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Notas de aula do Prof. Amauri Lopes (em pdf, 2 folhas por ... - DECOM

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2CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO6. sinais <strong>de</strong> monitoração da energia elétrica;7. sinais biomédicos (eletrocardiograma, eletroencefalograma, tomografia, ressonância magnética,etc);Capítulo 1IntroduçãoSinais são manifestações físicas que carregam informação.Consi<strong>de</strong>re, como ex<strong>em</strong>plo, um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> amplificação <strong>de</strong> sinais sonoros mostra<strong>do</strong> na Figura 1.1.fonte sonoravariação<strong>de</strong>pressãomicrofoneamplifica<strong>do</strong>ralto-falantevariação<strong>de</strong>pressão8. sinais geológicos;9. sinais astronômicos e <strong>de</strong> astronáutica;10. sinais <strong>de</strong> pesquisas <strong>em</strong> física, química, biologia;Os sinais são, <strong>em</strong> geral, representa<strong>do</strong>s <strong>por</strong> funções <strong>de</strong> uma ou mais variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. Porex<strong>em</strong>plo, o sinal <strong>de</strong> voz é uma função da variável t<strong>em</strong>po. Os sinais <strong>de</strong> imag<strong>em</strong> são função <strong>de</strong> variáveisno espaço bidimensional, como <strong>por</strong> ex<strong>em</strong>plo <strong>do</strong>s eixos cartesianos x e y. Já os sinais <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>mnão só das variáveis x e y mas também <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po.Os sinais po<strong>de</strong>m ser classifica<strong>do</strong>s <strong>em</strong> função <strong>de</strong> seu com<strong>por</strong>tamento ao longo das variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o caso unidimensional com a variável t<strong>em</strong>po, apenas <strong>por</strong> simplicida<strong>de</strong>, ossinais po<strong>de</strong>m ser contínuos ou discretos. Os sinais contínuos no t<strong>em</strong>po apresentam valor <strong>em</strong> cadainstante <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po, ou seja, são funções <strong>de</strong> uma variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte contínua. Por outro la<strong>do</strong>, ossinais discretos no t<strong>em</strong>po são aqueles que são <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s apenas <strong>em</strong> instantes discretos <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po.Os sinais discretos no t<strong>em</strong>po po<strong>de</strong>m apresentar amplitu<strong>de</strong>s que variam <strong>em</strong> uma escala contínuaou <strong>em</strong> uma escala discreta, dan<strong>do</strong> orig<strong>em</strong> aos sinais discretos com amplitu<strong>de</strong> contínua e aos sinaisdigitais. Observamos que os sinais digitais apresentam <strong>do</strong>is graus <strong>de</strong> discretização: discretização <strong>do</strong>t<strong>em</strong>po e da escala <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>s.Vamos estudar estes <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> sinais simultaneamente, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a aproveitar os conceitoss<strong>em</strong>elhantes e enfatizar as diferenças.Figura 1.1: Esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> amplificação <strong>de</strong> som.A fonte sonora gera uma variação <strong>de</strong> pressão no ar, a qual, ao atingir o microfone, é transformada<strong>em</strong> variação elétrica equivalente, <strong>de</strong> tensão ou <strong>de</strong> corrente. As variações elétricas são amplificadas eenviadas ao alto-falante que as transforma <strong>em</strong> ondas <strong>de</strong> pressão a<strong>de</strong>quadas ao ouvi<strong>do</strong> humano. Comisto conseguimos aumentar o nível <strong>de</strong> energia das variações acústicas.A variação <strong>de</strong> pressão <strong>do</strong> ar e as variações elétricas são ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> sinais. Eles trans<strong>por</strong>taminformação, uma mesma informação, ora representada pelas variações acústicas, ora pelas variaçõeselétricas.Com este ex<strong>em</strong>plo po<strong>de</strong>mos inferir que os sinais estão presentes <strong>em</strong> uma gama muito ampla <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong>s. Destacamos:1. sinais <strong>de</strong> voz, <strong>de</strong> voz <strong>de</strong> telefonia e <strong>de</strong> áudio;2. sinais <strong>de</strong> imag<strong>em</strong> (fotografia, radiografia, etc);3. sinais <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o;4. sinais <strong>de</strong> telecomunicações;5. sinais <strong>de</strong> controle e automação;1


4CAPÍTULO 2. INTRODUÇÃO AOS SINAIS CONTÍNUOS E DISCRETOS1x(t)=cos(πt/10)Capítulo 2Introdução aos Sinais Contínuos eDiscretosamplitu<strong>de</strong>0.50−0.5−1−20 0 20 t 402.1 IntroduçãoVamos tratar aqui da notação e proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s sinais contínuos no t<strong>em</strong>po e <strong>do</strong>s sinais discretos not<strong>em</strong>po. Iniciar<strong>em</strong>os com os sinais contínuos.Figura 2.1: Ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> um sinal contínuo no t<strong>em</strong>po.Sinal da fala: "as".2.2 Sinais contínuos no t<strong>em</strong>poEstes sinais serão representa<strong>do</strong>s <strong>por</strong> funções <strong>de</strong> variáveis contínuas. Por ex<strong>em</strong>plo, sinais <strong>de</strong> voz, <strong>de</strong>áudio, eletrocardiograma, etc, serão função <strong>de</strong> uma variável que é o t<strong>em</strong>po. Por outro la<strong>do</strong>, sinais <strong>de</strong>imag<strong>em</strong> serão função <strong>de</strong> suas variáveis espaciais, <strong>por</strong> ex<strong>em</strong>plo, as coor<strong>de</strong>nadas cartesianas. Os sinais<strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o serão função <strong>de</strong> suas coor<strong>de</strong>nadas cartesianas e <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po.A Figura 2.1 ilustra um trecho <strong>de</strong> sinal contínuo no t<strong>em</strong>po e que é <strong>de</strong>scrito <strong>por</strong> x(t) = cos(πt/10).A Figura 2.2 ilustra um sinal <strong>de</strong> voz na saída <strong>de</strong> um microfone.Um outro ex<strong>em</strong>plo é um sinal <strong>de</strong> tensão representan<strong>do</strong> a umida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um certo local <strong>em</strong> função <strong>do</strong>t<strong>em</strong>po. Este sinal po<strong>de</strong> ser gera<strong>do</strong> <strong>por</strong> um sensor apropria<strong>do</strong> coloca<strong>do</strong> no local a ser monitora<strong>do</strong>. Osníveis <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> são representa<strong>do</strong>s <strong>por</strong> níveis correspon<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> tensão ou <strong>de</strong> corrente.amplitu<strong>de</strong>amplitu<strong>de</strong>tPequeno trecho da vogal "a" <strong>do</strong> sinal da fala: "as".2.3 Sinais discretos no t<strong>em</strong>potSão aqueles on<strong>de</strong> o eixo <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po foi discretiza<strong>do</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que as amplitu<strong>de</strong>s ocorr<strong>em</strong> apenas <strong>em</strong>instantes pré-fixa<strong>do</strong>s.Um ex<strong>em</strong>plo bastante usual é um sinal <strong>de</strong> voz capta<strong>do</strong> <strong>por</strong> um microfone e que <strong>em</strong> seguida éamostra<strong>do</strong> no t<strong>em</strong>po, produzin<strong>do</strong> uma amostra a cada T segun<strong>do</strong>s. Outro ex<strong>em</strong>plo éoíndice s<strong>em</strong>anal<strong>de</strong> uma bolsa <strong>de</strong> valores, ou a evolução <strong>do</strong> sal<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma conta corrente mês a mês, conforme ilustra<strong>do</strong>na Figura 2.3. Por fim, uma imag<strong>em</strong> po<strong>de</strong> ser discretizada nas direções x e y, geran<strong>do</strong> amostras <strong>em</strong>um plano bidimensional. Este é o caso das imagens geradas <strong>por</strong> câmeras digitais para fotografia. AsFigura 2.2: Sinal <strong>de</strong> voz.imagens <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, como mostradas <strong>em</strong> um monitor <strong>de</strong> televisão, são imagens discretizadas que variamcom o t<strong>em</strong>po, geran<strong>do</strong> então um sinal <strong>em</strong> três dimensões: duas dimensões espaciais e o t<strong>em</strong>po.Tratar<strong>em</strong>os apenas <strong>de</strong> sinais com uma variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, a qual <strong>de</strong>nominar<strong>em</strong>os genericamente3


2.5.CLASSIFICAÇÃO DE SINAIS 78CAPÍTULO 2. INTRODUÇÃO AOS SINAIS CONTÍNUOS E DISCRETOS2.5 Classificação <strong>de</strong> sinais2.5.1 Sinais <strong>de</strong> energiaSão aqueles que apresentam energia total finita.Como conseqüência, sua potência média total énula.Neste caso t<strong>em</strong>os∫ ∞Energia total = a 2 dt →∞,−∞a 2 dt−TPotência média total = lim = a 2 .T →∞ 2TPo<strong>de</strong>mos mostrar que a potência média total é igual à potência média <strong>de</strong> qualquerintervalo <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po.∫ TEx<strong>em</strong>plo 2.1{ ex(t) =−at , t > 0 ,a>0;0 , t < 0.Ex<strong>em</strong>plo 2.4Neste caso t<strong>em</strong>osEnergia total =∫ ∞0e −2at dt = 12a ,Potência média total = limT →∞∫ T−Te −2at dt=0.2TNeste caso t<strong>em</strong>osEnergia total →∞x(t) =t; ∀ t.e Potência média total →∞.Ex<strong>em</strong>plo 2.22.6 Transformação da variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte{ 1 , 0


2.7. SINAIS PERIÓDICOS 910CAPÍTULO 2. INTRODUÇÃO AOS SINAIS CONTÍNUOS E DISCRETOSx(t)x(-t)Definição: Perío<strong>do</strong> fundamental, é o menor perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> x(t).0t 1t-t 10tEx<strong>em</strong>plo 2.5x(t) = cos(2πt/T + θ) é periódico com perío<strong>do</strong> fundamental T segun<strong>do</strong>s.Figura 2.5: Rotação no eixo <strong>do</strong>s t<strong>em</strong>pos.1cos(2πt/T); T=22.6.2 Inversão no eixo <strong>do</strong>s t<strong>em</strong>posDa<strong>do</strong> um sinal x(t), o sinal x(−t) é o resulta<strong>do</strong> da rotação <strong>de</strong> x(t) ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> eixo <strong>do</strong>s t<strong>em</strong>pos,conforme ilustra<strong>do</strong> na Figura 2.5.Amplitu<strong>de</strong>02.6.3 Escalonamento−1−4 −2 0 2 t 4Da<strong>do</strong> um sinal x(t), o sinal x(at), a>0, é uma versão ampliada ou reduzida <strong>de</strong> x(t). A ampliaçãoocorre quan<strong>do</strong> 0


