A participacao de policiais militares na seguranca privada

As entrevistar foram feitas com policiais indicados por outros policiais da rede derelações da entrevistadora. No único caso em que o intermediário não foi um amigopessoal, a entrevista não foi tranqüila: houve uma desconfiança, um desconforto por partedo entrevistado, que, embora não tenha se negado a responder, fez o possível para abreviara entrevista 14 .O ponto que mais nos chamou a atenção foi que os policiais entrevistados nãoatuavam na segurança privada antes de entrar na polícia. Foi a partir da sua inserção nasegurança pública, que a segurança privada aparece como possibilidade. E esta é apercepção, também, dos que não fazem segurança privada sobre os colegas que atuam nela.A resposta está na ponta da língua quando a pergunta é o porque de fazer segurançaprivada: complementar salário. Ela surge indistintamente para oficiais e praças:(soldado)“É público e notório que a polícia em todos os níveis não ganha bem.”“Muitos dos colegas são obrigados a recorrer a outras atividades na suafolga para complementar isto, para ter um padrão de vida melhor, você falafulano é major, coronel, você espera que ele ganhe... se você fala um coronel,aí o cara mora na entrada da favela, o cara anda de trem, é uma coisa que aspessoas não esperam isto. Para manter um padrão de vida você tem que gastarmais, e para gastar mais você tem que ganhar, de forma honesta, às vezes as14 Não estou querendo dizer com isto que todo intermediário tem que ser necessariamente um amigo, mas temque ser alguém que “abra as portas” e, não, as feche. Em síntese, este fato ilustra a importância da escolha dointermediário no trabalho de campo.30