Luiz OOSTERBEEK, Mila Simões de ABREU, Hipólito COLLADO GIRALDO, Anabela BorralheiroPEREIRA, Fernan<strong>do</strong> COIMBRA, Sara GARCÊS, Sara CURA, Pedro CURA e Vítor TEIXEIRAO <strong>Museu</strong> de Arte Pré-histórica e <strong>do</strong> Sagra<strong>do</strong> <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> TejoO <strong>Museu</strong> Municipal Dr. João Cala<strong>do</strong> Rodrigues, agora também designa<strong>do</strong> por “<strong>Museu</strong> deArte Pré-Histórica e <strong>do</strong> Sagra<strong>do</strong> no Vale <strong>do</strong> Tejo” fica situa<strong>do</strong> na vila de Mação, distrito de Santarém,c<strong>en</strong>tro de Portugal.O seu funda<strong>do</strong>r des<strong>en</strong>volveu durante décadas um importante trabalho de pesquisa e análiseda pré-história <strong>do</strong> concelho. T<strong>en</strong><strong>do</strong> a ideia de criar num surgi<strong>do</strong> em 1943 na sequência <strong>do</strong> importanteacha<strong>do</strong> <strong>do</strong> Porto <strong>do</strong> Concelho. O <strong>Museu</strong> ficou, porém, sem sede, permanec<strong>en</strong><strong>do</strong> o espólio recolhi<strong>do</strong>pelo Dr. Cala<strong>do</strong> Rodrigues primeiro na sua casa e depois <strong>en</strong>caixota<strong>do</strong> até 1966, altura em que aCâmara Municipal adquiriu a colecção. Em 1967 a Drª Maria Amélia Horta Pereira é convidada aestudar a colecção e a elaborar um projecto de <strong>Museu</strong>, que só viria a ser concretiza<strong>do</strong> em 1986, alturaem que se abriu ao público o <strong>Museu</strong>, expon<strong>do</strong> a colecção de João Cala<strong>do</strong> Rodrigues e o espólioreuni<strong>do</strong> desde 1967, que para além da arqueologia, contemplava também objectos de interesseetnográfico assim como uma colecção de peças de arte. (PEREIRA 2009)O ponto de viragem deu-se no ano de 2000, com a descoberta a 6 de Setembro, de umagravura rupestre paleolítica com cerca 15.000 anos, na margem <strong>do</strong> Rio Ocreza passan<strong>do</strong> a existir umanova direcção e uma equipa rejuv<strong>en</strong>escida inician<strong>do</strong>-se uma necessária reorganização <strong>do</strong> <strong>Museu</strong>, <strong>do</strong>sseus objectivos e das suas actividades496BACFigura 13 – A: A fachada <strong>do</strong> <strong>Museu</strong> de Arte Pré-histórica em Mação. B e C: A exposição “Perman<strong>en</strong>te umrisco na paisagem”(Fotos Arquivo <strong>Museu</strong> de Arte Pré-histórica)Essa equipe apoiada por uma Comissão Internacional de acompanham<strong>en</strong>to, e com acelebração de diversos protocolos <strong>en</strong>tre a Câmara Municipal e várias <strong>en</strong>tidades nacionais einternacionais como o Instituto Politécnico de Tomar, o C<strong>en</strong>tro de Estu<strong>do</strong>s da Pré-História <strong>do</strong> AltoRibatejo, o Instituto Português de Arqueologia e a Federação Internacional de Arte Rupestre, iniciouo inv<strong>en</strong>tário e a reorganização <strong>do</strong> <strong>Museu</strong>. Após um perío<strong>do</strong> de <strong>en</strong>cerram<strong>en</strong>to o <strong>Museu</strong> reabriu as suasportas em 2005 com uma exposição perman<strong>en</strong>te intitulada “Um risco na paisagem - Artefactos, lugares e9/ Docum<strong>en</strong>tação, Levantam<strong>en</strong>to e Promoção de Arte Rupestre