2.7. SINAIS PERIÓDICOS 1112CAPÍTULO 2. INTRODUÇÃO AOS SINAIS CONTÍNUOS E DISCRETOS...x(t)1...- 0 /2 T- T T+ t2.8 Sinais pares e ímparesDefinição:• x(t) é par se e somente se x(t) =x(−t), ∀ t.• x(t) éímpar se e somente se x(t) =−x(−t), ∀ t.As mesmas <strong>de</strong>finições são válidas para os sinais discretosFigura 2.8: Tr<strong>em</strong> <strong>de</strong> pulsos retangulares.Ex<strong>em</strong>plo 2.102- Sinais discretosDefinição: x[n] é periódico com perío<strong>do</strong> N se e somente se x[n − N] =x[n], N= inteiro , ∀ n.x[n] =cos[πn/15] é par, ao passo que x[n] = sen[πn/15] éímpar.Po<strong>de</strong>-se verificar que se x(t) (x[n]) éímpar, então x(0) = 0 (x[0] = 0).Ex<strong>em</strong>plo 2.9x[n] =cos[πn/15] é periódico com perío<strong>do</strong> com N = 30, conforme ilustra<strong>do</strong> na Figura2.9.Definição: Para qualquer x(t), t<strong>em</strong>os x(t) =x p (t)+x i (t), on<strong>de</strong>• x p (t) ={x(t)+x(−t)}/2 é a componente par <strong>de</strong> x(t).• x i (t) ={x(t) − x(−t)}/2 é a componente ímpar <strong>de</strong> x(t).O mesmo vale para os sinais discretos.seqüência cossenoidal1Ex<strong>em</strong>plo 2.11Seja x[n] =e −|n| .cos[π n/15]0−1......• x[n] =x[−n]; <strong>por</strong>tanto, x[n] é par.• x p [n] =x[n]; x i [n] =0.Ex<strong>em</strong>plo 2.12Seja{ 0, t < 0;x(t) =1 − e −t ,t>0.−10 0 10 20 30 40 50Figura 2.9: Seqüência periódica x[n] =cos[πn/15].n• x(t) ≠ ±x(t); <strong>por</strong>tanto, x(t) não t<strong>em</strong> simetria.••{ (1 − ex p (t) =t )/2, t < 0;(1 − e −t )/2, t > 0.{ (−1+ex i (t) =t )/2, t < 0;(1 − e −t )/2, t > 0.


2.9. SINAIS EXPONENCIAIS COMPLEXOS CONTÍNUOS 132.9 Sinais exponenciais complexos contínuosA forma geral <strong>de</strong> um sinal exponencial complexo contínuo éx(t) =ce at , −∞


2.11. PROPRIEDADES DE PERIODICIDADE DA SEQÜÊNCIA EXPONENCIAL 1718CAPÍTULO 2. INTRODUÇÃO AOS SINAIS CONTÍNUOS E DISCRETOSα n3210(a)0


2.11. PROPRIEDADES DE PERIODICIDADE DA SEQÜÊNCIA EXPONENCIAL 1920CAPÍTULO 2. INTRODUÇÃO AOS SINAIS CONTÍNUOS E DISCRETOSEx<strong>em</strong>plo 2.15e jω0n é periódica <strong>em</strong> n se e somente se ω 0 = racional × πe j5πn/3 é periódica no eixo n com perío<strong>do</strong> fundamental N 0 =6poisω 0 =5π/3.Comprovan<strong>do</strong>,e j5π(n+N0)/3 = e j5πn/3 .e j5πN0/3e, fazen<strong>do</strong> 5πN 0 /3=2πm, m = inteiro, para m = 5 obt<strong>em</strong>os N 0 =6ee j5πN0/3 =1.Logo,e j5π(n+6)/3 = e j5πn/3 para to<strong>do</strong> n.Ex<strong>em</strong>plo 2.17e j2πn/5 é periódica com N 0 = 5, poisEx<strong>em</strong>plo 2.18N 0 =min{inteiros>0}e j4πn/5 é periódica com N 0 = 5, poisN 0 =min{inteiros>0}{inteiro positivo ×{inteiro positivo ×2π2π/5 } =5.2π4π/5 } =5.Ex<strong>em</strong>plo 2.16e j5n/3 não é periódica no eixo n, pois ω 0 =5/3. Comprovan<strong>do</strong>,e j5(n+N0)/3 = e j5n/3 .e j5N0/3e5N 0 /3 ≠2πm, m = inteiro. Logo, e j5N0/3 ≠1.Esta forma <strong>de</strong> se <strong>de</strong>terminar o perío<strong>do</strong> fundamental também se aplica aos sinais senoidaisdiscretos.Ex<strong>em</strong>plo 2.19• e jω0t oscila com a freqüência ω 0 =2πf 0 . Quanto maior o valor <strong>de</strong> ω 0 , maior o número <strong>de</strong>oscilações <strong>por</strong> segun<strong>do</strong> e menor o perío<strong>do</strong> T 0 =2π/ω 0 .Porém, para e jω0n ,ω 0 = racional×π, isto é, para e jω0n periódica, a freqüência <strong>de</strong> oscilação crescecom ω 0 para 0 ≤ ω 0 ≤ π. Mas <strong>de</strong>cresce com ω 0 para π0}ω 0Definição:{ 1,n=0;Seqüência impulso unitário = δ[n] (2.18)0, n≠0.A Figura 2.15a) ilustra a seqüência δ[n], enquanto que a Figura 2.15b) ilustra a seqüência δ[n−4].


2.12.SEQÜÊNCIA IMPULSO UNITÁRIO E SEQÜÊNCIA DEGRAU 2122CAPÍTULO 2. INTRODUÇÃO AOS SINAIS CONTÍNUOS E DISCRETOSδ [n]1a)1) δ[n] =u[n] − u[n − 1];n∑2) u[n] = δ[m];3) u[n] =m=−∞∞∑δ[n − k];k=0δ [n−4]0−2 −1 0 1 2 3 4 51nProprieda<strong>de</strong> amostra<strong>do</strong>ra da seqüência δ[n] :∞∑x[n] = x[k]δ[n − k]. (2.20)k=−∞0−2 −1 0 1 2 3 4 5b)n2.13 Função <strong>de</strong>grau e impulso unitárioFigura 2.15: Seqüências impulso unitário: (a) δ[n]; (b) δ[n − 4].2.13.1 Função <strong>de</strong>grau2.12.2 Seqüência <strong>de</strong>grau unitárioDefinição:{ 1,n≥ 0;Seqüência <strong>de</strong>grau unitário = u[n] 0, n0;Função <strong>de</strong>grau = u(t) 0, t


2.13.FUNÇÃO DEGRAU E IMPULSO UNITÁRIO 2324CAPÍTULO 2. INTRODUÇÃO AOS SINAIS CONTÍNUOS E DISCRETOSConsi<strong>de</strong>re τ>0econforme mostra<strong>do</strong> na Figura 2.18.1⎧0, t < 0;⎪⎨u τ (t) t/τ, 0 ≤ t ≤ τ;⎪⎩1, t > τ.. . .(2.22)O impulso possui as seguintes proprieda<strong>de</strong>s:• o impulso só é diferente <strong>de</strong> zero <strong>em</strong> t =0.• a amplitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> impulso diverge, ten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a ∞.• aárea <strong>do</strong> impulso é igual a 1. Assim,∫ ∞−∞∫ ɛδ(t)dt = δ(t)dt =1−ɛon<strong>de</strong> ɛ é qualquer número real positivo.u τ(t)• o impulso não é função pois não t<strong>em</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>finida <strong>em</strong> t =0. É <strong>de</strong>finida s<strong>em</strong>pre como olimite <strong>de</strong> uma função apropriada.0Figura 2.18: Função u τ (t).τtO impulso é representa<strong>do</strong> como nas Figuras 2.20a) e 2.20b). Observe que o número ao la<strong>do</strong> da setaa)Observe queSeja agora a função δ τ (t)δ τ (t) du τ(t)dtlim = u(t). (2.23)τ→0⎧⎨ 0, tτ;=⎩1/τ, 0


2.13.FUNÇÃO DEGRAU E IMPULSO UNITÁRIO 2526CAPÍTULO 2. INTRODUÇÃO AOS SINAIS CONTÍNUOS E DISCRETOS••Logo,⎧0, t 0 et 1 > 0out 0 et 1 < 0;⎪⎨δ(t)dt = 1, t 0 < 0 et 1 > 0;t 0⎪⎩−1, t 0 > 0 et 1 < 0.∫ t1{ }duτ(t)δ(t) = lim δ τ (t) = lim = d { }limτ→0 τ→0 dt dtu τ(t)τ→0• Seja “a” uma constante arbitrária. Po<strong>de</strong>mos calcular:= du(t) .dtδ(t) = du(t) . (2.26)dtlim aδ τ(t) =a lim δ τ (t) =aδ(t).τ→0 τ→0Ex<strong>em</strong>plo 2.20Seja o sinal x(t) mostra<strong>do</strong> na Figura 2.21a). Este sinal é da<strong>do</strong> <strong>por</strong> x(t) =2u(t − 1) −3u(t − 2) + 2u(t − 3).A Figura 2.21b) mostra que a <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> x(t)é y(t) =2δ(t−1)−3δ(t−2)+2δ(t−3), ouseja, é composta <strong>por</strong> impulsos. Este resulta<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> usan<strong>do</strong> a proprieda<strong>de</strong>da <strong>de</strong>rivada da função <strong>de</strong>grau.x (t)210−11 2 3ta)Portanto, aδ(t) é um impulso com área igual a “a”.•limτ→0 δ τ(t − t 0 )=δ(t − t 0 ).y (t)0221 3tb)•••δ(t) =δ(−t).∫ tu(t) = δ(τ)dτ. (2.27)−∞u(t) =∫ ∞0δ(σ − t)dσ. (2.28)−3Figura 2.21: a) Sinal x(t); b) y(t)=<strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> x(t).•x(t)δ(t − t 0 )=x(t 0 )δ(t − t 0 ). (2.29)• ∫ ∞x(t)δ(t − t 0 )dt = x(t 0 ). (2.30)−∞


2.14.EXERCÍCIOS 2728CAPÍTULO 2. INTRODUÇÃO AOS SINAIS CONTÍNUOS E DISCRETOS2.14 Exercícios1. Determine a potência média total e a energia total <strong>do</strong>s sinais a seguir. Classifique cada um <strong>de</strong>lescomo sinal <strong>de</strong> energia ou <strong>de</strong> potência.a) x(t) =e −2t u(t); b) x(t) =e j(2t+π/4) ; c) x(t) = cos(t);d) x[n] =( 1 2 )n u[n]; e) x[n] =e j(πn/2+π/8) ; f) x[n] =cos(πn/4).2. Determine a potência média e a energia <strong>do</strong>s seguintes sinais nos intervalos indica<strong>do</strong>s:a) x(t) =e −2t u(t), 0


