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37Por conseguinte, Sodré (2002, p. 34) também nos ajuda a refletir sobre as nuances dacomunicação no mun<strong>do</strong> moderno, levan<strong>do</strong> em consideração que a contrapartida humana e seureconhecimento enquanto imagem é um fator a ser respeita<strong>do</strong>:[...] a esfera midiática é hibridizante. Não atua sozinha. Não basta, porexemplo, a visibilidade pura e simples de um indivíduo na mídia – aexcessiva exposição de sua imagem na tevê ou nos jornais. É preciso que seapele para to<strong>do</strong> um arsenal de identificações entre a imagem e a audiência, afim de se obter efeitos, não mais ape<strong>nas</strong> projetivos, como no caso <strong>do</strong>entretenimento clássico, e sim de reconhecimento narcísico de si mesmo no„espelho‟ tecnocultural.Muito embora as imagens <strong>do</strong> rádio sejam por natureza unidirecionais (determinadaspelo meio que as direcionam e concebe suas finalidades), entretanto, com seu advento e suainserção na sociedade, as representações simbólicas passaram a assumir uma nova proposta.Antes o universo era restrito ao que estava ape<strong>nas</strong> ao alcance <strong>do</strong> contato face a face; a partirde então se torna possível superar espaço/tempo e dar um novo senti<strong>do</strong> para o conhecimento.O advento eletroeletrônico se estabelece como uma ponte entre o passa<strong>do</strong> e presente. Atravésdas ondas sonoras é possível se transportar mentalmente às várias dimensões huma<strong>nas</strong> egeopolíticas, para conceber a grandeza de um mun<strong>do</strong> cada vez mais amplo e heterogêneo.Interessante notar que mesmo diante de uma parafernália tecnológica que se ampliana contemporaneidade, e de acor<strong>do</strong> com Nunes (1993), expulsa o rádio para o perío<strong>do</strong> diurno,este meio não está fada<strong>do</strong>, nem tende a desaparecer, sobretu<strong>do</strong>, devi<strong>do</strong> ao seu carátersimbólico que o diferencia <strong>do</strong>s demais meios. Desde as primeiras pági<strong>nas</strong> Norval Baitelloescreve a apresentação da obra de Rebecca Nunes apontan<strong>do</strong> a necessidade para que o senti<strong>do</strong>da audição seja resgata<strong>do</strong> e revigora<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> contemporâneo:O culto à visualidade instaura<strong>do</strong> há cerca de três séculos terá torna<strong>do</strong> a vidade nossa civilização extremamente empobrecida, e „o prima<strong>do</strong> <strong>do</strong> olhoiniciou, na história ocidental, num momento em que se desenvolvia umpensamento racionalista, mecanicista e materialista‟ (NUNES, 1993, p. 13)Por sua vez Durand (2004) também já alertava sobre a repercussão <strong>do</strong> que ele definecomo “efeito perverso” protagoniza<strong>do</strong> pela “explosão <strong>do</strong> vídeo”. No bojo das suaspontuações, põe-se em evidência que os resulta<strong>do</strong>s das experiências técnicas-científicaspossibilitaram à sociedade usufruir da comodidade proporcionada pela comunicaçãoimagética, mas sem refletir, efetivamente, sobre seus efeitos imediatos.

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