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Alfabetização: Sujeito e Autoria - Universidade Católica de Brasília

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o enunciado <strong>de</strong> toda a sua opacida<strong>de</strong> e conferir-lhe uma unicida<strong>de</strong>, uma consciência, um caráter <strong>de</strong>evidência, condição necessária para o funcionamento da i<strong>de</strong>ologia.Na análise do Discurso Pedagógico, interessa-nos, pois, compreen<strong>de</strong>r as diferentesinstâncias <strong>de</strong> apropriação <strong>de</strong> uma língua em que se fundam essas unida<strong>de</strong>s que controlam a dispersãodo sujeito e do texto, on<strong>de</strong> aparecem e se apaga uma pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> objetos. Analisando o DP, vemosse <strong>de</strong>sfazerem os laços entre as palavras e as coisas e emergirem regularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ssa práticadiscursiva que constrói sistematicamente os objetos - escrita, leitura, texto, palavra, sílaba,, letras - <strong>de</strong>que falamos. Nesse trabalho com um cammpo <strong>de</strong> regularida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>paramo-nos com posições <strong>de</strong>sujeito históricas, com uma subjetivida<strong>de</strong> que aí se constituiu.Vygosty (1994) é um autor que fornece, através <strong>de</strong> seus trabalhos no campo da psicologia,elementos significativos para que possamos compreen<strong>de</strong>r como se dá essa inscrição do sujeito emuma cultura <strong>de</strong>terminada, como se <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iam processos <strong>de</strong> filiação <strong>de</strong> sentidos. Ele nos fornecepistas, indícios, <strong>de</strong> como o conhecimento, a informação é (<strong>de</strong>ve ser) tratada na socieda<strong>de</strong>,especialmente a capitalista, tornando-se um elemento estruturante <strong>de</strong>ssa mesma socieda<strong>de</strong>.No processo <strong>de</strong> apropriação da escrita, o sujeito <strong>de</strong>verá inscrever-se em uma memóriadiscursiva, situar-se nessa nova re<strong>de</strong> <strong>de</strong> formulações, produzir uma síntese entre a memória daoralida<strong>de</strong> e a da escrita, reorganizar seu campo visual e espacial, reorganizar suas percepções,<strong>de</strong>slocar sua atenção, unir diferentemente sua experiência passada - da oralida<strong>de</strong> - com a presente -escrita. Deve, pois, assumir novo "comportamento", novos "hábitos", estabelecer novas relaçõesintersubjetivas, falar <strong>de</strong> uma outra posição enunciativa.Em seus textos, e <strong>de</strong> discípulos como Luria(1986), discute-se a questão da formação daconsciência no homem, no modo como ele elabora imagens do mundo, como assimila a experiênciasocial, como domina novas formas <strong>de</strong> refletir a realida<strong>de</strong> e tomam como objeto da psicologia asformas sociais da existência histórica do homem. Mostram, ainda, a relação entre a estruturação daconsciência e a da linguagem, tendo a palavra como elemento fundamental, no processo <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento da criança.Tomo, então, um artigo particular <strong>de</strong> Vygotsky, O papel do brinquedo no <strong>de</strong>senvolvimento(1994), para encaminhar essa reflexão, on<strong>de</strong> ele nos chama a atenção para duas coisas fundamentaisno processo <strong>de</strong> filiação discursiva: 1. para o sujeito enquanto forma <strong>de</strong> existência histórica <strong>de</strong>qualquer indivíduo, agente das práticas sociais (Pêcheux:1988), e 2. para o imaginário que cria umarealida<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada histórica e inconscientemente para este sujeito atuar. Para ele, o que

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