2.14. EXERCÍCIOS 293015. D<strong>em</strong>onstre, analiticamente ou graficamente, que u(t) = ∫ tδ(τ) dτ.−∞16. D<strong>em</strong>onstre, analiticamente ou graficamente, que ∫ ∞x(t) δ(t − t −∞ 0) dt = x(t 0 ).17. D<strong>em</strong>onstre, analiticamente ou graficamente: 1) u[n] = ∑ nm=−∞ δ(m); 2)u[n] =∑ ∞m=0 δ(n−m).18. Consi<strong>de</strong>re o sinal x(t) =δ(t +2)− δ(t − 2). Calcule a energia total <strong>do</strong> sinal∫ tx(τ) dτ.−∞19. Esboce a função δ T (t) = ∑ ∞n=−∞δ(t − nT ). No mesmo esboço, <strong>de</strong>senhe uma função genéricax(t). Basea<strong>do</strong> nestes esboços, faça um outro <strong>de</strong>senho representan<strong>do</strong> a função y(t) =x(t) δ T (t).Modifique a expressão <strong>de</strong> y(t): coloque x(t) no interior da soma e use as proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> impulsounitário.Justifique a seguinte afirmação: y(t) contém informação sobre as amostras <strong>de</strong> x(t) tomadas aintervalos T .⎧0, t < −2;⎪⎨1, −2


32CAPÍTULO 3. SISTEMAS CONTÍNUOS E DISCRETOS NO TEMPOx[n]+y[n]atrasounitárioCapítulo 3ay[n-1]x ay[n-1]Sist<strong>em</strong>as Contínuos e Discretos no T<strong>em</strong>poFigura 3.2: Ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a discreto.3.3 Proprieda<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as3.1 IntroduçãoVamos tratar aqui da notação e das proprieda<strong>de</strong>s básicas <strong>do</strong>s sist<strong>em</strong>as, com ênfase para os sist<strong>em</strong>aslineares, causais e invariantes no t<strong>em</strong>po.3.2 Introdução a sist<strong>em</strong>asDefinição: Sist<strong>em</strong>a é qualquer transformação que, ao ser aplicada <strong>em</strong> um sinal (entrada), produzum novo sinal (saída).3.3.1 Causalida<strong>de</strong>Definição: Um sist<strong>em</strong>a écausalseesomenteseasaída<strong>em</strong>umda<strong>do</strong>instantenão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong>valores futuros da entrada.• um sist<strong>em</strong>a causal não é antecipativo, isto é, a saída <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> apenas <strong>de</strong> valores atuais e passa<strong>do</strong>sda entrada e <strong>de</strong> valores passa<strong>do</strong>s da saída.• to<strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a que opera <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po real (isto é, a saída é produzida à medida que a entrada evoluino t<strong>em</strong>po) é causal.• sist<strong>em</strong>as que operam <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po não-real po<strong>de</strong>m ser não-causais, como, <strong>por</strong> ex<strong>em</strong>plo, os sist<strong>em</strong>ascuja entrada tenha si<strong>do</strong> armazenada <strong>em</strong> alguma m<strong>em</strong>ória como fita magnética, discos oum<strong>em</strong>ória RAM. Este é caso <strong>de</strong> reprodutores <strong>de</strong> som a partir <strong>de</strong> fitas ou discos.A Figura 3.1 mostra a representação <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a genérico, contínuo ou discreto no t<strong>em</strong>po.entradasist<strong>em</strong>asaídaEx<strong>em</strong>plo 3.11- y[n] =x[n]+x[n − 1] representa um sist<strong>em</strong>a causal;2- y[n] =x[n]+x[n + 1] representa um sist<strong>em</strong>a não-causal;Figura 3.1: Representação <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a.Os circuitos compostos <strong>por</strong> capacitores, indutores e resistores são ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as contínuosno t<strong>em</strong>po.A Figura 3.2 mostra um ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a discreto no t<strong>em</strong>po. Observe que a seqüência <strong>de</strong>entrada é enviada a um soma<strong>do</strong>r. A seqüência <strong>de</strong> saída sofre um atraso <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong>, geran<strong>do</strong>y[n − 1], a qual é multiplicada <strong>por</strong> uma constante “a” e enviada ao soma<strong>do</strong>r. A saída <strong>do</strong> soma<strong>do</strong>r éaseqüência y[n] <strong>de</strong>saída. Logo, y[n] po<strong>de</strong> ser escrita comoy[n] =x[n]+ay[n − 1].A parcela ay[n − 1] representa uma realimentação da entrada para o interior <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a.3- y(t) =x(t)+x(t − t 0 ) representa um sist<strong>em</strong>a causal se t 0 > 0enão-causal se t 0 < 0.3.3.2 Estabilida<strong>de</strong> BIBO (Boun<strong>de</strong>d Input - Boun<strong>de</strong>d Output, BIBO)Definição: Um sist<strong>em</strong>a é estável se e somente se qualquer entrada com amplitu<strong>de</strong> limitada produzuma saída com amplitu<strong>de</strong> limitada.De outra forma, seja x(t) a entrada, y(t)asaída e M e e M s <strong>do</strong>is números finitos. Se |x(t)|


3.3. PROPRIEDADES BÁSICAS DE SISTEMAS 3334CAPÍTULO 3. SISTEMAS CONTÍNUOS E DISCRETOS NO TEMPO3.4 Sist<strong>em</strong>a linear e invariante com t<strong>em</strong>po (LIT)Ex<strong>em</strong>plo 3.21- y(t) =cx(t − t 0 ) representa um sist<strong>em</strong>a estável <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que |c| < ∞;2- y[n] =nx[n] representa um sist<strong>em</strong>a instável;3- y[n] = ∑ nk=−∞x[k] representa um sist<strong>em</strong>a instável.Vamos analisar as proprieda<strong>de</strong>s especiais <strong>do</strong>s sist<strong>em</strong>as que são simultaneamente lineares e invariantescom o t<strong>em</strong>po.3.4.1 Sist<strong>em</strong>as LIT discretos. Soma <strong>de</strong> convolução3.3.3 Invariância com o t<strong>em</strong>poDefinição: Um sist<strong>em</strong>a é invariante com o t<strong>em</strong>po se e somente se suas características não variamcom o t<strong>em</strong>po, isto é, se a entrada x(t) produz a saída y(t), então o sist<strong>em</strong>a é invariante com o t<strong>em</strong>poseesomenteseaentradax(t − t 0 ) produz a saída y(t − t 0 ).A mesma <strong>de</strong>finição vale para os sist<strong>em</strong>as discretos.Ex<strong>em</strong>plo 3.31- y(t) =cx(t)é invariante com t<strong>em</strong>po pois a entrada x(t−t 0 ) produz a saída y(t−t 0 );2- y[n] =x[n] +bx[n − 1] representa um sist<strong>em</strong>a invariante com o t<strong>em</strong>po pois parax 1 [n] =x[n − n 0 ] t<strong>em</strong>os a saída y 1 [n] =x 1 [n]+bx 1 [n − 1], ou seja, y 1 [n] =x[n − n 0 ]+bx[n − n 0 − 1] = y[n − n 0 ]3.3.4 Linearida<strong>de</strong>Definição: Um sist<strong>em</strong>a é linear se e somente se a sua resposta a uma combinação linear <strong>de</strong> entradasé a combinação linear das respectivas saídas, isto é, sex 1 (t) → y 1 (t) e x 2 (t) → y 2 (t),então o sist<strong>em</strong>a é linear se e somentea 1 x 1 (t)+a 2 x 2 (t) → a 1 y 1 (t)+a 2 y 2 (t).A mesma <strong>de</strong>finição vale para os sist<strong>em</strong>as discretos.Ex<strong>em</strong>plo 3.41- y(t) =ax(t)+b é linear se e somente se b =0;1M∑2- y[n] =x[n − k], M∈ Z, representa um sist<strong>em</strong>a linear.2M +1k=−MResposta ao impulsoSuponha um sist<strong>em</strong>a genérico que, <strong>em</strong> resposta à entrada x[n], forneça a saída y[n]. Consi<strong>de</strong>re aentrada particular x[n] =δ[n], ou seja, a entrada é a seqüência impulso unitário. A resposta y[n]correspon<strong>de</strong>nte será <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> y[n] =h[n]. Assim, h[n] é a resposta <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a ao impulsounitário.É preciso ter claro que h[n] é a resposta ao impulso centra<strong>do</strong> <strong>em</strong> n =0.Toman<strong>do</strong> agora uma seqüência genérica x[n], <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Capítulo 2, po<strong>de</strong>mosescrever∞∑x[n] = x[k]δ[n − k],k=−∞ou seja, x[n] po<strong>de</strong> ser escrita como uma combinação linear <strong>de</strong> impulsos unitários.Esta seqüência x[n] será a entrada <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a, produzin<strong>do</strong> y[n] nasaída.Suponha que o sist<strong>em</strong>a é linear. Então, como x[n] é uma combinação linear <strong>de</strong> impulsos,po<strong>de</strong>mos escrever y[n] como uma combinação linear <strong>de</strong> respostas ao impulso, ou seja:y[n] =∞∑x[k]h k [n],k=−∞on<strong>de</strong> h k [n] é a resposta <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a linear ao impulso δ[n − k]. Observe que h k [n] não é igual a h[n]pois o impulso correspon<strong>de</strong>nte não está centra<strong>do</strong> na orig<strong>em</strong> <strong>do</strong> eixo n.Suponha que o sist<strong>em</strong>a, além <strong>de</strong> linear, étambém invariante com o t<strong>em</strong>po.Neste caso t<strong>em</strong>os h k [n] =h[n − k]. Logo, a saída <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a po<strong>de</strong> ser reescrita comoy[n] =∞∑x[k]h[n − k]. (3.1)k=−∞Esta é uma das proprieda<strong>de</strong>s mais im<strong>por</strong>tantes <strong>do</strong>s sist<strong>em</strong>as lineares e invariantes no t<strong>em</strong>po: asaída, <strong>em</strong> resposta a uma entrada qualquer, po<strong>de</strong> ser calculada usan<strong>do</strong> a entrada e a resposta h[n] <strong>do</strong>sist<strong>em</strong>a ao impulso.Portanto, a resposta h[n] <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>a linear e invariante com o t<strong>em</strong>po caracteriza completamenteo sist<strong>em</strong>a.Ocálculo expresso <strong>em</strong> (3.1) se chama soma <strong>de</strong> convolução eé representa<strong>do</strong> <strong>por</strong>y[n] =x[n] ∗ h[n]. (3.2)


