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Dissertação - Centro Tecnológico / UFES - Universidade Federal do ...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTOCENTRO TECNOLÓGICOPROGRAMA DE PÓS­GRADUAÇÃO EM ENGENHARIAAMBIENTALALINE GONÇALVES LOUZADAAVALIAÇÃO DA ATIVIDADE METANOGÊNICAESPECÍFICA DE LODOS COM CONDICIONAMENTOHIDROLÍTICO PROVENIENTES DO SISTEMA UASB+ BFsVITÓRIA2006


ALINE GONÇALVES LOUZADAAVALIAÇÃO DA ATIVIDADE METANOGÊNICAESPECÍFICA DE LODOS COM CONDICIONAMENTOHIDROLÍTICO PROVENIENTES DO SISTEMAUASB + BFsDissertação apresentada ao Programa dePós­Graduação em Engenharia Ambientalda <strong>Universidade</strong> <strong>Federal</strong> <strong>do</strong> EspíritoSanto, como requisito parcial paraobtenção <strong>do</strong> Grau de Mestre emEngenharia Ambiental.Orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Sérvio Túlio AlvesCassiniVITÓRIA2006


UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTOCENTRO TECNOLÓGICOPROGRAMA DE PÓS­GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTALALINE GONÇALVES LOUZADAAVALIAÇÃO DA ATIVIDADE METANOGÊNICAESPECÍFICA DE LODOS COM CONDICIONAMENTOHIDROLÍTICO PROVENIENTES DO SISTEMAUASB + BFsCOMISSÃO EXAMINADORAProf. Dr. Sérvio Túlio Alves CassiniOrienta<strong>do</strong>rProf. Dr. Ricar<strong>do</strong> Franci GonçalvesCo­Orienta<strong>do</strong>rExamina<strong>do</strong>r ExternoExamina<strong>do</strong>r Interno


A Deus,A minha mãe e ao meu pai (. . . )E aos meus irmãos!


AGRADECIMENTOSÞ A Deus, por tu<strong>do</strong> que representa na minha vida e por ter me da<strong>do</strong> a perseverança dechegar até aqui;Þ A minha mãe, aos meus irmãos e a to<strong>do</strong>s os familiares que sempre me apoiaram,incentivaram e me encorajaram em to<strong>do</strong>s os momentos difíceis da minha vida;Þ Ao Prof. Ricar<strong>do</strong> Franci Gonçalves, pela oportunidade inicial de me ingressar naequipe Labsan, além de sua valorosíssima co­orientação e por toda disposição einteresse em auxiliar­me nesta pesquisa;Þ Ao Prof. Sérvio Túlio Alves Cassini, pela orientação e oportunidade de desenvolveresta pesquisa;Þ À Profª Kelly, pela amizade, sugestões e conversas;Þ Ao Léo, Milena e Juliana, pela amizade e inestimável ajuda nos trabalhos delaboratório e que ainda dividiram comigo a ansiedade inicial e final de cada teste que davacerto ou não;Þ Aos meus grandes e queri<strong>do</strong>s amigos: Ana Lycia, Tércio Abreu, Carol, e Beatriz, pelainquestionável amizade e ajuda indispensável nas tarefas mais difíceis, sempre estiveramverdadeiramente ao meu la<strong>do</strong>, me dan<strong>do</strong> forças para seguir em frente (...) A<strong>do</strong>ro muitovocês!Þ Aos meus amigos Fernanda, Francisco, Wagner e Renata, por tornarem o trabalhomais agradável e alegre sempre;Þ A to<strong>do</strong>s os amigos <strong>do</strong> Labsan, (...) que foram muito importantes nessa conquista e queaguardavam ansiosos o “aroma agradável” <strong>do</strong> meu experimento;Þ Ao Leonar<strong>do</strong> Bastos e Rodrigo Ramos, pela amizade e incansável ajuda com o “nossorespirômetro”;Þ Ao Teixeira e à Karen, pela ajuda nos problemas encontra<strong>do</strong>s frente à secretaria <strong>do</strong>PPGEA;Þ Aos membros da banca examina<strong>do</strong>ra pela presença e contribuição técnica oferecida;Þ A to<strong>do</strong>s aqueles que de alguma maneira contribuíram para a realização dessetrabalho;Þ Muito Obrigada por TUDO!!!


"Há homens que lutam um dia e são bons.Há outros que lutam um ano e são melhores.Há os que lutam muitos anos e são muito bons.Porém, há os que lutam toda a vida.Esses são os imprescindíveis” .Bertolt Brecht


LISTA DE SIGLASAME – Atividade Metanogênica EspecíficaBFs – Biofiltro Aera<strong>do</strong> SubmersoCH 4 – MetanoCNTP – Condições normais de temperatura e pressãoCT – <strong>Centro</strong> tecnológicoDBO – Demanda Bioquímica de OxigênioDBOfilt – DBO solúvelDQO – Demanda Química de OxigênioDQO CH4 – Carga de DQO removida no reator e convertida em metanoDQOfilt – DQO solúvelDQOtot – DQO totalDesv. Pad. – Desvio PadrãoETE – Estação de Tratamento de Esgotoh – HorasMS – Matéria Secan – Número de amostrasO 2 – OxigênioPh – Potencial hidrogeniônicoPROSAB – Programa de Pesquisa em Saneamento BásicoR 2 – Ajuste da reta pelo méto<strong>do</strong> <strong>do</strong>s mínimos quadra<strong>do</strong>sSo – SubstratoSF – Sóli<strong>do</strong>s fixosSST – Sóli<strong>do</strong>s Suspensos TotaisSSV – Sóli<strong>do</strong>s Suspensos VoláteisST – Sóli<strong>do</strong>s TotaisSV – Sóli<strong>do</strong>s VoláteisTDH – Tempo de detenção hidráulicaT1 – Altura 0,25m <strong>do</strong> reator UASB


T3 – Altura 1,25m <strong>do</strong> reator UASBUASB – Upflow Anaerobic Sludge Blanket Reactor (Reator Anaeróbio de Manta deLo<strong>do</strong> e Fluxo Ascendente)<strong>UFES</strong> – <strong>Universidade</strong> <strong>Federal</strong> <strong>do</strong> Espírito SantoV CH4 – Volume de metano produzi<strong>do</strong>Xo – Biomassa


SUMÁRIO1 . INTRODUÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 82. OBJETIVOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202.1. OBJETIVO GERAL.................................................................................................. 202.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................. 203. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213.1. LODO DE ESGOTO............................................................................................... 213.1.1. Processamento <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> em ETEs.......................................................................... 243.1.2. Desaguamento <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> de esgoto......................................................................... 253.1.3. Higienização de lo<strong>do</strong>s ............................................................................................. 273.1.4. Alternativas de disposição final <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> de esgoto ........................................ 283.2. REATOR UASB......................................................................................................... 303.3. BIOFILTROS AERADOS SUBMERSOS............................................................ 323.4. ASSOCIAÇÃO UASB + BF.................................................................................... 333.5. ASPECTOS GERAIS DA DIGESTÃO ANAERÓBIA....................................... 353.5.1. Fatores que influenciam o processo de digestão anaeróbia.......................... 363.5.1.1. Temperatura.............................................................................................................. 363.5.1.2. pH e alcalinidade...................................................................................................... 373.5.1.3. Capacidade de assimilação a cargas tóxicas ..................................................... 373.5.1.4. Nutrientes................................................................................................................. 383.5.1.5. Sobrecargas hidráulicas......................................................................................... 393.6. MICROBIOLOGIA DA DIGESTÃO ANAERÓBIA.......................................... 403.6.1. Hidrólise..................................................................................................................... 423.6.2. Aci<strong>do</strong>gênese.............................................................................................................. 423.6.3. Acetogênese.............................................................................................................. 423.6.4. Metanogênese........................................................................................................... 433.7. FUNDAMENTOS DA HIDRÓLISE DE LODOS................................................ 443.8. MÉTODOS UTILIZADOS PARA BIODEGRADABILIDADE E47DESINTEGRAÇÃO DE LODOS............................................................................3.8.1. Processos de desintegração mecânica......................................................... 493.8.2. Tratamento químico................................................................................................. 493.8.3. Tratamento biológico.............................................................................................. 533.8.4. Tratamento termoquímico...................................................................................... 543.8.5. Tratamento térmico................................................................................................ 553.9 ATIVIDADE METANOGÊNICA ESPECÍFICA................................................. 573.9.1 Considerações preliminares................................................................................... 573.9.2. Meto<strong>do</strong>logias empregadas para o teste.............................................................. 573.9.3. Importância da avaliação da Atividade Metanogênica 60


Específica...................................................................................................................4 MATERIAL E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 624.1 GENERALIDADES .................................................................................................. 624.2 DESCRIÇÃO DA ETE – <strong>UFES</strong> .............................................................................. 624.3 AMOSTRAGENS DE LODOS ............................................................................... 654.4 APARATO EXPERIMENTAL ................................................................................ 664.4.1 Ensaios de hidrólise ................................................................................................ 664.4.2 Respirômetro Anaeróbio Automatiza<strong>do</strong> ............................................................ 674.4.3 Princípio <strong>do</strong> funcionamento <strong>do</strong> aparelho ............................................................ 684.5 TESTE DE ATIVIDADE METANOGÊNICA ESPECÍFICA – AME............... 694.5.1. Biomassa ................................................................................................................... 724.5.2. Solução nutritiva ..................................................................................................... 724.5.3. Substrato .................................................................................................................. 734.5.4. Execução <strong>do</strong> teste de AME .................................................................................. 754.5.5. Procedimentos para a execução <strong>do</strong> teste de AME 764.5.5. Meto<strong>do</strong>logia para cálculo de AME ....................................................................... 784.6. TÉCNICAS LABORATORIAIS ........................................................................... 794.7. ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................................ 795. RESULTADOS E DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 805.1. MONITORAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DO EFLUENTE ...................... 805.2. CARACTERÍSTICAS DOS LODOS BRUTO E HIDROLISADOS 83UTILIZADOS NO EXPERIMENTO5.3. DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE METANOGÊNICA ESPECÍFICA DE 84LODOS DO REATOR UASB .................................................................................5.3.1. Comportamento da biomassa <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m <strong>do</strong> reator UASB86submeti<strong>do</strong> a diferentes substratos5.3.2. Comportamento da biomassa <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m <strong>do</strong> reator UASB91submeti<strong>do</strong> a diferentes substratos5.3.3. Comparação entre o desempenho das biomassas 0,25m e 1,25m 96utilizan<strong>do</strong> lo<strong>do</strong>s hidrolisa<strong>do</strong>s5.3.3.1. Fração sedimentada <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> hidrolisa<strong>do</strong> 965.3.3.2. Fração sobrenadante <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> hidrolisa<strong>do</strong> 1015.4. Discussão geral <strong>do</strong>s testes 1055.5. POTENCIAL DA PRODUÇÃO DE METANO DOS LODOS109ANAERÓBIOS (0,25m e 1,25m) DO REATOR UASB .................6. CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1157. RECOMENDAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1188. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1198. ANEXOS 136


LISTA DE FIGURASFigura 3.1: Representação esquemática simplificada da digestão anaeróbia desubstratos complexos.............................................................................................41Figura 4.1: Vista geral da Estação de Tratamento de Esgoto – ETE <strong>UFES</strong>..........62Figura 4.2: Fluxograma da ETE <strong>UFES</strong> (1000 habitantes).....................................63Figura 4.3: Reator UASB <strong>do</strong> sistema ETE­<strong>UFES</strong>..................................................64Figura 4.4: Corte vertical <strong>do</strong> reator UASB.............................................................64Figura 4.5: BFs <strong>do</strong> sistema ETE­<strong>UFES</strong>.................................................................65Figura 4.6: Corte vertical <strong>do</strong> BF 1e BF terciário....................................................65Figura 4.7: Pontos de coleta de perfil <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> misto..............................................66Figura 4.8: Representação esquemática <strong>do</strong> aparato utiliza<strong>do</strong> para realização <strong>do</strong>sensaios de hidrólise................................................................................................67Figura 4.9: Visão geral <strong>do</strong> respirômetro anaeróbio automatiza<strong>do</strong>.........................68Figura 4.10: Identificação <strong>do</strong>s componentes <strong>do</strong> respirômetro...............................68Figura 4.11: Seqüência de operações para iniciar um teste de AME usan<strong>do</strong> oRespirômetro Anaeróbio Automatiza<strong>do</strong>..................................................................71Figura 4.12: Alturas de coleta <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> para os testes de AME..............................72Figura 4.13: Esquema das condições <strong>do</strong>s ensaios de AME realiza<strong>do</strong>s................74Figura 4.14: Fluxograma <strong>do</strong> sistema de determinação da AME............................75Figura 4.15: Relação <strong>do</strong> volume de metano expresso em DQO CH4 e biomassa emfunção <strong>do</strong> tempo.....................................................................................................79Figura 4.16: Trecho de inclinação máxima <strong>do</strong> gráfico da Figura 4.15...................79Figura 5.1: Monitoramento de SST no sistema UASB+BFs..................................82Figura 5.2: Monitoramento de DQO no sistema UASB+BFs.................................82Figura 5.3: Monitoramento de DQO filtrada no sistema UASB+BFs..........................83Figura 5.4: Evolução da relação <strong>do</strong> volume de metano em massa de DQOconvertida em CH 4 (gDQO CH4 ) com a biomassa (gSV) em função <strong>do</strong> tempo,submeti<strong>do</strong> a diferentes substratos, onde: coControle; Acetato; Hidról. Alcal.<strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m; Hidról. Alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m..............................................87


Figura 5.5: Variação da AME ao longo <strong>do</strong> tempo (em horas) utilizan<strong>do</strong>biomassa a 0,25m <strong>do</strong> reator UASB submeti<strong>do</strong> a diferentes substratos, onde:coControle; Acetato; Hidról. Alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m; Hidról. Alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>a 1,25m ............................................................................................................... 88Figura 5.6: Evolução da relação <strong>do</strong> volume de metano em massa de DQOconvertida em CH 4 (gDQO CH4 ) com a biomassa (gSV) em função <strong>do</strong> tempo,submeti<strong>do</strong> a diferentes substratos, onde: coControle; Acetato; Hidról. Alcal.<strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m; Hidról. Alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m..............................................92Figura 5.7: Variação da AME ao longo <strong>do</strong> tempo (em horas) utilizan<strong>do</strong>biomassa a 1,25m <strong>do</strong> reator UASB submeti<strong>do</strong> a diferentes substratos, onde:coControle; Acetato; Hidról. Alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m; Hidról. Alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>a 1,25m..................................................................................................................92Figura 5.8: Evolução da relação <strong>do</strong> volume de metano em massa de DQOconvertida em CH 4 (gDQO CH4 ) com a biomassa (gSV) em função <strong>do</strong> tempo,submeti<strong>do</strong> a diferentes substratos, onde: biomassa a 0,25m submetida ahidrólise alcalina <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m; biomassa a 0,25m submetida a hidrólsiealcalina <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m; biomassa a 1,25m submetida a hidrólise alcalina <strong>do</strong>lo<strong>do</strong> a 0,25m; biomassa a 1,25m submetida a hidrólise alcalina <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a1,25m......................................................................................................................97Figura 5.9: Variação da AME ao longo <strong>do</strong> tempo (em horas), onde: Biomassa a0,25m submetida a hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m ; Biomassa a 0,25m submetidaa hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m ; Biomassa a 1,25m submetida a hidról. alcal. <strong>do</strong>lo<strong>do</strong> a 0,25m; Biomassa a 1,25m submetida a hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a1,25m......................................................................................................................98Figura 5.10: Evolução da relação <strong>do</strong> volume de metano em massa de DQOconvertida em CH 4 (g DQO CH4 ) com a biomassa (gSV) em função <strong>do</strong> tempo,submeti<strong>do</strong> a diferentes substratos, onde: Biomassa a 0,25m submetida ahidról. Alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m ; Biomassa a 0,25m submetida a hidról. alcal.<strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m ; Biomassa a 1,25m submetida a hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a0,25m; Biomassa a 1,25m submetida a hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m...........102


Figura 5.11: Variação da AME ao longo <strong>do</strong> tempo (em horas), onde: Biomassaa 0,25m submetida a hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m ; Biomassa a 0,25msubmetida a hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m ; Biomassa a 1,25m submetida ahidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m; Biomassa a 1,25m submetida a hidról. alcal. <strong>do</strong>lo<strong>do</strong> a 1,25m.........................................................................................................102Figura 5.12: Comparação da Atividade Metanogênica Específica das biomassas a0,25m e 1,25m utilizan<strong>do</strong> os frascos controles ao longo <strong>do</strong>s testesrealiza<strong>do</strong>s..............................................................................................................105Figura 5.13: Comparação da Atividade Metanogênica Específica das biomassas a0,25m e 1,25m utilizan<strong>do</strong> o substrato acetato de sódio ao longo <strong>do</strong>s testesrealiza<strong>do</strong>s..............................................................................................................105Figura 5.14: Comparação da Atividade Metanogênica Específica das biomassas a0,25m e 1,25m utilizan<strong>do</strong> o substrato hidrolisa<strong>do</strong> alcalino 0,25m ao longo <strong>do</strong>stestes realiza<strong>do</strong>s...................................................................................................106Figura 5.15: Comparação da Atividade Metanogênica Específica das biomassas a0,25m e 1,25m utilizan<strong>do</strong> o substrato hidrolisa<strong>do</strong> alcalino 1,25m ao longo <strong>do</strong>stestes realiza<strong>do</strong>s......................................................................................................................106Figura 5.16: Comparação da Atividade Metanogênica Específica das biomassas a0,25m e 1,25m utilizan<strong>do</strong> o substrato hidrolisa<strong>do</strong> alcalino sedimenta<strong>do</strong> a 0,25m aolongo <strong>do</strong>s testes realiza<strong>do</strong>s...................................................................................................106Figura 5.17: Comparação da Atividade Metanogênica Específica das biomassas a0,25m e 1,25m utilizan<strong>do</strong> o substrato hidrolisa<strong>do</strong> alcalino sedimenta<strong>do</strong> a 1,25m aolongo <strong>do</strong>s testes realiza<strong>do</strong>s..................................................................................106Figura 5.18: Comparação da Atividade Metanogênica Específica das biomassas a0,25m e 1,25m utilizan<strong>do</strong> o substrato hidrolisa<strong>do</strong> alcalino sobrenadante a 0,25mao longo <strong>do</strong>s testes realiza<strong>do</strong>s.............................................................................107Figura 5.19: Comparação da Atividade Metanogênica Específica das biomassas a0,25m e 1,25m utilizan<strong>do</strong> o substrato hidrolisa<strong>do</strong> alcalino sobrenadante a 1,25mao longo <strong>do</strong>s testes realiza<strong>do</strong>s.............................................................................107


LISTA DE TABELASTabela 3.1: Principais alternativas de disposição final <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>..............................29Tabela 3.2: Resulta<strong>do</strong>s de solubilização da DQO em vários estu<strong>do</strong>s de hidrólisealcalina de lo<strong>do</strong>s.....................................................................................................51Tabela 3.3: Comparação entre a porcentagem de redução de sóli<strong>do</strong>s suspensosvoláteis para lo<strong>do</strong>s anaeróbios <strong>do</strong> reator UASB (alturas 0,25m e 1,25m),submeti<strong>do</strong>s a processos hidrolíticos alcalinos e áci<strong>do</strong>s..........................................52Tabela 3.4: Comparação efetiva <strong>do</strong>s diversos processos hidrolíticos de lo<strong>do</strong> deesgoto.....................................................................................................................56Tabela 4.1: Solução tampão e de nutrientes utilizada nos testes de AME............73Tabela 5.1: Características <strong>do</strong> esgoto bruto, efluente <strong>do</strong> UASB e efluente <strong>do</strong>sbioflitros da ETE – <strong>UFES</strong> em relação às concentrações de SST, DQO total eDQO filtrada . ...............................................................................................................80Tabela 5.2: Características <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s anaeróbios (0,25m e 1,25m) provenientes<strong>do</strong> reator UASB, coleta<strong>do</strong>s na ETE­<strong>UFES</strong>. ...........................................................84Tabela 5.3: Resumo da biomassa e substratos utiliza<strong>do</strong>s nos testes deAME........................................................................................................................86Tabela 5.4: Concentração de substrato (So), Biomassa (Xo) e valores de AMEencontra<strong>do</strong>s no teste 1 ..........................................................................................87Tabela 5.5: Resulta<strong>do</strong>s de início e final <strong>do</strong> teste 1 para os parâmetros SV, pH,além da biomassa, produção de metano e AME avaliadas em cada frasco reatorpara o lo<strong>do</strong> a 0,25m. .............................................................................................89Tabela 5.6: Concentração de substrato (So), Biomassa (Xo) e valores de AMEencontra<strong>do</strong>s no teste 2. ........................................................................................ 91Tabela 5.7: Resulta<strong>do</strong>s de início e final <strong>do</strong> teste 2 para os parâmetros SV, pH,além da biomassa, produção de metano e AME avaliadas em cada frasco reatorpara o lo<strong>do</strong> a 1,25m. ................................................................................................................94Tabela 5.8: Concentração de substrato (So), Biomassa (Xo) e valores de AMEencontra<strong>do</strong>s no teste 3. .........................................................................................96


Tabela 5.9: Resulta<strong>do</strong>s de início e final <strong>do</strong> teste 3 para os parâmetros SV, pH,além da biomassa, produção de metano e AME avaliadas em cada frasco reatorpara os lo<strong>do</strong>s a 0,25m e 1,25m. ........................................................................... 99Tabela 5.10: Concentração de substrato (So), Biomassa (Xo) e valores de AMEencontra<strong>do</strong>s no teste 3. ......................................................................................101Tabela 5.11: Resulta<strong>do</strong>s de início e final <strong>do</strong> teste 3 para os parâmetros SV, pH,além da biomassa, produção de metano e AME avaliadas em cada frasco reatorpara os lo<strong>do</strong>s a 0,25m e 1,25m. ..........................................................................103Tabela 5.12: Estatística descritiva <strong>do</strong>s ensaios realiza<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong> as biomassas0,25m e 1,25m e seus respectivos substratos ....................................................108Tabela 5.13: Caracterização <strong>do</strong> potencial da produção de metano por gDQO paraos lo<strong>do</strong>s das alturas 0,25m e 1,25m <strong>do</strong> reator UASB, de acor<strong>do</strong> com a relaçãoSo/Xo de 0,2. ......................................................................................................112Tabela 5.14: Caracterização <strong>do</strong> potencial da produção de metano por gDQO paraos lo<strong>do</strong>s das alturas 0,25m e 1,25m <strong>do</strong> reator UASB, de acor<strong>do</strong> com a relaçãoSo/Xo de 0,2. ......................................................................................................114


RESUMOSabe­se que o esgoto <strong>do</strong>méstico é constituí<strong>do</strong> em seu maior volume pormoléculas de água e uma pequena parcela de sóli<strong>do</strong>s orgânicos, suspensos edissolvi<strong>do</strong>s, além da presença <strong>do</strong>s microrganismos patogênicos ou não. Embora olo<strong>do</strong> represente apenas de 1% a 2% <strong>do</strong> volume de esgoto trata<strong>do</strong>, o seugerenciamento é bastante complexo e custoso nos sistemas de tratamento deesgoto. A destinação final <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> é uma opção bastante complexa, porémimportante <strong>do</strong> ponto de vista econômico, e necessária para se diminuir os riscosque podem ser trazi<strong>do</strong>s por esse resíduo na natureza. No sistema ETE – <strong>UFES</strong> oesgoto passa por duas etapas de tratamento, o tratamento anaeróbio através <strong>do</strong>reator UASB (lo<strong>do</strong> bem concentra<strong>do</strong> e estabiliza<strong>do</strong>), segui<strong>do</strong> de tratamentoaeróbio, corresponden<strong>do</strong> aos biofiltros aera<strong>do</strong>s submersos, (lo<strong>do</strong> não estabiliza<strong>do</strong>e pouco concentra<strong>do</strong>). Como alternativa para reduzir as fontes de produção delo<strong>do</strong>, to<strong>do</strong> o lo<strong>do</strong> origina<strong>do</strong> durante a lavagem <strong>do</strong>s biofiltros recircula para aentrada da estação. A hidrólise é uma tecnologia promissora na minimização <strong>do</strong>slo<strong>do</strong>s descarta<strong>do</strong>s das estações de esgoto, pois pode aumentar a solubilização<strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s presentes no lo<strong>do</strong>; promover a desidratação <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>; reduzirpatógenos ou suprimir a formação de escuma. Conhecer o comportamento dabiomassa microbiana é essencial não só para o controle <strong>do</strong> processo comotambém para sua otimização. A eficiência <strong>do</strong> processo depende, portanto, daatividade metanogênica específica (AME) <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>, isto é, de sua capacidade detransformar os substratos intermediários da digestão anaeróbia em metano (CH 4 )e gás carbônico (CO 2 ). Sen<strong>do</strong> assim, espera­se, nesta pesquisa, avaliar emescala laboratorial, o potencial das amostras de lo<strong>do</strong>s anaeróbios, provenientes daETE­<strong>UFES</strong>, submeti<strong>do</strong>s previamente a processos de hidrólise química, através <strong>do</strong>teste de atividade metanogênica específica (AME). Parâmetros tradicionalmenteutiliza<strong>do</strong>s para o monitoramento <strong>do</strong>s sistemas de tratamento, como por exemplo,SSV e DQO foram avalia<strong>do</strong>s. A biomassa foi coletada nas alturas 0,25m e 1,25m<strong>do</strong> reator UASB e os substratos utiliza<strong>do</strong>s foram acetato de sódio e os lo<strong>do</strong>s0,25m e 1,25m hidrolisa<strong>do</strong>s com NaOH. O teste foi realiza<strong>do</strong> em um respirômetroautomatiza<strong>do</strong> anaeróbio, composto por oito reatores em batelada, cada um comvolume útil de 550 ml. O sistema UASB+Bfs da ETE­<strong>UFES</strong> produz um efluentecom características médias de 89 mg/l (SST), 180 mgO 2 /l (DQO) e 86 mgO 2 /l(DQO filtrada ). O lo<strong>do</strong> hidrolisa<strong>do</strong> a 1,25m obteve aumento considerável nasolubilização da matéria orgânica, apresentan<strong>do</strong> valores de DQO filtrada no To =271,0 mgO 2 /l e no T8 = 3241,6 mg/O 2. . A biomassa na altura 0,25m apresentouvalores de AME maiores quan<strong>do</strong> adiciona<strong>do</strong>s os substratos acetato, hidrólisealcalina <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m, e hidrólise alcalina <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m (fraçãosobrenadante); Enquanto que a biomassa na altura 1,25m obteve melhorcomportamento nos substratos hidrólise alcalina <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m, hidrólise alcalina<strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m (fração sedimentada) e nas frações sedimentada e sobrenadante<strong>do</strong> lo<strong>do</strong> 1,25m.


