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Artigo mARIA lUCIA - Museu de Astronomia e Ciências Afins

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Cultura Material e Patrimônio <strong>de</strong> C&TComo reunir em uma mesma abordagem museus <strong>de</strong> matrizes distintas, voltados àCiência & Tecnologia, História Natural, jardins botânicos e zológicos, centros <strong>de</strong> ciência?Em primeiro lugar, não são tão nítidas as fronteiras entre os diferentes tipos <strong>de</strong> museus<strong>de</strong> ciência, e mesmo entre estes e os museus em geral, como bem observou FernandoBragança Gil (1988, p. 72-73). Em segundo lugar, mas não menos importante, adivulgação científica é em si uma questão interdisciplinar por <strong>de</strong>finição e que, por issomesmo, ultrapassa as “fronteiras” entre as diferentes ciências.Ao abordar as distintas matrizes e tradições dos museus <strong>de</strong> ciência, MartaLourenço (2000, p. 3-4) reconhece uma raiz comum no <strong>Museu</strong> Ashmolean, que afirmaser o “primeiro museu do mundo, no sentido ‘mo<strong>de</strong>rno’ do termo”. O museu tem comoembrião uma coleção doada à Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Oxford, em 1677, em que coexistiamespécimes <strong>de</strong> história natural, objetos <strong>de</strong> arte e uma Officina Chimica on<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o finaldo século XVII teriam sido realizadas <strong>de</strong>monstrações públicas regulares”.Antes <strong>de</strong> passar às consi<strong>de</strong>rações sobre as coleções, <strong>de</strong>ixo claro que ao falar emmuseus refiro-me ao seu sentido amplo: não apenas às instituições auto-intituladas“museu” mas também aos jardins botânicos e zoológicos, herbários e outras coleções <strong>de</strong>estudo.3O termo coleção, entre outros significados, <strong>de</strong>signa um conjunto ou reunião <strong>de</strong>itens <strong>de</strong> uma mesma natureza ou que guardam alguma relação entre si. Quanto ao termoacervo, remete à idéia <strong>de</strong> estoque, quantida<strong>de</strong> e, no universo dos museus <strong>de</strong>signa, <strong>de</strong>modo geral, o conjunto <strong>de</strong> bens sob sua guarda. Em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua característica <strong>de</strong>artefato, no entanto, as noções <strong>de</strong> conjunto ou acumulação não dão conta da idéia <strong>de</strong>“coleção”, que é resultante <strong>de</strong> uma ação humana intencional, por meio da qual algunselementos materiais são selecionados, removidos <strong>de</strong> seus contextos <strong>de</strong> origem ereunidos em um conjunto artificial. Em uma coleção museológica, <strong>de</strong>ve ser ressaltadoainda o ingresso dos objetos em um espaço institucionalizado, gerador <strong>de</strong> processosinformacionais que lhes agregam novos valores e conferem novos papéis e funçõesprovenientes <strong>de</strong> sua re-significação.Krzysztof Pomian (1984, p. 53) <strong>de</strong>fine a coleção como “qualquer conjunto <strong>de</strong>objetos naturais ou artificiais, mantidos temporária ou <strong>de</strong>finitivamente fora do circuito <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong>s econômicas, sujeitas a uma proteção especial, num local fechado preparadopara esse fim e expostos ao olhar do público". Para o autor, trata-se <strong>de</strong> uma práticauniversal do qual gabinetes <strong>de</strong> curiosida<strong>de</strong>s, coleções <strong>de</strong> estudo e o museu mo<strong>de</strong>rno353

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