3.4. SISTEMA LINEAR E INVARIANTE COM TEMPO (LIT) 3536CAPÍTULO 3. SISTEMAS CONTÍNUOS E DISCRETOS NO TEMPOx[n]210−2 −1 0 1 2 3 4nzero. Logo, como o valor <strong>de</strong> y[n] é igual à soma das amostras <strong>de</strong> p[k, n], concluímos que y[n] é iguala zero para n3.Resumin<strong>do</strong>, a soma <strong>de</strong> convolução po<strong>de</strong> ser calculada através <strong>do</strong>s seguintes passos:h[n]x[0].h[n]21021−2 −1 0 1 2 3 4n• <strong>de</strong>senhamos a seqüência x[k] no eixo k;• <strong>de</strong>senhamos a seqüência h[k] no eixo k;• invert<strong>em</strong>os a seqüência h[k] no eixo k <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a <strong>de</strong>senhar h[−k];• <strong>de</strong>slocamos h[−k] no eixo k segun<strong>do</strong> o valor <strong>do</strong> parâmetro n <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a <strong>de</strong>senharh[n − k];• multiplicamos h[n − k] <strong>por</strong>x[k] geran<strong>do</strong> p[k, n];0−2 −1 0 1 2 3 4n• somamos as amostras <strong>de</strong> p[k, n] obten<strong>do</strong> o valor da convolução no ponto n.• repetimos os cáculos acima para to<strong>do</strong>s os valores <strong>de</strong> n ∈ Z4x[1].h[n−1]20−2 −1 0 1 2 3 45y[n] 2.50−2 −1 0 1 2 3 4Figura 3.3: Cálculo da seqüência <strong>de</strong> saída y[n].nnEx<strong>em</strong>plo 3.5Vamos calcular a convolução entre x[n] =a n u[n]; |a| < 1eh[n] =u[n], ou seja,∞∑y[n] = a k u[k]u[n − k].k=−∞Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>monstrar que∞∑x[k]h[n − k] =∞∑h[k]x[n − k]. (3.3)k=−∞k=−∞Cálculo da soma <strong>de</strong> convoluçãoPara calcular a soma <strong>de</strong> convolução po<strong>de</strong>mos interpretar a operação como uma soma <strong>de</strong> seqüências<strong>de</strong>slocadas <strong>de</strong> k ∈ Z no eixo n e pon<strong>de</strong>radas <strong>por</strong> x[k]. Isto é ilustra<strong>do</strong> na Figura 3.3 on<strong>de</strong> são mostradastodas as parcelas <strong>do</strong> tipo x[k]h[n − k] a ser<strong>em</strong> somadas para produzir a seqüência resultante y[n].Uma forma alternativa <strong>de</strong> cálculo da convolução consiste <strong>em</strong> interpretar tanto x[k] como h[n − k]como seqüências. Ambas serão consi<strong>de</strong>radas <strong>em</strong> um eixo k. Assim, x[k] é igual àsuaversão x[n],conforme mostra<strong>do</strong> na Figura 3.4. Porém, h[n − k], ou seja, h[−k + n] é a seqüência h[k] invertidano eixo k e <strong>de</strong>slocada <strong>de</strong> n unida<strong>de</strong>s. A Figura 3.4 mostra a seqüência h[−k]. Mostra também aseqüência h[−k − 1] como um ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> h[−k + n], para n = −1.Po<strong>de</strong>mos concluir que valores negativos <strong>de</strong> n <strong>de</strong>slocam a a seqüência h[−k] para a esquerda.Esta interpretação permite afirmar que o cálculo da convolução, a cada valor <strong>de</strong> n, consiste <strong>em</strong>multiplicar as seqüências x[k] eh[−k + n], obten<strong>do</strong> uma seqüência p[k, n] igual ao produto das duas.O valor da convolução no ponto n, y[n], é igual à soma das amostras <strong>de</strong> p[k, n].A Figura 3.4 permite observar que o produto p[k, n] para n


3.4. SISTEMA LINEAR E INVARIANTE COM TEMPO (LIT) 3738CAPÍTULO 3. SISTEMAS CONTÍNUOS E DISCRETOS NO TEMPO2x[k]0−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5k1h[−1−k]0−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5k1 a k u[k]...0−6 −4 −2 0 2 4 6...1h[k]0−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5k1h[1−k]0−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5k1 u[−k]...0−6 −4 −2 0 2 4 6...1h[−k]0−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5k1 h[2−k]0−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5k1 u[−1−k]...0−6 −4 −2 0 2 4 6...1h[3−k]1 u[2−k]...0−6 −4 −2 0 2 4 6...0−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5k2 y[n]6y[n]=(1−a (n+1) )/(1−a)0−4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4 5n4Figura 3.4: Cálculo da seqüência <strong>de</strong> saída y[n].on<strong>de</strong> foi possível dispensar a participação <strong>do</strong>s termos u[k]u[n − k] <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à restrição quefoi estabelecida para os valores <strong>de</strong> k na soma.Observamos que a soma na equação (3.4) po<strong>de</strong> ser calculada <strong>por</strong> ser a soma <strong>de</strong> umaprogressão geométrica com n + 1 termos e razão a.A soma <strong>do</strong>s termos <strong>de</strong> uma progressão geométrica po<strong>de</strong> ser calculada comoou seja,soma =primeiro termo - último termo × razão, (3.5)1 − razão∑k 2r k = rk1 − r k2 × r1 − rk=k 1. (3.6)20...−2 0 2 4 6 8 10 12 14Figura 3.5: Cálculo <strong>de</strong> y[n] =a n u[n] ∗ u[n].Aplican<strong>do</strong> este resulta<strong>do</strong> no cálculo da equação (3.4), obt<strong>em</strong>osy[n] =n∑k=0a k = 1 − an+11 − a ....k


3.4. SISTEMA LINEAR E INVARIANTE COM TEMPO (LIT) 3940CAPÍTULO 3. SISTEMAS CONTÍNUOS E DISCRETOS NO TEMPOPo<strong>de</strong>mos então resumir o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> cálculo da soma <strong>de</strong> convolução y[n] =a n u[n] ∗u[n] como⎧0; n


3.4. SISTEMA LINEAR E INVARIANTE COM TEMPO (LIT) 4142CAPÍTULO 3. SISTEMAS CONTÍNUOS E DISCRETOS NO TEMPO3.4.2 Sist<strong>em</strong>as LIT contínuos. Integral <strong>de</strong> convoluçãoResposta ao impulsox(t)(t) (t)sist<strong>em</strong>a LITy(t)h(t)h (t) Vamos <strong>de</strong>duzir uma relação entre a resposta ao impulso, a entrada e a saída <strong>de</strong> um SLIT contínuos<strong>em</strong>elhante àquela <strong>de</strong>duzida para os sist<strong>em</strong>as discretos. Para isto precisamos da expressão (2.30) <strong>do</strong>capítulo 2, repetida a seguir, a qual explicita a proprieda<strong>de</strong> da amostrag<strong>em</strong> <strong>do</strong> impulso unitário.∫ ∞−∞x(τ) δ(t − τ) dτ = x(t). (3.9)Para <strong>de</strong>duzir a relação (3.9) precisamos <strong>do</strong> seguinte resulta<strong>do</strong>.Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a Figura 3.7, a aproximação x ∆ (t) da função x(t) po<strong>de</strong> ser escrita comox ∆(t)0. . . . . .0∆2∆x(t)Figura 3.7: Aproximação <strong>de</strong> uma função x(t).x ∆ (t) =t∞∑x(k∆) δ ∆ (t − k∆) ∆, (3.10)k=−∞on<strong>de</strong> δ ∆ (t) é a função usada no Capítulo 2 para <strong>de</strong>finir o impulso unitário.D<strong>em</strong>onstra-se quelim x ∆(t) =x(t). (3.11)∆→0Portanto,x(t) = lim∆→0∞∑k=−∞x(k∆) δ ∆ (t − k∆) ∆.Porém, no limite t<strong>em</strong>os k∆ → τ, ∆→ dτ, δ ∆ (t − k∆) → δ(t − τ) e ∑ → ∫ . Portanto,∫ ∞x(t) = x(τ) δ(t − τ) dτ c.q.d.−∞Figura 3.8: Sist<strong>em</strong>a linear contínuo invariante no t<strong>em</strong>po com entradas e saídas correspon<strong>de</strong>ntes.Consi<strong>de</strong>re o sist<strong>em</strong>a LIT mostra<strong>do</strong> na Figura 3.8. Como a entrada δ ∆ (t) produz a saída h ∆ (t),então, pela hipótese <strong>de</strong> invariância no t<strong>em</strong>po, po<strong>de</strong>mos afirmar que a entrada δ ∆ (t − k∆) produziráasaída h ∆ (t − k∆).Suponha que x ∆ (t) <strong>de</strong> (3.10) produz y ∆ (t) nasaída <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a. Como x ∆ (t)é uma combinaçãolinear das funções δ ∆ (t − k∆), então a proprieda<strong>de</strong> da linearida<strong>de</strong> permite escrevery ∆ (t) =∞∑x(k∆) h ∆ (t − k∆) ∆.k=−∞on<strong>de</strong> h ∆ (t − k∆) é a resposta a δ ∆ (t − k∆).Maslim x ∆(t) =x(t),∆→0o que implica <strong>em</strong>lim y ∆(t) =y(t),∆→0pois, <strong>por</strong> hipótese, x(t) −→ y(t).Portanto,∑ ∞y(t) = lim x(k∆) h ∆ (t − k∆) ∆.∆→0k=−∞No limite t<strong>em</strong>os∫ ∞y(t) = x(τ) h(t − τ) dτ. (3.12)−∞Concluímos que a saída <strong>de</strong> qualquer sist<strong>em</strong>a contínuo linear e invariante no t<strong>em</strong>po po<strong>de</strong> sercalculada conhecen<strong>do</strong>-se a sua resposta ao impulso. A operação <strong>de</strong> integral envolven<strong>do</strong> esta respostae a entrada é chamada <strong>de</strong> integral <strong>de</strong> convolução.Este é o resulta<strong>do</strong> mais im<strong>por</strong>tante para os SLIT contínuos, da mesma forma que ocorreu com ossist<strong>em</strong>as discretos.Dada a im<strong>por</strong>tância da integral <strong>de</strong> convolução, criou-se uma representação especial compacta paraa mesma. A integral <strong>de</strong> convolução entre o sinal x(t) e o sinal h(t), <strong>de</strong>finida na expressão 3.12, érepresentada <strong>por</strong>y(t) =x(t) ∗ h(t). (3.13)Épossível <strong>de</strong>monstrar queou seja,y(t) =∫ ∞−∞∫ ∞x(τ) h(t − τ) dτ = h(τ) x(t − τ) dτ,−∞y(t) =x(t) ∗ h(t) =h(t) ∗ x(t).