ABSTRACTIt is known that the <strong>do</strong>mestic sewer is mainly constituted water molecules and asmall quantity of organic solid substances, suspended and dissolved, besides thepresence of the pathogenic and non­pathogenic microorganisms. Although the siltrepresents only of 1% 2% of the volume of the treated sewer, its management issufficiently complex and expensive in the systems of sewer treatment. The finaldestination of the sludge is complex choice, however its important of the economicpoint of view, and necessary to decrease the risks that can be brought by thisresidue in the nature. In the WTW ­ <strong>UFES</strong> system there are two stages oftreatment, the anaerobic treatment through UASB reactor (concentrated and wellstabilized sludge), followed of an aerobic treatment, corresponding to thesubmerged aerated biofilters, (stabilized silt and little not concentrated). As analternative to reduce the sources of sludge production, all the sludge originatedduring the laudering of the biofilters recirculates to the entrance of the station. Thehydrolysis is a promising technology in the minimization of the discarded sludge ofthe sewer stations; therefore it can increase the solubilization of solid substancespresent in the sludge; to promote the dehydration of the sludge; to reducepathogenic microorganisms or to suppress the scum formation. Knowing thebehavior of the microbial biomass is essential not only for the control of theprocess but also for its otimization. The efficiency of the process depends,therefore, of the specific metanogenic activity (AME) of the sludge, that is, of itscapacity to transform intermediate substrata of the anaerobic digestion intomethane (CH4) and carbonic gas (CO2). Therefore, it was expected, in thisresearch, to evaluate in laboratorial scale, the potential of the samples of anaerobicsludge, proceeding from the WTW­<strong>UFES</strong>, submitted previously to the chemicalhydrolysis processes, through the test of specific metanogenic activity (AME).Traditionally used parameters for the observing of the system treatment, as forexample, SSV and DQO had been evaluated. The biomass was collected in theheights of 0,25m and 1,25m of UASB reactor and the used substrata were sodiumacetate and the hidrolisated sludge 0,25m and 1,25m with NaOH. The test wascarried through an automatic anaerobic respirometer, composed of eight reactors,each one with a volume of 550 ml. The UASB+Bfs system of the WTW­<strong>UFES</strong>produces an effluent with an average characteristic of 89 mg/l (SST), 180 mgO2/l(DQO) and 86 mgO2/l (DQO filtrada ). The hidrolisated sludge on 1,25m wasconsiderable increasing in the solubilization of the organic substance, showingdata of DQO filtrated in To = 271,0 mgO2/l and in the T8=3241,6 mg/O2.. Thebiomass in the height 0,25m showed bigger data of AME when added the acetatesubstrata, alkaline hydrolysis of the sludge 0,25m, and alkaline hydrolysis of thesludge 0,25m; while the biomass in the height 1,25m worked better in alkalinehydrolysis of the sludge, alkaline hydrolysis of the sludge 0,25m (sedimentedfraction) and in the fractions sedimented and sobrenadante of the sludge 1,25m.


1 . INTRODUÇÃODurante as últimas décadas, problemas ambientais e a escassez de energiadespertaram um crescente interesse pelos processos biológicos de tratamento deefluentes, em especial aos processos anaeróbios, que utilizam mecanismosnaturais de biodegradação para transformar a parte mais putrescível <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>.A gestão adequada <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s orgânicos gera<strong>do</strong>s no saneamento vemse tornan<strong>do</strong> preocupação crescente na sociedade moderna. Embora significativoavanço tenha ocorri<strong>do</strong> nas últimas décadas, a solução para os problemasadvin<strong>do</strong>s desses rejeitos constitui ainda um <strong>do</strong>s maiores desafios da humanidadepara o século XXI.O tratamento <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) vemganhan<strong>do</strong> cada vez mais expressão no Brasil, em razão <strong>do</strong> aumento <strong>do</strong> númerode ETEs instaladas e da necessidade de se atender às exigências ambientais.O sistema a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> na Estação Experimental de Tratamento de Esgoto da <strong>UFES</strong>(ETE – <strong>UFES</strong>) consiste de um tratamento anaeróbio, proveniente <strong>do</strong> reator UASB,que se caracteriza basicamente por ser um lo<strong>do</strong> bem concentra<strong>do</strong> e estabiliza<strong>do</strong>;Sen<strong>do</strong> segui<strong>do</strong> de tratamento aeróbio, corresponden<strong>do</strong> aos biofiltros aera<strong>do</strong>ssubmersos, os quais originam uma grande quantidade de lo<strong>do</strong> não estabiliza<strong>do</strong> epouco concentra<strong>do</strong>. Como alternativa para reduzir as fontes de produção de lo<strong>do</strong>,to<strong>do</strong> o lo<strong>do</strong> origina<strong>do</strong> durante a lavagem <strong>do</strong>s biofiltros recircula para a entrada daestação. Sen<strong>do</strong> assim, o reator UASB funciona também como um digestor desselo<strong>do</strong> aeróbio (ABREU, 2003).Dentre os processos anaeróbios, o méto<strong>do</strong> mais antigo de estabilização biológicaé a digestão anaeróbia. Este processo ocorre na ausência de oxigênio molecular,através de uma estreita interação entre bactérias, que promovem a fermentação


estável e auto­regulada da matéria orgânica, da qual resultam, principalmente, osgases metano e dióxi<strong>do</strong> de carbono (MOSEY apud FORESTI, 1999).Muitos substratos orgânicos presentes nos esgotos, de alto peso molecular, nãopodem ser utiliza<strong>do</strong>s diretamente pelos microrganismos. Esses substratos devemse tornar disponíveis por reações enzimáticas extracelulares, num processodenomina<strong>do</strong> hidrólise (HENZE et al., 1995).A hidrólise é uma tecnologia promissora na minimização <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s descarta<strong>do</strong>sdas estações de esgoto, particularmente nos processos com altas taxas deprodução de lo<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> MÜLLER (2001), as tecnologias hidrolíticas podem seraplicadas com os seguintes objetivos: aumentar a solubilização <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>spresentes no lo<strong>do</strong>; promover a desidratação <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>; reduzir patógenos ousuprimir a formação de escuma.Conhecer o comportamento da biomassa microbiana é essencial não só para ocontrole <strong>do</strong> processo como também para sua otimização. A eficiência <strong>do</strong> processodepende, portanto, da atividade metanogênica específica (AME) <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>, isto é, desua capacidade de transformar os substratos intermediários da digestão anaeróbiaem metano (CH 4 ).A determinação da AME é usualmente realizada por um teste de laboratório embatelada. Os testes de AME fornecem a taxa de produção de metano ou a taxa deconsumo de substrato metanogênico por unidade de biomassa microbiana. Sãorealiza<strong>do</strong>s em ambiente anaeróbio, o qual deve conter as condições ambientaisnecessárias e os nutrientes para a obtenção da atividade biológica máxima.Espera­se, nesta pesquisa, avaliar em escala laboratorial, a biodegradabilidade deamostras de lo<strong>do</strong>s provenientes da ETE – <strong>UFES</strong>, submeti<strong>do</strong>s previamente aprocessos de hidrólise química, através <strong>do</strong> teste de Atividade MetanogênicaEspecífica (AME).


2. OBJETIVOS2.1. OBJETIVO GERALEsta pesquisa teve como objetivo avaliar, em escala laboratorial, o potencial daAtividade Metanogênica Específica de lo<strong>do</strong>s anaeróbios provenientes da ETEexperimental da <strong>UFES</strong>, submeti<strong>do</strong>s previamente a processos de hidrólise química.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS· Caracterizar os diferentes tipos de lo<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>s no presente estu<strong>do</strong>;· Determinar a Atividade Metanogênica Específica <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s em estu<strong>do</strong>submeti<strong>do</strong>s a diferentes substratos;· Estimar o potencial de produção de metano <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s estuda<strong>do</strong>s nos Testesde Atividade Metanogênica Específica.


3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA3.1. LODO DE ESGOTOO esgoto <strong>do</strong>méstico contém aproximadamente 99,9% de água e 0,1% de sóli<strong>do</strong>sorgânicos, suspensos e dissolvi<strong>do</strong>s, bem como diversos microrganismospatogênicos ou não (VON SPERLING, 1996a). Antes de ser lança<strong>do</strong> em corposreceptores, o esgoto deve ser trata<strong>do</strong>, evitan<strong>do</strong> problemas ambientais e de saúdepública (AISSE et al., 1999).O crescimento das demandas da sociedade por melhores condições de ambiente,tem exigi<strong>do</strong> das empresas públicas e privadas a definição de políticas ambientaismais avançadas que geralmente iniciam pelo tratamento <strong>do</strong> esgoto. Essetratamento gera um resíduo sóli<strong>do</strong> em quantidades variáveis segun<strong>do</strong> o tipo deesgoto e o sistema de tratamento a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>, denomina<strong>do</strong> lo<strong>do</strong> de esgoto.À medida que as redes de coleta de esgoto são ampliadas e são implantadasnovas estações de tratamento, a produção <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> aumenta. A melhoria daeficiência <strong>do</strong>s tratamentos de esgoto também contribui para aumentar a produçãode lo<strong>do</strong>, pois existe uma relação entre o grau de tratamento e a qualidade <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>produzi<strong>do</strong>.O tratamento de esgotos, de uma maneira geral, consiste em separar os materiaissóli<strong>do</strong>s e reduzir a carga de matéria orgânica presente, através de processosfísicos, químicos e biológicos. Esse tratamento pode ser dividi<strong>do</strong> em duas fases: alíquida, na qual as matérias orgânicas e minerais suspensas e dissolvidas no meiolíqui<strong>do</strong> progressivamente vão sen<strong>do</strong> removidas; e a sólida, aonde esses materiaisvão sen<strong>do</strong> estabiliza<strong>do</strong>s e concentra<strong>do</strong>s (DAVID, 2002).


Os sóli<strong>do</strong>s contêm to<strong>do</strong>s os poluentes oriun<strong>do</strong>s das atividades, <strong>do</strong>s hábitosalimentares e <strong>do</strong> nível de saúde da população atendida pelas redes coletoras deesgotos ou por sistemas individuais, retratan<strong>do</strong> exatamente as caraterísticasdessa comunidade.Como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> tratamento, tem – se no final o efluente líqui<strong>do</strong> trata<strong>do</strong> e o lo<strong>do</strong>.O efluente líqui<strong>do</strong> é água com reduzi<strong>do</strong>s teores de materiais poluentes, que podeser lança<strong>do</strong> nos corpos d’água, de acor<strong>do</strong> com a carga remanescente e a classe<strong>do</strong> corpo receptor. O lo<strong>do</strong> resultante <strong>do</strong> processo de tratamento de esgoto precisaainda ser trata<strong>do</strong> para destinação final em aterros sanitários ou na agricultura(DAVID, 2002).De maneira geral, os esgotos sanitários possuem mais de 98% de suacomposição constituída por água, porém, há contaminantes, entre os quaisdestacam – se: sóli<strong>do</strong>s suspensos, compostos orgânicos (proteínas: 40% a 60%;carboidratos: 25% a 50%; e óleos e graxas: 10%), nutrientes (nitrogênio e fósforo),metais, sóli<strong>do</strong>s dissolvi<strong>do</strong>s inorgânicos, sóli<strong>do</strong>s inertes, sóli<strong>do</strong>s grosseiros,compostos não biodegradáveis, organismos patogênicos e, ocasionalmente,contaminantes tóxicos decorrentes de atividades industriais ou acidentais (AISSEet al.; 1999).Embora o lo<strong>do</strong> represente apenas de 1% a 2% <strong>do</strong> volume de esgoto trata<strong>do</strong>, o seugerenciamento é bastante complexo e tem um custo geralmente entre 20% a 60%<strong>do</strong> total gasto com a operação de uma estação de tratamento de esgoto. Além desua importância econômica, a destinação final <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> é uma opção bastantecomplexa, pois muitas vezes ultrapassa os limites da ETE (VON SPERLING et al.;2001).A estabilização da matéria orgânica e a redução <strong>do</strong> nível de patogenicidade <strong>do</strong>lo<strong>do</strong> podem ser feitas por três mecanismos. No primeiro, pela via biológica, osmicrorganismos estabilizam a matéria orgânica biodegradável presente no lo<strong>do</strong>


utilizan<strong>do</strong> o oxigênio como aceptor final de elétrons (digestão aeróbia) ou naausência de oxigênio (digestão anaeróbia). A redução da patogenicidade pode sedar pelo estabelecimento de competição entre os diversos microrganismos. Nosegun<strong>do</strong> mecanismo, pela via química, a estabilização e a higienização sãoatingidas mediante a oxidação química da matéria orgânica e <strong>do</strong>s microrganismos.Finalmente, o terceiro mecanismo, via térmica, utiliza o calor para estabilizartermicamente a matéria orgânica e eliminar os microrganismos presentes no lo<strong>do</strong>.O lo<strong>do</strong> de esgotos é um processo com eleva<strong>do</strong> potencial de contaminação, sejapor organismos patogênicos, seja pela inadequada disposição <strong>do</strong> mesmo no meio,poden<strong>do</strong> apresentar características indesejáveis, como: instabilidade biológica(grande fração de material orgânico biodegradável), qualidade higiênica péssima(presença de uma grande variedade de vírus, bactérias e parasitas que constituemuma ameaça à saúde pública), e grande volume (baixa concentração de sóli<strong>do</strong>s)(AISSE et al., 2000).De frente a este problema, o gerenciamento de lo<strong>do</strong>s nas estações de tratamentode esgoto se torna amplo e deve ser considera<strong>do</strong> desde sua produção, utilizan<strong>do</strong>um processo que possibilite a geração de um lo<strong>do</strong> bem adensa<strong>do</strong> e minimize asua produção, até sua disposição final.A disposição final <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> gera<strong>do</strong> nos processos de tratamento de esgotosurbanos é um problema emergente no Brasil, e tende a aumentar juntamente como crescimento da implantação de sistemas de coleta e tratamento de esgoto nopaís (ANDREOLI et al., 1999).O correto tratamento e disposição final <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> de esgoto deve fazer parte <strong>do</strong>programa de tratamento de efluentes urbanos e industriais, para que os objetivos<strong>do</strong> saneamento sejam atingi<strong>do</strong>s (TSUTYA, 2000).


3.1.1. Processamento <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> em ETEsSegun<strong>do</strong> AISSE et al. (1999) Os sistemas de tratamento de lo<strong>do</strong> podem serdividi<strong>do</strong>s em cinco categorias:‣ Processos visan<strong>do</strong> melhorar a estabilidade biológica e mecânica <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong>– se os seguintes processos importantes:· Condicionamento (adição de floculentes, polieletrólitros, correção de pH,etc).· Estabilização biológica (digestão anaeróbia e digestão aeróbia)‣ Processos mecânicos visan<strong>do</strong> reduzir o teor de água livre, não diretamenteligada ao lo<strong>do</strong>. Nesses processos distinguem – se:· Adensamento· Flotação‣ Processos visan<strong>do</strong> aumentar o teor de sóli<strong>do</strong>s no lo<strong>do</strong>, produzin<strong>do</strong> um sóli<strong>do</strong>:· Secagem natural (leitos de secagem, lagoas de secagem)· Secagem por processos mecânicos (filtração, centrifugação, etc).‣ Processos térmicos visan<strong>do</strong> ao condicionamento térmico <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> ou <strong>do</strong>ssóli<strong>do</strong>s separa<strong>do</strong>s:· Processos Porteous e Zimmermann· Incineração‣ Processos complementares, visan<strong>do</strong> aumentar a aplicabilidade <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> comoinsumo agrícola:· Compostagem· Desinfecção com calNo caso de lo<strong>do</strong>s de sistemas de tratamento anaeróbio, as primeiras duascategorias têm relativamente pouca importância, porque: em sistemas detratamento anaeróbio com um bom funcionamento, o lo<strong>do</strong> de excesso já deixa osistema bem estabiliza<strong>do</strong> e não precisa de acondicionamento especial e aconcentração <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> de excesso é elevada, de mo<strong>do</strong> que há pouca possibilidade


de aumentá – la consideravelmente mediante processos mais simples comoadensamento ou flotação.Conclui – se que os processos mais importantes para lo<strong>do</strong> anaeróbio são aquelesque visam à transformação <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> de excesso em um “sóli<strong>do</strong>”.3.1.2. Desaguamento <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> de esgotoO desaguamento <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> é uma operação que diminui o volume <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> emexcesso por meio da redução de seu teor de água. As principais razões para queocorra a desidratação são:· Redução no custo de transporte para o local de disposição final;· Redução <strong>do</strong> volume para disposição em aterro sanitário ou o uso naagricultura;· Melhoria das condições de manejo <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>, já que o lo<strong>do</strong> desagua<strong>do</strong> é maisfacilmente transporta<strong>do</strong>;· Aumento <strong>do</strong> poder calorífico, através da redução da umidade com vistas àpreparação para a incineração. Assim, a secagem <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> se faz necessária parafacilitar o destino final <strong>do</strong> mesmo, permitin<strong>do</strong> seu manuseio e uso como insumoagrícola (AISSE et al., 1998).A secagem <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> provoca enorme impacto nos custos de disposição <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>:quan<strong>do</strong> o lo<strong>do</strong> é desidrata<strong>do</strong> de uma concentração de 2% de sóli<strong>do</strong>s para 20% desóli<strong>do</strong>s, seu volume é reduzi<strong>do</strong> em 90%.A água contida nos lo<strong>do</strong>s pode ser classificada operacionalmente em quatrocategorias:


· Água removível ou livre – é aquela retida entre flocos de maneira similar a umaesponja, não estan<strong>do</strong> associada a partículas sólidas e poden<strong>do</strong> ser facilmenteseparada por gravidade.· Água intersticial ou capilar – é a umidade <strong>do</strong> floco quan<strong>do</strong> o lo<strong>do</strong> está emsuspensão que está presente nos capilares quan<strong>do</strong> a torta é formada.· Água vicinal, coloidal ou superficial – é a água não removível, sen<strong>do</strong> a umidadeque está presa na superfície das partículas sólidas por adsorção e adesão.· Água de hidratação, intracelular ou de ligação – também é a água não –removível; a água que está quimicamente ligada às partículas sólidas.Segun<strong>do</strong> VON SPERLING e GONÇALVES (2001), a capacidade dedesaguamento varia de acor<strong>do</strong> com o tipo de lo<strong>do</strong>. Lo<strong>do</strong>s ativa<strong>do</strong>s, por exemplo,são mais difíceis de serem desagua<strong>do</strong>s <strong>do</strong> que lo<strong>do</strong>s primários digeri<strong>do</strong>sanaerobiamente. Esta variação na capacidade de desaguamento está diretamenterelacionada com o tipo de sóli<strong>do</strong> e com a forma com que a água está ligada àspartículas <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>.O desaguamento de lo<strong>do</strong>s pode ser realiza<strong>do</strong> através de meios naturais oumecaniza<strong>do</strong>s. Os processos naturais utilizam a evaporação e a percolação comoprincipais mecanismos de remoção de água, o que demanda tempo de exposição<strong>do</strong> lo<strong>do</strong> às condições que resultam no desaguamento. Embora sejamoperacionalmente mais simples e baratos tais processos demandam maioresáreas e volumes para instalações, além de serem dependentes <strong>do</strong> clima, aspectoque favorece sua a<strong>do</strong>ção em regiões quentes e secas.Os sistemas naturais de secagem dividem – se em leitos de secagem, que sãogeralmente unidades retangulares onde se processam a redução da umidadeassociada à drenagem e a evaporação da água liberada durante o perío<strong>do</strong>exposto à secagem, e as lagoas de secagem, que têm finalidade e funcionamentoidênticos aos <strong>do</strong>s leitos, porém com dimensionamento, detalhes construtivos eoperação um pouco diferenciada (CASSINI et al., 2003).


Em contrapartida, os processos mecaniza<strong>do</strong>s baseiam – se em mecanismos, taiscomo filtração, compactação ou centrifugação para acelerar o desaguamento,resultan<strong>do</strong> em unidades compactas e bem mais sofisticadas, sob o ponto de vistade operação e manutenção (GONÇALVES et al., 2001).3.1.3. Higienização de lo<strong>do</strong>sSegun<strong>do</strong> PINTO (2001), os esgotos sanitários contêm aproximadamente 0,15 desóli<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> os restantes 99,9% água. Estações de tratamento de esgoto têm afinalidade básica de separar essas duas fases, retornan<strong>do</strong> a água para os corposhídricos d a região e processan<strong>do</strong> a fase sólida, de mo<strong>do</strong> a permitir a suadisposição de maneira econômica, segura em termos de saúde pública eambientalmente aceitável.Esta fase sólida (lo<strong>do</strong> de esgotos) contém to<strong>do</strong>s os poluentes oriun<strong>do</strong>s dasatividades, <strong>do</strong>s hábitos alimentares e <strong>do</strong> nível de saúde da população atendidapelas redes coletoras de esgotos. Portanto, o lo<strong>do</strong> retrata exatamente ascaracterísticas da comunidade e pode variar substancialmente com o tempo e coma capacidade de remoção da estação de tratamento.O monitoramento <strong>do</strong>s agentes patogênicos presentes no lo<strong>do</strong> de esgoto apresentaresulta<strong>do</strong>s bastante contundentes sobre o nível de contaminação da populaçãoatendida pelos sistemas de coleta e tratamento de esgotos, sen<strong>do</strong> especialmentevisíveis em regiões mais pobres (ANDREOLI et al., 2003).Os principais processos de higienização <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> de esgoto são: a compostagem,que elimina os agentes patogênicos pelo efeito da temperatura e tempo deexposição; a calagem, que associa a ação de altos níveis de pH ao calor gera<strong>do</strong>pelas reações químicas de hidratação da cal (óxi<strong>do</strong> de cálcio); a secagem, quereduz os patógenos pela exposição aos raios solares ou ao calor (no caso de


desidratação pelo uso de calor); o uso da radiação gama; e a pasteurização. Hádiversos outros méto<strong>do</strong>s ou que utilizam a mistura de outros materiais capazes dereduzir ou eliminar o potencial patogênico <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>.A compostagem e a calefação, méto<strong>do</strong>s bastante difundi<strong>do</strong>s principalmente porseu baixo custo e facilidade de aplicação, apresentam um inconvenienterelaciona<strong>do</strong> ao aumento da quantidade ou volume final <strong>do</strong> produto, pois os <strong>do</strong>isprocessos de higienização implicam a mistura de outros resíduos com o lo<strong>do</strong> a serdisposto. A secagem térmica é considerada o principal processo, por aliar altaeficiência de higienização com redução <strong>do</strong> volume inicial <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> provocada pelaperda de água.3.1.4. Alternativas de disposição final <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> de esgotosSegun<strong>do</strong> ANDREOLI, FERNANDES & DOMASZAK (1997), há várias alternativastecnicamente aceitáveis para o tratamento de lo<strong>do</strong>. A mais comum envolve adigestão anaeróbia, que pode ser seguida pela destinação final em aterrossanitários exclusivos, segui<strong>do</strong> de alternativas, como a disposição de superfície, adisposição oceânica, lagoas de armazenamento, a incineração ou a reciclagemagrícola. Esta última tem – se destaca<strong>do</strong>, a nível mundial, <strong>do</strong> ponto de vistatécnico, econômico e ambiental, por viabilizar a reciclagem de nutrientes,promover melhorias físicas, especialmente na estruturação <strong>do</strong> solo, e porapresentar uma solução definitiva para a disposição <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>.O condicionamento <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> tem as funções básicas de reduzir o potencialpatogênico <strong>do</strong>s agentes presentes no material e aumentar o seu grau deestabilização, com o objetivo de reduzir os problemas potenciais da geração deo<strong>do</strong>r, da atração de vetores e os riscos de recontaminação.


3.2. REATOR UASBO reator anaeróbio de fluxo ascendente com manta de lo<strong>do</strong> (UASB), desenvolvi<strong>do</strong>na década de 70 por Gatze Lettinga e sua equipe, na Holanda, se constitui em um<strong>do</strong>s sistemas modernos de tratamento anaeróbio de mais alta aplicação naprática. São altamente eficientes na remoção de elevadas cargas orgânicas e desóli<strong>do</strong>s em suspensão, e em tempos de detenção hidráulica relativamente curtos(VAN HAANDEL e LETTINGA, 1994).No reator UASB não há a presença de material suporte para crescimento dabiomassa. Os microrganismos ficam organiza<strong>do</strong>s através da formação de flocosou grânulos densos suspensos no meio final. No fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> reator localiza – se olo<strong>do</strong> mais denso com partículas granulares de elevada capacidade desedimentação (leito de lo<strong>do</strong>) e nas regiões próximas ao topo <strong>do</strong> compartimento dedigestão localiza – se o lo<strong>do</strong> floculento, ou seja, menos denso e mais leve (mantade lo<strong>do</strong>) (VAZZOLER, 1981).Segun<strong>do</strong> CHERNICHARO (1997), o processo consiste na passagem de um fluxoascendente de esgotos, através de um leito ou manta de lo<strong>do</strong>, com elevadaatividade microbiana. O lo<strong>do</strong> em suspensão facilita a ação <strong>do</strong>s microrganismos,sobre os componentes <strong>do</strong>s esgotos que por eles passam.O esgoto é reti<strong>do</strong> por aproximadamente 8 horas no reator e ao chegar na partesuperior <strong>do</strong> reator, já está trata<strong>do</strong>. O lo<strong>do</strong> gera<strong>do</strong> durante o processo vai sedepositan<strong>do</strong> no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> reator, e periodicamente são dadas descargas nestesreatores para a diminuição <strong>do</strong> volume de lo<strong>do</strong>. Com perío<strong>do</strong>s médios dedescargas, o lo<strong>do</strong> retira<strong>do</strong> encontra – se bastante estabiliza<strong>do</strong> (AISSE,FERNANDES & SILVA, 1998).O leito de lo<strong>do</strong> corresponde a uma camada de biomassa, com boas característicasde sedimentação e alta resistência às forças de agitação, que se mantém estável


no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> reator (VIEIRA, 1984). A manta de lo<strong>do</strong> corresponde a umasuspensão de partículas misturadas com os gases produzi<strong>do</strong>s no processo (LIN eYANG, 1991).A região localizada entre o leito e a manta de lo<strong>do</strong> é denominada zona detransição, na qual acorre o arraste de sóli<strong>do</strong>s. O esgoto segue uma trajetória emfluxo ascendente no reator, e é biologicamente degrada<strong>do</strong> tanto no leito quanto namanta de lo<strong>do</strong>. O gás é desprendi<strong>do</strong> da mistura líquida através <strong>do</strong> separa<strong>do</strong>r defases. Uma zona tranquila, formada no compartimento de decantação, favorece oretorno das partículas suspensas mais pesadas para o interior <strong>do</strong> reator, enquantoas partículas mais leves são eliminadas juntamente com o efluente final (HAMODAe BERG,1984).Dentre as principais vantagens desse sistema podem ser citadas (BOF, 1999):‣ Sistema compacto com baixos requisitos de área;‣ Reduzi<strong>do</strong>s custos de implantação e operação;‣ Baixa produção de lo<strong>do</strong>;‣ Produzem energia em forma de biogás (principalmente metano);‣ Elevada eficiência de remoção de DBO 5 e DQO da ordem de 65 – 75%;‣ Rápida estabilização após longas paralisações (variações sazonais);‣ Lo<strong>do</strong> de excesso com eleva<strong>do</strong> grau de mineralização e adensamento;‣ Possibilidade de cobertura (evitan<strong>do</strong> problemas com o<strong>do</strong>res e impacto visual).Embora os reatores apresentem inúmeras vantagens, principalmente no que dizrespeito a requisitos de área, simplicidade operacional e baixos custos de projeto,operação e manutenção, algumas desvantagens ainda são atribuídas aosmesmos (CHERNICHARO, 1997; CAMPOS, 1999):‣ Baixa capacidade <strong>do</strong> sistema em tolerar cargas tóxicas;‣ Eleva<strong>do</strong> intervalo de tempo para a partida <strong>do</strong> sistema;


Distrito <strong>Federal</strong>, Paraná, entre outros, onde um <strong>do</strong>s principais aspectos inova<strong>do</strong>resé a gestão <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> simplificada mediante o descarte <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> aeróbio para oadensamento e digestão no UASB. Outro aspecto de interesse se deve aprodução de biogás, que pode ser aproveita<strong>do</strong> na própria estação de tratamentoonde é gera<strong>do</strong>, com uso na secagem e higienização <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>, ou como suprimentoenergético para a aeração <strong>do</strong> sistema aeróbio (Bof et al, 1999; Van Haandel, 1999apud Veronez, 2001).A configuração anaeróbio + aeróbio amplia significativamente a importância <strong>do</strong>tratamento primário, que passa a atuar tanto na fração particulada quanto nafração solúvel <strong>do</strong> substrato carbonáceo <strong>do</strong> esgoto. Pelo menos 70% <strong>do</strong> materialcarbonáceo afluente ao conjunto é metaboliza<strong>do</strong> anaerobicamente no UASB.Conseqüentemente, baixa produção de lo<strong>do</strong> e uma significativa economia deenergia são vantagens da associação UASB + BF.Veronez (2001) em estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> na Estação de Tratamento de Esgotolocaliza<strong>do</strong> no Campus de Goiabeiras (ETE – <strong>UFES</strong>), composta por um reatorUASB e quatro biofiltros aera<strong>do</strong>s submersos mostram que o adensamento estabem realiza<strong>do</strong> (ST=5%) na zona de mistura <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s anaeróbio (UASB) e aeróbio(BF) a digestão <strong>do</strong>s SV <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> aeróbio é reduzida (SV=65%) e que logo acima,na região onde está situada a manta de lo<strong>do</strong>s, encontra­se lo<strong>do</strong> mais estabiliza<strong>do</strong>(SV=56%), porém com reduzidas concentrações de ST (ST=1%). Estes resulta<strong>do</strong>sindicam que o lo<strong>do</strong> aeróbio que retorna ao reator UASB está bem adensa<strong>do</strong>,porém necessita de um incremento na biodegradabilidade que permita acelerarseu processo de digestão dentro <strong>do</strong> reator (GONÇALVES, 2001).De acor<strong>do</strong> com estes resulta<strong>do</strong>s o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> comportamento da biomassapresente no reator é de fundamental importância, tanto para processos detratamentos aeróbios quanto anaeróbios, pois a eficiência na decomposição damatéria orgânica presente no efluente a ser trata<strong>do</strong> depende essencialmente daatividade microbiana.