ARTE RUPESTRE DO CONCELHO DE MAÇÃO – CONSERVAÇÃO, ESTUDO E PROMOÇÃO NO MUSEU DE ARTE PRÉ-HISTÓRICA EDO SAGRADO DO VALE DO TEJOmo<strong>do</strong>s de vida nas orig<strong>en</strong>s <strong>do</strong> agro-pastoralismo”, apoiada numa pequ<strong>en</strong>a parte das colecções <strong>do</strong> <strong>Museu</strong>,debruça sobretu<strong>do</strong> sobre as orig<strong>en</strong>s da agricultura e da arte. Foi ainda criada uma área dedicada aexposições temporárias que tem acolhi<strong>do</strong> projectos como: “O Tempo Antes <strong>do</strong> Tempo - Caça<strong>do</strong>resPaleolíticos de Mação e <strong>do</strong> Sul da Europa” (2003) e “Primus - Origem <strong>do</strong> Primatas“ (2007)Embora o actual edifício não permita que to<strong>do</strong> o espólio esteja pres<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te acessível aovisitante foram criadas condições para que, tanto os habitantes locais e os turistas, como osestudantes e os investiga<strong>do</strong>res t<strong>en</strong>ham a sua disposição uma série espaços incluin<strong>do</strong> gabinetes, umaBiblioteca especializada em Arte Pré-Histórica e Arqueologia e uma Sala reuniões, que permitem tiraro maior parti<strong>do</strong> das pot<strong>en</strong>cialidade <strong>do</strong> <strong>Museu</strong>.ABFigura 14 - A: uma Escola Infantil em visita ao <strong>Museu</strong>. B: Conferência pública Herity.(Fotos Arquivo <strong>Museu</strong> de Arte Pré-histórica, Mação)497É objecto primário <strong>do</strong> <strong>Museu</strong> actuar na promoção <strong>do</strong> des<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to local, s<strong>en</strong><strong>do</strong> ummuseu aberto à participação popular e com campos de actuação multivaria<strong>do</strong>s c<strong>en</strong>tra<strong>do</strong>s na dim<strong>en</strong>sãointerna promov<strong>en</strong><strong>do</strong> o des<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to imaterial das populações - os chama<strong>do</strong>s “Espaços deMemória” - reforçan<strong>do</strong> as id<strong>en</strong>tidades e na dim<strong>en</strong>são externa, promov<strong>en</strong><strong>do</strong> o des<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>tomaterial, reforçan<strong>do</strong> a visibilidade local no exterior, reforçan<strong>do</strong> actividades turísticas, actuan<strong>do</strong> comoag<strong>en</strong>te de animação, ag<strong>en</strong>te da valorização <strong>do</strong>s produtos artesanais locais através da promoção dainovação na tradição.Serviço Educativos<strong>Museu</strong> des<strong>en</strong>volve um amplo programa de actividades e ateliers promovi<strong>do</strong>s pelos “ServiçosEducativos” especialm<strong>en</strong>te vocaciona<strong>do</strong>s para os mais diversos públicos – escolas, associações,clubes e <strong>en</strong>tidades quer publicas quer privadas. Nessa óptica o <strong>Museu</strong> tem como prioridade, umaforte aposta na didáctica que se concretiza em visitas animadas por exercícios, ateliers de arqueologiaexperim<strong>en</strong>tal e dramatizações que procuram a Pré-História, bem como em actividades realizadasjunto <strong>do</strong>s sítios arqueológicos que os associam ao desporto (caminhadas e escalada), às ciências(observação da fauna, flora e geologia) ou às artes (concertos musicais, concursos de artes plásticas).O projecto Andakatu: Educar no pres<strong>en</strong>te através <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>, preparan<strong>do</strong> o futuro.Como já dissemos o <strong>Museu</strong> de Arte Pré-Histórica de Mação embora actuan<strong>do</strong> em diversasáreas (investigação, gestão, conservação, valorização…), tem como papel principal propiciar aos seusutiliza<strong>do</strong>res espaços de <strong>en</strong>contro, de reflexão, de construções de conhecim<strong>en</strong>to e de novos conceitos, e de elaboração dejuízos críticos. A diversidade <strong>do</strong>s seus utiliza<strong>do</strong>res e interlocutores resulta em discursos que podem serdistintos, mant<strong>en</strong><strong>do</strong> todavia as bases temáticas das exposições <strong>do</strong> <strong>Museu</strong> (OOSTERBEEK, 2009).Congresso Internacional da IFRAO 2009 – Piauí / BRASIL