3.4. SISTEMA LINEAR E INVARIANTE COM TEMPO (LIT) 43Cálculo da integral <strong>de</strong> convoluçãoOcálculo da integral <strong>de</strong> convolução é bastante s<strong>em</strong>elhante ao cálculo da soma <strong>de</strong> convolução. Segun<strong>do</strong>a expressão 3.12, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os inverter h(t) no eixo t e expressá-la <strong>em</strong> termos da variável τ, geran<strong>do</strong> h(−τ).Para cada valor <strong>de</strong> t, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os <strong>de</strong>slocar h(−τ) convenient<strong>em</strong>ente <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a gerar h(t−τ). Esta últimaé multiplicada, ponto a ponto, <strong>por</strong> x(τ) e o resulta<strong>do</strong> é integra<strong>do</strong>. Os ex<strong>em</strong>plos seguir ilustram estecálculo.Ex<strong>em</strong>plo 3.7Vamos calcular a convolução entre x(t) =e −at u(t); a>0eh(t) =u(t), ou seja,y(t) =∫ ∞−∞x(τ) h(t − τ) dτ.No caso <strong>em</strong> questão, escolh<strong>em</strong>os inverter h(τ) =u(τ), conforme ilustra a Figura 3.9.Opróximo passo e <strong>de</strong>slocar h(−τ) <strong>de</strong> um valor t, obten<strong>do</strong> h(t − τ), fazer o produto <strong>de</strong>x(τ) <strong>por</strong>h(τ − t) e calcular a área sob o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ste produto.100e −aτ u(τ)τ44CAPÍTULO 3. SISTEMAS CONTÍNUOS E DISCRETOS NO TEMPO∫ ty(t) = e −aτ dτ = 1 − e−at.0aCom isto po<strong>de</strong>mos escrever o seguinte resumo para o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> cálculo da convolução:Ex<strong>em</strong>plo 3.8⎧0, t < 0;⎪⎨y(t) =⎪⎩ 1 − e −at,t≥ 0.aVamos calcular a convolução entre <strong>do</strong>is pulsos retangulares r α (t) =au(t) − au(t − α).Como as duas funções a ser<strong>em</strong> convoluídas são iguais, não se coloca a questão <strong>de</strong> qual<strong>de</strong>las <strong>de</strong>ve ser invertida no eixo τ.A Figura 3.10 mostra os passos <strong>do</strong> cálculo. Po<strong>de</strong>mos perceber que o resulta<strong>do</strong> daconvolução será nulo para t2α.Para 0 ≤ t ≤ α t<strong>em</strong>os uma intersecção no intervalo 0 ≤ τ ≤ t. Por outro la<strong>do</strong>, paraα ≤ t ≤ 2α a intersecção ocorre no intervalo t − α ≤ τ ≤ α.Estas consi<strong>de</strong>rações po<strong>de</strong>m ser transformadas nos seguintes cálculos.1u(t−τ); t00ty(t)0Figura 3.9: Cálculo <strong>de</strong> y(t) =e −at u(t) ∗ u(t).τtO resumo <strong>de</strong>sta convolução é∫ αy(t) = r α (τ) dτ = a 2 (2α − t).t−α⎧0, t2α.A Figura 3.9 mostra que o produto será nulo para to<strong>do</strong> valor t


3.4. SISTEMA LINEAR E INVARIANTE COM TEMPO (LIT) 4546CAPÍTULO 3. SISTEMAS CONTÍNUOS E DISCRETOS NO TEMPOar α(τ)α a 200ατy(t)ar α(t−τ); t


3.5. PROPRIEDADES DOS SISTEMAS LIT, DISCRETOS E CONTÍNUOS 47Substituin<strong>do</strong> s(τ) na segunda relação pela primeira relação, t<strong>em</strong>os∫ ∞{∫ ∞}y(t) =x(α) h 1 (τ − α) dα h 2 (t − τ) dτ.−∞ −∞Rearranjan<strong>do</strong> as integrais,∫ ∞{∫ ∞}y(t) = x(α) h 1 (τ − α) h 2 (t − τ) dτ dα.−∞−∞Fazen<strong>do</strong> uma mudança <strong>de</strong> variável β = τ − α, obt<strong>em</strong>os∫ ∞{∫ ∞}y(t) = x(α) h 1 (β) h 2 (t − α − β) dβ dα.n=−∞ |h[n]| < ∞. |h(t)| < ∞.−∞48−∞−∞h eq (t) =h 1 (t)+h 2 (t), (3.20)sist<strong>em</strong>a LIT 1 sist<strong>em</strong>a LIT 2y(t)h 1(t)h2(t)x(t)y(t)h 1(t)* h2(t)Reconhec<strong>em</strong>os que a integral entre as chaves representa a convolução entre h 1 (t) eh 2 (t), fechan<strong>do</strong> a<strong>de</strong>monstração.1- Sist<strong>em</strong>as <strong>em</strong> paraleloA Figura 3.13 mostra <strong>do</strong>is sist<strong>em</strong>as conecta<strong>do</strong>s <strong>em</strong> paralelo. Estes sist<strong>em</strong>as equival<strong>em</strong> a um únicosist<strong>em</strong>a com resposta ao impulso, h eq (t), dada <strong>por</strong>conforme ilustra<strong>do</strong> na Figura 3.13.A <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong>sta proprieda<strong>de</strong> é similar à <strong>de</strong>monstração da proprieda<strong>de</strong> anterior.x(t)3- Causalida<strong>de</strong>Figura 3.12: Sist<strong>em</strong>as lineares conecta<strong>do</strong>s <strong>em</strong> cascata.A proprieda<strong>de</strong> da causalida<strong>de</strong> assume uma forma especial para os sist<strong>em</strong>a LIT.Épossível <strong>de</strong>monstrar, usan<strong>do</strong> a convolução, que um SLIT contínuo é causal se e somente seh(t) = 0 para t0.4- h[n] =a n u[n − n 0 ], causal se n 0 ≥ 0 e estável se |a| < 1.5-∑N 21y[n] =x[n + k], N 1


3.6.EXERCÍCIOS 4950CAPÍTULO 3. SISTEMAS CONTÍNUOS E DISCRETOS NO TEMPO3.6 Exercícios1. Seja x[n] =δ[n]+2δ[n − 1] − δ[n − 3] e h[n] =2δ[n +1]+2δ[n − 1]. Calcule e esboce o resulta<strong>do</strong><strong>de</strong> cada uma das seguintes convoluções:7. Calcule e esboce y(t) =x(t) ∗ h(t), on<strong>de</strong>⎧⎨ t +1, 0 ≤ t ≤ 1;x(t) = 2 − t, 1


52 3.6. EXERCÍCIOS 51CAPÍTULO 3. SISTEMAS CONTÍNUOS E DISCRETOS NO TEMPOO sist<strong>em</strong>a é causal? É estável? Justifique. 4/316. Consi<strong>de</strong>re um sist<strong>em</strong>a discreto com entrada x[n] esaída y[n] relacionadas <strong>por</strong>at+bn+n∑ 0y(t) = x[k],00 tk=n−n 0012−1/3ton<strong>de</strong> n 0 é inteiro finito positivo.a) O sist<strong>em</strong>a é linear? Justifique.b) O sist<strong>em</strong>a é invariante no t<strong>em</strong>po? Justifique.Figura 3.15: Exercício d).c) Se x[n] é limitada <strong>em</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>por</strong> um inteiro finito B, isto é, |x[n]|


54CAPÍTULO 4. SÉRIE DE FOURIER PARA SINAIS PERIÓDICOS CONTÍNUOSComo conseqüência <strong>de</strong>sta proprieda<strong>de</strong>, se for possível escrever qualquer entrada x(t) comoCapítulo 4Série <strong>de</strong> Fourier para sinais periódicoscontínuosx(t) =então a resposta <strong>de</strong> qualquer SLIT será dada <strong>por</strong>y(t) =∞∑c k e jωkt , (4.1)k=−∞∞∑c k H(ω k )e jωkt .k=−∞A questão que se coloca a partir <strong>de</strong>sta observação éseépossível escrever (4.1) para qualquerentrada x(t). A resposta para esta questão é dada pela série <strong>de</strong> Fourier.4.1 IntroduçãoVamos tratar aqui da representação <strong>de</strong> sinal periódico com perío<strong>do</strong> T 0 através <strong>de</strong> uma combinaçãolinear <strong>de</strong> funções exp(jkω 0 t), k ∈ Z, ω 0 =2π/T 0 . Estas são exponenciais complexas periódicas comT k = T 0 /k, harmonicamente relacionadas, pois ω k = kω 0 .O objetivo é <strong>de</strong>screver x(t) =x(t + T 0 ), ∀t, como:x(t) =∞∑c k e jkω0t , −∞


4.3.EXPANSÃO DE UM SINAL EM UMA BASE DE FUNÇÕES ORTOGONAIS 5556CAPÍTULO 4. SÉRIE DE FOURIER PARA SINAIS PERIÓDICOS CONTÍNUOSa sv.a sv rv∫ t2|e(t)| 2 dt. (4.6)t 1Vamos agora calcular os coeficientes ótimos para a representação <strong>de</strong> um sinal x(t) através <strong>de</strong>componentes na direção <strong>do</strong>s sinais g k (t) ortogonais entre si.Vamos inicialmente su<strong>por</strong> que todas as funções envolvidas sejam reais.Ocritério para a otimização é a minimização da energia <strong>do</strong> erro da aproximação, como expresso<strong>em</strong> (4.6). Para isto vamos usar (4.5) e escrever inicialmentev rv s v.a r a rv s∞∑∞∑∞∑e 2 (t) =x 2 (t) − 2x(t) c i g i (t)+ c i g i (t) c l g l (t).Usan<strong>do</strong> este resulta<strong>do</strong> <strong>em</strong> (4.6), t<strong>em</strong>osi=−∞i=−∞ l=−∞seFigura 4.1: Projeção <strong>de</strong> um vetor <strong>em</strong> um par <strong>de</strong> eixos não ortogonais.Definição: Duas funções x(t) ey(t), x(t) ≠ y(t), são ortogonais entre si no intervalo t 1


4.3.EXPANSÃO DE UM SINAL EM UMA BASE DE FUNÇÕES ORTOGONAIS 5758CAPÍTULO 4. SÉRIE DE FOURIER PARA SINAIS PERIÓDICOS CONTÍNUOSon<strong>de</strong> os coeficientes c k que minimizam a energia <strong>do</strong> erro da aproximação são da<strong>do</strong>s <strong>por</strong>c k =∫ t2t∫1t2t 1x(t)gk(t)dt∗ . (4.10)|g k (t)| 2 dtEsta forma <strong>de</strong> representação apresenta várias proprieda<strong>de</strong>s. Vamos abordar algumas <strong>de</strong>las.Proprieda<strong>de</strong> 1: o erro e(t) é ortogonal a cada uma das funções g k (t) no intervalo t 1


4.5.SÉRIE TRIGONOMÉTRICA DE FOURIER 5960CAPÍTULO 4. SÉRIE DE FOURIER PARA SINAIS PERIÓDICOS CONTÍNUOSAmplitu<strong>de</strong>10série <strong>de</strong> Fourierx(t)e substituin<strong>do</strong> c −k <strong>por</strong> c ∗ k , ∞∑x(t) = c k e jkω0tk=−∞∞∑= c 0 + c k e jkω0t + c ∗ ke −jkω0tk=1∞∑= c 0 + c k e jkω0t + [ c k e jkω0t] ∗k=1∞∑= c 0 + 2Re { c k e jkω0t} .k=1Supon<strong>do</strong> c k = a k + jb k , po<strong>de</strong>mos escrever, finalmente:−2 −1 0 1 2 3 4 5tFigura 4.2: Representação <strong>de</strong> um sinal x(t) e<strong>de</strong>suasérie <strong>de</strong> Fourier para o intervalo 2