Atualmente vem­se buscan<strong>do</strong> conhecer mais a fun<strong>do</strong> esses microorganismos, taiscomo a sua forma de agregação, os grupos pre<strong>do</strong>minantes, a função de cada umdeles dentro <strong>do</strong> processo de decomposição da matéria orgânica, a taxa derespiração microbiana e as condições essenciais à sua sobrevivência ecrescimento. A partir deste conhecimento da biomassa é possível garantir o bomfuncionamento <strong>do</strong> reator, através da manutenção de uma biomassa maisestabilizada.3.5. ASPECTOS GERAIS DA DIGESTÃO ANAERÓBIAA digestão anaeróbia é um processo biológico natural, segun<strong>do</strong> MOSEY, 1983,cita<strong>do</strong> por FORESTI, 1999, que ocorre na ausência de oxigênio molecular, no qualpopulações bacterianas interagem estreitamente para promover a fermentaçãoestável e auto­regulada da matéria orgânica, da qual resultam, principalmente, osgases metano e dióxi<strong>do</strong> de carbono.Nos sistemas de tratamento anaeróbio procura­se acelerar o processo da digestãocrian<strong>do</strong>­se condições favoráveis, como manter uma grande massa de bactériasativas e o contato intenso entre o material orgânico presente no afluente e amassa bacteriana no sistema.Segun<strong>do</strong> FORESTI (1999), o desenvolvimento de reatores fundamenta<strong>do</strong>s noprocesso anaeróbio, ocorri<strong>do</strong> nas últimas décadas, vem provocan<strong>do</strong> mudançasprofundas na concepção <strong>do</strong>s sistemas de tratamento de águas residuárias. Amaior aceitação de sistemas de tratamento anaeróbio se deve a <strong>do</strong>is fatoresprincipais: as vantagens consideradas inerentes ao processo da digestãoanaeróbia em comparação com o tratamento aeróbio e a melhoria de desempenho<strong>do</strong>s sistemas anaeróbios modernos, ten<strong>do</strong> – se um aumento muito grande nãosomente na velocidade de remoção <strong>do</strong> material orgânico, mas também na


porcentagem de material orgânico digeri<strong>do</strong>. O melhor desempenho <strong>do</strong>s sistemasanaeróbios, por sua vez, é o resulta<strong>do</strong> da melhor compreensão <strong>do</strong> processo dadigestão anaeróbia, que permitiu o desenvolvimento de sistemas modernos, muitomais eficientes que os sistemas clássicos.3.5.1. FATORES QUE INFLUENCIAM O PROCESSO DEDIGESTÃO ANAERÓBICAVários são os fatores que influenciam o desempenho da digestão anaeróbia deáguas residuárias. Dentre os fatores ambientais de maior importância noprocesso, destacam – se a temperatura, o pH, a alcalinidade e a presença deelementos nutrientes. Outros fatores, como a capacidade de assimilação decargas tóxicas, transferência de massa, sobrecargas hidráulicas e atividademetanogênica, também desempenham papel importante no processo (CAMPOS,1999).3.5.1.1. TemperaturaÉ o fator ambiental de maior importância da digestão anaeróbia. O valor datemperatura dependerá <strong>do</strong> clima da região onde o esgoto é produzi<strong>do</strong>, mas queinvariavelmente terá um valor abaixo da faixa de 30 a 35º C em regiões de climatropical. O processo de digestão pode ocorrer na faixa mesófila (temperaturaótima de 35 a 37º C) ou termófila (temperatura ótima de 57 a 62º C). A velocidadede digestão é maior a temperaturas termófilas, resultan<strong>do</strong> em lo<strong>do</strong>s maisfacilmente desidratáveis e maior taxa de remoção de patogênicos (SOUZA, 1994).Entretanto, somente a digestão mesófila é interessante no tratamento de esgoto,pelas dificuldades de se manter os eleva<strong>do</strong>s níveis de temperatura da fasetermófila em águas residuárias diluídas como o esgoto (VAN HAANDEL eLETTINGA, 1994). Além disso, as bactérias metanogênicas são bastante


sensíveis a variações de temperaturas, sen<strong>do</strong> por isso, importante que o sistemaopere sem variações significativas.3.5.1.2. Ph e AlcalinidadeO aumento da concentração de áci<strong>do</strong>s voláteis no material em digestão provoca aqueda no pH <strong>do</strong> meio, quan<strong>do</strong> a alcalinidade <strong>do</strong> sistema não é suficientementeelevada. A redução <strong>do</strong> pH a valores inferiores a 6,8 favorece o desenvolvimentodas bactérias aci<strong>do</strong>gênicas (cujo pH ótimo é de 5,5 a 6,0), prejudican<strong>do</strong> odesenvolvimento das bactérias metanogênicas (cujo pH ótimo é entre 6,7 a 7,2).Para ajuste de pH, é conveniente a utilização de cal até se atingir um pH entre 6,7a 6,8 (SOUZA, 1994). Segun<strong>do</strong> CHERNICHARO (1997), a cal é usualmente afonte mais acessível de alcalinidade, todavia, por ser bastante insolúvel, podelevar à ocorrência de sérios problemas operacionais. O bicarbonato de sódio éfácil de se manusear, é bastante solúvel e, ao contrário da cal, não requer gáscarbônico e nem eleva o pH substancialmente, quan<strong>do</strong> <strong>do</strong>sa<strong>do</strong> em excesso,entretanto, seu custo é bastante eleva<strong>do</strong>.O tratamento de esgotos sanitários em reatores anaeróbios de alta taxadificilmente exigirá cuida<strong>do</strong>s especiais com relação à manutenção <strong>do</strong> pH na faixaentre 6,5 a 7,5 mesmo que o afluente apresente pH inferior a 6,5, pois um valoradequa<strong>do</strong> e estável <strong>do</strong> pH é obti<strong>do</strong> naturalmente, devi<strong>do</strong> à pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong>­ 2­sistema carbônico (H 2 CO 3 , HCO 3 , CO 2 ) nesses efluentes (CAMPOS, 1999).3.5.1.3. Capacidade de assimilação a cargas tóxicasA sensibilidade <strong>do</strong>s processos anaeróbios a cargas tóxicas dependesignificativamente <strong>do</strong> parâmetro operacional tempo de retenção celular ou idadede lo<strong>do</strong>. Quanto maior o tempo de retenção celular, maior é a capacidade <strong>do</strong>reator de assimilar cargas tóxicas. Para reatores anaeróbios com temperatura na


faixa de 20 a 30º C, é aconselhável que o tempo de retenção celular seja daordem de 50 dias ou mais (CAMPOS, 1999).Os compostos tóxicos que podem estar presentes no esgoto são sulfeto eoxigênio dissolvi<strong>do</strong>. O oxigênio pode ser induzi<strong>do</strong> no reator juntamente com oesgoto afluente. O contato <strong>do</strong> oxigênio com o lo<strong>do</strong> metanogênico inibe suaatividade. Entretanto, se a aeração não for muito intensa, o oxigênio introduzi<strong>do</strong>será removi<strong>do</strong> pelas bactérias aci<strong>do</strong>gênicas e não haverá a ação tóxica. O sulfetopode ser forma<strong>do</strong> no reator pela redução de sulfato. A concentração que se podeesperar no esgoto é normalmente inferior aos valores tóxicos, estan<strong>do</strong> na faixa de50 a 200 mg/l. (VAN HAANDEL e LETTINGA, 1994).VIEIRA e GARCIA (1992), depararam – se a concentração de pico da ordem de400 mgSO 4 /l (com q de 7,2 a 7,0 horas). Esses valores resultaram no decréscimode 10% na remoção de DQO, DBO 5 e SST, refletin<strong>do</strong> também na qualidade <strong>do</strong>efluente. OLIVA (1997), operan<strong>do</strong> um reator anaeróbio de manta de lo<strong>do</strong> (UASB)tratan<strong>do</strong> esgotos sanitários, em diferentes horários, as quais foram associadas adescargas de efluentes industriais, o desempenho <strong>do</strong> reator não foisignificativamente altera<strong>do</strong>.3.5.1.4. NutrientesNitrogênio (N), e fósforo (P) são os nutrientes essenciais em to<strong>do</strong>s os processosbiológicos. A quantidade de N e P, em relação à matéria orgânica presente(expressa como DQO, por exemplo), depende da eficiência <strong>do</strong>s microrganismosem obter energia para síntese, a partir das reações bioquímicas de oxidação <strong>do</strong>substrato orgânico. A baixa velocidade de crescimento <strong>do</strong>s microrganismosanaeróbios, compara<strong>do</strong>s aos aeróbios, resulta em menor demanda nutricional.


Em geral, admite – se que a relação DQO:N:P de 500:5:1 é suficiente paraatender às necessidades de macronutrientes <strong>do</strong>s microrganismos anaeróbios(SPEECE, 1996, apud CAMPOS, 1999).Além de N e P, o enxofre (S), é também considera<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s nutrientes essenciaispara a metanogênese. Em geral, a concentração de S deve ser da mesma ordemde grandeza ou levemente superior à de P.Dentre os micronutrientes considera<strong>do</strong>s essenciais, destacam – se o ferro, ocobalto, o níquel e o zinco. DAMIANOVIC (1992), faz referências a váriostrabalhos nos quais comprovou – se que a presença desses micronutrientesestimulou os processos anaeróbios. O efeito estimulante de metais traços foiobserva<strong>do</strong> principalmente em experimentos de crescimento de culturas delaboratório. O único metal traço testa<strong>do</strong> em reatores de grande porte foi o ferro,com excelentes resulta<strong>do</strong>s.3.5.1.5. Sobrecargas hidráulicasOLIVA (1997), ao submeter um reator anaeróbio de manta de lo<strong>do</strong> (UASB)protótipo e sobrecargas hidráulicas correspondentes ao <strong>do</strong>bro da vazão normal,pelo perío<strong>do</strong> de duas horas, observou o aumento significativo na DQO efluente.Esse aumento foi crescente durante o perío<strong>do</strong> de aplicação da sobrecargahidráulica, decrescen<strong>do</strong> gradativamente após sua interrupção.Embora não tenha si<strong>do</strong> provável modelar a resposta <strong>do</strong> reator, o efeito maior foirelaciona<strong>do</strong> com a perda de sóli<strong>do</strong>s orgânicos no afluente, enquanto a fração daDQO solúvel apresentou variações menos significativas. Portanto, o arraste desóli<strong>do</strong>s é um <strong>do</strong>s problemas a que estão sujeitos os reatores submeti<strong>do</strong>s asobrecargas hidráulicas.


3.6. MICROBIOLOGIA DA DIGESTÃO ANAERÓBIADe acor<strong>do</strong> com CHERNICHARO (1997), a digestão anaeróbia é um processobioquímico complexo onde diversos grupos de microrganismos trabalhaminterativamente na conversão da matéria orgânica complexa em metano, gáscarbônico, água, gás sulfídrico e amônia, além de novas células bacterianas.Os organismos da biodigestão anaeróbia apresentam um eleva<strong>do</strong> grau deespecialização metabólica. A eficiência <strong>do</strong> processo anaeróbio depende, portanto,das interações positivas entre as diversas espécies bacterianas, com diferentescapacidades degradativas. Os intermediários metabólicos de um grupo debactérias podem servir como nutrientes ao crescimento de outras espécies. Assim,observa­se a ocorrência de várias reações de degradação <strong>do</strong>s compostosorgânicos e a dependência das mesmas da presença <strong>do</strong> hidrogênio forma<strong>do</strong> nosistema.Os microrganismos que participam <strong>do</strong> processo de decomposição anaeróbiapodem ser dividi<strong>do</strong>s em três importantes grupos, com comportamentos fisiológicosdistintos:‣ Bactérias fermentativas: transformam, por hidrólise, os polímeros emmonômeros, e estes em acetato, hidrogênio, dióxi<strong>do</strong> de carbono, áci<strong>do</strong>sorgânicos de cadeia curta, aminoáci<strong>do</strong>s e outros subprodutos como a glicose;‣ Bactérias acetogênicas: são produtoras de hidrogênio, o qual converte osprodutos gera<strong>do</strong>s no primeiro grupo (aminoáci<strong>do</strong>s, açúcares, áci<strong>do</strong>s orgânicose álcoois) em acetato, hidrogênio e dióxi<strong>do</strong> de carbono;‣ Microrganismos metanogênicos: constituídas por <strong>do</strong>is diferentes grupos.Onde um grupo usa o acetato, transforman<strong>do</strong> – o em metano e dióxi<strong>do</strong> decarbono, enquanto o outro produz metano, através da redução <strong>do</strong> dióxi<strong>do</strong> de


carbono. Sen<strong>do</strong> que os produtos finais <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> grupo (bactérias acetogênicas)são os substratos essenciais para este.Uma representação esquemática <strong>do</strong>s grupos bacterianos e fases da digestãoanaeróbia é mostrada na figura abaixo.Orgânicos Complexos(carboidratos, proteínas, lipídeos)Orgânicos SimplesBactérias Fermentativas(Hidrólise)(açúcares, aminoáci<strong>do</strong>s, peptídeos)Áci<strong>do</strong>s Orgânicos(propionato, butirato, etc)Bactérias Fermentativas(Aci<strong>do</strong>gênicas)Bactérias Acetogênicas(Acetogênese)H 2 + CO 2MicrorganismosMetanogênicosAcetatoMetanogênicas hidrogenotróficasCH 4 + CO 2Metanogênicas acetoclásticasFigura 3.1: Representação esquemática simplificada da digestão anaeróbia de substratoscomplexos. Adapta<strong>do</strong> de CHERNICHARO (1997).Embora o processo de digestão anaeróbia seja simplificadamente considera<strong>do</strong>como de duas fases, este pode ser subdividi<strong>do</strong> em quatro fases principais, como aseguir:


3.6.1. HidróliseÉ a primeira fase no processo de degradação anaeróbia, consiste na hidrólise demateriais particula<strong>do</strong>s complexos (polímeros) em materiais dissolvi<strong>do</strong>s maissimples (moléculas menores) e é efetua<strong>do</strong> pela interferência das exo­enzimas quesão excretadas pelas bactérias fermentativas hidrolíticas. As proteínas sãodegradadas por meio de poli – peptídeos para formar aminoáci<strong>do</strong>s. Oscarboidratos se transformam em açúcares solúveis (mono e dissacarídeos) e oslipídios são converti<strong>do</strong>s em áci<strong>do</strong>s graxos de longa cadeia de carbono (C15 aC17) e glicerina. A velocidade da hidrólise usualmente ocorre de forma lenta,sen<strong>do</strong>, por conseguinte lenta a formação <strong>do</strong> biogás (LETTINGA et al. 1997).3.6.2. Aci<strong>do</strong>gêneseOs produtos dissolvi<strong>do</strong>s, gera<strong>do</strong>s no processo de hidrólise são absorvi<strong>do</strong>s nascélulas das bactérias fermentativas e após a aci<strong>do</strong>gênese, excretadas comosubstâncias orgânicas simples como áci<strong>do</strong>s graxos voláteis, álcoois, áci<strong>do</strong> lático,gás carbônico, hidrogênio, amônia e sulfeto de hidrogênio, além de novas célulasbacterianas. Como os áci<strong>do</strong>s voláteis são o principal produto <strong>do</strong>s organismosfermentativos, estes são usualmente designa<strong>do</strong>s de bactérias fermentativasaci<strong>do</strong>gênicas. Segun<strong>do</strong> VAN HAANDEL & LETTINGA (1994), a fermentaçãoaci<strong>do</strong>gênica é realizada por um grupo diversifica<strong>do</strong> de bactérias, na maioriaanaeróbia obrigatória. Algumas são facultativas e podem metabolizar materialorgânico por via oxidativa.3.6.3. AcetogêneseSão responsáveis pela oxidação <strong>do</strong>s produtos gera<strong>do</strong>s na fase aci<strong>do</strong>gênica emsubstrato apropria<strong>do</strong> para as bactérias metanogênicas. Dessa forma, as bactériasacetogênicas fazem parte de um grupo metabólico intermediário, que produzsubstrato para as metanogênicas. Os produtos gera<strong>do</strong>s pelas acetogênicas são:acetato, H 2 e CO 2 . Durante a formação <strong>do</strong>s áci<strong>do</strong>s acético e propiônico, uma


grande quantidade de H 2 é formada, geran<strong>do</strong> um decréscimo no pH. Há duasmaneiras pelas quais o hidrogênio é consumi<strong>do</strong> no meio: a primeira é através dasbactérias metanogênicas, que utilizam hidrogênio e dióxi<strong>do</strong> de carbono paraproduzir metano; e através da formação de áci<strong>do</strong>s orgânicos tais como propiônicoe butírico, áci<strong>do</strong>s estes forma<strong>do</strong>s através da reação <strong>do</strong> hidrogênio com dióxi<strong>do</strong> decarbono e áci<strong>do</strong> lático. De to<strong>do</strong>s os produtos metaboliza<strong>do</strong>s pelas aci<strong>do</strong>gênicas,apenas o hidrogênio e o acetato podem ser utiliza<strong>do</strong>s diretamente pelasmetanogênicas. Porém, pelo menos 50% da DQO biodegradável é convertida empropionato e butirato, os quais são posteriormente decompostos em acetato ehidrogênio pela ação das acetogênicas (CHERNICHARO, 1997).3.6.4. MetanogêneseÉ a etapa final <strong>do</strong> processo de degradação anaeróbia de compostos orgânicos emmetano e dióxi<strong>do</strong> de carbono, sen<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> através <strong>do</strong>s microrganismosmetanogênicos. Em função da sua afinidade por substrato e magnitude deprodução de metano, as metanogênicas são divididas em <strong>do</strong>is grupos principais,um que forma metano a partir de áci<strong>do</strong> acético ou metanol, e o segun<strong>do</strong> queproduz metano a partir de hidrogênio e dióxi<strong>do</strong> de carbono, como a seguir(CHERNICHARO, 1997):· Metanogênicas acetoclásticas: segun<strong>do</strong> SOUBES (1994), apenas poucasespécies são capazes de formar metano a partir <strong>do</strong> acetato, estas sãonormalmente os microrganismos pre<strong>do</strong>minantes na digestão anaeróbia. Sãoresponsáveis por 60 a 70% de toda a produção de metano. Pertencem a <strong>do</strong>isgêneros principais: Methanosarcina e Methanosaeta (Methanotrix).· Metanogênicas hidrogenotróficas: Ao contrário das acetoclásticas,praticamente todas as espécies conhecidas de bactérias metanogênicas sãocapazes de produzir metano a partir de hidrogênio e dióxi<strong>do</strong> de carbono. Osgêneros mais frequentemente isola<strong>do</strong>s em reatores anaeróbios sãoMethanobacterium, Methanospirillum e Methanobrevibacter.


3.7. FUNDAMENTOS DA HIDRÓLISE DE LODOSSegun<strong>do</strong> CASSINI et al (2003), os lo<strong>do</strong>s gera<strong>do</strong>s em sistemas de tratamento deesgotos sanitários são constituí<strong>do</strong>s, fundamentalmente, de duas frações: água esóli<strong>do</strong>s totais (ST) em concentrações varian<strong>do</strong> de 2 a 6%. A fração sólida <strong>do</strong>material orgânico resultante das ações de tratamento <strong>do</strong> esgoto <strong>do</strong>méstico érepresenta<strong>do</strong> pelos sóli<strong>do</strong>s voláteis (SV) ou biomassa microbiana e complexagama de polímeros extracelulares (EPS) que se acumulam nesse meio.A hidrólise, em um contexto geral, refere – se ao processo de ruptura ou quebrade moléculas orgânicas complexas, caracterizadas pelos polímeros decarboidratos, proteínas, lipídeos e suas combinações, converten<strong>do</strong> – os emmoléculas menores passíveis de assimilação e utilização pelas célulasmicrobianas. Nos sistemas de tratamento de esgotos, o principal objetivo <strong>do</strong>sprocessos hidrolíticos é a conversão de substratos lentamente biodegradáveis emsubstratos disponíveis para o metabolismo celular, processo este denomina<strong>do</strong> debiodisponibilização.MORGENROTH et al (2002) afirma que durante o processo de digestão anaeróbiade componentes complexos como águas residuárias e lo<strong>do</strong>s orgânicos, oprocesso hidrolítico é o primeiro passo, geralmente o limitante, de to<strong>do</strong> oprocesso. Na prática, o termo hidrólise pode ter várias conotações físicas,químicas e biológicas. O aspecto químico envolve a quebra de ligaçõesmoleculares com adição ou consumo de água. Na biologia e engenharia sanitária,os processos hidrolíticos envolvem quase sempre o conceito de “quebra desubstratos” ou “destruição de sóli<strong>do</strong>s”, geralmente orgânicos até cadeias demenores tamanhos, mais solúveis, que podem ser subseqüentemente utiliza<strong>do</strong>s edegrada<strong>do</strong>s pelos microrganismos presentes no meio.Segun<strong>do</strong> MIRON et al (2000), consideran<strong>do</strong> as várias etapas da digestãoanaeróbia, a hidrólise é ainda o passo menos defini<strong>do</strong>. Os principais gêneros das


actérias hidrolíticas, isoladas de lo<strong>do</strong> de esgoto e de rúmem, são:Peptostreptococcus, Peptococcus, Eubacterium, Lactobacillus, Bacteroides,Ruminococcus, Clostridium, Butyrivibrio, Succinimonas e Lachinospira (NOVAES,1985).A taxa de degradação <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> de esgoto ativa<strong>do</strong> é relativamente baixa e ahidrólise é considerada como o ponto limitante em to<strong>do</strong> o processo de digestãoanaeróbia (LI e NOIKE, 1992). Existem diversas causas para essa pequena taxade degradação, a velocidade <strong>do</strong> processo é limitada pela hidrólise das partículasorgânicas, os microrganismos anaeróbios facultativos não são afeta<strong>do</strong>s noprocesso de degradação anaeróbia e algumas matérias orgânicas não sãobiodegradadas (MÜLLER et al., 1998).Sob o ponto de vista químico, a hidrólise significa a quebra de longas cadeiasbiomoleculares através de reações com a água. As cadeias menores produzidaspela hidrólise, as quais são solúveis, podem ser facilmente convertidas em biogásatravés de microrganismos anaeróbios (SCHIEDER et al., 2000).Biologicamente, a hidrólise ocorre através da influência das enzimas. Paradiversos tipos de substratos, especialmente para sóli<strong>do</strong>s, a hidrólise éfreqüentemente a etapa mais lenta e mais limitante <strong>do</strong> processo de biodegradaçãoanaeróbia (SCHIEDER et al., 2000).O processo metanogênico é geralmente limita<strong>do</strong> pela taxa de hidrólise <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>ssuspensos e orgânicos, isto é de particular importância durante o tratamentoanaeróbio <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s de esgoto. O que significa que um prétratamentomais eficiente <strong>do</strong>s substratos, pode torná­los mais acessíveis para asbactérias anaeróbias, otimizan<strong>do</strong> o potencial metanogênico <strong>do</strong>s resíduos trata<strong>do</strong>s(DOHÁNYOS e ZÁBRANSKÁ, 2001).


