A edição popular no Brasil - Grupo de Estudos em Literatura ...
A edição popular no Brasil - Grupo de Estudos em Literatura ...
A edição popular no Brasil - Grupo de Estudos em Literatura ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A <strong>edição</strong> <strong>popular</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong><strong>em</strong> que se torna possível a apropriação por parte do produtor <strong>popular</strong> <strong>de</strong><strong>de</strong>terminados recursos e bens simbólicos produzidos nas esferas culturaisdominantes. Nesse caso, o produtor <strong>popular</strong> <strong>de</strong>ve sua originalida<strong>de</strong> aofato da sua não pertinência a tais esferas, nas quais, contudo, ele transita ecom a qual ele dialoga. Nessa história inclui-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Leandro Gomes <strong>de</strong>Barros, que se <strong>de</strong>stacou, nesse contexto, como editor e difusor da própriaobra, até os autores-editores cont<strong>em</strong>porâneos que se aproximam cada vezmais do universo cult, como é o caso do cartunista, poeta <strong>de</strong> bancada eeditor Klévisson Viana, da editora Tupynanquim. Essa história, que secaracteriza pela luta <strong>de</strong>sses produtores <strong>no</strong> sentido da legitimação docor<strong>de</strong>l como um b<strong>em</strong> simbólico, não se <strong>de</strong>senvolve à marg<strong>em</strong>, mas <strong>no</strong>interior do campo cultural <strong>em</strong> que o cor<strong>de</strong>l se inscreve como um discursoliterário concorrente.Referências bibliográficasATHAYDE, João Martins (2000). João Martins <strong>de</strong> Athay<strong>de</strong>: antologia. São Paulo,Hedra.BOURDIEU, Pierre (1992). Les règles <strong>de</strong> l’art: gènese et structure du champlittéraire. Paris, Seil.BRITO BROCA, José (1975). A vida literária <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>: 1900. Rio <strong>de</strong> Janeiro: JoséOlympio._______ (1994). O repórter impenitente. Campinas: Ed. Unicamp.SOUZA, liedo Maranhão <strong>de</strong> (1981). O folheto <strong>popular</strong>: sua capa e seusilustradores. Recife: Massangana.Recebido <strong>em</strong> abril <strong>de</strong> 2010.Aprovado para publicação <strong>em</strong> maio <strong>de</strong> 2010.Resumo/AbstractA <strong>edição</strong> <strong>popular</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>: o caso da literatura <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>lVilma Mota QuintelaCom o intuito <strong>de</strong> estudar o cor<strong>de</strong>l brasileiro sob o ponto <strong>de</strong> vista do seu sist<strong>em</strong>aeditorial, neste artigo buscou-se ressaltar a importância <strong>de</strong>sse fenôme<strong>no</strong> editorial<strong>popular</strong> que se instituiu, <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, como um marco da mo<strong>de</strong>rnização que transformouas relações <strong>de</strong> produção cultural <strong>no</strong> Nor<strong>de</strong>ste a partir dos últimos <strong>de</strong>cêniosdo século XIX. Observada <strong>de</strong>sse ângulo, a literatura <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l é traduzida comoum efeito da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> que se impunha <strong>em</strong> pontos estratégicos do <strong>Brasil</strong>. A<strong>popular</strong>ização da imprensa <strong>no</strong> Nor<strong>de</strong>ste, especialmente <strong>em</strong> Recife, on<strong>de</strong> primeirose <strong>de</strong>senvolveu o mercado do cor<strong>de</strong>l <strong>no</strong> país, tor<strong>no</strong>u possível o surgimento <strong>de</strong>49