4.5.SÉRIE TRIGONOMÉTRICA DE FOURIER 6162CAPÍTULO 4. SÉRIE DE FOURIER PARA SINAIS PERIÓDICOS CONTÍNUOSEx<strong>em</strong>plo 4.3Sejax(t) =1+ 1 2j ejω0t − 1 2j e−jω0t + e jω0t + e −jω0t + 1 2 ej(2ω0t+π/4) + 1 2 e−j(2ω0t+π/4)Amplitu<strong>de</strong>10,5Po<strong>de</strong>mos rearranjar da seguinte formax(t) =1+(1+ 1 2j )ejω0t +(1− 1 2j )e−jω0t + 1 2 ejπ/4 e j2ω0t + 1 2 e−jπ/4 e −j2ω0t .0−2ω 00ω 02ω 0ωDaí po<strong>de</strong>mos escrever: c 0 =1; c 1 = c ∗ −1 =1+ 1 2j ; c 2 = c ∗ −2 = 1 2 ejπ/4Vamos tratar agora <strong>do</strong>s gráficos que são utiliza<strong>do</strong>s para representar os resulta<strong>do</strong>s da série <strong>de</strong>Fourier, também conheci<strong>do</strong>s como espectros <strong>de</strong> Fourier <strong>do</strong> sinal.A representação gráfica consiste <strong>em</strong> representar os coeficientes c k <strong>em</strong> função da respectiva freqüência.Como, <strong>de</strong> uma maneira geral, os coeficientes são quantida<strong>de</strong>s complexas, precisamos <strong>de</strong> <strong>do</strong>isgráficos, um para a parte real e outro para a parte imaginária, ou, o que é mais comum, um para omódulo e outro para o argumento. Ográfico para o módulo é <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> espectro <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>s,enquanto que o gráfico para o argumento, espectro <strong>de</strong> fase. Vamos ex<strong>em</strong>plificarestes gráficos para o caso <strong>do</strong> ex<strong>em</strong>plo 4.3.0-ω 02ω 06030Fase-30-60−2ω 0-ω 00ω 0ωFigura 4.3: Espectros <strong>em</strong> freqüência para o ex<strong>em</strong>plo 4.3.Ex<strong>em</strong>plo 4.4Espectros <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> e <strong>de</strong> fase para o sinal <strong>do</strong> ex<strong>em</strong>plo 4.3.Estes gráficos evi<strong>de</strong>nciam o uso <strong>de</strong> freqüências negativas. Estas não têm senti<strong>do</strong> físico, masapenas mat<strong>em</strong>ático. Elas <strong>de</strong>corr<strong>em</strong> <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> exponenciais complexas e conjugadas como exp(jkω 0 )eexp(−jkω 0 ). Esta última é interpretada como exp[j(−kω 0 )], ou seja, como se fosse uma exponencialna freqüência −kω 0 ....x(t)1...−T/2 −τ/2 0 τ/2 T/2 T tFigura 4.4: Tr<strong>em</strong> <strong>de</strong> pulsos retangulares.Ex<strong>em</strong>plo 4.5Vamos calcular a série <strong>de</strong> Fourier <strong>de</strong> um tr<strong>em</strong> <strong>de</strong> pulsos retangulares periódico comperío<strong>do</strong> T .Operío<strong>do</strong> ao re<strong>do</strong>r <strong>de</strong> t = 0 po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrito como⎧⎨ 1, |t|


4.5.SÉRIE TRIGONOMÉTRICA DE FOURIER 6364CAPÍTULO 4. SÉRIE DE FOURIER PARA SINAIS PERIÓDICOS CONTÍNUOSc k = 1 T∫ T/2−T/2x(t) e −jkω0t dt0,50∫ τ/2= 1 e −jkω0t dtT −τ/2= 1 e −jkω0τ/2 − e jkω0τ/2T −jkω 0= sen(kω 0τ/2).kω 0 T/2Observe que a expressão para os coeficientes c k apresenta uma in<strong>de</strong>terminação <strong>em</strong>k = 0. Po<strong>de</strong>mos resolvê-la usan<strong>do</strong> a regra <strong>de</strong> L’Hôpital ou refazen<strong>do</strong> a integral inicialusan<strong>do</strong> explicitamente k = 0 <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início. Qualquer um <strong>de</strong>stes procedimentos forneceAmplitu<strong>de</strong>0,250180...−5ω 0-ω 03ω 0ω 0−3ω 0 0 3ω 0 5ω 0Freqüência (rad/s)...que éovalormédio <strong>do</strong> sinal x(t).Po<strong>de</strong>mos então colocar o resumoc 0 = τ/T,c k = sen(kω 0τ/2),k≠0,kω 0 T/2c 0 = τ/T. (4.17)Para τ = T/2 t<strong>em</strong>osc k = sen(kω 0T/4),k≠0,kω 0 T/2c 0 =1/2.Maskω 0 T/4=2kπT/4T = kπ/2ec k = sen(kπ/2) ,k≠0kπComo⎧⎨ 0, k= par;sen(kπ/2) =⎩(−1) (k−1)/2 ,k=ímpar,po<strong>de</strong>mos finalmente escrever⎧0, k=par,k≠0;⎪⎨c k =(−1) (k−1)/2,k=ímpar;kπ⎪⎩1/2, k=0.A Figura 4.5 mostra os espectros <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> e <strong>de</strong> fase <strong>do</strong> sinal x(t).Na Figura 4.6 émostra<strong>do</strong>oefeitodaadição <strong>de</strong> harmônicas na composição <strong>do</strong> tr<strong>em</strong> <strong>de</strong>pulsos retangulares.Fase0-180...−3ω 0-ω 00ω 0Freqüência (rad/s)Figura 4.5: Espectros <strong>de</strong> freqüência para o tr<strong>em</strong> <strong>de</strong> pulsos retangulares com τ = T/2.4.6 Teor<strong>em</strong>a <strong>de</strong> ParcevalEste teor<strong>em</strong>a relaciona a potência média <strong>de</strong> um sinal x(t) com os respectivos parâmetros espectrais.Seja um sinal x(t), periódico com perío<strong>do</strong> T esuasérie <strong>de</strong> Fourier:x(t) =∞∑c k e j2kπt/T .k=−∞O teor<strong>em</strong>a po<strong>de</strong> ser enuncia<strong>do</strong> como∫1 t0+T∞∑|x(t)| 2 dt = |c k | 2 , (4.18)T t 0 k=−∞isto é, a potência média <strong>de</strong> x(t) é igual à soma <strong>do</strong> quadra<strong>do</strong> <strong>do</strong> valor absoluto <strong>do</strong>s coeficientes <strong>de</strong>Fourier.Para <strong>de</strong>monstrar, vamos substituir x(t) pela série <strong>de</strong> Fourier.∫1 t0+T|x(t)| 2 dt = 1 ∫ {t0+T ∑ ∞ ∞}∑c k e j2kπt/T c ∗T t 0Tme −j2mπt/T dt.t 0k=−∞m=−∞...


4.7.CONVERGÊNCIA DA SÉRIE DE FOURIER 6566CAPÍTULO 4. SÉRIE DE FOURIER PARA SINAIS PERIÓDICOS CONTÍNUOS1001x 1 (t) =0, 5 + cos(2πt/T)/πT2Tt<strong>em</strong>po3TN<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre épossível conseguir a a convergência uniforme, isto é, a igualda<strong>de</strong> ponto a pontoaolongo<strong>de</strong>to<strong>do</strong>operío<strong>do</strong> <strong>do</strong> sinal. Com isto é necessário consi<strong>de</strong>rar critérios <strong>de</strong> convergência econdições <strong>de</strong> convergência.Um <strong>do</strong>s critérios é a convergência observada <strong>em</strong> termos <strong>do</strong> erro quadrático médio. Neste casotratamos <strong>de</strong> sinais com energia finita no perío<strong>do</strong>.Ocritério po<strong>de</strong> ser estabeleci<strong>do</strong> através <strong>de</strong> um teor<strong>em</strong>a.Teor<strong>em</strong>aSeja x(t) um sinal periódico com perío<strong>do</strong> T .Se∫ t0+Tt 0|x(t)| 2 dt < ∞,Amplitu<strong>de</strong>s001x 2 (t) =x 1 (t) − cos(6πt/T)/3πT2Tt<strong>em</strong>po3Tentão∫ t0+T∫ t0+T∞∑|e(t)| 2 dt = |x(t) − c k e −j2kπt/T | 2 dt =0,t 0 t 0k=−∞isto é, a energia <strong>do</strong> erro énula.Embora o teor<strong>em</strong>a assegure erro quadrático médio nulo, isto não significa que a soma sejaigual ao sinal <strong>em</strong> to<strong>do</strong>s os instantes <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po.Vamos analisar <strong>do</strong>is ex<strong>em</strong>plos.0010x 3 (t) =x 2 (t)+cos(10πt/T)/5πT2Tx 4 (t) =x 3 (t) − cos(14πt/T)/7πt<strong>em</strong>po3TEx<strong>em</strong>plo 4.6Consi<strong>de</strong>re o caso bastante simples <strong>em</strong> que o sinal x(t) é composto <strong>por</strong> duas senói<strong>de</strong>snas freqüências ω 0 e2ω 0 . Claramente o sinal é periódico com perío<strong>do</strong> T =2π/ω 0 eaenergia <strong>em</strong> um perío<strong>do</strong> é finita (supon<strong>do</strong> que as amplitu<strong>de</strong>s das senói<strong>de</strong>s sejam finitas).Neste caso é evi<strong>de</strong>nte que as duas senói<strong>de</strong>s compõ<strong>em</strong> a série <strong>de</strong> Fourier <strong>de</strong>ste sinal eque, <strong>por</strong>tanto, há aconvergência uniforme.0T2Tt<strong>em</strong>po3TEx<strong>em</strong>plo 4.7Figura 4.6: Participação das harmônicas na composição <strong>do</strong> tr<strong>em</strong> <strong>de</strong> pulsos retangulares com τ = T/2.Como a base <strong>de</strong> expansão é ortogonal no perío<strong>do</strong>, a integral <strong>do</strong> produto das séries fornece:∫1 t0+T|x(t)| 2 dt = 1 ∫ t0+T ∑ ∞ ∞∑|c k | 2 dt = |c k | 2 c.q.d.T t 0T t 0k=−∞k=−∞Vamos agora consi<strong>de</strong>rar o tr<strong>em</strong> <strong>de</strong> pulsos retangulares <strong>do</strong> Ex<strong>em</strong>plo 4.5.Este sinal também t<strong>em</strong> energia finita <strong>em</strong> um perío<strong>do</strong>. Porém, observe que o sinal nãot<strong>em</strong> valor <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> <strong>em</strong> cada <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>, uma vez que seu limite à esquerda é diferente<strong>do</strong> limite à direita. Por outro la<strong>do</strong>, <strong>de</strong>monstra-se que a série converge para o ponto médioentre estes <strong>do</strong>is limites.4.7 Convergência da Série <strong>de</strong> FourierO estu<strong>do</strong> da convergência da série trata das condições para a soma das harmônicas seja igual ao sinal.Como conseqüência <strong>de</strong>ste teor<strong>em</strong>a, t<strong>em</strong>os∫ t0+Tt 0|x(t) −∞∑k=−∞∫ t0+Tc k e j2kπt/T | 2 dt =t 0|x(t)| 2 dt − 2T∞∑|c k | 2 + Tk=−∞∞∑|c k | 2 =0,k=−∞