A biodegradabilidade <strong>do</strong>s substratos é baseada, principalmente, no acesso dasenzimas a estes substratos. A desintegração e a redução das partículas desóli<strong>do</strong>s, presentes no lo<strong>do</strong> de esgoto, cria uma nova estrutura onde ocorre abiodegradação e a liberação <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> das células bacterianas (lise celular),favorecen<strong>do</strong> a atuação das enzimas (DOHÁNYOS e ZÁBRANSKÁ, 2001).A lise celular é a liberação <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> das células bacterianas dentro <strong>do</strong> líqui<strong>do</strong>celular depois da destruição da parede celular; não representa apenas um melhoracesso e degradação <strong>do</strong>s compostos orgânicos, mas também pode conteralgumas enzimas e co­fatores com alguma atividade remanescente. A lise celularpode acelerar a reação de degradação e conseqüentemente reter energia pelabiossíntese (DOHÁNYOS et al., 1999).A lise celular ocorre durante a fase endógena <strong>do</strong> crescimento bacteriano, onde osnutrientes das células mortas se difundem no meio, alimentan<strong>do</strong> as célulasrestantes (METCALF e EDDY, 1991).A lise mais eficiente é a das bactérias que estão ativas no processo dedegradação (lise primária). No caso da fermentação anaeróbia, com a formaçãode metano, a lise que ocorre é proveniente da digestão anaeróbia <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> deesgoto.A desintegração ou o tratamento térmico de algumas biomassas, que devem serdigeridas (isto é, excesso de lo<strong>do</strong> ativa<strong>do</strong>, biomassa provenientes de indústriasfarmacêuticas ou alimentícias) produzem uma lise secundária que resulta em umamelhoria da biodegradabilidade (DOHÁNYOS et al., 1999).O lo<strong>do</strong> de esgoto biológico contém mais de 60% de células bacterianas, que sãolentamente degradáveis (KEEP et al., 2001). A degradabilidade <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> de esgotobiológico está entre 70% e 80% e para o lo<strong>do</strong> digeri<strong>do</strong> está entre 35% e 55%(KROGMAM, 2001). O resulta<strong>do</strong> da digestão <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> é a sua estabilização parcial,


o qual tem grande viscosidade e baixa drenabilidade. Diversas tentativas têm si<strong>do</strong>desenvolvidas para aumentar a digestão <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> biológico através de váriosméto<strong>do</strong>s de desintegração e hidrólise <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> (KEEP et al., 2001).3.8. Méto<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s para biodegradabilidade e desintegraçãode lo<strong>do</strong>Nos últimos anos, diversos processos para aumentar a biodegradação <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> deesgoto, têm si<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong>s. A comparação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s é difícil, pois osautores não examinam o mesmo tipo de lo<strong>do</strong> e empregam diferentes méto<strong>do</strong>sanalíticos. No intuito de comparar os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s diversos méto<strong>do</strong>s de pré –tratamento, diferentes meios de desintegração estão sen<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>s ecompara<strong>do</strong>s com relação à liberação de matéria orgânica dentro da dissolução eda biodegradabilidade anaeróbia no tratamento de lo<strong>do</strong> (SCHEMINSKI et al.,1999).Vários méto<strong>do</strong>s de desintegração têm si<strong>do</strong> investiga<strong>do</strong>s a fun<strong>do</strong>, dentre elespodem ser cita<strong>do</strong>s (MÜLLER, 1999; DOHÁNYOS e ZÁBRANSKÁ, 2001; TANAKAe KAMIYAMA, 2001):Desintegração mecânica: com utilização de ultra­som, trituração ehomogeneização;Tratamento químico: com destruição <strong>do</strong>s compostos orgânicos complexosatravés de fortes minerais áci<strong>do</strong>s e básicos; e processos oxidativos, com utilizaçãode ozônio e peróxi<strong>do</strong> de hidrogênio;Tratamentos biológicos: com utilização de enzimas;Tratamento termoquímico: o lo<strong>do</strong> das estações de tratamento de esgoto são pré– trata<strong>do</strong>s por autoclave a 130ºC por 5 minutos após ser adiciona<strong>do</strong> NaOH.Tratamento térmico: especialmente em temperaturas entre 40 e 170ºC. Otratamento térmico pode dividir e decompor uma parcela significante da fração de


sóli<strong>do</strong>s fixos <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>, resultan<strong>do</strong> em sóli<strong>do</strong>s solúveis, os quais são moléculas commenos complexidade.Estes méto<strong>do</strong>s de tratamento são aplica<strong>do</strong>s para melhorar os seguintesparâmetros nos processos de tratamento de esgoto e de lo<strong>do</strong> (MÜLLER, 1999):‣ Estabilização: Diminuir o tempo de estabilização <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> e aumentar a taxa dedegradação na digestão aeróbia e anaeróbia, pela dissolução da matériaorgânica;‣ Escuma e densidade: Evitar a formação de escuma na aeração e nostanques de decantação secundária, melhoran<strong>do</strong> a sedimentação, redução edecantação <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> ao rompimento <strong>do</strong>s filamentos <strong>do</strong>s microrganismospela desintegração mecânica;‣ Condicionamento e desaguamento: Elevar a concentração teor de sóli<strong>do</strong>s<strong>do</strong> lo<strong>do</strong> desagua<strong>do</strong> e reduzir o total a ser condiciona<strong>do</strong>, devi<strong>do</strong> à redução daágua livre da matriz <strong>do</strong> mesmo depois <strong>do</strong> tratamento térmico;‣ Remoção de nitrogênio: Substituição das fontes externas de carbono peloprocesso de desnitrificação, pela desintegração <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> com alto teor decarbono orgânico dissolvi<strong>do</strong>;‣ Reciclagem de nitrogênio e fósforo: Melhoramento da eficiência técnica eeconômica nos processos de reciclagem devi<strong>do</strong> ao aumento da concentraçãode compostos dissolvi<strong>do</strong>s no lo<strong>do</strong>;‣ Disposição: Redução <strong>do</strong> total de lo<strong>do</strong> a ser disposto, devi<strong>do</strong> ao aumento daestabilização e <strong>do</strong> reuso <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> nos processos de tratamento de esgoto.O propósito da desintegração <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> de esgoto é romper os componentes dascélulas com o intuito de estabilizar o lo<strong>do</strong> mais rapidamente e extensamente e,assim, reduzir os problemas de escuma. A operacionalização das áreas dedesintegração de lo<strong>do</strong> de esgoto está aperfeiçoan<strong>do</strong> a estabilização anaeróbia,fornecen<strong>do</strong> uma fonte interna de hidrogênio para o processo de desnitrificação euma melhoria na sedimentação <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> de esgoto (MÜLLER, 2001).


3.8.1. Processos de desintegração mecânicaA desintegração mecânica de lo<strong>do</strong> de esgoto se resume na pressurização <strong>do</strong>mesmo através de forças extremas. As forças físicas, químicas e biológicas,podem ser aplicadas nesta desintegração. O efeito destas forças é adecomposição das estruturas floculentas <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> e/ou o colapso <strong>do</strong>smicrorganismos incorpora<strong>do</strong>s ao mesmo. Este processo possibilita a diminuição<strong>do</strong> tamanho das partículas <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> e também, a quebra <strong>do</strong>s componentes <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>orgânico na fase líquida (MÜLLER, 2001).A desintegração mecânica <strong>do</strong> excesso de lo<strong>do</strong> de esgoto tem se mostra<strong>do</strong> um prétratamentocapaz de aumentar a degradação anaeróbia <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s voláteis <strong>do</strong>lo<strong>do</strong> de esgoto e, conseqüentemente, aumentar o processo de decomposição(ENGELHART et al., 1999).3.8.2. Tratamento químicoA hidrólise química de lo<strong>do</strong>s orgânicos inclui principalmente os tratamentos áci<strong>do</strong>e alcalino. Esse tipo de tratamento age principalmente sobre a biomassa (SV/ST),promoven<strong>do</strong> a desintegração de partículas e complexos atacan<strong>do</strong> principalmenteas proteínas, enquanto carboidratos e lipídeos são pouco afeta<strong>do</strong>s (MÕNNICH,1998).O pré­tratamento alcalino é um processo químico que pode ser utiliza<strong>do</strong> nahidrólise e decomposição de lipídeos, hidrocarbonos e proteínas transforman<strong>do</strong>­osem substâncias menores e solúveis, tais como áci<strong>do</strong>s alifáticos, polissacarídeos eaminoáci<strong>do</strong>s (CHIU et al., 1997).A Tabela 3.2. resume os resulta<strong>do</strong>s de solubilização da DQO de vários estu<strong>do</strong>s detratamento alcalino de lo<strong>do</strong>s, to<strong>do</strong>s com 1% ST. Pode – se notar que a hidrólise


alcalina <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s tem o potencial de solubilizar a fração DQO, evidencia<strong>do</strong> peloincremento da relação DQO filtrada /DQO total varian<strong>do</strong> de 25 a 89%. As melhoresrelações de incremento da relação DQO filtrada /DQO total foram obtidas por ABREU etal (2003) utilizan<strong>do</strong> lo<strong>do</strong> anaeróbio com 1 % de ST e 20 a 60 meq/l de NaOH por 8horas. Estes valores foram equivalentes aos processos hidrolíticos utilizan<strong>do</strong>desintegração mecânica com ultra – som além da hidrólise alcalina.Tabela 3.2: Resulta<strong>do</strong>s de solubilização da DQO em vários estu<strong>do</strong>s de hidrólise alcalina de lo<strong>do</strong>s.Tipo de lo<strong>do</strong> NaOH T (°C) Tempo (h) DQOfilt/DQOtot Referência(1% de ST) (meq/L) (D %)Lo<strong>do</strong> ativa<strong>do</strong> 250 175 24 68 Haug et al. (1978)Lo<strong>do</strong> ativa<strong>do</strong> municipal50201244Rajan et al. (1989)38 43Lo<strong>do</strong> ativa<strong>do</strong> 40 ­ 24 36 Liao (1993)Lo<strong>do</strong> primário + lo<strong>do</strong> ativa<strong>do</strong> 12,5 ­ 0,5 45 Kenzevic et al. (1994)Lo<strong>do</strong> ativa<strong>do</strong>40 ­ 24 28USª + 40 ­ ­ 81Huang (1995)Lo<strong>do</strong> ativa<strong>do</strong> <strong>do</strong>méstico 40 ambiente 24 36 Chiu et al. (1997)40 + US ­ ­ 89Lo<strong>do</strong> ativa<strong>do</strong> <strong>do</strong>méstico40 25 24 40 Lin et al. (1997)Lo<strong>do</strong> ativa<strong>do</strong> industrial 30 25 24 25 Lin et al. (1998)Lo<strong>do</strong> ativa<strong>do</strong> municipal 40 ambiente 24 55 Lin et al. (1999)Lo<strong>do</strong> ativa<strong>do</strong> municipal 40 ambiente 10 31 Chang et al. (2002)Lo<strong>do</strong> aeróbio (BF)20 ambiente 8 6560 ambiente 8 81Abreu et al. (2003)Lo<strong>do</strong> anaeróbio (UASB)20 ambiente 8 60100 ambiente 8 69Abreu et al. (2003)Fonte: Cassini et al., 2003.A hidrólise alcalina aplicada em lo<strong>do</strong>s anaeróbios da ETE­<strong>UFES</strong>, provocou umincremento maior no teor de DQO solúvel quan<strong>do</strong> comparada com a hidróliseácida. Devi<strong>do</strong> à baixa eficiência no tratamento áci<strong>do</strong>, a maioria <strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>resutiliza a hidrólise ácida em associação com um ou outro tratamento ou preferem autilização da hidrólise alcalina, principalmente com hidróxi<strong>do</strong> de sódio, como ummecanismo mais eficiente de solubilização da matéria orgânica (ABREU, 2003).


A hidrólise age primariamente sobre a matéria orgânica em suspensão presenteno lo<strong>do</strong>. Dessa forma, a fração <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s voláteis que se encontra emsuspensão é transferida para o compartimento solúvel, resultan<strong>do</strong> assim naredução <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s suspensos totais.A Tabela 3.3 apresenta da<strong>do</strong>s que comprovam maior eficiência na redução deSSV pelos processos hidrolíticos alcalinos quan<strong>do</strong> esses são compara<strong>do</strong>s com osprocessos áci<strong>do</strong>s, no entanto, não há diferenças significativas entre as alturas <strong>do</strong>reator UASB (0,25m e 1,25m).Tabela 3.3: Comparação entre a porcentagem de redução de sóli<strong>do</strong>s suspensos voláteis paralo<strong>do</strong>s anaeróbios <strong>do</strong> reator UASB (alturas 0,25m e 1,25m), submeti<strong>do</strong>s a processos hidrolíticosalcalinos e áci<strong>do</strong>s.Hidrólise AlcalinaHidrólise ÁcidaSSV (% redução)0,25m 1,25m 0,25m 1,25m12,4 11,0 0,9 5,3Esse resulta<strong>do</strong> é importante, pois indica que esses tratamentos promovem umaredução na massa final de sóli<strong>do</strong>s <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>, consideran<strong>do</strong> que os sóli<strong>do</strong>ssolubiliza<strong>do</strong>s serão digeri<strong>do</strong>s numa posterior etapa, como ocorre na ETE ­ <strong>UFES</strong>com o lo<strong>do</strong> de descarte.Estu<strong>do</strong>s de CHANG et al. (2002), utilizan<strong>do</strong> 40 meq/L de NaOH para hidrolisarlo<strong>do</strong> ativa<strong>do</strong> com 0,5%, 1%, 1,5% e 2% ST, mostrou que a taxa de solubilizaçãodiminuiu com o aumento <strong>do</strong> teor de sóli<strong>do</strong>s no lo<strong>do</strong>. E segun<strong>do</strong> ABREU (2003),quanto mais concentra<strong>do</strong> for o lo<strong>do</strong>, maior será a quantidade de DQOfilt gerada,ou seja, maior a solubilização da matéria orgânica presente no lo<strong>do</strong>. Foi verifica<strong>do</strong>ainda que a hidrólise alcalina, em lo<strong>do</strong>s anaeróbios e aeróbios, destruiupraticamente o <strong>do</strong>bro de SSV em comparação com a hidrólise ácida.


Em pH eleva<strong>do</strong>, a célula perde sua viabilidade e não consegue manter a pressãoapropriada de turgescência e então se rompe. O rompimento das células <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>dá início ao vazamento <strong>do</strong> material intracelular e conseqüentemente aumenta aconcentração de proteínas na água sobrenadante. Por outro la<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> o pH daamostra de lo<strong>do</strong> aumenta, a superfície bacteriana fica carregada negativamente,isto causa uma repulsão eletrostática o que resulta em uma dissorção de parte<strong>do</strong>s polímeros extracelulares.O tratamento com utilização de ozônio é de especial interesse dentre osprocessos químicos, pois não há necessidade de se utilizar produtos químicos e,também, não ocorre à elevação da concentração de sal no lo<strong>do</strong> (MÜLLER, 1999).A oxidação por ozônio permite a destruição das paredes celulares <strong>do</strong>smicrorganismos nos lo<strong>do</strong>s de esgoto ativa<strong>do</strong>s. Comparada com os méto<strong>do</strong>s dedesintegração mecânica, térmica e termoquímica, a oxidação por ozônio éusualmente capaz de conseguir uma taxa relativamente alta de decomposição damatéria orgânica. Durante a ozonização <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>, a decomposição da matériaorgânica pode ser descrita em <strong>do</strong>is grandes mecanismos: um é a solubilizaçãodevi<strong>do</strong> à degradação <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s suspensos no lo<strong>do</strong> e o outro é a mineralizaçãodevi<strong>do</strong> à oxidação da matéria orgânica solubilizada. A ozonização <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> deesgoto visa reduzir a massa ou o volume <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>, porém há necessidade de seutilizar uma grande <strong>do</strong>sagem de ozônio, o que resulta em um aumento significante<strong>do</strong>s custos (MÜLLER, 1999).3.8.3. Tratamento biológicoA degradação da fração orgânica de lo<strong>do</strong>s gerada em conseqüência detratamentos biológicos é realizada naturalmente e principalmente pela viaenzimática, por meio de enzimas extracelulares da própria biomassa microbianapresente no lo<strong>do</strong>. Essa fração orgânica de esgotos, representada pelos sóli<strong>do</strong>ssuspensos, tem distribuição física e composição química variada. As enzimas


extracelulares com atividade de quebra de cadeias orgânicas são genericamentedenominadas de hidrolases e liases. As hidrolases promovem quebras de ligaçõesdiversas e geralmente tem seu nome liga<strong>do</strong> ao substrato ou processos de quebra(CASSINI et al., 2003).A lise enzimática quebra os compostos das paredes celulares pela reação deenzimas catalisa<strong>do</strong>ras. Até mesmo bactérias com parede celular de granderesistência podem ser desintegradas com a utilização de enzimas, mas os custossão muito eleva<strong>do</strong>s (MÜLLER, 1999).O processo de lise enzimática é eficaz quan<strong>do</strong> combina<strong>do</strong> com méto<strong>do</strong>smecânicos, pois as enzimas se encontram no líqui<strong>do</strong> intracelular. Esse processopode causar uma lise adicional das células depois de uma desintegraçãomecânica através de autólises (DOHANYOS et al., 1999).A hidrólise biológica (T=20­25 o C; TD=2­3 dias e pH= 5.5­6) de lo<strong>do</strong> pré­precipita<strong>do</strong>foi promovida por KARLSSON et al. (1992). Os produtos da fermentação foramprincipalmente áci<strong>do</strong>s graxos voláteis, corresponden<strong>do</strong> a 9­12% da DQO total <strong>do</strong>lo<strong>do</strong>. Mais de 65% da DQO total <strong>do</strong> hidrolisa<strong>do</strong> está na forma facilmentebiodegradável.3.8.4. Tratamento termoquímicoO calor é freqüentemente utiliza<strong>do</strong> na desativação de microrganismos. Altastemperaturas podem também ser combinadas com tratamentos áci<strong>do</strong> e alcalinopara reduzir a condição de lo<strong>do</strong> em excesso. Por exemplo, a hidrólise ácidatérmica <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> é desenvolvida para produzir matéria orgânica mais apropriadapara desnitrificação (ROCHER et al., 1999).


A decomposição das partículas sólidas <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> de esgoto ativa<strong>do</strong> é muito difícil,mesmo com a digestão anaeróbia da membrana e com a ajuda de pré –tratamento físico­químico. Porém esta decomposição é melhorada em 40%quan<strong>do</strong> a digestão anaeróbia é combinada com o tratamento térmico alcalino <strong>do</strong>lo<strong>do</strong> (0,1 M NaOH, 175ºC, 1 h) (ROCHER et al., 1999).A taxa de solubilização da DQO (razão da DQO na amostra filtrada de lo<strong>do</strong> pelaDQO na amostra total) obtida pela hidrólise térmica/química, utilizan<strong>do</strong> condiçõesoperacionais típicas (TD=30­60 min; T=120­160 o C e pH


tratamento térmico destrói as paredes celulares e fazem com que as proteínasfiquem mais acessíveis para a degradação biológica. O processo de purificação deesgoto transforma as substâncias orgânicas da entrada <strong>do</strong> sistema emsubstâncias celulares, que contêm grande quantidade de proteína. Quanto mais olo<strong>do</strong> está pré – estabiliza<strong>do</strong> anaerobiamente, mais aumenta a quantidade deproteína e de gás produzi<strong>do</strong> em decorrência <strong>do</strong> pré – tratamento térmico <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>.Uma grande fração das bactérias da massa de lo<strong>do</strong> é proteína, que durante otratamento térmico, é parcialmente hidrolisada em aminoáci<strong>do</strong>s (MÜLLER, 1999).Segun<strong>do</strong> estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por HAUG et al. (1978), após a digestão <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> pré –trata<strong>do</strong> a temperatura de 175ºC, ocorreu uma maior produção de biogás edestruição <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s voláteis, porém quan<strong>do</strong> o pré – tratamento foi realiza<strong>do</strong> em47 temperaturas superiores não houve um aumento na produção de biogás,provavelmente devi<strong>do</strong> à formação de substâncias inibi<strong>do</strong>ras. A Tabela 3.4compara os diversos processos hidrolíticos apresenta<strong>do</strong>s, com algumasponderações relativas a cada um deles.Tabela 3.4: Comparação efetiva <strong>do</strong>s diversos processos hidrolíticos de lo<strong>do</strong> de esgoto.CaracterísticasHidrólise térmica Hidrólise química Hidrólise biológicaDemanda de produto (bio)químico ­ +++ +++Demanda de energia +++ + ­Possibilidade de uso de biogás +++ ­ ­Eficiência, solubilização +++ +++ ++Biodegradabilidade <strong>do</strong> hidrolisa<strong>do</strong> ++ + +++Destruição de SV ++ +++ ++Inativação de patógenos +++ ++ ­Geração de o<strong>do</strong>res +++ +++ NDTempo de detenção <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> ++ + NDComplexidade operacional ++ + +Complexidade de manutenção ++ + +Tamanho da ETE ++ a +++ + a +++ + a ++Custo de implantação +++ ++ ++(­) inexistente, (+) pouco, reduzi<strong>do</strong>, pequeno, (+ +) médio, intermediário, (+ + +) eleva<strong>do</strong>, muito,(ND) da<strong>do</strong> não disponível.Fonte: Cassini et al., 2003.


3.9. ATIVIDADE METANOGÊNICA ESPECÍFICA3.9.1. Considerações preliminaresEm to<strong>do</strong>s os sistemas de tratamento de resíduos envolven<strong>do</strong> processosbiológicos, a avaliação qualitativa e quantitativa da biomassa presente é defundamental importância (PENNA, 1994).Segun<strong>do</strong> COLLERAN et al (1991), Em se tratan<strong>do</strong> de sistemas de tratamento porprocesso de digestão anaeróbia, a complexidade <strong>do</strong> problema é ainda maior, emvirtude da presença de grupos bacterianos de diferentes espécies, muitos delesexibin<strong>do</strong> baixas taxas de crescimento e condições estritamente anaeróbias paracultivo.Pelo menos três diferentes grupos metabólicos de microrganismos estãoenvolvi<strong>do</strong>s na digestão anaeróbica de matéria orgânica a metano e dióxi<strong>do</strong> decarbono: o das bactérias fermentativas, o das acetogênicas e o dasmetanogênicas (BRYANT apud DOBBERNACK et al, 1988).O controle efetivo da digestão anaeróbia demanda uma quantificação seletiva dabiomassa ou uma avaliação da atividade metabólica <strong>do</strong>s microrganismosmetanogênicas (DOBBERNACK et al, 1988).3.9.2. Meto<strong>do</strong>logias empregadas para o testeAs primeiras considerações sobre o teste foram feitas com base em ensaios embatelada por de ZEEUW (1984), que mediu a taxa de produção de metano delo<strong>do</strong>s, a partir de uma carga orgânica e concentração de SSV (sóli<strong>do</strong>s voláteis)conhecidas. O substrato aplica<strong>do</strong> variava de uma mistura de áci<strong>do</strong>s voláteis,normalmente acético, propiônico e butírico, até o uso de um só substrato,


usualmente o acetato. Além disso, adicionam – se soluções de metais a denutrientes garantin<strong>do</strong> que não haverá limitações nutricionais para a produção demetano. Este méto<strong>do</strong> mede a produção de gás via deslocamento de líqui<strong>do</strong>,usan<strong>do</strong> uma solução de soda cáustica, em que o gás carbônico é dissolvi<strong>do</strong> nomeio. Assim, garante – se que o líqui<strong>do</strong> produzi<strong>do</strong> seja proveniente da quantidadede metano liberada pelo lo<strong>do</strong>.DOLFING & BLOEMEN (1985) propuseram o méto<strong>do</strong> basea<strong>do</strong> na análise porcromatografia gasosa <strong>do</strong> metano, produzi<strong>do</strong> no volume livre ”headspace” defrascos de soro (frascos – reatores). O gás foi amostra<strong>do</strong> com uma seringa detrava, de mo<strong>do</strong> a manter o gás na mesma pressão <strong>do</strong> frasco. Neste lo<strong>do</strong>adicionavam – se a mistura de áci<strong>do</strong>s ou, utilizavam – se os áci<strong>do</strong>s em separa<strong>do</strong>,por exemplo, só acetato, propionato, etc. Além das fontes também adicionava – seuma solução tampão anaeróbia. O uso <strong>do</strong>s áci<strong>do</strong>s voláteis individualmenteapresenta algumas vantagens, pois, através <strong>do</strong> conhecimento da degradação <strong>do</strong>smesmos pode – se estimar as taxas máximas de conversão de cada substrato, ecom isso, obter informações sobre inibição ou limitação <strong>do</strong> processo porconcentrações elevadas ou insuficientes de algum tipo de áci<strong>do</strong>. E ainda pode serútil na identificação <strong>do</strong>s gêneros de bactérias presentes no lo<strong>do</strong>.O méto<strong>do</strong> de DUBOURGUIER (1989) apud VAZOLLER (1989) é muitosemelhante ao de DOLFING & BLOEMEN (1985), sen<strong>do</strong> o mesmo princípio (poranálise cromatográfica), só que neste méto<strong>do</strong> não se usa nem solução tampão enem solução de nutrientes ou de metais. Portanto, o resulta<strong>do</strong> da atividade édenomina<strong>do</strong> atividade metanogênica específica absoluta ou real. É obtida peladiferença entre a atividade metanogênica específica aparente <strong>do</strong> substrato (frascoreator com lo<strong>do</strong> + substrato) e a atividade <strong>do</strong> frasco controle (frasco reator apenascom o lo<strong>do</strong>).JAMES et al., (1990) propuseram uma nova meto<strong>do</strong>logia utilizan<strong>do</strong> o respirômetrode Warburg. O uso <strong>do</strong> respirômetro é basea<strong>do</strong> no princípio de que, à temperatura


e volume constante de gás (no frasco), a produção de gás no respirômetro podeser facilmente medida por mudanças na pressão <strong>do</strong>s capilares <strong>do</strong> manômetro.Depois, as leituras <strong>do</strong>s manômetros são convertidas no volume de biogásproduzi<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> UMBREIT et al., (1964) apud JAMES et al., (1990). Esteméto<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> não se dispõe de cromatógrafo gasoso é o mais indica<strong>do</strong>.Outro méto<strong>do</strong> para análise da atividade metanogênica, é aquele que determina oconteú<strong>do</strong> da coenzima F420. A quantificação desta coenzima é feita usan<strong>do</strong> ométo<strong>do</strong> fluorimétrico, originalmente desenvolvi<strong>do</strong> por DELAFONTAINE et al.,(1979) apud DOLFING & MULDER (1985). Os autores encontraram umacorrelação positiva, para um número de sistemas de digestão, entre o conteú<strong>do</strong> deF420 e a atividade metanogênica específica. Entretanto, algumas discrepânciasnesta correlação foram encontradas por DOLFING & MULDER (1985). Essesautores verificaram que o conteú<strong>do</strong> de F420 de lo<strong>do</strong>s que tinham si<strong>do</strong>desenvolvi<strong>do</strong>s em diferentes fontes de carbono em reatores de manta de lo<strong>do</strong> efluxo ascendente, não apresentavam correlação com atividade metanogênicamedida com o acetato. Isto é, eles descobriram que o conteú<strong>do</strong> total da coenzimaF420 em lo<strong>do</strong>s anaeróbios não é proporcional à atividade metanogênicaespecífica total.Entretanto, posteriormente GORRIS et al., (1988) tentaram através decromatografia líquida de alta performance (HPLC), correlacionar tipos distintos decoenzima F420, chamadas: F420 – 2 (presente em espécies hidrogenotróficas) e,F420 – 4 e F420 – 5 (presentes em espécies acetotróficas). Eles encontraram altacorrelação entre a atividade metanogênica <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> conten<strong>do</strong> hidrogenotróficas ouacetotróficas, e seus respectivos cofatores. Embora esta meto<strong>do</strong>logia sejaextremamente válida, ela se restringe a certas espécies de bactériasmetanogênicas hidrogenotróficas e acetotróficas, tornan<strong>do</strong> – se, portanto, limitada.Os testes de atividade metanogênica específica devem, na medida <strong>do</strong> possível,serem acompanha<strong>do</strong>s por análises que monitorem a degradação <strong>do</strong> substrato e a


composição <strong>do</strong> biogás. Estas análises, aliadas a ensaios microbiológicos ebioquímicos, como identificação e contagem <strong>do</strong> NMP de bactérias e quantidade decoenzima F420, aumentam em muito a potencialidade de resposta desseparâmetro (de ZEEUW, 1984).3.9.3. Importância da avaliação da atividade metanogênicaespecíficaA principal importância da determinação da atividade metanogênica específicabaseia – se no fato de que este parâmetro pode fornecer informações muito úteissobre a digestão anaeróbia, através de um ensaio relativamente simples e rápi<strong>do</strong>(de ZEEUW, 1984).Como as medidas da atividade metanogênica dão respostas a respeito dapotencialidade da biomassa ativa presente nos lo<strong>do</strong>s, esta sua característica temsi<strong>do</strong> utilizada em diversos estu<strong>do</strong>s. Como por exemplo, no acompanhamento dapartida de reatores anaeróbios (de ZEEUW, 1994).VALCKE & VERSTRAETE (1983) utilizaram – se de medidas da atividademetanogênica específica para estimar a porcentagem de biomassa acetoclástica(utiliza<strong>do</strong>ras de acetato, como substrato) em lo<strong>do</strong>s anaeróbios.Já DOLFING & BLOEMEN (1985) estenderam esta proposta para estimar osdiferentes grupos fisiológicos presentes nos lo<strong>do</strong>s, através de medidas daatividade metanogênica frente a substratos específicos.Nos estu<strong>do</strong>s de inibição e toxicidade, as medidas de atividade foram largamenteempregadas, como por exemplo, de ZEEUW (1984) estu<strong>do</strong>u a inibição dadigestão anaeróbia por substâncias tais como oxigênio e sulfeto. Enquanto


DOLFING & BLOEMEN (1985), estudaram a inibição da atividade por compostoscomo cloreto de sódio e amônia.SOTO et al., (1993) estudaram a distribuição da biomassa ativa em filtrosanaeróbios mesofílicos e termofílicos, ambos em escala de laboratório. Através dedeterminações da atividade metanogênica, eles mostraram que a biomassa nofiltro anaeróbio mesofílico se distribuía uniformemente, tanto agrega<strong>do</strong> ao suportequanto dispersa nos interstícios <strong>do</strong> leito de pedras. Já no filtro termofílico, amaioria da biomassa encontrava – se presa ao suporte na forma de biofilmes.COLLERAN et al., (1991) investigaram os efeitos sobre a atividade <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>,quan<strong>do</strong> armazena<strong>do</strong> seco à 4ºC e mistura<strong>do</strong>s a crioprotetores. Estu<strong>do</strong>s dessanatureza são importantes quan<strong>do</strong> se pretende estocar lo<strong>do</strong>s de boa qualidadepara futuras inoculações, ou armazenar lo<strong>do</strong>s padrões que sirvam de referênciapara testes de biodegradabilidade anaeróbia.VALCKE & VERSTRAETE (1983) também observaram variações na atividade <strong>do</strong>slo<strong>do</strong>s, quan<strong>do</strong> armazena<strong>do</strong>s de 10ºC a 15ºC durante poucas semanas.


