>rno. Nossa vantagemcompetitiva, para usar um jargão atual,é imensa. O Brasil é bem visto porto<strong>do</strong>s. Somos <strong>uma</strong> nação jovem, compouco mais <strong>de</strong> 500 anos, formada porrepresentantes <strong>de</strong> todas as raças ecre<strong>do</strong>s, on<strong>de</strong> não só os estrangeirosse adaptam com facilida<strong>de</strong>, como ospróprios brasileiros se incumbem <strong>de</strong>assimilar os hábitos <strong>do</strong>s imigrantes.O reflexo <strong>de</strong>ste comportamento <strong>de</strong>integração é nota<strong>do</strong> em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>.E o que falta para o Brasil ser umgigante? Vários elementos po<strong>de</strong>m ser<strong>de</strong>scritos, mas me aterei ao aspectomais relevante, sem o qual to<strong>do</strong>s os<strong>de</strong>mais se mostram inalcançáveis: épreciso se enten<strong>de</strong>r que o Esta<strong>do</strong> temcompromissos com to<strong>do</strong>s os segmentosda população brasileira. Infelizmenteainda vivemos resquícios <strong>do</strong>s princípios<strong>do</strong> Brasil Colônia, quan<strong>do</strong> por Esta<strong>do</strong>se entendia o interesse da Família Reale os cortesãos à sua volta. Ainda hojeo interesse <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e o interesse <strong>do</strong>Governo ten<strong>de</strong>m a se confundir.O processo <strong>de</strong>mocrático, plenamenteexerci<strong>do</strong> no Brasil, possibilita aalternância daqueles que exercem opo<strong>de</strong>r. Concentra-se no Po<strong>de</strong>r Executivo,por ditame constitucional, o po<strong>de</strong>r<strong>de</strong> receber recursos e <strong>de</strong>terminar asua <strong>de</strong>stinação. Desta forma, po<strong>de</strong>-sedizer que os componentes <strong>de</strong>sse Po<strong>de</strong>rconstituem propriamente o “Governo”.90 setembro 2011 - n. 48Revista TCMRJ

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