4.7.CONVERGÊNCIA DA SÉRIE DE FOURIER 6768CAPÍTULO 4. SÉRIE DE FOURIER PARA SINAIS PERIÓDICOS CONTÍNUOSou seja, <strong>de</strong>duzimos o teor<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Parseval∫ t0+Tt 0|x(t)| 2 dt = T∞∑|c k | 2 .k=−∞Po<strong>de</strong>mos então afirmar que se existe a convergência no senti<strong>do</strong> que o erro quadrático médio énulo,então o teor<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Parseval se aplica.Po<strong>de</strong>mos também afirmar que exist<strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as que respon<strong>de</strong>m à energia <strong>do</strong> sinal e que, <strong>por</strong>tanto,respon<strong>de</strong>m igualmente ao sinal e àsérie.A situação <strong>do</strong> ex<strong>em</strong>plo 4.7 motiva a <strong>de</strong>finição da condição <strong>de</strong> Dirichelet para a convergência dasérie.Condições <strong>de</strong> DiricheletSeja um sinal x(t) tal que:1- ∫ t0+Tt 0|x(t)|dt < ∞,isto é, x(t) é absolutamente integrável no intervalo t 0


4.8. EXEMPLOS DE <strong>DECOM</strong>POSIÇÃO EM SÉRIE 69δT (t)0...01T 2T 3TFigura 4.8: Função pente (t).Dev<strong>em</strong>os usar t 0 = −T/2 <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a facilitar o cálculo <strong>do</strong>s coeficientes, poisou seja,c k = 1 T∫ T/2−T/2x(t) e −jkω0t dt = 1 Tc k = 1 T .Concluímos que estes coeficientes não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> k.Po<strong>de</strong>mos então escreverEx<strong>em</strong>plo 4.9Sejaδ T (t) =y(t) =∞∑δ(t − kT) = 1 Tk=−∞70...t∫ T/2δ(t) e −jkω0t dt,−T/2e jkω0t , ω 0 =2π/T. (4.19)∞∑k=−∞∞∑δ(t + T 1 − kT) − δ(t − T 1 − kT).k=−∞Po<strong>de</strong>mos calcular com facilida<strong>de</strong> os coeficientes <strong>de</strong>sta função se utilizarmos o resulta<strong>do</strong><strong>do</strong> Ex<strong>em</strong>plo 4.8. Nesta direção, sejaLogo,Mas sex(t) =∞∑δ(t − kT)k=−∞y(t) =x(t + T 1 ) − x(t − T 1 ).x(t) = 1 T∞∑k=−∞entãoou seja,CAPÍTULO 4. SÉRIE DE FOURIER PARA SINAIS PERIÓDICOS CONTÍNUOSx(t + T 1 )= 1 Tx(t + T 1 )= 1 T∞∑e jkω0(t+T1) ,k=−∞∞∑k=−∞e jkω0T1 e jkω0t .Da mesma formax(t − T 1 )= 1 T∞∑e −jkω0T1 e jkω0t .k=−∞Usan<strong>do</strong> estes resulta<strong>do</strong>s <strong>em</strong> y(t) t<strong>em</strong>osy(t) = 1 T∞∑ [ejkω 0T 1− e −jkω0T1] e jkω0t .k=−∞Usan<strong>do</strong> a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> sen(kω 0 T 1 ) obt<strong>em</strong>osy(t) = 2jT∞∑sen(kω 0 T 1 )e jkω0t , (4.20)k=−∞<strong>de</strong> on<strong>de</strong> concluímos que os coeficientes da expansão <strong>de</strong> y(t) sãoc k = 2jT sen(kω 0T 1 ).


4.9.EXERCÍCIOS 7172CAPÍTULO 4. SÉRIE DE FOURIER PARA SINAIS PERIÓDICOS CONTÍNUOS4.9 Exercícios1. Um sinal x(t) contínuo no t<strong>em</strong>po é real e t<strong>em</strong> perío<strong>do</strong> fundamental T = 8. Seus coeficientes <strong>de</strong>Fourier não-nulos são a 1 = a −1 =2,a 3 = a ∗ −3 =4j.Expresse x(t) na forma x(t) = ∑ ∞k=0 A k cos(ω k t + φ k ).Esboce os espectros <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> e <strong>de</strong> fase.2. Consi<strong>de</strong>re o sinal x(t) =2+cos(2πt/3) + 4 sen(5πt/3). Calcule a freqüência fundamental ω 0 eos coeficientes da série exponencial <strong>de</strong> Fourier.Esboce os espectros <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> e <strong>de</strong> fase.3. Calcule os coeficientes da série exponencial <strong>de</strong> Fourier para o sinal periódico{ 1, 5 , 0 ≤ t


74CAPÍTULO 5. TRANSFORMADA DE FOURIER2. o espaçamento entre as amostras <strong>de</strong> X(ω) ten<strong>de</strong> a zero e o conjunto <strong>de</strong> amostras ten<strong>de</strong> àenvoltória.Capítulo 5Transformada <strong>de</strong> FourierConcluímos que po<strong>de</strong>mos interpretar um sinal não-periódico com o limite <strong>de</strong> um periódico. Nesteprocesso <strong>de</strong> limite, os coeficientes da série <strong>de</strong> Fourier multiplica<strong>do</strong>s pelo perío<strong>do</strong> ten<strong>de</strong>m a uma curvacontínua, a envoltória <strong>de</strong>stes coeficientes, a qual será <strong>de</strong>finida como a transformada <strong>de</strong> Fourier.X(ω)a)-ω 00ω 02ω 0ω5.1 IntroduçãoX(ω)Asérie <strong>de</strong> Fourier se aplica a sinais periódicos. Embora também possa ser aplicada a sinais nãoperiódicos,neste caso a transformada <strong>de</strong> Fourier é mais útil. A transformada é <strong>de</strong>finida como o limiteda série quan<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> ten<strong>de</strong> a infinito.b)-2ω 0ω-4ω 0 4ω 0-ω 00ω 0ω5.2 Desenvolvimento da transformada <strong>de</strong> Fourier <strong>de</strong> um sinalnão-periódicoX(ω)Vamos revisar a série para o tr<strong>em</strong> <strong>de</strong> pulsos retangulares⎧⎨ 1, |t|


5.2. DESENVOLVIMENTO DA TRANSFORMADA DE FOURIER DE UM SINAL NÃO-PERIÓDICO7576CAPÍTULO 5. TRANSFORMADA DE FOURIERx(t)X(ω)e jωt /2πX(kω 0 )e jkω0t /2π−τ/20τ/2tω 0˜x(t)......-T/2 −τ/2 0 τ/2 T/2 T t0kω 0Figura 5.3: Interpretação <strong>do</strong> cálculo da série <strong>de</strong> ˜x(t).ωFigura 5.2: Um sinal x(t) não-periódico e sua extensão periódica ˜x(t) comperío<strong>do</strong> T .Mas ˜x(t) =x(t) no intervalo −T/2


5.3.CONVERGÊNCIA DA TRANSFORMADA DE FOURIER 7778CAPÍTULO 5. TRANSFORMADA DE FOURIERé a transformada inversa <strong>de</strong> Fourier <strong>de</strong> X(ω).5.4 Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> cálculo da transformada <strong>de</strong> FourierA expressão (5.9) resulta da expressão˜x(t) =∞∑c k e jkω0tk=−∞quan<strong>do</strong> T →∞ou ω 0 → 0. Portanto, a expressão (5.6) t<strong>em</strong> o caráter <strong>de</strong> expansão <strong>de</strong> um sinal x(t)<strong>em</strong> uma base <strong>de</strong> funções exponenciais complexas. Porém, enquanto que os sinais periódicos utilizamapenas a série <strong>de</strong> funções exponenciais complexas harmônicas <strong>de</strong> ω 0 , o sinal não-periódico x(t) exigeexponenciais complexas <strong>em</strong> todas freqüências.Ainda nesta interpretação, X(ω) dω/2π assume o caráter <strong>do</strong>s coeficientes c k . Porém, estes coeficientessão agora infinitesimais, indican<strong>do</strong> a forma <strong>de</strong> participação das componentes espectrais.Também, como a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas componentes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> X(ω)dω, a função X(ω) t<strong>em</strong> o caráter<strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> espectral.Resumin<strong>do</strong>, enquanto que ˜x(t) possui harmônicas apenas <strong>em</strong> freqüências discretas, x(t) possuiharmônicas <strong>em</strong> todas as freqüências. Enquanto que ˜x(t) possui harmônicas com amplitu<strong>de</strong>s finitas,x(t) possui harmônicas com amplitu<strong>de</strong>s infinitesimais.Toman<strong>do</strong> agora o caso da transformada, a expressão (5.8) resulta da expressãoc k = 1 T∫ T/2−T/2˜x(t) e −jkω0t dtquan<strong>do</strong> T →∞. Portanto, a expressão (5.8) t<strong>em</strong> o caráter <strong>do</strong> cálculo <strong>do</strong>s coeficientes da série <strong>de</strong>Fourier. Porém, como x(t) não é periódico, os coeficientes se transformam <strong>em</strong> uma função da variávelcontínua ω.5.3 Convergência da transformada <strong>de</strong> Fourier1- Se x(t) é um sinal <strong>de</strong> energia, isto é,∫ ∞−∞|x(t)| 2 dt < ∞,então X(ω) é finita e o erroe(t) =x(t) − 1 ∫ ∞X(ω)e jωt dω2π −∞t<strong>em</strong> energia nula.De forma alternativa, t<strong>em</strong>os o critério <strong>de</strong> Dirichelet.2- Suponha que x(t) é tal quea) é absolutamente integrável,b) apresenta número finito <strong>de</strong> máximos e mínimos <strong>em</strong> qualquer intervalo finito <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po,c) apresenta número finito <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> qualquer intervalo finito <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po.Então x(t) e a inversa <strong>de</strong> X(ω) são idênticos exceto nos pontos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> a inversaten<strong>de</strong> ao valor médio <strong>do</strong>s limites laterais.Ex<strong>em</strong>plo 5.1Seja x(t) =e −at u(t), a>0.Em primeiro lugar, observe que x(t) é um sinal <strong>de</strong> energia.Sua transformada <strong>de</strong> Fourier será dada <strong>por</strong>a qual fornecePo<strong>de</strong>mos ainda escreverX(ω) =I{e −at u(t)} =∫ ∞−∞I{e −at u(t)} =e −at u(t)e −jωt dt,1a + jω . (5.10)1√a2 + ω 2 e−jθ ,θ= arctan(ω/a).A Figura 5.4 mostra os espectros <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> e <strong>de</strong> fase associa<strong>do</strong>s à I{e −at u(t)}.Fase Amplitu<strong>de</strong>1, 510, 5a =0, 800 aω900−900aωEx<strong>em</strong>plo 5.2Figura 5.4: Espectros <strong>de</strong> freqüência para x(t) =e −at u(t), a>0.Seja x(t) =e −a|t| ,a>0.