4. MATERIAL E MÉTODOS4.1. GENERALIDADESEsta pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Saneamento (LABSAN),localiza<strong>do</strong> no <strong>Centro</strong> Tecnológico da <strong>Universidade</strong> <strong>Federal</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo, noperío<strong>do</strong> de janeiro de 2004 a fevereiro de 2005.4.2. DESCRIÇÃO DA ETE – <strong>UFES</strong>A Estação de Tratamento de Esgotos Experimental (ETE­<strong>UFES</strong>) está localizadano Campus da <strong>Universidade</strong> <strong>Federal</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo, em Vitória/ES (Figura 4.1).A estação foi projetada para atender uma população de 1000 habitantes, operacom uma vazão média de 1,0 l/s e é composta por uma elevatória, um reatorUASB, 03 biofiltros aera<strong>do</strong>s submersos (BFs) operan<strong>do</strong> no tratamento secundárioe 01 filtro terciário.Figura 4.1: Vista geral da Estação de Tratamento de Esgoto – ETE <strong>UFES</strong>


O esgoto bruto que chega a ETE­<strong>UFES</strong> é recalca<strong>do</strong> por meio de uma bombasubmersível localizada na elevatória da Companhia Espírito Santense deSaneamento, no bairro de Jardim da Penha e fica armazena<strong>do</strong> na elevatória,seguin<strong>do</strong> posteriormente para o reator UASB e depois para os biofiltros aera<strong>do</strong>ssubmersos. O lo<strong>do</strong> de lavagem <strong>do</strong>s biofiltros aera<strong>do</strong>s submersos é recircula<strong>do</strong>para o reator UASB para posterior digestão.Esgoto BrutoEle vatór iaLo<strong>do</strong> de LavagemDescarte delo<strong>do</strong>Reator UASBBiofiltrosLeitodeSecagemLeitodeSecagemEfluente Trata<strong>do</strong>Reator UVRes e rvFigura 4.2: Fluxograma da ETE <strong>UFES</strong> (1000 habitantes)Fonte: Sant’Ana, 2001.O reator UASB desse sistema (Figuras 4.3 e 4.4), possui volume de 26,5 m 3 , comseção quadrada de 2,3m de la<strong>do</strong> e altura de 5m, e 12 torneiras (6 de cada la<strong>do</strong> <strong>do</strong>reator) que permitem a coleta de lo<strong>do</strong> ao longo da altura <strong>do</strong> reator para futuraavaliação <strong>do</strong> perfil de sóli<strong>do</strong>s <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>. O biogás é coleta<strong>do</strong> na parte superior <strong>do</strong>reator, sen<strong>do</strong> conduzi<strong>do</strong> para queima através de tubulação específica. O descarte<strong>do</strong> lo<strong>do</strong> proveniente <strong>do</strong> reator UASB é feito periodicamente para evitar que ossóli<strong>do</strong>s gera<strong>do</strong>s no reator sejam carrea<strong>do</strong>s junto ao efluente trata<strong>do</strong>. O lo<strong>do</strong> deexcesso descarta<strong>do</strong> fica disposto em um leito de secagem com duas células(10m 3 ).


Entrada deEsgoto0.3m 0.15m0.7m0.3mSaída <strong>do</strong>EfluenteAnaeróbio5m0.25m 0.5m 0.5m 0.5m 0.5m 0.5m0.15Descarte de Lo<strong>do</strong>1.5mDescarte de lo<strong>do</strong>2.3mFigura 4.3: Reator UASB <strong>do</strong> sistema ETE­<strong>UFES</strong>Figura 4.4: Corte vertical <strong>do</strong> reator UASBOs biofiltros aera<strong>do</strong>s submersos ­ BFs (Figuras 4.5 e 4.6) possuem um volumetotal de 12 m 3 cada, e se diferenciam pela altura, granulometria, tipo e material <strong>do</strong>sleitos filtrantes. Os biofiltros 1, 2 e 3 são <strong>do</strong> tipo aera<strong>do</strong>s submersos de fluxoascendente e alimenta<strong>do</strong>s com efluente anaeróbio, sen<strong>do</strong> chama<strong>do</strong>s biofiltrossecundários. O BF 4 realiza o tratamento terciário <strong>do</strong> efluente secundário, por issoé chama<strong>do</strong> biofiltro terciário. Os BFs possuem torneiras para permitir a coleta deamostras ao longo da sua altura. O fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s BFs é <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> de tubulação e válvulapara descarte <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> de lavagem na sua recirculação. O suprimento de ar éassegura<strong>do</strong> por um compressor, e o ar é injeta<strong>do</strong> na base <strong>do</strong> corpo <strong>do</strong> biofiltro porcanalização própria. O lo<strong>do</strong> descarta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s biofiltros aera<strong>do</strong>s submersos após alavagem é recircula<strong>do</strong> para o reator UASB.


EfluenteAnaeróbioBFtercBF1Brita 0AreiaBrita 2AreiãoBrita 0Brita 2Brita 4Brita 4AeraçãoPedregulhoVisitaEfluenteFinal0.75m 0.75mFigura 4.5: BFs <strong>do</strong> sistema ETE­<strong>UFES</strong>Figura 4.6: Corte vertical <strong>do</strong> BF 1e BF terciário4.3. AMOSTRAGEM DE LODOSAs amostras de lo<strong>do</strong> biológico, utilizadas para os ensaios de hidrólise foramcoleta<strong>do</strong>s no decorrer desta pesquisa, toman<strong>do</strong> cuida<strong>do</strong> ao fazerem amostragenssempre com a ETE funcionan<strong>do</strong> em condições operacionais normais.Seguin<strong>do</strong> a meto<strong>do</strong>logia de VERONEZ (2001), o lo<strong>do</strong> combina<strong>do</strong> (aeróbio +anaeróbio) foi coleta<strong>do</strong> nas torneiras distribuídas ao longo da altura <strong>do</strong> reatorUASB (Figura 4.7) e antes de cada coleta foi descarta<strong>do</strong> o primeiro litro de lo<strong>do</strong>para eliminar possível interferência de lo<strong>do</strong> seco na tubulação de coleta,posteriormente, as amostras foram levadas ao laboratório de saneamento.


T6 (2,75 m)T5 (2,25 m)T4 (2,00 m)T3 (1,25m)T2 (0,75 m)T1 (0,25 m)Figura 4.7: Pontos de coleta de perfil <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> misto4.4. APARATO EXPERIMENTAL4.4.1. Ensaios de hidróliseAs amostras de lo<strong>do</strong>s combina<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s foram distribuí<strong>do</strong>s em beckers de2000 mL e manti<strong>do</strong>s sob agitação (150 rpm) durante o to<strong>do</strong> o ensaio (6 horas),que ocorreu em um aparelho de Jar­test (PHIPPS & BIRD PB­700 JARTESTER) àtemperatura ambiente. Foi adiciona<strong>do</strong> o agente químico alcalino NaOH (Sinth,97% de pureza), na <strong>do</strong>sagem fixada de 40 meq/L. Esta <strong>do</strong>sagem foi escolhida,levan<strong>do</strong>­se em consideração os valores testa<strong>do</strong>s em trabalhos anterioresdesenvolvi<strong>do</strong>s no Núcleo Água ­ <strong>UFES</strong> (ABREU, 2003). A Figura 4.9. mostra umesquema <strong>do</strong> aparato utiliza<strong>do</strong>.


Equipamento Jar­testAdição de reagentesColeta de amostrasBecker 2000mLPá agita<strong>do</strong>raFigura 4.8: Representação esquemática <strong>do</strong> aparato utiliza<strong>do</strong> para realização <strong>do</strong>s ensaios dehidrólise.4.4.2. Respirômetro Anaeróbio Automatiza<strong>do</strong>O respirômetro anaeróbio automatiza<strong>do</strong> (Figuras 4.9 e 4.10), tem sua estrutura emaço e acrílico transparente, o que lhe garante resistência, isolamento térmico efácil visualização <strong>do</strong> sistema. O equipamento possui capacidade para oito frascosreatores de até 1000ml, manti<strong>do</strong>s sob agitação constante, à temperatura de 30 o C,os quais são monitora<strong>do</strong>s continuamente com auxílio de interface digital, acopladaa um computa<strong>do</strong>r pessoal com software adequa<strong>do</strong> para processamento evisualização contínua da produção de biogás (SILVA, 2003).As (Figuras 4.9 e 4.10) detalham os componentes da base <strong>do</strong> respirômetroanaeróbio automatiza<strong>do</strong>.2713456Figura 4.9: Visão geral <strong>do</strong> respirômetro anaeróbioautomatiza<strong>do</strong>Figura 4.10: Identificação <strong>do</strong>s componentes <strong>do</strong>respirômetro


1 – Controla<strong>do</strong>r de temperatura2 – Botão “abertura das válvulas”3 – Injeção de nitrogênio4 – Controle da velocidade de agitaçãoLEGENDA (referente a Figura 4.10)5 – Led vermelho – detecção de erro6 – Cabo de comunicação serial7 – Liga/desliga4.4.3. Princípio de funcionamento <strong>do</strong> aparelhoEm to<strong>do</strong>s os procedimentos de inicialização de um novo teste é necessário mantera conexão entre o respirômetro e o programa computacional através de um caboserial. Este esquema foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> para que se reduzisse a possibilidade deinicializações indevidas. O programa possui funções de controle de todas asetapas <strong>do</strong> teste, sen<strong>do</strong> estas divididas em “funções para início <strong>do</strong> teste”, “funçõespara durante o teste” e “funções para após o teste”. Após a introdução <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>,substrato e solução de diluição nos frascos de reação, realiza­se a purga <strong>do</strong>oxigênio presente nos frascos através da injeção de nitrogênio durante cerca de 5minutos. Na janela “funções para início <strong>do</strong> teste”, acessamos o ícone “injeção denitrogênio”, que permite a realização da purga. Depois de encerrada a purga, asconexões <strong>do</strong>s frascos com o aparato são desfeitas e o próximo passo é o envio <strong>do</strong>coman<strong>do</strong> de “Iniciar Teste”, que irá zerar o conta<strong>do</strong>r de minutos e apagar to<strong>do</strong>s osda<strong>do</strong>s da memória. A partir desse instante o teste está inicia<strong>do</strong>.Após o início <strong>do</strong> teste, o uso <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r é necessário quan<strong>do</strong> for realizar aaquisição de da<strong>do</strong>s. O sistema de controle detecta o sinal elétrico, registra osda<strong>do</strong>s necessários (número <strong>do</strong> frasco e tempo) em uma memória, e envia umcoman<strong>do</strong> de abertura para a válvula. A válvula permanece aberta por 2 segun<strong>do</strong>s,tempo suficiente para as pressões se igualarem. Após os testes, com ocomputa<strong>do</strong>r conecta<strong>do</strong> ao respirômetro e o programa sen<strong>do</strong> executa<strong>do</strong>, faz­se àaquisição <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, que são salvos em arquivo no disco rígi<strong>do</strong> <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r.Além disso, os da<strong>do</strong>s podem ser mostra<strong>do</strong>s em um gráfico. A finalização <strong>do</strong> testeserá determinada pelo usuário, com base na análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s gera<strong>do</strong>s. O


sistema não apresenta limite de dias de teste e possui capacidade dearmazenamento de cerca de 8.000 valores (tempo em minuto).4.5. TESTE DE ATIVIDADE METANOGÊNICA ESPECÍFICA – AMEA<strong>do</strong>tou­se a meto<strong>do</strong>logia padrão descrita por CHERNICHARO (1997) comalgumas modificações para a realidade <strong>do</strong>s nossos testes. Estabelecemos osseguintes procedimentos para o desenvolvimento <strong>do</strong> teste AME:­ Determinamos a quantidade de sóli<strong>do</strong>s voláteis (gSVT/L) presentes no lo<strong>do</strong> aser analisa<strong>do</strong>;­ Colocamos as quantidades pré­estabelecidas de lo<strong>do</strong> e solução nutritiva parase obter a concentração de gSV/L definida no início <strong>do</strong> teste;­ Colocamos os oito frascos reatores no respirômetro, conectan<strong>do</strong> cada um emsua respectiva válvula;­ A aclimatação <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> é iniciada às condições <strong>do</strong> ensaio por aproximadamente12 horas.­ Após o perío<strong>do</strong> de aclimatação, o respirômetro é desliga<strong>do</strong> e os frascosreatores são desconecta<strong>do</strong>s para adição <strong>do</strong> substrato em concentração préestabelecida,sen<strong>do</strong> o volume útil final da mistura de 549ml;­ O pH das amostras é medi<strong>do</strong>, manten<strong>do</strong> a faixa de produção das bactérias envolvidas;­ São recolhidas amostras da mistura para as análises iniciais;­ Os oito frascos reatores são conecta<strong>do</strong>s novamente nas válvulas <strong>do</strong>respirômetro, crian<strong>do</strong> um novo arquivo e realizan<strong>do</strong> uma nova purga deoxigênio com nitrogênio gasoso na solução de lo<strong>do</strong>+nutrientes+substrato;­ O desenvolvimento <strong>do</strong> teste é acompanha<strong>do</strong>;­ Após término <strong>do</strong> teste, as amostras da mistura são recolhidas para análisesposteriores.Segue abaixo a seqüência de operações detalhada no fluxograma (Figura 4.11)para iniciar o teste de AME, em que o computa<strong>do</strong>r necessariamente deve estarconecta<strong>do</strong> ao Respirômetro.


InícioAcessar o menuFUNÇÕES PARAINÍCIO DO TESTEAbrir gradualmente aválvula <strong>do</strong> cilindro denitrogênio até atingir avazão desejadaAjustar a temperatura<strong>do</strong> teste no controla<strong>do</strong>rlocaliza<strong>do</strong> no painelfrontal <strong>do</strong> equipamentoCriar um diretório eatribuir o nomedeseja<strong>do</strong> ao arquivoAguardar o tempo deinjeção de nitrogêniodeseja<strong>do</strong>Preparar os frascos ecolocá­los em suasposições dentro <strong>do</strong>equipamentoAjustar a saída <strong>do</strong>cilindro com nitrogêniopara uma vazão baixaFechar a válvula <strong>do</strong>cilindro de nitrogênioExecutar o programa nocomputa<strong>do</strong>rConectar as mangueirase as válvulas de injeçãode nitrogênioPressionar o botãolocaliza<strong>do</strong> no painelfrontal <strong>do</strong> equipamentopara fechar todas asválvulasEscolher a opçãoNOVO TESTENo programa, escolhera opção INJEÇÃO DEN2Desconectar asmangueiras e a válvulade injeção de nitrogênioAcessar o menuFUNÇÕES PARAINÍCIO DO TESTEPressionar o botãolocaliza<strong>do</strong> no painelfrontal <strong>do</strong> equipamentopara abrir todas asválvulasExecutar a opçãoRESET para limpar amemória e iniciar otesteFigura 4.11: Seqüência de operações para iniciar um teste de AME usan<strong>do</strong> o RespirômetroAnaeróbio Automatiza<strong>do</strong>


4.5.1. BiomassaNos testes de AME foram utiliza<strong>do</strong>s amostras de lo<strong>do</strong>s biológicos combina<strong>do</strong>s(aeróbio + anaeróbio) e apesar de ocorrerem variações operacionais ecaracterísticas <strong>do</strong> afluente da ETE, tomou–se o cuida<strong>do</strong> na coleta deamostragens, sen<strong>do</strong> realizada sempre com a ETE funcionan<strong>do</strong> em condiçõesoperacionais normais. Coletou – se amostras de lo<strong>do</strong> provenientes <strong>do</strong> reatorUASB em duas alturas (0,25 m e 1,25 m), sen<strong>do</strong> descarta<strong>do</strong> o primeiro litro delo<strong>do</strong> para eliminar possível interferência de lo<strong>do</strong> seco na tubulação de coleta.1,25 m0,25 mFigura 4.12: Alturas de coleta <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> para os testes de AME4.5.2. Solução nutritivaCHERNICHARO (1997) descreveu a solução nutritiva necessária à atividademetabólica <strong>do</strong>s microrganismos (Tabela 4.1), simulan<strong>do</strong> o mais próximo possíveldas condições dentro <strong>do</strong>s reatores anaeróbios.


Tabela 4.1: Solução tampão e de nutrientes utilizada nos testes de AMESolução(*) Reagentes Concentração (mg/l) Finalidade12KH 2 PO 4 1500K 2 HPO 4 1500 TampãoNH 4 Cl 500Na 2 S. 7H 2 O 50 MacronutrienteFeCl 3 . 6H 2 O 2000ZnCl 2 50CuCl 2 . 2H 2 O 30MnCl 2 . 2H 2 O 500(NH 4 )6.Mo 7 O 24 4H 2 O 50AlCl 3 50CoCl 3 . 6H 2 O 2000MicronutrienteHCl (concentra<strong>do</strong>) 1(*) É adiciona<strong>do</strong> 1ml da solução 2 a 1 litro da solução 1, compon<strong>do</strong> a solução de diluição.Fonte: CHERNICHARO (1997).4.5.3. SubstratoOs alimentos (substrato ­ So) usa<strong>do</strong>s nos testes de AME foram acetato de sódio ehidrólises alcalinas <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s nas alturas 0,25m e 1,25m <strong>do</strong> reator UASB,utilizan<strong>do</strong>–se a concentração de 100gDQO/l. No esquema abaixo (Figura 4.13), háuma ilustração das condições em que os testes foram realiza<strong>do</strong>s.


Teste ­ 1Biomassa(0,25 m)Substratos· Controle· Acetato· Hidrólise Alcalina (0,25 m)· Hidrólise Alcalina (1,25 m)Teste ­ 2Biomassa(1,25 m)Substratos· Controle· Acetato· Hidrólise Alcalina (0,25 m)· Hidrólise Alcalina (1,25 m)Teste ­ 3Biomassa(0,25 m)Substratos· Hidrólise Alcalina 0,25 m (Sedimenta<strong>do</strong>)· Hidrólise Alcalina 1,25 m (Sedimenta<strong>do</strong>)Biomassa(1,25 m)Substratos· Hidrólise Alcalina 0,25 m (Sedimenta<strong>do</strong>)· Hidrólise Alcalina 1,25 m (Sedimenta<strong>do</strong>)Teste ­ 4Biomassa(0,25 m)Substratos· Hidrólise Alcalina 0,25 m (Sobrenadante)· Hidrólise Alcalina 1,25 m (Sobrenadante)Biomassa(1,25 m)Substratos· Hidrólise Alcalina 0,25 m (Sobrenadante)· Hidrólise Alcalina 1,25 m (Sobrenadante)Figura 4.13: Esquema das condições <strong>do</strong>s ensaios de AME realiza<strong>do</strong>s.


4.5.4. Execução <strong>do</strong> teste de AMEPara a execução <strong>do</strong>s testes de AME, usan<strong>do</strong> o Respirômetro AnaeróbioAutomatiza<strong>do</strong>, seguiu­se à meto<strong>do</strong>logia delineada na Figura 4.14.SoluçãoNutrientesLODOTratamentosST, SVRespirômetro Anaeróbio Automatiza<strong>do</strong>Aclimatação – 12 horasSubstratoAnálises Físico­QuímicasIniciaisInício <strong>do</strong> teste de AME com uso de substrato específicoRespirômetro Anaeróbio Automatiza<strong>do</strong>Produção de Biogás% MetanoAnálises Físico­QuímicasFinaisTaxa de Produção de Metano ­AMEFigura 4.14: Fluxograma <strong>do</strong> sistema de determinação da AME.


4.5.5 Procedimentos para a execução <strong>do</strong> teste de AMEA rotina necessária para a realização <strong>do</strong>s testes de AME estão lista<strong>do</strong>s abaixo,obedecen<strong>do</strong> ao protocolo experimental estabeleci<strong>do</strong> no âmbito <strong>do</strong> PROSAB(Programa de Pesquisa em Saneamento Básico – Tema 2)(CHERNICHARO,1997, p.87).1 – Determinar a concentração de Sóli<strong>do</strong>s Voláteis (gSV/L) das amostras de lo<strong>do</strong>submetidas ao teste;2 – Colocar em cada frasco reator os volumes de lo<strong>do</strong> e de solução nutritiva parase obter a concentração de gSV/L definida no início <strong>do</strong> teste para cada tipo decondição experimental desejada;3 – Colocar os oito frascos reatores no respirômetro, conectan<strong>do</strong> cada um em suarespectiva válvula, para identificar e estancar possíveis vazamentos;4 – Iniciar a aclimatação, para tal deve­se fazer o uso <strong>do</strong> programa instala<strong>do</strong> nocomputa<strong>do</strong>r, acessan<strong>do</strong> em Novo teste, crian<strong>do</strong> um arquivo onde os da<strong>do</strong>s daabertura de cada válvula serão registra<strong>do</strong>s.4.1 ­ Em seguida aparecerá a Tela principal, acessar no menu Funções para oinício <strong>do</strong> teste, onde no ícone Procurar, o usuário deverá procurar o arquivocria<strong>do</strong> para armazenar os da<strong>do</strong>s; no ícone Parâmetros de Comunicação,acessar em COM2(25 pinos); no ícone da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Teste, acessar em Entrar,aparecen<strong>do</strong> a tela Entrada de da<strong>do</strong>s, onde será confirma<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s como:número de frascos a serem utiliza<strong>do</strong>s, tipo de lo<strong>do</strong> e tipo de substrato a seremutiliza<strong>do</strong>s, o pH da mistura e <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>, o volume <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>, <strong>do</strong>s nutrientes e <strong>do</strong>substrato, a concentração de sóli<strong>do</strong>s <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> e a temperatura <strong>do</strong> teste;4.2 ­ Após preencher to<strong>do</strong>s estes da<strong>do</strong>s, acessar em retornar para a Tela Início<strong>do</strong> teste e enviar o coman<strong>do</strong> ao sistema microprocessa<strong>do</strong> informan<strong>do</strong>­o de que


a purga será realizada, escolhen<strong>do</strong> a opção injeção de nitrogênio. Realizar apurga de eventuais traços de oxigênio por 5 minutos dentro da soluçãolo<strong>do</strong>+nutrientes sem ligar o agita<strong>do</strong>r, substituin<strong>do</strong> o volume de ar atmosféricoremanescente na parte superior <strong>do</strong>s frascos reatores com nitrogênio;4.3 – Após a injeção de nitrogênio, acessar reset para limpar a memória einiciar o teste, em seguida ligar a agitação magnética <strong>do</strong>s frascos reatores eajustar a temperatura para 30 o C.5 – Deixar os frascos reatores num perío<strong>do</strong> de aclimatação <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> biológico àscondições <strong>do</strong> ensaio (Solução de nutrientes, temperatura a 30 o C e agitaçãoconstante) por aproximadamente 12 horas;6 – Após o perío<strong>do</strong> de aclimatação, desligar o respirômetro e desconectar osfrascos reatores para adicionar o substrato (acetato de sódio) em concentraçãopreestabelecida, o volume útil final da mistura foi de 550ml;7 – Medir o pH das amostras, manten<strong>do</strong> a faixa de produção das bactériasenvolvidas;8 ­ Recolher amostras da mistura para as análises iniciais;9 – Conectar novamente os oito frascos reatores nas válvulas <strong>do</strong> respirômetro,proceden<strong>do</strong> novamente de acor<strong>do</strong> com o item 4, crian<strong>do</strong> um novo arquivo erealizan<strong>do</strong> uma nova purga de oxigênio com nitrogênio gasoso na solução delo<strong>do</strong>+nutrientes+substrato;10 – Acompanhar o desenvolvimento <strong>do</strong> teste, “clican<strong>do</strong>” na Tela durante o teste,através <strong>do</strong>s volumes de biogás produzi<strong>do</strong>, em cada intervalo de tempo, ao longo<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de teste (ml/h).11 – Após término <strong>do</strong> teste, recolher amostras da mistura para análises finais.


