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49Huizinga (2008). Esses autores pontuam que em algumas culturas o jogo infantil é precedi<strong>do</strong>pelo uso da voz, ritmos e cantos. Huizinga (2008) ainda menciona essa importância <strong>nas</strong>manifestações infantis, como a criança ainda não sabe falar ela grita para manifestar o prazer.Ideia semelhante também é compartilhada por Vygotsky apud Oliveira (2002) eFerreiro (1992), que sobre isso ressaltam a importância das brincadeiras não só para odesenvolvimento sensório-motor infantil, mas, sobretu<strong>do</strong>, de suas faculdades sensitivas.Consideram que as cantigas de rodas e as atividades musicais são detentoras de potencialidadesimbólica, imaginária. Isto é, media<strong>do</strong>res das experiências com o mun<strong>do</strong>. Possibilitan<strong>do</strong> assimo desenvolvimento de um indivíduo capaz de estimular suas capacidades simbólico/criativas,para tornar-se um humano realiza<strong>do</strong> em sua plenitude.A delimitação deste objeto de estu<strong>do</strong> não requer o aprofundamento das interpretaçõesacerca <strong>do</strong>s efeitos audiofônicos no desenvolvimento mental infantil. Todavia, a construçãodeste texto, permite evidenciar que a “sonoridade” ocupa um lugar preeminente na vidahumana desde o <strong>nas</strong>cimento até sua morte. É nessa compreensão que se adentra nos efeitos dapropriedade sonora presente na faculdade da voz e palavra. Ela é detentora de umamaterialidade, que se plasma <strong>nas</strong> vozes/sons que são veiculadas na sintonia radiofônica.Naturalmente o rádio sempre remete à esfera audiofônica. Talvez seja por issoconceber nele a não veiculação da imago. Joly (1996) já nos alertava sobre esse fato e sepreocupa em demonstrar que as vozes <strong>do</strong> rádio são povoadas de imagens sonoras, urdidas emmeio ao som e as palavras. Paz (1992, p. 119) ainda acrescenta que: “[...] designamos com apalavra imagem toda a forma verbal [...]”.Efetivamente, essa forma verbal/sonora digna de “visualidade” foi tão cara aocinema quanto ao rádio. Tanto que, quan<strong>do</strong> assistimos a um filme sem áudio uma série deinquietações tornam-se constantes. Passamos a percebê-lo, meramente, como uma sequênciade imagens sem nexo, pois ainda lhe falta o elo sonoro.Esse problema ficou evidente desde o surgimento <strong>do</strong> cinema mu<strong>do</strong>. O uso deintertítulo foi introduzi<strong>do</strong> com o objetivo de complementar a informação verbo/sonora quefaltava. Não que o cinema mu<strong>do</strong> seja desprovi<strong>do</strong> de riquezas visuais. Na compreensão deMcLuhan (1964), o cinema mu<strong>do</strong> pode ser um meio tão “quente” quanto o cinema moderno.Entretanto a inserção da voz e <strong>do</strong>s sons tornou-se um elemento não só indispensável nocontexto cinematográfico, mas elucidativo, enquanto componente da imagem:O cinema mu<strong>do</strong> efetuava uma repartição da imagem visual e da palavralegível. Mas quan<strong>do</strong> a palavra se faz ouvir, dir-se-ia que ela faz ver algonovo, que a imagem visível, desnaturalizada, começa a se tornar também

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