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15inserção de outras mídias como a televisão, internet e telefonia. Esse complexo tecnológicocontribuiu com outras possibilidades de comunicação e cultura. Mesmo assim, ainda hoje, emalguns recantos <strong>do</strong> território brasileiro o rádio tem uma sintonia cativa. Além <strong>do</strong> meu exemplode apropriação <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>nas</strong> ondas <strong>do</strong> rádio ainda há outros a serem elucida<strong>do</strong>s.De fato, a sintonia internacional no Brasil foi tão oportuna para o desenvolvimentocultural e mental da população da época, como ainda tem si<strong>do</strong> em nossos dias. Desde 1923 oBrasil inaugurou as primeiras emissoras de rádio e essa mídia trouxe consigo uma cargasimbólica, que veio demarcar desde a consolidação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Novo à inserção <strong>do</strong> pensamentomodernista. Essas experiências não só demonstraram a importância cultural <strong>do</strong> rádio, mascriou um público de ouvintes que, mais tarde, deu visibilidade à audiência das emissõesestrangeiras em português, provenientes de vários países <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.Sobrecarregadas de ideologias, as rádios internacionais passaram a ocupar um papelrelevante no pensamento da população brasileira, principalmente devi<strong>do</strong> às lacu<strong>nas</strong> existentes<strong>nas</strong> políticas públicas e no sistema de comunicação nacional. Com um vasto território, atéentão pouco povoa<strong>do</strong>, o Brasil não conseguia estabelecer uma comunicação homogênea comsua população. Durante a Guerra Fria, que desencadeou a Ditadura Militar, muitos brasileirossentiam-se mais acolhi<strong>do</strong>s pelo noticiário das rádios estrangeiras – em muitos casos o únicomeio de se ter acesso às informações factuais <strong>do</strong> nosso próprio país. Através dessasprogramações era possível desenhar mentalmente, ou seja, conceber as diferentes faces <strong>do</strong>mun<strong>do</strong> e até driblar os esforços das superpotências na polarização de informações políticas.Desde aquela época até a contemporaneidade o que desperta à atenção na sintoniaestrangeira também é a possibilidade de acessar outras culturas, países remotos e mo<strong>do</strong>s devidas desconheci<strong>do</strong>s ou pouco divulga<strong>do</strong>s pela mídia convencional. No hemisfério ocidental,vivemos sob a ótica <strong>do</strong> velho mun<strong>do</strong> e também <strong>do</strong>s EUA. Essa referência tende a afetar nossavisão de mun<strong>do</strong>. Sabemos pouco acerca da esfera Oriental e das culturas tradicionais deoutros pontos <strong>do</strong> planeta, que não se inserem nos mass media devi<strong>do</strong> ao interesse comercial.Por isso esta pesquisa se incumbe desta investigação, vin<strong>do</strong> se ancorar <strong>nas</strong> minhasexperiências como ouvinte e pesquisa<strong>do</strong>r da radiodifusão. Durante duas décadas tive aoportunidade de acompanhar o desfecho das emissões internacionais para o Brasil <strong>nas</strong> <strong>Ondas</strong><strong>Curtas</strong>. Nesse perío<strong>do</strong> participei ativamente desse processo: ouvin<strong>do</strong> as emissões emportuguês e espanhol de vários países; escreven<strong>do</strong> e participan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s programas de audiência;colaboran<strong>do</strong> com informações técnicas na condição de radioescuta, Dexista ou monitoroficial; <strong>do</strong>cumentan<strong>do</strong> o recebimento de materiais gráficos e iconográficos – produzi<strong>do</strong>s pelasemissoras –, que evidenciam a propaganda radiofônica e <strong>do</strong> respectivo país de origem.

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