4.5.6. Meto<strong>do</strong>logia para cálculo da AMEO cálculo da AME é feito a partir da avaliação da inclinação <strong>do</strong> trecho reto dacurva de produção de metano (trecho da inclinação máxima) em relação aotempo. A inclinação fornece a taxa de produção de metano em mlCH 4 /h, estadividida pela quantidade inicial de biomassa: M lo<strong>do</strong> = Volume <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>(ml)*concentração de SV <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> (gSV/ml) presente em cada frasco reator,fornece a AME <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> em mlCH 4 /gSV.h. A unidade geralmente utilizada égDQO/gSV.d, onde se faz a correspondência <strong>do</strong> volume de metano em massa deDQO convertida em CH 4 (DQO CH4 ), conforme detalha<strong>do</strong> nas Equações 1 e 2. NaFigura 4.15, apresenta­se um gráfico da relação da massa de DQO e biomassaem função <strong>do</strong> tempo e na Figura 4.16 o valor da AME de 0,029 gDQO/gSV.d,obtida no trecho de inclinação máxima da curva.A expressão geral que determina a produção teórica de metano por grama deDQO removida é apresentada nas Equações 1 e 2 (CHERNICHARO, 1997):DQO CH 4V CH = Equação 14K ( t )Onde:V CH4 = produção volumétrica de metano (L);DQO CH4 = massa de DQO removida no reator e convertida em metano (gDQO);K(t) = fator de correção para a temperatura operacional <strong>do</strong> reator (gDQO/l).P ´ KK ( ) t = Equação 2R ´ ( 273 + t )Onde:P = pressão atmosférica (1 atm);K = DQO correspondente a um mol de CH 4 (64 gDQO/mol);R = constante <strong>do</strong>s gases (0,08206 atm.L/mol. O K);t = temperatura operacional <strong>do</strong> reator ( O C).


gDQO/gSV0,350,300,250,200,150,100,050,000 5 10 15 20 25Tempo (dia)gDQO/gSV0,250,200,150,100,050,00y = 0,029x ­ 0,0394R2 = 0,99980 2 4 6 8 10Tempo (dia)Figura 4.15: Relação <strong>do</strong> volume de metanoexpresso em DQO CH4 e biomassa em função <strong>do</strong>tempoFigura 4.16: Trecho de inclinação máxima <strong>do</strong>gráfico da Figura 4.144.6. TÉCNICAS LABORATORIAISAs técnicas utilizadas obedeceram aos procedimentos estabeleci<strong>do</strong>s peloStandard Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, 1995).Devi<strong>do</strong> a condições e necessidades <strong>do</strong> trabalho proposto, o volume da amostrapara análise de sóli<strong>do</strong>s foi modifica<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> num cadinho apenas 20 mlda amostra. Para determinação <strong>do</strong> pH, utilizou­se o méto<strong>do</strong> eletrométrico daCETESB – L5. 145.4.7. ANÁLISES DOS DADOSForam calculadas no programa SPSS, versão 8.0 for Win<strong>do</strong>ws as estatísticasdescritivas (média, desvio­padrão, valor mínimo e valor máximo).


5. RESULTADOS E DISCUSSÃO5.1 MONITORAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DO EFLUENTEFoi realiza<strong>do</strong> o monitoramento da fase líquida <strong>do</strong> sistema de tratamento deesgotos da <strong>UFES</strong>, composto pelos reatores UASB + BFs, ten<strong>do</strong> como objetivoavaliar o desempenho da estação de tratamento de esgotos durante o perío<strong>do</strong> dedesenvolvimento dessa pesquisa.O desempenho <strong>do</strong> sistema UASB + BFs foi avalia<strong>do</strong> através das análises de SST,DQO total e DQO filtrada , em amostras compostas de esgoto bruto, efluente <strong>do</strong> UASBe efluente <strong>do</strong>s biofiltros.Os resulta<strong>do</strong>s estatísticos, referentes às amostras compostas em relação a SST,DQO total e DQO filtrada estão apresenta<strong>do</strong>s na tabela 5.1.Tabela 5.1: Características <strong>do</strong> esgoto bruto, efluente <strong>do</strong> UASB e efluente <strong>do</strong>s bioflitros da ETE –<strong>UFES</strong> em relação às concentrações de SST, DQO total e DQO filtrada .ParâmetroSST(mg/l)EstatísticadescritivaE. Bruto Cx areia UASB BF 1 BF 2 BF 3 BF tercn 24 24 24 24 24 24 24Média 251 182 89 57 55 45 29Desvio 81 72 41 34 34 24 17Máximo 484 390 177 143 133 90 61Mínimo 137 96 47 22 12 13 1n 24 24 24 24 24 24 24DQO(mg/l)DQO Filtrada(mg/l)Média 429 380 180 102 95 76 67Desvio 106 110 45 45 32 19 21Máximo 606 561 300 223 181 126 150Mínimo 67 89 125 55 57 46 44n 24 24 24 24 24 24 24Média 184 182 86 60 54 53 51Desvio 182 183 87 62 54 52 51Máximo 239 226 117 101 77 62 72Mínimo 125 139 67 26 33 19 24


O esgoto bruto, no perío<strong>do</strong> da pesquisa, apresentou características médias de251 mg/l(SST), 429 mgO2/l(DQO) e 184 mgO2/l(DQOfiltrada).Em relação ao reator UASB, os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s foram de 89 mg/l(SST), 180mgO2/l(DQO) e 86 mgO2/l(DQOfiltrada). De acor<strong>do</strong> com os valores acima cita<strong>do</strong>s, foiobserva<strong>do</strong> que o reator UASB manteve suas características de eficiência eestabilidade no tratamento de esgotos <strong>do</strong>mésticos.Os valores encontra<strong>do</strong>s no efluente gera<strong>do</strong> nos biofiltros apresentou médias deprodução de SST < 57 mg/L, DQO < 102 mgO2/l e DQO filtrada < 60 mgO2/L para osbiofiltros secundários e de 29 mg/L (SST), 67 mgO2/l (DQO) e 51 mgO2/l (DQOfiltrada) para o biofiltro terciário. Estes resulta<strong>do</strong>s demonstram que esse efluenteapresenta ótima qualidade, o que confirma a eficiência <strong>do</strong> sistema UASB + BFsa<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> na ETE­<strong>UFES</strong>.Os resulta<strong>do</strong>s relativos ao monitoramento <strong>do</strong> sistema UASB + BFs, utilizan<strong>do</strong>amostras compostas, em termos de SST, são apresenta<strong>do</strong>s na Figura 5.1 Sen<strong>do</strong>que as eficiências médias diárias de remoção ficaram em torno de 51% para oreator UASB, 35% para o BF 1, 38% para o BF 2, 50% para o BF 3 e 67% para oBF 3 + BF terciário . As eficiências globais <strong>do</strong> sistema foram de 68% para o BF1, 70%para o BF 2, 75% para o BF 3 e 84% para o BF terciário.


SST (mg/l)60050040030020010000 50 100 150 200Tempo (Dias)E. BrutoCx AreiaUASBBF1BF2BF3BftercFigura 5.1: Monitoramento de SST no sistema UASB+BFsJá na Figura 5.2, os resulta<strong>do</strong>s de DQO apresentaram eficiências médias deremoção de 52% para o reator UASB, 43% para o BF 1, 47% para o BF 2, 57%para o BF 3 e 62% para o BF 3 + BF terciário . As eficiências globais <strong>do</strong> sistemaforam de 73% para o BF1, 75% para o BF 2, 80% para o BF 3 e 82% para o BFterciário.DQO (mgO2/l)600500400300200E. BrutoCx AreiaUASBBF1BF210000 50 100 150 200Tempo (Dias)Figura 5.2: Monitoramento de DQO no sistema UASB+BFsBF3BFterc


Os resulta<strong>do</strong>s em termos de DQO filtrada (Figura 5.3) apresentam médias deremoção de 52% para o reator UASB, 30% para o BF 1, 37% para o BF 2, 38%para o BF 3 e 40% para o BF 3 + BF terciário . As eficiências globais <strong>do</strong> sistemaforam de 67% para o BF1, 70% para o BF 2, 70% para o BF 3 e 71% para BFterciário.DQO filtrada (mgO2/l)30025020015010050E. BrutoCx AreiaUASBBF1BF2BF300 50 100 150 200Tempo (Dias)BFtercFigura 5.3: Monitoramento de DQO filtrada no sistema UASB+BFs.5.2 CARACTERÍSTICAS DOS LODOS BRUTO E HIDROLISADOSUTILIZADOS NO EXPERIMENTOOs resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na tabela 5.2 indicam que o lo<strong>do</strong> bruto proveniente <strong>do</strong>fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> reator UASB (0,25m) é mais concentra<strong>do</strong> (47860,8 mg/L ST) em relaçãoao lo<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> na altura 1,25m (12252,8 mg/L ST). Verifica­se ainda que o lo<strong>do</strong>bruto em estu<strong>do</strong> apresenta pequena fração da DQO na forma solúvel,demonstrada pela baixa relação DQO filtrada /DQO total . Os resulta<strong>do</strong>s ainda sãocompatíveis com os de ANDRADE (2004), ABREU (2003), e VERONEZ (2001).


Tabela 5.2: Características <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s anaeróbios (0,25m e 1,25m) provenientes <strong>do</strong> reator UASB,coleta<strong>do</strong>s na ETE­<strong>UFES</strong>.LODO ORIGINALLODO HIDROLISADO0,25m1,25m0,25m 1,25mParâmetros T=OT=O T=O T=8T=O T=8MÉDIA DP MÉDIA DP MÉDIA DP MÉDIA DP MÉDIA DP MÉDIA DPST (mg/L) 47860,8 6745,4 12252,8 6339,2 51970,0 5939,0 53280,0 5527,0 15290,0 5453,1 16400,0 5997,5SV (mg/L) 36949,9 5020,9 9399,9 4905,7 40110,0 4515,6 40330,0 4245,1 11690,0 4330,2 11780,0 4729,5SV/ST (%) 77,3 0,8 77,3 5,2 80,0 4,3 80,0 6,3 77,0 9,8 75,0 5,2DQO total (mg/L) 44435,0 10479,0 12190,0 5504,1 34964,0 5300,0 35152,0 4502,1 1396,6 2690,6 13008,0 4660,8DQO filt (mg/L) 1333,1 102,3 243,8 49,2 744,0 65,2 18699,0 2870,9 271,0 55,1 3241,6 393,0DQO filt/tot (%) 3,0 0,5 2,0 0,3 3,0 1,0 53,0 2,0 2,0 0,7 30,0 10,0Os valores médios da DQO filtrada <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s a 0,25m e 1,25m foram noTempo O = 944,0 mg O 2 /L e 271,0 mg O 2 /L e no Tempo 8 = 18699,0 mg O 2 /L e3241,6 mg O 2 /L, indican<strong>do</strong> assim um aumento significativo da matéria orgânicasolúvel.Resulta<strong>do</strong>s similares relaciona<strong>do</strong>s ao incremento da DQO filtrada foram obti<strong>do</strong>s emvários trabalhos de solubilização da matéria orgânica complexa (ANDRADE et al.(2004), ABREU et al. (2003), HAUG et al. (1978), LIAO (1993), LIN et al. (1998).5.3 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE METANOGÊNICAESPECÍFICA DE LODOS DO REATOR UASBAs amostras de lo<strong>do</strong> foram coletadas diretamente <strong>do</strong> reator UASB da Estação deTratamento Experimental de esgotos <strong>do</strong>mésticos, localiza<strong>do</strong> na <strong>UFES</strong>, receben<strong>do</strong>lo<strong>do</strong> aeróbio de descarte nas lavagens periódicas <strong>do</strong>s biofiltros aera<strong>do</strong>ssubmersos.Dentre to<strong>do</strong>s os testes realiza<strong>do</strong>s, foram escolhi<strong>do</strong>s 4 experimentos queapresentaram melhores resulta<strong>do</strong>s. Os ensaios foram apresenta<strong>do</strong>s em oitofrascos reatores, sempre em duplicata.


Nos frascos reatores controles não houve adição de substrato, sen<strong>do</strong> a produçãode metano medida referente à atividade basal das bactérias. Os testes formaconduzi<strong>do</strong>s até a taxa de metano declinar.Os cálculos referentes a AME foram realiza<strong>do</strong>s consideran<strong>do</strong> uma concentraçãode 70% de metano no biogás e que os valores apresenta<strong>do</strong>s de AME sãocorrespondentes a AME aparente e não real, pois não foi desconta<strong>do</strong> o valor deAME <strong>do</strong> reator controle (sem adição de substrato).Em estu<strong>do</strong> anterior (SILVA, 2003) foi verifica<strong>do</strong> a Avaliação da AtividadeMetanogênica Específica de lo<strong>do</strong>s em diferentes alturas <strong>do</strong> reator UASB daEstação Experimental de Tratamento da <strong>UFES</strong>, sen<strong>do</strong> observa<strong>do</strong> estratificação dabiomassa ao longo <strong>do</strong> reator UASB em relação à concentração de sóli<strong>do</strong>s totais(ST) e voláteis (SV). Quanto à distribuição de SV e ST ao longo <strong>do</strong> leito e manta,as maiores concentrações foram encontradas nas alturas de 0,25m,corresponden<strong>do</strong> à matéria orgânica complexa proveniente da decantação queocorre no reator (sóli<strong>do</strong>s grosseiros e lo<strong>do</strong> aeróbio) e que necessita serhidrolisada, pre<strong>do</strong>minan<strong>do</strong> nessa altura a atuação das bactérias hidrolíticas, o quejustifica um valor de AME mais moderada. Na altura 0,75m, a matéria orgânica jáhidrolisada foi convertida em metano, indican<strong>do</strong> uma maior concentração debactérias metanogênicas nesta altura <strong>do</strong> leito e conseqüentemente uma maiortaxa de produção de metano e maior AME. Finalmente na altura 1,25m, o lo<strong>do</strong> seapresentou com baixas concentrações de ST e SV, assemelhan<strong>do</strong>­se a umefluente, apresentan<strong>do</strong> baixas taxas de metano e baixa AME.A Tabela 5.3 ilustra as condições experimentais das biomassas e <strong>do</strong>s substratosutiliza<strong>do</strong>s nos testes de AME.


Tabela 5.3: Resumo da biomassa e substratos utiliza<strong>do</strong>s nos testes de AME.AMETeste Biomassa Reator Substrato MÉDIA(gDQO/gSVT.d)R1/R2 Controle 0,00991 Lo<strong>do</strong> 0,25mR3/R4 Acetato 0,0351R5/R6 Hidról. Alc. 0,25m 0,0210R7/R8 Hidról. Alc. 1,25m 0,0095R1/R2 Controle 0,0078R3/R4 Acetato 0,02472 Lo<strong>do</strong> 1,25m R5/R6 Hidról. Alc. 0,25m 0,0128R7/R8 Hidról. Alc. 1,25m 0,014034Lo<strong>do</strong> 0,25mLo<strong>do</strong> 1,25mLo<strong>do</strong> 0,25mLo<strong>do</strong> 1,25mR1/R2 Hidról. Alc. 0,25m (Sedimenta<strong>do</strong>) 0,0252R3/R4 Hidról. Alc. 1,25m (Sedimenta<strong>do</strong>) 0,0187R5/R6 Hidról. Alc. 0,25m (Sedimenta<strong>do</strong>) 0,0327R7/R8 Hidról. Alc. 1,25m (Sedimenta<strong>do</strong>) 0,0689R1/R2 Hidról. Alc. 0,25m (Sobrenadante) 0,0096R3/R4 Hidról. Alc. 1,25m (Sobrenadante) 0,0023R5/R6 Hidról. Alc. 0,25m (Sobrenadante) 0,0060R7/R8 Hidról. Alc. 1,25m (Sobrenadante) 0,00515.3.1 Comportamento da biomassa <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m <strong>do</strong> reatorUASB submeti<strong>do</strong> a diferentes substratosO objetivo desse teste foi observar o lo<strong>do</strong> a 0,25m <strong>do</strong> reator UASB comobiomassa utilizan<strong>do</strong> como substrato o acetato e a hidrólise alcalina <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s0,25m e 1,25m (Tabela 5.4).


Tabela 5.4: Concentração de substrato (So), Biomassa (Xo) e valores de AME encontra<strong>do</strong>s noteste 1.TESTE ORIGEM DA REATORES SUBSTRATO BIOMASSA RELAÇÃO AMEAMOSTRA So Xo So/Xo (gDQO/gSVT.d)(gDQO/l) (gSV/l)T1­A R1 2,00 10,00 0,20 0,0379T1­A R2 2,00 10,00 0,20 0,0323T1­C R3 2,00 10,00 0,20 0,01171 T1­C R4 2,00 10,00 0,20 0,0082T1­HAT1 R5 2,00 10,00 0,20 0,0163T1­HAT1 R6 2,00 10,00 0,20 0,0258T1­HAT3 R7 2,00 10,00 0,20 0,0117T1­HAT3 R8 2,00 10,00 0,20 0,0074Os gráficos apresenta<strong>do</strong>s nas Figuras 5.4 e 5.5 evidenciam a relação <strong>do</strong> volumede metano em massa de DQO convertida em CH 4 (gDQO CH4 ) com a biomassa(gSV) presente em cada frasco reator em função <strong>do</strong> tempo.0,300,250,20gDQO/gSV0,150,100,050,000 2 4 6 8 10 12 14Tempo (Dias)Figura 5.4: Evolução da relação <strong>do</strong> volume de metano em massa de DQO convertida em CH 4 (gDQO CH4 ) com a biomassa (gSV) em função <strong>do</strong> tempo, submeti<strong>do</strong> a diferentes substratos, onde:contControle; Acetato; Hidról. Alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m; Hidról. Alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m.


0,12AME (gDQO/gSV.d)0,100,080,060,040,020,000 50 100 150 200 250 300 350Tempo (Horas)Figura 5.5: Variação da AME ao longo <strong>do</strong> tempo (em horas) utilizan<strong>do</strong> biomassa a 0,25m <strong>do</strong>reator UASB submeti<strong>do</strong> a diferentes substratos, onde: Controle; Acetato; Hidról. Alcal.<strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m; Hidról. Alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m.Nesse experimento o lo<strong>do</strong> a 0,25m com acetato teve melhor desempenho e umaprodução elevada de AME, apresentan<strong>do</strong> 0,0351 gDQO/gSV.d, comprovan<strong>do</strong>dessa forma, ser o substrato preferencial da biomassa em estu<strong>do</strong>. A concentração<strong>do</strong> substrato (So) utilizada foi 2,0gDQO/L e de biomassa (Xo) de 10,0gSV,obten<strong>do</strong> a relação So/Xo=0,2.Os valores médios de AME nos lo<strong>do</strong>s hidrolisa<strong>do</strong>s a 0,25m e 1,25m foramrespectivamente de 0,0012 gDQO/gSV.d e 0,0095 gDQO/gSV.d. Importantesalientar que os lo<strong>do</strong>s hidrolisa<strong>do</strong>s receberam adição de 40 meq NaOH/L, deacor<strong>do</strong> com estu<strong>do</strong>s anteriores (ABREU, 2003).Na tabela 5.5 são apresenta<strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> teste 1.


Tabela 5.5: Resulta<strong>do</strong>s de início e final <strong>do</strong> teste 1 para os parâmetros SV, pH, além da biomassa, produção de metano e AME avaliadas em cadafrasco reator para o lo<strong>do</strong> a 0,25m.TesteLo<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>ReatoresBiomassa(gSVT)Conc. SVT no teste(g/l)InicialFinalDQO (g/l)RelaçãogDQO/gSVT(So/Xo)Produção demetano (ml)TeóricaesperadaTotalmedidaInicialpHFinalAME(gDQO/gSVT.d)AMEMédia(gDQO/gSVT.d)1T1­A R1 5,48 10,15 9,02 2,00 0,20 427,23 569,8 6,59 6,99 0,0379T1­A R2 5,48 9,00 8,82 2,00 0,20 427,23 536,2 6,59 6,97 0,0323T1­C R3 5,48 8,60 7,14 2,00 0,20 * 147,0 6,56 6,47 0,0117T1­C R4 5,48 8,31 8,19 2,00 0,20 * 159,6 6,56 6,53 0,0082T1­HAT1 R5 5,48 9,04 8,40 2,00 0,20 427,23 323,4 6,71 6,63 0,0163T1­HAT1 R6 5,48 9,53 8,96 2,00 0,20 427,23 267,5 6,71 6,69 0,0258T1­HAT3 R7 5,48 10,31 9,44 2,00 0,20 427,23 274,4 6,75 6,84 0,0117T1­HAT3 R8 5,48 9,98 9,59 2,00 0,20 427,23 263,2 6,75 6,79 0,00740,03510,00990,02100,0095T1­A: Lo<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> na altura de 0,25m;T1­C: Lo<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> na altura de 0,25m analisa<strong>do</strong> sem adição de substrato (lo<strong>do</strong> controle);T1­HAT1: Lo<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> na altura de 0,25m analisa<strong>do</strong> com adição da hidrólise alcalina <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m;T1­HAT3: Lo<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> na altura de 0,25m analisa<strong>do</strong> com adição da hidrólise alcalina <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m;* Sem adição <strong>do</strong> substrato (controle).


Analisan<strong>do</strong>­se os da<strong>do</strong>s de produção de metano, respectivamente para os frascosR1 e R2, nota­se que os valores de produção total de metano medi<strong>do</strong> no final decada reator ultrapassa o valor da produção de metano teórica esperada. Aprodução medida variou entre 569,8 ml e 536,2 ml de metano, respectivamentepara os frascos reatores R1 e R2, quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> o acetato como substrato.Os reatores R3 e R4 não possuem produção de metano esperada, por se tratar defrascos controle, apresentan<strong>do</strong> assim valores de 147,0 ml de metano medi<strong>do</strong> noR3 enquanto o R4 apresentou 159,6 ml de metano.Os frascos R5 e R6 apresentaram valores na produção de metano medi<strong>do</strong> inferiora teórica esperada, que foi de 427,23 ml, sen<strong>do</strong> o total medi<strong>do</strong> respectivamente323,4 ml e 267,5 ml de metano.Valores próximos foram encontra<strong>do</strong>s nos frascos R7 e R8, que obtiveram naprodução de metano medida 274,4 ml e 263,2 ml.As concentrações de sóli<strong>do</strong>s (gSV/l) no final <strong>do</strong> teste 1, de uma maneira geralapresentaram redução da biomassa em to<strong>do</strong>s os frascos reatores, quan<strong>do</strong>compara<strong>do</strong>s aos valores iniciais e finais <strong>do</strong> experimento.Os valores de pH não apresentaram variações significativas, manten<strong>do</strong>­se namaioria <strong>do</strong>s frascos reatores na faixa ótima de trabalho para as bactériasmetanogênicas, entre 6,5 a 7,2.


5.3.2 Comportamento da biomassa <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m <strong>do</strong> reatorUASB submeti<strong>do</strong> a diferentes substratosEste teste demonstra o comportamento da biomassa <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m <strong>do</strong> reatorUASB quan<strong>do</strong> adiciona<strong>do</strong> os substratos acetato de sódio e a hidrólise alcalina <strong>do</strong>slo<strong>do</strong>s 0,25m e 1,25m. As condições experimentais <strong>do</strong> teste são apresentadas naTabela 5.6, sen<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> em duplicata para to<strong>do</strong>s as amostras com substratosdistintos.Tabela 5.6: Concentração de substrato (So), Biomassa (Xo) e valores de AME encontra<strong>do</strong>s noteste 2.TESTE ORIGEM DA REATORES SUBSTRATO BIOMASSA RELAÇÃO AMEAMOSTRA So Xo So/Xo (gDQO/gSVT.d)(gDQO/l) (gSV/l)T3­A R1 2,00 10,00 0,20 0,0247T3­A R2 2,00 10,00 0,20 ­T3­C R3 2,00 10,00 0,20 0,00782 T3­C R4 2,00 10,00 0,20 0,01T3­HAT1 R5 2,00 10,00 0,20 0,0128T3­HAT1 R6 2,00 10,00 0,20 ­T3­HAT3 R7 2,00 10,00 0,20 0,0118T3­HAT3 R8 2,00 10,00 0,20 0,0163Na Figura 5.6 é observa<strong>do</strong> a evolução da relação <strong>do</strong> volume de metano em massade DQO convertida em CH 4 (gDQO CH4 ) com a biomassa (gSV) presente em cadafrasco reator em função <strong>do</strong> tempo.


0,120,10,08gDQO/gSV0,060,040,0200 2 4 6 8Tempo (Dias)Figura 5.6: Evolução da relação <strong>do</strong> volume de metano em massa de DQO convertida em CH 4 (gDQO CH4 ) com a biomassa (gSV) em função <strong>do</strong> tempo, submeti<strong>do</strong> a diferentes substratos, onde:cont Controle; Acetato; Hidról. Alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m; Hidról. Alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m.O gráfico representa<strong>do</strong> na Figura 5.7 demonstra a curva de AME, obtida fazen<strong>do</strong>­se o cálculo da atividade para cada intervalo de tempo, e não apenas para ostrechos onde a taxa de produção de metano é máxima.0,040,035AME (gDQO/gSV.d)0,030,0250,020,0150,010,00500 50 100 150 200Tempo (Horas)Figura 5.7: Variação da AME ao longo <strong>do</strong> tempo (em horas) utilizan<strong>do</strong> biomassa a 1,25m <strong>do</strong>reator UASB submeti<strong>do</strong> a diferentes substratos, onde: Controle; Acetato; Hidról. Alcal.<strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m; Hidról. Alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m.


A biomassa utilizada foi o lo<strong>do</strong> a 1,25m <strong>do</strong> reator UASB, receben<strong>do</strong> adição deacetato de sódio e a hidrólise alcalina <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s 0,25m e 1,25m.Os frascos reatores R2 e R6 apresentaram problema de vazamento, não sen<strong>do</strong>possível analisar alguns parâmetros, como a concentração final de SV (g/l),produção de metano medida e pH.Os frascos atuam de forma independente, não haven<strong>do</strong> perda de da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>soutros frascos reatores, sen<strong>do</strong> o teste conduzi<strong>do</strong> até a taxa de produção demetano declinar.Os valores de AME encontra<strong>do</strong>s nos reatores que receberam hidrólise alcalinaforam bem próximos, varian<strong>do</strong> de 0,0128 gDQO/gSV a 0,0163 gDQO/gSV,respectivamente R5 e R8.Já no reator em que foi adiciona<strong>do</strong> o substrato acetato, a AME foi 0,0247gDQO/gSV, indican<strong>do</strong> assim, valor inferior ao desempenho da biomassa a 0,25m,no teste 1, onde foi obti<strong>do</strong> em média, 0,0351 gDQO/gSV.Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> teste são apresenta<strong>do</strong>s na Tabela 5.7.


Tabela 5.7: Resulta<strong>do</strong>s de início e final <strong>do</strong> teste 2 para os parâmetros SV, pH, além da biomassa, produção de metano e AME avaliadas em cadafrasco reator para o lo<strong>do</strong> a 1,25m.TesteLo<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>ReatoresBiomassa(gSVT)Conc. SVT no teste(g/l)InicialFinalDQO (g/l)RelaçãogDQO/gSVT(So/Xo)Produção demetano (ml)TeóricaesperadaTotalmedidaInicialpHFinalAME(gDQO/gSVT.d)AMEMédia(gDQO/gSVT.d)2T3­A R1 5,48 10,17 8,22 2,00 0,20 427,23 228,2 6,94 7,04 0,0247T3­A R2 5,48 10,21 ­ 2,00 0,20 427,23 ­ 6,62 ­ ­T3­C R3 5,48 5,25 4,38 2,00 0,20 * 92,4 6,61 7,73 0,0078T3­C R4 5,48 5,00 4,75 2,00 0,20 * 103,6 6,60 7,73 0,01T3­HAT1 R5 5,48 11,42 9,52 2,00 0,20 427,23 151,2 6,56 7,21 0,0128T3­HAT1 R6 5,48 11,86 ­ 2,00 0,20 427,23 ­ 6,44 ­ ­T3­HAT3 R7 5,48 13,58 10,90 2,00 0,20 427,23 149,8 6,72 7,06 0,0118T3­HAT3 R8 5,48 13,2 10,96 2,00 0,20 427,23 198,8 6,59 7,06 0,0163­0,0078­0,0140T3­A: Lo<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> na altura de 1,25m;T3­C: Lo<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> na altura de 1,25m analisa<strong>do</strong> sem adição de substrato (lo<strong>do</strong> controle);T3­HAT1: Lo<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> na altura de 1,25m analisa<strong>do</strong> com adição da hidrólise alcalina <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m;T3­HAT3: Lo<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> na altura de 1,25m analisa<strong>do</strong> com adição da hidrólise alcalina <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m;* Sem adição <strong>do</strong> substrato (controle);­ Problema de vazamento detecta<strong>do</strong> nos frascos reatores R2 e R6.


