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Modelo de Tese - Unisul

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15que é dito: presença produzida por uma ausência necessária.” (2001, p. 60). Ainda segundo amesma autora (1996, p. 263),[...] o silêncio, tanto quanto a palavra, tem suas condições <strong>de</strong>produção; por isso, dada a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas, o sentido do silênciovaria, isto é, ele é tão ambíguo quanto as palavras. O silêncio impostopelo opressor é exclusão, é forma <strong>de</strong> dominação, enquanto que osilêncio proposto pelo oprimido po<strong>de</strong> ser uma forma <strong>de</strong> resistência.É nessa direção que investigo o fenômeno do silenciamento envolvendo a questãoindígena nos livros didáticos (já possível <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>stacada pela ausência quase total <strong>de</strong>la naabordagem do tema). Por que há silêncio sobre o tema? Quais sentidos provocam estasausências na questão da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> brasileira? E quando há referências, como são formuladasessas representações?E ainda, quando Orlandi diz que a fala também é silenciadora (1996, p. 264-265),refere-se ao fato <strong>de</strong> que este não dizer po<strong>de</strong> ter a natureza do implícito tratado, por exemplo,pela psicanálise (operando com o conceito <strong>de</strong> inconsciente), pela retórica (nas teorias daargumentação) ou pela análise <strong>de</strong> discurso (refletindo a noção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologia). Após contatocom o corpus retorno a estas observações <strong>de</strong> Orlandi para então aprofundar a questão doimplícito através da AD.Quanto ao conceito <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologia com o qual “olho” o texto a ser analisado, sigo o<strong>de</strong>slocamento que sugere Orlandi, da noção com formulação sociológica passando a umaformulação discursiva, que diz:Frente a não importa que objeto simbólico, o sujeito não po<strong>de</strong> nãosignificar: ele é levado a dizer o que “isto” quer dizer. [...] O sujeito éa interpretação. Fazendo significar, ele significa. É pela interpretaçãoque o sujeito se submete à i<strong>de</strong>ologia, ao efeito da literalida<strong>de</strong>, à ilusãodo conteúdo, à construção da evidência dos sentidos, à impressão dosentido já-lá. A i<strong>de</strong>ologia se caracteriza assim pela fixação <strong>de</strong> umconteúdo, pela impressão do sentido literal, pelo apagamento damaterialida<strong>de</strong> da linguagem e da história, pela estruturação i<strong>de</strong>ológicada linguagem. (ORLANDI, 2001, p. 22).

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