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7 - Philip M. Fearnside - Inpa

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10territorial, que visa controlar a ocupação da terra e manter a integridade das áreas protegidas".Embora estas medidas sejam desejáveis para ajudar a reduzir mesmo a perda ainda mais áreas,mas não compensariam o impacto da hidrovia em estimular a conversão de uma grande área deecossistemas naturais em soja (e.g., Vera Dias et al., 2007).Embora as áreas ao lado das barragens de Santo Antônio e Jirau foram reservadas paraa possível futura construção de eclusas, o Ministério de Minas e Energia (MME) deixou claroque nenhuma decisão foi tomada sobre a construção de eclusas (Brasil, MME, 2006b). Apergunta chave é se atrasar a decisão sobre as eclusas absolve os proponentes da barragem dequalquer responsabilidade de considerar os impactos da hidrovia nos estudos de impactoambiental. O contraste é evidente entre o entusiasmo para as vantagens da hidrovia na hora dedescrever os benefícios das barragens e a falta de inclusão dos impactos da expansão da sojaquando se fala sobre os custos ambientais das barragens.Em suma, hidrelétricas amazônicas causam perda de vegetação não só pela inundaçãodireta, mas também por causa do desmatamento estimulado pela atração e o deslocamento dapopulação e a abertura de estradas até os canteiros de obras das barragens. As barragenstambém permitem a abertura de hidrovias que permitem tráfego de barcaças em rios que eramanteriormente não navegáveis. A expansão da soja está intimamente relacionada com o custode transporte, levando ao desmatamento pela conversão direta de floresta em soja e pelaconversão de pastagens em soja, deslocando assim, as áreas de produção animal para afloresta em outras partes da Amazônia. Esses impactos são ignorados quase na sua totalidadeem licenças ambientais de barragens, bem como em projetos para obtenção de créditos decarbono da energia hidrelétrica.F.) Gases de efeito estufaEmbora hidrelétricas sejam, muitas vezes, apresentadas como "energia verde", quesignifica uma fonte de energia sem emissões de gases de efeito estufa, barragens, na verdade,emitem quantidades consideráveis de gases (e.g., <strong>Fearnside</strong>, 2012a; Gunkel, 2009). Aquantidade de emissão varia consideravelmente dependendo da localização geográfica, idadeda barragem, entradas externas de nutrientes e de carbono e as características do reservatório,tais como a vazão, o tempo de reposição da água, a área, a profundidade, as flutuações donível da água e a localização das turbinas e vertedouros. Barragens em áreas tropicais emitemmais metano que barragens em áreas temperadas e boreais (ver revisão de Barros et al., 2011;Matthews et al., 2005). Bastviken et al. (2011) estimativaram que os reservatórios cobrem500.000 km 2 em todo o mundo e emitem anualmente 20 milhões de toneladas de metano(CH 4 ). Isso equivale a 136 milhões de toneladas de carbono equivalente a CO 2 se calculadousando o potencial de aquecimento global potencial (GWP) de metano de 25 a partir doúltimo relatório do IPCC (Forster et al., 2007), ou 185 milhões de toneladas de carbonoequivalente a CO 2 se calculado usando o valor mais recente de 34 (Shindell et al., 2009). Noentanto, estes números incluem apenas as emissões das superfícies dos reservatórios deebulição (bolhas) e difusão, não as emissões produzidas quando água rica em metano (sobpressão) da camada mais profunda na coluna de água passa através das turbinas e dosvertedouros, o que pode mais do que dobrar o total (e.g., Abril et al., 2005; <strong>Fearnside</strong>, 2008,2009a; Kemenes et al., 2008). No entanto, a quantidade de informação necessária paraestimativas confiáveis destas emissões para cada barragem dificulta, atualmente, umaestimativa global. Algum detalhe justifica-se para explicar a natureza do problema, tendo emconta os esforços significativos da indústria de energia hidrelétrica para retratar as barragenscomo tendo emissões mínimas (ver: <strong>Fearnside</strong>, 2007, 2012a).

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