Na Tabela 5.7, nota­se que houve maior produção de metano quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>como substrato o acetato, no frasco reator R1, apresentan<strong>do</strong> valor 228,20 ml daprodução de metano medida.Os reatores controles (R3 e R4), apresentaram produção de metano de 92,4 ml e103,6 ml e PENNA, (1994) acredita que os frascos controles teriam poucosignifica<strong>do</strong>, devi<strong>do</strong> ao fato que a DQO da própria amostra de lo<strong>do</strong> seria poucorepresentativa, justifican<strong>do</strong> assim a não utilização <strong>do</strong>s frascos controles nos testesde AME.No entanto, para JAMES et al. (1990) o frasco controle é muito importante, quan<strong>do</strong>utiliza<strong>do</strong> para verificar as variações de pressão e temperaturas externas,principalmente por se tratar de taxas de metano muito baixas.Nos trabalhos de ARAÚJO (1995), o uso de frascos controles foi de sumaimportância, para medir a atividade basal <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>, a qual foi subtraída <strong>do</strong>s valoresde atividade <strong>do</strong>s frascos reatores com adição de substrato, encontran<strong>do</strong> a AMEreal <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s em estu<strong>do</strong>.Por não haver variações de pressão e temperatura nos testes utilizan<strong>do</strong> oRespirômetro Anaeróbio Automatiza<strong>do</strong>, nesse estu<strong>do</strong>, optou­se por não descontaros valores de AME <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s controles, apresentan<strong>do</strong> a AME aparente <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>sem estu<strong>do</strong>.Quanto ao pH, houve um aumento não significativo no decorrer <strong>do</strong> teste,manten<strong>do</strong>­se na maioria <strong>do</strong>s frascos no limite ótimo de trabalho das bactériasmetanogênicas, que é de 7,2.


5.3.3 Comparação entre o desempenho das biomassas 0,25m e1,25m utilizan<strong>do</strong> lo<strong>do</strong>s hidrolisa<strong>do</strong>s5.3.3.1 Fração sedimentada <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> hidrolisa<strong>do</strong>As condições <strong>do</strong> teste abaixo foram às mesmas que os anteriores, exceto pelautilização <strong>do</strong> substrato hidrolisa<strong>do</strong> em sua forma sedimentada após centrifugaçãoà 3500G por 15 minutos.A Tabela 5.8 apresenta as condições experimentais <strong>do</strong> teste 3.Tabela 5.8: Concentração de substrato (So), Biomassa (Xo) e valores de AME encontra<strong>do</strong>s no teste3.TESTE ORIGEM DA REATORES SUBSTRATO BIOMASSA RELAÇÃOAMOSTRA So Xo So/Xo(gDQO/l) (gSV/l)3T1­HAT1(sedimenta<strong>do</strong>)T1­HAT1(sedimenta<strong>do</strong>)T1­HAT3(sedimenta<strong>do</strong>)T1­HAT3(sedimenta<strong>do</strong>)T3­HAT1(sedimenta<strong>do</strong>)T3­HAT1(sedimenta<strong>do</strong>)T3­HAT3(sedimenta<strong>do</strong>)T3­HAT3(sedimenta<strong>do</strong>)AME(gDQO/gSVT.d)R1 2,00 10,00 0,20 0,0223R2 2,00 10,00 0,20 0,0281R3 2,00 10,00 0,20 0,0187R4 2,00 10,00 0,20 0,018R5 2,00 10,00 0,20 0,0319R6 2,00 10,00 0,20 0,0336R7 2,00 10,00 0,20 0,0572R8 2,00 10,00 0,20 0,0807Na Figura 5.8 é observa<strong>do</strong> a evolução da relação <strong>do</strong> volume de metano em massade DQO convertida em CH 4 (gDQO CH4 ) com a biomassa (gSV) presente em cadafrasco reator em função <strong>do</strong> tempo.


0,120,100,08gDQO/gSV0,060,040,020,000 2 4 6 8 10 12Tempo (Dias)Figura 5.8: Evolução da relação <strong>do</strong> volume de metano em massa de DQO convertida em CH 4 (gDQO CH4 ) com a biomassa (gSV) em função <strong>do</strong> tempo, submeti<strong>do</strong> a diferentes substratos, onde:cont Biomassa a 0,25m submetida a hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m ; Biomassa a 0,25msubmetida a hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m ; Biomassa a 1,25m submetida a hidról. alcal. <strong>do</strong>lo<strong>do</strong> a 0,25m; Biomassa a 1,25m submetida a hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m.A Figura 5.9 representa a curva de AME, sen<strong>do</strong> obtida através <strong>do</strong> cálculo daatividade para cada intervalo de tempo. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> teste são apresenta<strong>do</strong>sna Tabela 5.9.0,090,080,07AME (gDQO/gSV.d)0,060,050,040,030,020,010,000 50 100 150 200 250 300Tempo (Horas)Figura 5.9: Variação da AME ao longo <strong>do</strong> tempo (em horas), onde: Biomassa a 0,25msubmetida a hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m ; Biomassa a 0,25m submetida a hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>a 1,25m ; Biomassa a 1,25m submetida a hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m; Biomassa a 1,25msubmetida a hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m.


Tabela 5.9: Resulta<strong>do</strong>s de início e final <strong>do</strong> teste 3 para os parâmetros SV, pH, além da biomassa, produção de metano e AME avaliadas em cadafrasco reator para os lo<strong>do</strong>s a 0,25m e 1,25m.TesteLo<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>ReatoresBiomassa(gSVT)Conc. SVT no teste(g/l)InicialFinalDQO (g/l)RelaçãogDQO/gSVT(So/Xo)Produção demetano (ml)TeóricaesperadaTotalmedidaInicialpHFinalAME(gDQO/gSVT.d)AMEMédia(gDQO/gSVT.d)3T1­HAT1(sedimenta<strong>do</strong>)T1­HAT1(sedimenta<strong>do</strong>)T1­HAT3(sedimenta<strong>do</strong>)T1­HAT3(sedimenta<strong>do</strong>)T3­HAT1(sedimenta<strong>do</strong>)T3­HAT1(sedimenta<strong>do</strong>)T3­HAT3(sedimenta<strong>do</strong>)T3­HAT3(sedimenta<strong>do</strong>)R1 5,48 11,25 10,36 2,00 0,20 330,73 205,8 7,15 6,91 0,0223R2 5,48 10,69 9,48 2,00 0,20 330,73 212,8 7,15 6,85 0,0281R3 5,48 9,00 8,73 2,00 0,20 385,21 197,4 7,61 6,99 0,0187R4 5,48 8,98 8,60 2,00 0,20 385,21 197,4 7,60 7,00 0,0180R5 5,48 14,84 13,33 2,00 0,20 385,21 301,0 7,5 7,01 0,0319R6 5,48 14,74 12,46 2,00 0,20 385,21 145,6 7,5 6,97 0,0336R7 5,48 15,45 15,21 2,00 0,20 330,73 162,4 7,52 6,89 0,0572R8 5,48 13,2 17,72 2,00 0,20 330,73 792,2 7,52 6,87 0,08070,02520,01830,03270,0689T1­HAT1 (sedimenta<strong>do</strong>): Lo<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> na altura de 0,25m analisa<strong>do</strong> com adição da fração sedimentada da hidrólise alcalina <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m;T1­HAT3 (sedimenta<strong>do</strong>): Lo<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> na altura de 0,25m analisa<strong>do</strong> com adição da fração sedimentada da hidrólise alcalina <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m;T3­HAT1: (sedimenta<strong>do</strong>): Lo<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> na altura de 1,25m analisa<strong>do</strong> com adição da fração sedimentada da hidrólise alcalina <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m;T3­HAT3 (sedimenta<strong>do</strong>): Lo<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> na altura de 1,25m analisa<strong>do</strong> com adição da fração sedimentada da hidrólise alcalina <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m.


A biomassa <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m com substrato hidrolisa<strong>do</strong> (fração sobrenadante) a1,25m apresentou maior AME, em média de 0,0689 gDQO/gSV.d.O teste apresentou reprodutibilidade nos ensaios realiza<strong>do</strong>s em duplicata, excetonos reatores R7 e R8, que apresentaram AME de 0,0572 gDQO/gSV.d e 0,0807gDQO/gSV.d.Como pode ser observa<strong>do</strong> na Tabela 5.8, os valores médios de AME na biomassa<strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m submeti<strong>do</strong> aos substratos hidrolisa<strong>do</strong>s (fração sedimentada) a0,25m e 1,25m foram respectivamente 0,0252 gDQO/gSV.d e 0,0183gDQO/gSV.d.O mesmo desempenho não foi observa<strong>do</strong> no lo<strong>do</strong> a 1,25m quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> comobiomassa, obten<strong>do</strong> dessa forma, valores mais representativos, apresentan<strong>do</strong> AMEmédia de 0,0327 gDQO/gSV.d para o lo<strong>do</strong> hidrolisa<strong>do</strong> a 0,25m e 0,0689gDQO/gSV.d no lo<strong>do</strong> hidrolisa<strong>do</strong> a 1,25m.A concentração de sóli<strong>do</strong>s em termos de gSV/l <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s no final e iníciode cada teste, de uma maneira geral, não apresentaram crescimento significativoem relação às concentrações iniciais colocadas, sen<strong>do</strong> observa<strong>do</strong> no teste 3(Tabela 5.9) a redução da biomassa na maioria <strong>do</strong>s frascos reatores.


5.3.3.2 Fração sobrenadante <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> hidrolisa<strong>do</strong>A Tabela 5.10 apresenta às condições <strong>do</strong> teste 4, no qual foi utiliza<strong>do</strong> a fraçãosobrenadante <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> hidrolisa<strong>do</strong> após centrifugação à 3500G por 15 minutos.Tabela 5.10: Concentração de substrato (So), Biomassa (Xo) e valores de AME encontra<strong>do</strong>s noteste 3.TESTEORIGEM DAREATORES SUBSTRATO BIOMASSA RELAÇÃOAMOSTRA So Xo So/Xo(gDQO/l) (gSV/l)4T1­HAT1(sobrenadante)T1­HAT1(sobrenadante)T1­HAT3(sobrenadante)T1­HAT3(sobrenadante)T3­HAT1(sobrenadante)T3­HAT1(sobrenadante)T3­HAT3(sobrenadante)T3­HAT3(sobrenadante)AME(gDQO/gSVT.d)R1 2,00 10,00 0,20 0,0096R2 2,00 10,00 0,20 ­R3 2,00 10,00 0,20 0,0030R4 2,00 10,00 0,20 0,0017R5 2,00 10,00 0,20 0,0067R6 2,00 10,00 0,20 0,0053R7 2,00 10,00 0,20 0,0049R8 2,00 10,00 0,20 0,0053O gráfico da Figura 5.10 apresenta a relação <strong>do</strong> volume de metano em massa deDQO convertida em CH 4 (gDQO CH4 ) com a biomassa (gSV) presente em cadafrasco reator em função <strong>do</strong> tempo.


0,070,060,05gDQO/gSV0,040,030,020,010,000 1 2 3 4 5 6Tempo (Dias)Figura 5.10: Evolução da relação <strong>do</strong> volume de metano em massa de DQO convertida em CH 4 (gDQO CH4 ) com a biomassa (gSV) em função <strong>do</strong> tempo, submeti<strong>do</strong> a diferentes substratos, onde:cont Biomassa a 0,25m submetida a hidról. Alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m ; Biomassa a 0,25msubmetida a hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m ; Biomassa a 1,25m submetida a hidról. alcal. <strong>do</strong>lo<strong>do</strong> a 0,25m; Biomassa a 1,25m submetida a hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m.A Figura 5.11 representa a curva de AME, sen<strong>do</strong> obtida através <strong>do</strong> cálculo daatividade para cada intervalo de tempo. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> teste são apresenta<strong>do</strong>sna Tabela 5.11.AME (gDQO/gSV.d)0,0450,0400,0350,0300,0250,0200,0150,0100,0050,0000 50 100 150Tempo (Horas)Figura 5.11: Variação da AME ao longo <strong>do</strong> tempo (em horas), onde: Biomassa a 0,25msubmetida a hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m ; Biomassa a 0,25m submetida a hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong>a 1,25m ; Biomassa a 1,25m submetida a hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m; Biomassa a 1,25msubmetida a hidról. alcal. <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m.


Tabela 5.11: Resulta<strong>do</strong>s de início e final <strong>do</strong> teste 3 para os parâmetros SV, pH, além da biomassa, produção de metano e AME avaliadas emcada frasco reator para os lo<strong>do</strong>s a 0,25m e 1,25m.Teste Lo<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> ReatoresBiomassa(gSVT)Conc. SVT no teste(g/l)InicialFinalDQO (g/l)RelaçãogDQO/gSVT(So/Xo)Produção demetano (ml)TeóricaesperadaTotalmedidaInicialpHFinalAME(gDQO/gSVT.d)AMEMédia(gDQO/gSVT.d)4T1­HAT1(sobrenadante)T1­HAT1(sobrenadante)T1­HAT3(sobrenadante)T1­HAT3(sobrenadante)T3­HAT1(sobrenadante)T3­HAT1(sobrenadante)T3­HAT3(sobrenadante)T3­HAT3(sobrenadante)R1 5,48 12,34 12,01 2,00 0,20 1484,43 117,6 6,81 6,40 0,0096R2 5,48 12,12 ­ 2,00 0,20 1484,43 ­ 6,81 ­ ­R3 5,48 10,46 10,41 2,00 0,20 1484,43 78,4 6,73 5,99 0,0030R4 5,48 9,39 9,08 2,00 0,20 1484,43 29,4 6,73 6,00 0,0017R5 5,48 13,89 13,04 2,00 0,20 2226,07 124,6 6,94 7,01 0,0067R6 5,48 12,56 12,30 2,00 0,20 2226,07 49,0 6,94 6,80 0,0053R7 5,48 17,20 17,14 2,00 0,20 2226,07 30,8 7,23 6,30 0,0049R8 5,48 18,34 16,13 2,00 0,20 2226,07 40,6 7,23 7,21 0,0053­0,00230,00600,0051T1­HAT1 (sobrenadante): Lo<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> na altura de 0,25m analisa<strong>do</strong> com adição da fração sobrenadante da hidrólise alcalina <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m;T1­HAT3 (sobrenadante): Lo<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> na altura de 0,25m analisa<strong>do</strong> com adição da fração sobrenadante da hidrólise alcalina <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m;T3­HAT1: (sobrenadante): Lo<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> na altura de 1,25m analisa<strong>do</strong> com adição da fração sobrenadante da hidrólise alcalina <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m;T3­HAT3 (sobrenadante): Lo<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> na altura de 1,25m analisa<strong>do</strong> com adição da fração sobrenadante da hidrólise alcalina <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m.­ Problema de vazamento detecta<strong>do</strong> no frasco reator R2.


O experimento 4 apresentou valores de AME inferiores aos testes 1,2 e 3,demonstran<strong>do</strong> valores médios que variaram de 0,0023 gDQO/gSV.d a 0,0060gDQO/gSV.d.Analisan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s de produção de metano, é verifica<strong>do</strong> que os valores daprodução total de metano medi<strong>do</strong>s no final de cada teste, em cada um <strong>do</strong>sfrascos, não foram compatíveis com os valores de produção de metano esperada.Quanto aos valores de pH, não houve variações significativas, manten<strong>do</strong>­se namaioria <strong>do</strong>s frascos reatores a faixa ótima de trabalho.A biomassa foi reduzida em to<strong>do</strong>s os reatores, não apresentan<strong>do</strong> dessa forma,crescimento significativo em relação às concentrações de sóli<strong>do</strong>s em termos degSV/l <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s iniciais coloca<strong>do</strong>s.O frasco reator R2 apresentou problemas de vazamento, não sen<strong>do</strong> possíveldessa forma, calcular a concentração de SVT (g/l), produção de metano totalmedida (ml), pH e AME (gDQO/gSV.d;) no final <strong>do</strong> teste.Os valores médios de AME encontra<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> a biomassa 0,25m comsubstrato hidrolisa<strong>do</strong> a 0,25m e 1,25m foram respectivamente 0,0096gDQO/gSV.d e 0,0023 gDQO/gSV.d.A biomassa a 1,25m <strong>do</strong> reator UASB recebeu adição da hidrólise alcalina <strong>do</strong>slo<strong>do</strong>s a 0,25m e 1,25m, obten<strong>do</strong>­se assim valores médios de AME de 0,0060gDQO/gSV.d e 0,0051 gDQO/gSV.d.


5.4. DISCUSSÃO GERAL DOS TESTES DE AMEAs Figuras abaixo (5.12, 5.13, 5.14, 5.15, 5.16, 5.17, 5.18, 5.19) ilustram ocomportamento das biomassas a 0,25m e 1,25m <strong>do</strong> reator UASB quan<strong>do</strong>compara<strong>do</strong>s a substratos distintos:AME (gDQO/gSV.d)0,050,0450,040,0350,030,0250,020,0150,010,00501 2 3 4 5 6Tes tes0,25m1,25mAME (gDQO/gSV.d)0,050,0450,040,0350,030,0250,020,0150,010,00501 2 3 4 5 6Tes tes0,25m1,25mFigura 5.12: Comparação da AtividadeMetanogênica Específica das biomassas a0,25m e 1,25m utilizan<strong>do</strong> os frascos controlesao longo <strong>do</strong>s testes realiza<strong>do</strong>s.Figura 5.13: Comparação da AtividadeMetanogênica Específica das biomassas a0,25m e 1,25m utilizan<strong>do</strong> o substrato acetato desódio ao longo <strong>do</strong>s testes realiza<strong>do</strong>s.As Figuras 5.12 e 5.13 apresentam médias <strong>do</strong>s ensaios realiza<strong>do</strong>s com asbiomassas a 0,25m e 1,25m quan<strong>do</strong> submeti<strong>do</strong>s ao substrato acetato de sódio emcomparação com os controles. Pode ser observa<strong>do</strong> que a biomassa a 0,25mobteve melhor desempenho nos ensaios com os frascos controle e acetato, o quedemonstrou maior Atividade Metanogênica Específica nos testes realiza<strong>do</strong>s.


AME (gDQO/gSV.d)0,0250,020,0150,010,0050,25m1,25mAME (gDQO/gSV.d)0,0250,020,0150,010,0050,25m1,25m01 2 3 4 5 6Tes tes01 2 3 4 5 6Tes tesFigura 5.14 Comparação da AtividadeMetanogênica Específica das biomassas a0,25m e 1,25m utilizan<strong>do</strong> o substratohidrolisa<strong>do</strong> alcalino 0,25m ao longo <strong>do</strong>s testesrealiza<strong>do</strong>s.Figura 5.15: Comparação da AtividadeMetanogênica Específica das biomassas a 0,25me 1,25m utilizan<strong>do</strong> o substrato hidrolisa<strong>do</strong>alcalino 1,25m ao longo <strong>do</strong>s testes realiza<strong>do</strong>s.A atuação <strong>do</strong>s substratos com hidrólise alcalina nos lo<strong>do</strong>s a 0,25m e 1,25m podeser verifica<strong>do</strong> nas Figuras 5.14 e 5.15, acima. A biomassa a 0,25m teve maioresvalores de AME no substrato hidrolisa<strong>do</strong> a 0,25m, enquanto que a biomassa a1,25m, apesar de apresentar valores inferiores de AME, obteve melhor respostaquan<strong>do</strong> inocula<strong>do</strong> lo<strong>do</strong> hidrolisa<strong>do</strong> da mesma altura <strong>do</strong> reator UASB.0,080,070,25m1,25m0,080,070,25m1,25mAME (gDQO/gSV.d)0,060,050,040,030,020,0101 2 3 4Tes t esAME (gDQO/gSV.d)0,060,050,040,030,020,0101 2 3 4Tes tesFigura 5.16: Comparação da AtividadeMetanogênica Específica das biomassas a0,25m e 1,25m utilizan<strong>do</strong> o substrato hidrolisa<strong>do</strong>alcalino sedimenta<strong>do</strong> a 0,25m ao longo <strong>do</strong>stestes realiza<strong>do</strong>s.Figura 5.17: Comparação da AtividadeMetanogênica Específica das biomassas a0,25m e 1,25m utilizan<strong>do</strong> o substrato hidrolisa<strong>do</strong>alcalino sedimenta<strong>do</strong> a 1,25m ao longo <strong>do</strong>stestes realiza<strong>do</strong>s.


Durante os ensaios realiza<strong>do</strong>s, foi observa<strong>do</strong> que o comportamento da biomassa a1,25m foi superior ao lo<strong>do</strong> a 0,25m em resposta aos substratos hidrolisa<strong>do</strong>s 0,25me 1,25m em sua fração sedimentada (Figuras 5.16 e 5.17).AME (gDQO/gSV.d)0,0120,010,0080,0060,0040,0020,25m1,25mAME (gDQO/gSV.d)0,0120,010,0080,0060,0040,0020,25m1,25m01 2 3 4Tes tes01 2 3 4TetesFigura 5.18: Comparação da AtividadeMetanogênica Específica das biomassas a0,25m e 1,25m utilizan<strong>do</strong> o substratohidrolisa<strong>do</strong> alcalino sobrenadante a 0,25m aolongo <strong>do</strong>s testes realiza<strong>do</strong>s.Figura 5.19: Comparação da AtividadeMetanogênica Específica das biomassas a0,25m e 1,25m utilizan<strong>do</strong> o substratohidrolisa<strong>do</strong> alcalino sobrenadante a 1,25m aolongo <strong>do</strong>s testes realiza<strong>do</strong>s.Os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s nas Figuras 5.18 e 5.19 comparam o desempenhodas biomassas 0,25m e 1,25m <strong>do</strong> reator UASB referentes à fração sobrenadantedas hidrólises alcalinas <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s. Nos testes acima, pode ser verifica<strong>do</strong> que osvalores de AME encontra<strong>do</strong>s se mostraram inferiores aos demais testes e maisuma vez foi observa<strong>do</strong> que as biomassas possuem melhor comportamentoquan<strong>do</strong> adiciona<strong>do</strong>s substratos da mesma altura <strong>do</strong> reator.Na Tabela 5.12, pode ser verifica<strong>do</strong> a análise descritiva <strong>do</strong>s valores encontra<strong>do</strong>sem to<strong>do</strong>s os ensaios realiza<strong>do</strong>s ao longo da pesquisa.


Tabela 5.12: Estatística descritiva <strong>do</strong>s ensaios realiza<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong> as biomassas 0,25m e 1,25me seus respectivos substratos.SUBSTRATOS Biomassa 0,25m Biomassa 1,25mN 6 6ControleMed 0,0100 0,0069Mediana 0,0099 0,0070DP 0,0009 0,0007N 6 6AcetatoMed 0,0387 0,0220Mediana 0,0388 0,0219DP 0,0036 0,0017N 6 6Hidrolise Alcalina a 0,25m Med 0,0199 0,0126Mediana 0,0199 0,0126DP 0,0009 0,0009N 6 6Hidrolise Alcalina a 0,25m Med 0,0260 0,0333(Sedimenta<strong>do</strong>) Mediana 0,0261 0,0332DP 0,0009 0,0012N 6 6Hidrolise Alcalina a 0,25m Med 0,0094 0,0057(Sobrenadante) Mediana 0,0094 0,0059DP 0,0007 0,0010N 6 6Hidrolise Alcalina a 1,25m Med 0,0087 0,0142Mediana 0,0087 0,0141DP 0,0014 0,0010N 6 6Hidrolise Alcalina a 1,25m Med 0,0228 0,0634(Sedimenta<strong>do</strong>) Mediana 0,0224 0,0626DP 0,0031 0,0041N 6 6Hidrolise Alcalina a 1,25m Med 0,0022 0,0056(Sobrenadante) Mediana 0,0021 0,0053DP 0,0006 0,0011


5.5 POTENCIAL DA PRODUÇÃO DE METANO DOS LODOSANAERÓBIOS (0,25M E 1,25M) DO REATOR UASBO balanço de massa em termos de DQO foi realiza<strong>do</strong> basea<strong>do</strong> nas amostrascompostas coletadas no esgoto bruto, efluente anaeróbio e efluente <strong>do</strong>s biofiltros,logo, em média, 31,8Kg de DQO entravam no reator UASB por dia e 14,76 Kgsaiam no efluente anaeróbio, corresponden<strong>do</strong> em uma remoção de 17,06Kg deDQO por dia, o que eqüivale a uma eficiência média de 53,5% (VERONEZ, 2001).Consideran<strong>do</strong> a DQO removida por dia no reator anaeróbio (17,28 Kg/dequivalente a 720,56g/h) e utilizan<strong>do</strong> o modelo obti<strong>do</strong> por VERONEZ (2001),podemos aplicar a Equação 5.1, um modelo de equação que correlacionaresulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s de 246 observações de volume de biogás coleta<strong>do</strong>(litros/hora) e de DQO removida (gramas/hora), e obter o volume de biogáscaptura<strong>do</strong> (em litros por hora), como a seguir:( DQO ) εln Q biogás = β ´ ln rem +Equação 5.1Onde:Q biogás = Volume de biogás produzi<strong>do</strong> (em litros por hora).b = Coeficiente beta significativo.DQO rem = DQO removida (em gramas por hora).e = Erro.Defini<strong>do</strong> o modelo de equação e aplica<strong>do</strong> e x em ambos os la<strong>do</strong>s desta, tem­seo seguinte resulta<strong>do</strong>:Q[ β ´ ln ( DQOrem ) + ε ]biogás = eEquação 5.2


Onde,Coeficiente Beta significativo = 0,823(significativo a 1%, segun<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> teste T).Dessa forma, pode­se expressar a equação de regressão ajustada:Q[ 0 , 823 ´ ln ( DQO rem )]biogás = eEquação 5.3Como resulta<strong>do</strong> da análise de regressão, os indica<strong>do</strong>res de ajuste da equaçãoforam: R 2 = 0,993 e Resíduos obedecen<strong>do</strong> aos pressupostos de um modelo deregressão linear (VERONEZ, 2001).Utilizan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s desta pesquisa temos:Biogas = e[ 0 , 823 ´ ln ( 710 , 56 )]Como resulta<strong>do</strong>, tem­se: biogás:234,43Biogas = 222 , 33litros de biogás /horaO que equivale a 5650,24 litros de biogás captura<strong>do</strong> por dia.Em pesquisa recente, MATOS (2001) apud VERONEZ (2001) monitorou obiogás gera<strong>do</strong> no reator UASB da ETE­<strong>UFES</strong> e encontrou concentrações demetano varian<strong>do</strong> entre 61% a 79%.Consideran<strong>do</strong> uma concentração de 70% de metano, tem­se um volumeequivalente a 3455,17 litros de metano captura<strong>do</strong> por dia, que equivale a228,89mlCH 4 /gDQO removida. Este valor representa 65,4% <strong>do</strong> valor teórico de350mlCH 4 /gDQO removida (na CNTP ­ condições normais de temperatura epressão), equivalente a uma perda de 34,6%. VAN HAANDELl & LETTINGA(apud VERONEZ, 2001), relatam perdas em torno de 50% da produção teórica.


