12.07.2015 Views

A edição popular no Brasil - Grupo de Estudos em Literatura ...

A edição popular no Brasil - Grupo de Estudos em Literatura ...

A edição popular no Brasil - Grupo de Estudos em Literatura ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A <strong>edição</strong> <strong>popular</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>1950. O mesmo se <strong>de</strong>u com a editora Prelúdio, hoje, editora Luzeiro,<strong>de</strong> São Paulo. Agregando ao seu catálogo uma literatura diversificada(que vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> livros <strong>de</strong> ocultismo até histórias <strong>de</strong>stinadas ao públicoinfantil), a editora incorporou o cor<strong>de</strong>l <strong>no</strong>r<strong>de</strong>sti<strong>no</strong>, também na década <strong>de</strong>1950, e figurou, dos a<strong>no</strong>s 1970 até, pelo me<strong>no</strong>s, a década passada, como aprincipal editora do gênero <strong>no</strong> país.No que diz respeito à história da <strong>edição</strong> <strong>popular</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, é precisosublinhar a <strong>em</strong>presa <strong>de</strong> João Martins Athay<strong>de</strong>, que expandiu o mercadodo cor<strong>de</strong>l para além do Norte e do Nor<strong>de</strong>ste brasileiros, tornando-o umfenôme<strong>no</strong> <strong>popular</strong> nacional entre os a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> 1930 e 1940. Ao contrário <strong>de</strong>Chagas Batista e Francisco Lopes, Athay<strong>de</strong> especializou-se exclusivamentena produção <strong>de</strong> cordéis, tendo aperfeiçoado a fórmula editorial com queo cor<strong>de</strong>l ficou conhecido. A partir <strong>de</strong> 1921, quando adquiriu o espólioliterário <strong>de</strong> Leandro Gomes <strong>de</strong> Barros, o mais importante e mais fecundoautor da literatura <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l <strong>no</strong>r<strong>de</strong>stina, morto <strong>em</strong> 1918, Athay<strong>de</strong> dáinício a um projeto editorial <strong>no</strong> sentido da padronização <strong>de</strong> suas edições,tendo <strong>em</strong> vista a consolidação da sua marca editorial. As capas simples,predominant<strong>em</strong>ente usadas nas edições do cor<strong>de</strong>l até então, vão sendosubstituídas pelas capas t<strong>em</strong>áticas. Nas capas dos romances, já <strong>no</strong> inícioda década <strong>de</strong> 1920, são usados clichês feitos a partir <strong>de</strong> cartões-postais àmoda francesa, <strong>em</strong> que se ve<strong>em</strong> mo<strong>de</strong>los fotográficos, geralmente, umajov<strong>em</strong> ou um casal <strong>em</strong> pose romântica.Em alguns casos, as capas dos romances eram, também, ilustradascom <strong>de</strong>senhos encomendados aos gravuristas locais, tal como ocorre comos folhetos das <strong>de</strong>mais modalida<strong>de</strong>s, <strong>em</strong> cujas reimpressões as capas sãoreaproveitadas, passando assim, <strong>de</strong> certa forma, a integrar a composição.Esse é, por ex<strong>em</strong>plo, o caso das capas dos folhetos A vida e o testamento<strong>de</strong> canção <strong>de</strong> fogo, O casamento do calangro, O soldado jogador, Proezas <strong>de</strong> JoãoGrilo, que se tornaram quase tão <strong>popular</strong>es quanto as obras que servirampara ilustrar. Já os folhetos contendo pelejas ou representações <strong>de</strong> <strong>de</strong>safio,republicados a partir da década <strong>de</strong> 1930, traz<strong>em</strong>, na capa, um <strong>de</strong>senho ouuma caricatura da cena representada: <strong>em</strong> um salão familiar ou ao ar livre,portando violas sertanejas e sentados frente à frente, os protagonistasatuam, assistidos por uma plateia. Esse clichê até hoje aparece <strong>no</strong>s cordéis<strong>de</strong>ssa modalida<strong>de</strong>. Ainda na década <strong>de</strong> 1930, surg<strong>em</strong> as ilustraçõesfeitas a partir <strong>de</strong> uma técnica <strong>de</strong> colag<strong>em</strong> (na qual se mistura <strong>de</strong>senhoe fotogravura), muito usada, sobretudo na década <strong>de</strong> 1940, na confecção45

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!