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7 - Philip M. Fearnside - Inpa

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8vezes mais alto do que os níveis encontrados em áreas de mineração de ouro. Por exemplo,em minas de ouro próximas de Carajás, as concentrações de Hg em cabelo variaram de 0,25 a15,7 mg por kg de cabelo estudado por Fernandes et al. (1990). Dados do rio Tapajósindicaram sintomas mensuráveis, tais como a redução do campo visual, entre residentesribeirinhos cujos níveis de Hg no cabelo eram substancialmente mais baixos do que, ambos,os níveis encontrados em Tucuruí e o limiar de 50 mg por kg que é reconhecido atualmentecomo o padrão. As concentrações de Hg em cabelo humano em Tucuruí já são mais que odobro daquelas encontradas para causar dano fetal, resultando em retardamento psicomotor.E.) Perda de vegetaçãoEntre os muitos impactos causados pela construção de hidrelétricas em regiõestropicais, um deles é o estimulo ao desmatamento. Isto é devido parcialmente às estradas quesão construídas para dar acesso a cada barragem. As estradas são bem conhecidas como umdos motores mais poderosos do desmatamento (e.g., <strong>Fearnside</strong>, 2002a; Laurance et al, 2002;Soares-Filho et al., 2004). Um exemplo é a usina de Balbina, onde a terra ao longo da estradaconstruída para ligar a barragem à rodovia BR-174 (Manaus-Boa Vista) veio a serrapidamente invadida por posseiros (<strong>Fearnside</strong>, 1989), e, mais tarde, parte da área foiconvertido em um projeto de assentamento do Instituto Nacional de Colonização e ReformaAgrária (INCRA) (Massoca, 2010).Barragens construídas em áreas com um número considerável de pessoas resultam emuma população deslocada que desmata nas áreas oficiais de assentamento ou em outroslugares. Adicionado a isto é o desmatamento pela população que migra para a área por suaprópria iniciativa. No caso da barragem de Tucuruí, além do desmatamento em áreas dereassentamento, parte da população mudou-se uma segunda vez devido a uma praga demosquitos, dando origem à formação de um dos maiores focos de desmatamento naAmazônia no local onde eles finalmente se estabeleceram (<strong>Fearnside</strong>, 1999, 2001a).A barragem de Belo Monte, hoje em construção no rio Xingu, atraiu uma grandepopulação na área de Altamira, Pará (Barreto et al., 2011). Esta área tornou-se um dos doispontos de maior desmatamento em 2010 e 2011; o outro é a área em torno das barragens deSanto Antônio e Jirau, que estão em construção no rio Madeira, em Rondônia (Angelo &Magalhães, 2011; Hayashi et al., 2011; Escada et al., 2013).Uma das maneiras que as barragens causam desmatamento é por seu papel como umcomponente em hidrovias. Barragens inundam cachoeiras que dificultam a navegação eeclusas associadas às barragens permitem a passagem de barcaças para transporte decommodities, como a soja. O Brasil possui extensos planos para a navegação (e.g., Brasil,PR, 2011; <strong>Fearnside</strong>, 2001b). O programa brasileiro para a expansão das usinas hidrelétricasatualmente concentra-se na bacia do rio Tapajós, onde existem seis barragens, no Tapajós eno Jamanxim (afluente do rio Tapajós no Estado do Pará) que foram incluídas no SegundoPrograma de Aceleração do Crescimento (PAC-2) para 2011-2015, junto com cincobarragens no rio Teles Pires, afluente localizado em Mato Grosso (Brasil, PR, 2011). Essasbarragens permitiriam a abertura da Hidrovia Tapajós, planejada para levar a soja de MatoGrosso para um porto no rio Amazonas em Santarém (Brasil, PR, 2011; Millikan, 2011)(Figura 5). Embora a navegação seja uma prioridade no "eixo de transportes" do PAC-2, umabarragem adicional seria necessária para concluir o curso de água, que não é mencionado no"eixo energia" do plano, ou seja, a barragem de Chacorão, no rio Tapajós (e.g., Millikan,2011). Está também não aparecem entre as barragens planejadas na Amazonia Legal listadas

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