Conforme da<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na Tabela 5.13, apenas quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> o acetatocomo substrato é que os valores médios encontra<strong>do</strong>s na relação mlCH 4 /gDQOremovida foram maiores que o valor teórico de 350 mlCH 4 /gDQO removida,apresentan<strong>do</strong> dessa forma no teste 1 valores de 363,34 mlCH 4 /gDQO.Os valores encontra<strong>do</strong>s nos substratos hidrolisa<strong>do</strong>s a 0,25m e 1,25m foramsuperiores ao encontra<strong>do</strong> na biomassa a 1,25m receben<strong>do</strong> adição de acetato. Osresulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s nas hidrólises se mostraram 129,53 mlCH 4 /gDQO e 105,00mlCH 4 /gDQO, respectivamente para as alturas 0,25m e 1,25m.No teste 2 o acetato apresentou 71,27 mlCH 4 /gDQO, enquanto na hidrólisealcalina <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s 0,25m foi obti<strong>do</strong> 1,28 mlCH 4 /gDQO e na altura 1,25m foiobserva<strong>do</strong> 22,34 mlCH 4 /gDQO.Os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s indicam ser o acetato o substrato preferencial <strong>do</strong>smicrorganismos metanogênicos, confirman<strong>do</strong> assim valores encontra<strong>do</strong>s porSILVA (2003), que estu<strong>do</strong>u o comportamento da biomassa metanogênica ao longo<strong>do</strong> reator UASB.


Tabela 5.13: Caracterização <strong>do</strong> potencial da produção de metano por gDQO para os lo<strong>do</strong>s das alturas 0,25m e 1,25m <strong>do</strong> reator UASB, deacor<strong>do</strong> com a relação So/Xo de 0,2.Testes Relação Altura de Substratos Média Média de Média Média **Massa Relaçãorealiza<strong>do</strong>s gDQO/gSV coleta <strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>s aparente biogás <strong>do</strong>s real de real de mlCH4/gDQO(So/Xo) lo<strong>do</strong> no (So) de biogás reatores biogás de CH4 DQOreator (ml) controle (ml) (ml) (g/l)UASBHidr.1 0,2 0,25m alc. 0,25mHidr.alc. 1,25m(ml)(A) (B) C=(A+B) D=70%(C) E F=(D/E)Acetato 790 219 571 399,7 1,1 363,34422 219 203 142,1 1,097 129,53384219 165 115,51,097 105,00Acetato 326 214 112 78,4 1,1 71,27Hidr.2 0,2 1,25m alc. 0,25mHid.alc. 1,25m2162492142142351,424,51,0971,0971,2822,34** Ver Apêndice C


Nos resulta<strong>do</strong>s ilustra<strong>do</strong>s na Tabela 5.14, é evidencia<strong>do</strong> uma diferençasignificativa na relação mlCH4/gDQO entre as frações sedimentada esobrenadante <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s hidrolisa<strong>do</strong>s a 0,25m e 1,25m.No teste 3 foram encontra<strong>do</strong>s os maiores valores na relação mlCH4/gDQO, emcomparação com to<strong>do</strong>s os outros ensaios realiza<strong>do</strong>s ao longo dessa pesquisa.A biomassa 1,25m obteve melhor comportamento, poden<strong>do</strong> ser verifica<strong>do</strong> com243,76 mlCH4/gDQO; já a biomassa 0,25m apresentou valores bem próximos,independente da altura <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> hidrolisa<strong>do</strong> (fração sedimentada); sen<strong>do</strong> na altura0,25m a relação 190,79 mlCH4/gDQO e 196,54 mlCH4/gDQO no lo<strong>do</strong> a 1,25m.O teste 4 foi realiza<strong>do</strong> nas mesmas condições que o teste 3, sen<strong>do</strong> retira<strong>do</strong> afração sobrenadante, o que resultou em valores inferiores quan<strong>do</strong> comparadascom a fração sedimentada, utilizada no teste 3.Na biomassa a 0,25m foi obtida melhor relação mlCH4/gDQO, com valor de 107,2mlCH4/gDQO, enquanto que o comportamento da biomassa a 1,25m foi de 49,13mlCH4/gDQO.Os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s pela biomassa a 1,25m foram 79,12 mlCH4/gDQO e32,54 mlCH4/gDQO, respectivamente para os lo<strong>do</strong>s nas alturas 0,25m e 1,25m.Nos testes 3 e 4 não foram utiliza<strong>do</strong>s frascos reatores controle, não sen<strong>do</strong>possível dessa forma se obter a média real de biogás, já que para ser calculadaseria necessário a média de biogás <strong>do</strong>s reatores controle.Foi obti<strong>do</strong> apenas a média aparente de biogás (ml), sen<strong>do</strong> calculada a médiaaparente de CH4(ml) em 70% da produção média aparente de biogás (ml).


Tabela 5.14: Caracterização <strong>do</strong> potencial da produção de metano por gDQO para os lo<strong>do</strong>s das alturas 0,25m e 1,25m <strong>do</strong> reator UASB, de acor<strong>do</strong>com a relação So/Xo de 0,2.Testes Relação Altura de Substratos Média Média de Média Média **Massa Relaçãorealiza<strong>do</strong>s gDQO/gSV coleta <strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>s aparente biogás <strong>do</strong>s aparente de aparente de mlCH4/gDQO(So/Xo) lo<strong>do</strong> no (So) de biogás reatores biogás de CH4 DQOreator (ml) controle (ml) (ml) (g/l)UASB(ml)Hidr. Alc. 0,25m0,25m (Sedimenta<strong>do</strong>)3 Hidr. Alc. 1,25m0,2 (Sedimenta<strong>do</strong>)Hidr. Alc. 0,25m1,25m (Sedimenta<strong>do</strong>)Hidr. Alc. 1,25m(Sedimenta<strong>do</strong>)Hidr. Alc. 0,25m0,25m (Sobrenadante)4 Hidr. Alc. 1,25m0,2 (Sobrenadante)Hidr. Alc. 0,25m1,25m (Sobrenadante)Hidr. Alc. 1,25m(Sobrenadante)(A) (B) C=(A+B) D=70%(C) E F=(D/E)299 ­ 299 209,30308 ­ 308 215,60382 ­382 267,401,097 190,791,097 196,541,097 243,76232 ­ 232 162,40 1,097 148,04168 ­ 168 117,6077 ­ 77 53,90124 ­124 86,801,097 107,21,097 49,131,097 79,1251 ­ 51 35,70 1,097 32,54** Ver Apêndice C


6. CONCLUSÕES· Monitoramento <strong>do</strong> sistema UASB + BFs da ETE­<strong>UFES</strong>Caracterização <strong>do</strong> efluente – Os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s pelo esgoto brutoforam médias de 251 mg/l(SST), 429 mgO2/l(DQO) e 184 mgO2/l(DQOfiltrada).O sistema UASB+ BFs da ETE­<strong>UFES</strong> produziu um efluente trata<strong>do</strong> comcaracterísticas médias de 89 mg/l(SST), 180 mgO2/l(DQO) e 86 mgO2/l(DQOfiltrada)para o reator UASB; SST < 57 mg/L, DQO < 102 mgO2/l e DQO filtrada < 60 mgO2/Lpara os biofiltros secundários e 29 mg/L (SST), 67 mgO2/l (DQO) e 51 mgO2/l(DQO filtrada ) para o biofiltro terciário.As eficiências médias diárias de remoção ficaram em torno de 51% para o reatorUASB, 35% para o BF 1, 38% para o BF 2, 50% para o BF 3 e 67% para o BF 3 +BF terciário .As eficiências globais <strong>do</strong> sistema foram de 68% para o BF1, 70% para o BF 2,75% para o BF 3 e 84% para o BF terciário em relação ao parâmetro SST, 73% parao BF 1, 75% para o BF2, 80% para o BF 3 e 82% para o BF terciário para DQO e67% para o BF1, 70% para o BF2, 70% para BF 3 e 71% para BF terciário emrelação a DQO filtrada .Estes resulta<strong>do</strong>s demonstram que o reator UASB manteve suas características deeficiência e estabilidade no tratamento de esgotos <strong>do</strong>mésticos apresentan<strong>do</strong> ótimaqualidade, o que confirma a eficiência <strong>do</strong> sistema UASB + BFs a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> na ETE­<strong>UFES</strong>.Caracterização <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s – Os lo<strong>do</strong>s provenientes <strong>do</strong> fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> reator UASB(0,25m) apresentaram 4% ST e 77% SV/ST, indican<strong>do</strong> o bom adensamento e areduzida estabilização <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> nessa região; Já no lo<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong> na altura 1,25mfoi verifica<strong>do</strong> 0,6% ST e 5,2% SV/ST.


Caracterização <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s hidrolisa<strong>do</strong>s ­ O lo<strong>do</strong> a 1,25m <strong>do</strong> reator UASB apóshidrólise alcalina obteve aumento considerável na solubilização da matériaorgânica, apresentan<strong>do</strong> valores de DQO filtrada no TO=271,0 mgO 2 /l e no T8=3241,6mgO 2 /l.· Atividade Metanogênica Específica de lo<strong>do</strong>s provenientes <strong>do</strong>reator UASBComportamento da biomassa <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 0,25m <strong>do</strong> reator UASB submeti<strong>do</strong> adiferentes substratos – O controle obteve 0,0099 gDQO/gSV.d, sen<strong>do</strong>encontra<strong>do</strong>s os maiores valores de AME, quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> o acetato comosubstrato, obten<strong>do</strong> assim resulta<strong>do</strong>s de 0,0351 gDQO/gSV.d. Nos lo<strong>do</strong>shidrolisa<strong>do</strong>s a 0,25m o valor foi de 0,0012 gDQO/gSV.d e a 1,25m de 0,0095gDQO/gSV.d.Comportamento da biomassa <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> a 1,25m <strong>do</strong> reator UASB submeti<strong>do</strong> adiferentes substratos ­ Nesse estu<strong>do</strong> os maiores valores de AME foramencontra<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>s novamente o acetato, comprovan<strong>do</strong> dessa forma,ser o substrato preferencial das bactérias metanogênicas. Os resulta<strong>do</strong>sencontra<strong>do</strong>s foram de 0,0247 gDQO/gSV.d. No entanto, lo<strong>do</strong>s hidrolisa<strong>do</strong>s a0,25m e 1,25m tiveram desempenho superior ao teste realiza<strong>do</strong> com lo<strong>do</strong> a 0,25mcomo biomassa. Os valores de AME foram: 0,0128 gDQO/gSV.d na altura 0,25m e0,0140 para lo<strong>do</strong>s a 1,25m.Comparação entre o desempenho das biomassas 0,25m e 1,25m utilizan<strong>do</strong> afração sedimentada de lo<strong>do</strong>s hidrolisa<strong>do</strong>s ­ Foi observa<strong>do</strong> valores maissignificativos de AME quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> a fração sedimentada (centrifugação à3500G por 15 minutos) <strong>do</strong> substrato. A biomassa a 0,25m apresentou AME de0,0252 gDQO/gSV.d e 0,0183 gDQO/gSV.d nos substratos hidrolisa<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s lo<strong>do</strong>s0,25m e 1,25m, respectivamente. Já a biomassa a 1,25m, obteve comportamentosuperior, no lo<strong>do</strong> hidrolisa<strong>do</strong> a 0,25m, sua AME foi 0,0327 gDQO/gSV.d, enquantoque no lo<strong>do</strong> hidrolisa<strong>do</strong> a 1,25m, resultou em 0,0689 gDQO/gSV.d.


Comparação entre o desempenho das biomassas 0,25m e 1,25m utilizan<strong>do</strong> afração sobrenadante de lo<strong>do</strong>s hidrolisa<strong>do</strong>s ­ Os testes utilizan<strong>do</strong> a fraçãosobrenadante (centrifugação à 3500G por 15 minutos) <strong>do</strong> substrato hidrolisa<strong>do</strong>resultaram em valores inferiores de AME ao longo <strong>do</strong>s testes, varian<strong>do</strong> de 0,0096gDQO/gSV.d a 0,0023 gDQO/gSV quan<strong>do</strong> utilizada a biomassa 0,25m comhidrólise a 0,25m e 1,25m, respectivamente. Para a biomassa a 1,25m, os valoresde AME encontra<strong>do</strong>s foram: 0,0060 gDQO/gSV.d e 0,0051 nas hidrólises a 0,25me a 1,25m.


7. RECOMENDAÇÕES· Avaliar a AME de lo<strong>do</strong>s combina<strong>do</strong>s (lo<strong>do</strong> de sistemas de tratamento UASB +BFs com recirculação <strong>do</strong> lo<strong>do</strong> aeróbio para o reator UASB) e estritamenteanaeróbios em diferentes substratos , como áci<strong>do</strong>s voláteis (acético, propiônicoe butírico), ami<strong>do</strong>, efluente da própria estação, analisan<strong>do</strong> diferentesconcentrações;· Caracterização da composição <strong>do</strong> biogás, através de análises cromatográficas,permitin<strong>do</strong> dessa forma o contínuo monitoramento das concentrações deáci<strong>do</strong>s voláteis na fase líquida;· Otimização e aperfeiçoamento <strong>do</strong> Respirômetro Aneróbio Automatiza<strong>do</strong> pararealização de testes de Atividade Metanogênica Específica;· Identificação e quantificação da biomassa envolvida na digestão anaeróbia;


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ANEXO ACalibração das válvulas <strong>do</strong> respirômetro automatiza<strong>do</strong> anaeróbioVálvula Número de Médias Volume Desvio PadrãoAmostras1 302,00300,01662 302,00030,01073 302,00170,01394 302,00100,01455 302,01900,09186 302,00170,01377 302,00230,01338 30 2,00430,0157


ANEXO BGráficos da evolução cumulativa de metano ao longo <strong>do</strong> tempo para osquatro testes de AMETESTE 10,220,21y = 0,0379x ­ 0,0034R 2 = 0,99990,200,20y = 0,0323x ­ 0,0137R 2 = 0,99960,210,190,200,19R10,200,190,180,18R20,190,175,0 5,2 5,4 5,6 5,85, 6 5, 8 6,0 6,2 6,4 6,6T e m p o ( d i a s )T e m p o ( d i a s )0,030,02y = 0,0117x + 0,0032R 2 = 0,99830,070,07y = 0,0082x + 0,0244R 2 = 0,99970,020,070,06R30,010,010,060,06R40,000,060,0 0, 5 1,0 1, 5 2,04,4 4,6 4,8 5, 0 5, 2T e m p o ( d i a s )T e m p o ( d i a s )0,080,08y = 0,0163x + 0,0391R 2 = 0,99990,060,05y = 0,0258x + 0,0197R 2 = 0,99880,080,04R50,080,080,070,070,030,020,01R60,070,000,0 0,5 1,0 1,5 2, 0 2, 5 3,00,0 0,5 1, 0 1,5 2,0T e m p o ( d i a s )T e m p o ( d i a s )0, 070, 07y = 0,0117x + 0,0379R 2 = 0,99890, 100, 09y = 0,0074x + 0,0447R 2 = 0,99920, 060, 09R70, 060, 060, 090, 090, 09R80, 060, 090, 060, 090,0 0,5 1, 0 1,5 2,0 2,5 3,05,8 6, 0 6,2 6, 4 6,6 6, 8T e m p o ( d i a s )T e m p o ( d i a s )


TESTE 2R10,020,020,020,020,020,020,020,020,02y = 0,0078x + 0,0008R 2 = 0,99940, 020, 020, 010, 010, 010, 010, 010, 000, 000, 00y = 0,01x ­ 0,004R 2 = 0,9992R20, 0 0,5 1,0 1, 5 2,0 2, 5 3,00,0 0,5 1, 0 1,5 2,0 2,5T e m p o ( d i a s )T e m p o ( d i a s )0, 050, 05y = 0,0247x ­ 0,009R 2 = 0,9971R30, 050, 040, 040, 040, 040, 040, 040, 04Detecta<strong>do</strong> problema no frasco reator1,9 2,0 2,1 2,2 2, 3T e m p o ( d i a s )0, 040, 03y = 0,0128x + 0,0044R 2 = 0,9999R50, 030, 020, 02Detecta<strong>do</strong> problema no frasco reator0, 010, 010, 000,0 0,5 1, 0 1,5 2,0 2, 5T e m p o ( d i a s )0, 040, 04y = 0,0118x + 0,0061R 2 = 0,99990, 040, 04y = 0,0163x + 0,0054R 2 = 0,99790, 040, 04R70, 040, 040, 030, 030, 040, 040, 040, 04R80, 030, 040, 030, 040, 030, 032,2 2,3 2, 4 2,5 2,6 2, 71,8 1,8 1,9 1,9 2,0 2, 0 2,1 2,1T e m p o ( d i a s )T e m p o ( d i a s )


TESTE 30,080,08y = 0,0223x ­ 0,0056R 2 = 0,99860,060,06y = 0,0281x ­ 0,0622R 2 = 10,080,06R10,080,080,060,05R20,070,050,073,5 3, 6 3, 7 3,8 3,9 4,00,054,0 4,1 4,2 4, 3 4,4T e m p o ( d i a s )T e m p o ( d i a s )0,070,07y = 0,0187x ­ 0,0077R 2 = 0,99825,905,80y = 0,9781x + 0,5277R 2 = 0,99950,075,70R30,070,070,070,065,605,505,405,30R40,060,063,7 3, 8 3, 9 4,0 4,1 4,25,205,104, 8 4,9 5,0 5,1 5, 2 5,3 5,4 5,5T e m p o ( d i a s )T e m p o ( d i a s )0,080,08y = 0,0319x ­ 0,0121R 2 = 0,99981,221,20y = 0,0336x ­ 0,6277R 2 = 1R50,080,071,181,161,14R60,071,120,071,102,6 2,6 2, 7 2,7 2,8 2,8 2,9 2,951,5 52,0 52,5 53,0 53,5 54,0 54,5 55,0T e m p o ( d i a s )T e m p o ( d i a s )R70,080,080,080,080,080,080,07y = 0,0319x ­ 0,0121R 2 = 0,99980, 120, 100, 080, 06y = 0,0807x ­ 0,008R 2 = 0,9998R80,070, 040,070,070, 020,070, 002,5 2,6 2,7 2,8 2,90,0 0,5 1, 0 1,5T e m p o ( d i a s )T e m p o ( d i a s )


TESTE 40, 010, 01y = 0,0096x + 0,002R 2 = 0,9983R10, 010, 000, 000, 000, 000, 00Detecta<strong>do</strong> problema no frasco reator0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5T e m p o ( d i a s )0,010,01y = 0,003x + 0,0017R 2 = 10,000,00y = 0,0017x ­ 6E­06R 2 = 0,98120,010,00R30,000,000,000,000,000,000,000,00R40,000,000,0 0,5 1,0 1,5 2,00,0 0,5 1,0 1, 5 2,0T e m p o ( d i a s )T e m p o ( d i a s )0, 050, 05y = 0,0067x + 0,0209R 2 = 0,99950, 010, 01y = 0,0053x ­ 0,0061R 2 = 0,9999R50, 050, 040, 040, 040, 010, 010, 010, 000, 00R60, 040, 003,0 3, 2 3,4 3,6 3,80,0 1, 0 2,0 3,0 4,0T e m p o ( d i a s )T e m p o ( d i a s )R70, 010, 010, 010, 000, 000, 00y = 0,0049x + 0,002R 2 = 0,99640,010,010,010,010,000,000,00y = 0,0053x + 0,0017R 2 = 0,9994R80, 000,000, 000,000,0 0,2 0,4 0,6 0, 8 1,00,0 0,5 1,0 1,5T e m p o ( d i a s )T e m p o ( d i a s )


ANEXO CProdução média aparente de biogás e cálculo da massa de DQORelação So/Xo = 0,2Teste Altura de coleta Substratos Frascos Produção Médiarealiza<strong>do</strong> de lo<strong>do</strong> no reator adiciona<strong>do</strong>s reatores aparente aparenteUASB utiliza<strong>do</strong>s de biogás de biogás(ml) (ml)Acetato R1 814Controle R3 210Acetato1R20,25m766Controle R4 228790219Hidr. Alc. 0,25m R5 462Hidr. Alc. 0,25m R6 382Hidr. Alc. 1,25m R7 392Hidr. Alc. 1,25m R8 376422384Relação So/Xo = 0,2Teste Altura de coleta Substratos Frascos Produção Médiarealiza<strong>do</strong> de lo<strong>do</strong> no reator adiciona<strong>do</strong>s reatores aparente aparenteUASB utiliza<strong>do</strong>s de biogás de biogás(ml)Controle R1 132Controle R2 148Acetato R3 3262 Acetato R4 ­1,25m Hidr. Alc. 0,25m R5 216Hidr. Alc. 0,25m R6 ­Hidr. Alc. 1,25m R7 214Hidr. Alc. 1,25m R8 284(ml)214326216249


Teste Altura de coleta Substratos Frascos Produção Médiarealiza<strong>do</strong> de lo<strong>do</strong> no reator adiciona<strong>do</strong>s reatores aparente aparenteUASB utiliza<strong>do</strong>s de biogás de biogás(ml) (ml)0,25m Hidr. Alc. 1,25m (sedimenta<strong>do</strong>) R3 2823 Hidr. Alc. 1,25m (sedimenta<strong>do</strong>) R4 334Hidr. Alc. 0,25m (sedimenta<strong>do</strong>) R1 294Hidr. Alc. 0,25m (sedimenta<strong>do</strong>) R2 304299308Hidr. Alc. 0,25m (sedimenta<strong>do</strong>) R5 4301,25m Hidr. Alc. 0,25m (sedimenta<strong>do</strong>) R6 208Hidr. Alc. 1,25m (sedimenta<strong>do</strong>) R7 232Hidr. Alc. 1,25m (sedimenta<strong>do</strong>) R8 232382232Teste Altura de coleta Substratos Frascos Produção Médiarealiza<strong>do</strong> de lo<strong>do</strong> no reator adiciona<strong>do</strong>s reatores aparente aparenteUASB utiliza<strong>do</strong>s de biogás de biogás(ml) (ml)0,25m Hidr. Alc. 1,25m (sobrenadante) R3 1124 Hidr. Alc. 1,25m (sobrenadante) R4 42Hidr. Alc. 0,25m (sobrenadante)Hidr. Alc. 1,25m (sobrenadante)R1Hidr. Alc. 0,25m (sobrenadante)R7168R544178Hidr. Alc. 0,25m (sobrenadante)1,25mHidr. Alc. 1,25m (sobrenadante)R2Hidr. Alc. 0,25m (sobrenadante)R8­R658701687712451


** Cálculo da massa de DQOAs soluções de acetato e hidrólises alcalinas (substratos) preparadas parautilização nos testes de AME foi de 100 gDQO/L e o volume útil <strong>do</strong>s frascosreatores utiliza<strong>do</strong>s no respirômetro anaeróbio automatiza<strong>do</strong> foi de 549 ml.Teste 1:1.1 – Substrato: acetatoPara a relação So/Xo = 2,0gDQO/L/10,0gSVT/L, temos:C 1 V 1 = C 2 V 2100gDQO x Vsubstrato = 2gSv x 549Vs = 10,98mlLogo:100gDQO_____ 1000mlX_____ 10,98mlX = 1,1gDQO1.2 – Substrato: Hidr. Alcalina a 0,25mPara a relação So/Xo = 2,0gDQO/L/10,0gSVT/L, temos:C 1 V 1 = C 2 V 213gDQO x Vsubstrato = 2gSv x 549Vs = 84,46mlLogo:13gDQO_____ 1000mlX_____ 84,46mlX = 1,097gDQO


1.3 – Substrato: Hidr. Alcalina a 1,25mPara a relação So/Xo = 2,0gDQO/L/10,0gSVT/L, temos:C 1 V 1 = C 2 V 25,67gDQO x Vsubstrato = 2gSv x 549Vs = 193,65mlLogo:5,67gDQO_____ 1000mlX_____ 193,65mlX = 1,097gDQO


Teste 2:2.1 – Substrato: acetatoPara a relação So/Xo = 2,0gDQO/L/10,0gSVT/L, temos:C 1 V 1 = C 2 V 2100gDQO x Vsubstrato = 2gSv x 549Vs = 10,98mlLogo:100gDQO_____ 1000mlX_____ 10,98mlX = 1,1gDQO2.2 – Substrato: Hidr. Alcalina a 0,25mPara a relação So/Xo = 2,0gDQO/L/10,0gSVT/L, temos:C 1 V 1 = C 2 V 2129,16gDQO x Vsubstrato = 2gSv x 549Vs = 8,50mlLogo:129,16gDQO_____ 1000mlX_____ 8,5mlX = 1,097gDQO


2.3 – Substrato: Hidr. Alcalina a 1,25mPara a relação So/Xo = 2,0gDQO/L/10,0gSVT/L, temos:C 1 V 1 = C 2 V 282,26gDQO x Vsubstrato = 2gSv x 549Vs = 13,34mlLogo:82,26gDQO_____ 1000mlX_____ 13,34mlX = 1,097gDQO


Teste 3:3.1 – Substrato: Hidr. Alcalina a 0,25m (sedimenta<strong>do</strong>)Para a relação So/Xo = 2,0gDQO/L/10,0g SVT/L, temos:C 1 V 1 = C 2 V 2129,16gDQO x Vsubstrato = 2gSv x 549Vs = 8,50mlLogo:129,16gDQO_____ 1000mlX_____ 8,50mlX = 1,097gDQO3.2 – Substrato: Hidr. Alcalina a 1,25m (sedimenta<strong>do</strong>)Para a relação So/Xo = 2,0gDQO/L/10,0g SVT/L, temos:C 1 V 1 = C 2 V 2110,88gDQO x Vsubstrato = 2gSv x 549Vs = 9,90mlLogo:110,88gDQO_____ 1000mlX_____ 9,90mlX = 1,097gDQO


Teste 4:4.1 – Substrato: Hidr. Alcalina a 0,25m (sedimenta<strong>do</strong>)Para a relação So/Xo = 2,0 gDQO/L/10,0g SVT/L, temos:C 1 V 1 = C 2 V 228,78gDQO x Vsubstrato = 2 gSv x 549Vs = 38,15mlLogo:28,78gDQO_____ 1000mlX_____ 38,15mlX = 1,097gDQO4.2 – Substrato: Hidr. Alcalina a 1,25m (sedimenta<strong>do</strong>)Para a relação So/Xo = 2,0 gDQO/L/10,0g SVT/L, temos:C 1 V 1 = C 2 V 219,19gDQO x Vsubstrato = 2 gSv x 549Vs = 57,21mlLogo:19,19gDQO_____ 1000mlX_____ 57,21mlX = 1,097gDQO

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