5.4. EXEMPLOS DE CÁLCULO DA TRANSFORMADA DE FOURIER 79Este também é um sinal <strong>de</strong> energia.A transformada é dada <strong>por</strong>∫ ∞X(ω) = e −a|t| e −jωt dt,−∞a qual forneceou∫ 0I{e −at u(t)} = e at e −jωt dt +−∞∫ 0I{e −at u(t)} = e at−jωt dt +−∞∫ ∞0∫ ∞0e −at e −jωt dt, (5.11)e −at−jωt dt. (5.12)Portanto,I{e −at u(t)} =2a ,a>0. (5.13)a 2 + ω2 A Figura 5.5 mostra o espectro <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> associa<strong>do</strong> à I{e −a|t| }. Observe que t<strong>em</strong>osapenas o espectro <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>s pois a transformada é real e seu espectro <strong>de</strong> fase énulo.Amplitu<strong>de</strong>321a =0, 800 π/4 π/2 3π/4 ω π80Ex<strong>em</strong>plo 5.4CAPÍTULO 5. TRANSFORMADA DE FOURIERSeja X(ω) =δ(ω).Vamos calcular o sinal no t<strong>em</strong>po correspon<strong>de</strong>nte a esta transformada, usan<strong>do</strong> a expressãoda transformada inversa.x(t) = 1 ∫ ∞δ(ω)e jωt dω.2π −∞Pela proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> produto <strong>de</strong> função <strong>por</strong> impulso, t<strong>em</strong>osx(t) = 1 ∫ ∞δ(ω) dω.2π −∞Logo,I −1 {δ(ω)} = 12π . (5.15)Concluímos que um sinal constante no t<strong>em</strong>po apresenta um espectro <strong>de</strong> freqüênciascom apenas uma componente na freqüência zero. Além disto, esta componente é<strong>do</strong>tipoimpulsivo, o que significa que a sua área é diferente <strong>de</strong> zero.Usan<strong>do</strong> estes resulta<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>mos calcular a transformada inversa <strong>de</strong> X(ω) =δ(ω−ω 0 )Logo,x(t) = 12π∫ ∞−∞δ(ω − ω 0 )e jωt dω = 12π∫ ∞−∞δ(ω − ω 0 )e jω0t dω.I −1 {δ(ω − ω 0 )} = 12π ejω0t . (5.16)Ex<strong>em</strong>plo 5.3Figura 5.5: Espectro <strong>de</strong> freqüência para x(t) =e −a|t| ,a>0.Seja x(t) =δ(t).D<strong>em</strong>onstra-se que este não é um sinal <strong>de</strong> energia. Apesar disto, po<strong>de</strong>mos calcular suatransformada.∫ ∞X(ω) = δ(t)e −jωt dt.Mas f(t)δ(t) =f(0)δ(t). Logo,I{δ(t)} =−∞∫ ∞−∞δ(t) dt =1. (5.14)O espectro <strong>de</strong> freqüências é composto apenas pelo espectro <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>s e éconstantee igual a 1 para todas as freqüências.Ex<strong>em</strong>plo 5.5Vimos no Ex<strong>em</strong>plo 5.3 que I{δ(t)} = 1. Logo, a transformada inversa <strong>de</strong> X(ω) =1éo impulso no t<strong>em</strong>po. Este resulta<strong>do</strong> leva a∫ ∞1e jωt dω = δ(t),2π −∞a qual fornece um resulta<strong>do</strong> surpreen<strong>de</strong>nte:Ex<strong>em</strong>plo 5.6∫ ∞−∞e jωt dω =2πδ(t). (5.17)Vimos no Ex<strong>em</strong>plo 5.4 que I{e jω0t } =2πδ(ω − ω 0 ). Este resulta<strong>do</strong> permite calcularas transformadas das funções cos(ω 0 t) e sen(ω 0 t).Vamos iniciar com a transformada <strong>do</strong> cosseno.X(ω) =∫ ∞−∞cos(ω 0 t)e −jωt dt =∫ ∞−∞{0, 5e jω0t +0, 5e −jω0t }e −jωt dt.


5.4. EXEMPLOS DE CÁLCULO DA TRANSFORMADA DE FOURIER 81Mas como a transformada é uma operação linear, po<strong>de</strong>mos escrever82CAPÍTULO 5. TRANSFORMADA DE FOURIERX(ω) =0, 5∫ ∞−∞e jω0t e −jωt dt +0, 5Usan<strong>do</strong> o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ex<strong>em</strong>plo 5.4 t<strong>em</strong>os∫ ∞−∞e −jω0t e −jωt dt.I{cos(ω 0 t)} = πδ(ω − ω 0 )+πδ(ω + ω 0 ). (5.18)A Figura 5.6 ilustra este espectro mostran<strong>do</strong> que o conteú<strong>do</strong> <strong>em</strong> freqüência da funçãocosseno se resume a apenas duas componentes <strong>em</strong> ω 0 e −ω 0 . Este resulta<strong>do</strong> écoerentecom o fato <strong>de</strong> que a transformada <strong>de</strong> Fourier expressa um sinal como uma combinaçãocontínua <strong>de</strong> cossenói<strong>de</strong>s e com o fato <strong>de</strong> que o espectro mostra as componentes que estãopresentes na expansão.Fase Amplitu<strong>de</strong>0π/20π0πω 0ω−π/2−ω 0ω 0−ω 00ωππFigura 5.7: Espectro <strong>de</strong> freqüência para x(t) = sen(ω 0 t).0−ω 0 0 ω 0 ωFigura 5.6: Espectro <strong>de</strong> freqüência para x(t) = cos(ω 0 t).De maneira s<strong>em</strong>elhante épossível <strong>de</strong>monstrar queI{sen(ω 0 t)} = −jπδ(ω − ω 0 )+jπδ(ω + ω 0 ). (5.19)Como a diferença entre as funções cosseno e seno se resume a uma diferença <strong>de</strong> fase<strong>de</strong> π/2, este fato aparece na transformada, pela presença <strong>do</strong> fator “j” na transformada <strong>do</strong>seno.A Figura 5.7 ilustra este espectro, o qual, além das componentes <strong>do</strong> espectro <strong>do</strong> cosseno,apresenta também um espectro <strong>de</strong> fase para levar <strong>em</strong> conta os fatores “j” e “-j”.Ex<strong>em</strong>plo 5.7Vamos calcular a transformada <strong>de</strong> Fourier <strong>de</strong> um pulso retangular, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como⎧⎨ 1, |t|


5.5. PROPRIEDADES DA TRANSFORMADA 8586CAPÍTULO 5. TRANSFORMADA DE FOURIERW 1 /2πx 1 (t)1X 1 (ω)ax 1 (t)+bx 2 (t) ←→ aX 1 (ω)+bX 2 (ω), (5.27)ou seja, a combinação linear <strong>de</strong> sinais produz a combinação linear das transformadas.A <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong>sta proprieda<strong>de</strong> usa a <strong>de</strong>finição da transformada.Proprieda<strong>de</strong> 2 - Deslocamento no t<strong>em</strong>poSex(t) ←→ X(ω),t−W 1 /2W 1 /2ωentãoObserve quex(t − t 0 ) ←→ e −jωt0 X(ω). (5.28)2π/W 1|e −jωt0 X(ω)| = |X(ω)|, ∠e −jωt0 X(ω) =−ωt 0 + ∠X(ω).W 2 /2πx 2 (t)1X 2 (ω)Concluímos que o <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> um sinal no eixo <strong>do</strong>s t<strong>em</strong>pos implica <strong>em</strong> mudar apenas seu espectro<strong>de</strong> fase. Além disto, a alteração da fase se dá pela adição <strong>de</strong> uma componente pro<strong>por</strong>cional àfreqüência, ou seja, um <strong>de</strong>slocamento no t<strong>em</strong>po equivale a uma componente linear <strong>de</strong> fase.Por fim, observe que quan<strong>do</strong> produzimos um atraso no t<strong>em</strong>po, ou seja, quan<strong>do</strong> t 0 é positivo, ainclinação da resposta linear <strong>de</strong> fase é negativa. Po<strong>de</strong>mos então dizer que um atraso no t<strong>em</strong>poequivale a uma componente linear <strong>de</strong> fase com inclinação negativa.Para <strong>de</strong>monstrar esta proprieda<strong>de</strong>, seja y(t) =x(t − t 0 ). Então,Y (ω) =∫ ∞y(t)e −jωt dt =∫ ∞−∞−∞x(t − t 0 )e −jωt dt.Fazen<strong>do</strong> t − t 0 = τ, t<strong>em</strong>ost−W 2 /2W 2 /2ωY (ω) =∫ ∞∫ ∞x(τ)e −jω(τ+t0) dt = e −jωt0 x(τ)e −jωτ dt = e −jωt0 X(ω),−∞−∞cqd.2π/W 2Figura 5.10: Sinal Sa(t) e seu espectro para <strong>do</strong>is valores <strong>do</strong> parâmetro W .Vamos usar a seguinte notação para indicar um par forma<strong>do</strong> <strong>por</strong> um sinal x(t) e sua transformadaX(ω):x(t) ←→ X(ω).Ex<strong>em</strong>plo 5.9Sab<strong>em</strong>os queδ(t) ←→ 1.Logo,δ(t − t 0 ) ←→ e −jωt0 ,ou seja, a transformada <strong>de</strong> um impulso é uma exponencial complexa periódica <strong>em</strong> freqüência.Proprieda<strong>de</strong> 1 - Linearida<strong>de</strong>Sejamx 1 (t) ←→ X 1 (ω),e a e b duas constantes. Entãox 2 (t) ←→ X 2 (ω)Ex<strong>em</strong>plo 5.10Vamos usar a Proprieda<strong>de</strong> 2 para calcular <strong>de</strong> forma simples a transformada da sinalx(t) da Figura 5.11.


5.5. PROPRIEDADES DA TRANSFORMADA 8788CAPÍTULO 5. TRANSFORMADA DE FOURIER202) Se x(t) érealentão X ∗ (ω) =X(−ω).Amplitu<strong>de</strong>100−100T 1 T 2 T 3tIsto <strong>por</strong>que se x(t) é real, então x ∗ (t) =x(t) e, <strong>do</strong> it<strong>em</strong> 1), t<strong>em</strong>os X ∗ (−ω) =X(ω).Como conseqüências bastante im<strong>por</strong>tantes t<strong>em</strong>os:−20Para x(t) real, |X(ω)| é uma função par, enquanto que ∠X(ω) é uma função ímpar.−30.Figura 5.11: Sinal composto <strong>por</strong> pulsos retangulares.Veja que o sinal po<strong>de</strong> ser escrito como uma composição <strong>de</strong> pulsos retangulares <strong>de</strong>sloca<strong>do</strong>s,da seguinte forma:x(t) =20r L1 (t − τ 1 ) − 30 r L2 (t − τ 2 )+10r L3 (t − τ 3 )on<strong>de</strong> r Li (t) são pulsos retangulares com amplitu<strong>de</strong> unitária e largura L i eτ 1 = T 12 , τ 2 = T 2 + T 1, τ 3 = T 3 + T 2,22L 1 = T 1 , L 2 = T 2 − T 1 , L 3 = T 3 − T 2 .Sab<strong>em</strong>os que a transformada <strong>de</strong> um pulso retangular com largura τ é dada pela expressão(5.24), ou seja,I{ r τ (t)} = τ Sa(ωτ/2).Logo, usan<strong>do</strong> a proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>slocamento no t<strong>em</strong>po, t<strong>em</strong>osLogo,Ex<strong>em</strong>plo 5.11Seja x(t) =e −at u(t), a>0.Sab<strong>em</strong>os queO espectro <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> éX(ω) =X ∗ (−ω) =|X(ω)| =1a + jω .1a + jω = X(ω).1√a2 + ω 2 ,oqualé uma função par. Por outro la<strong>do</strong>, o espectro <strong>de</strong> fase é( ω)∠X(ω) =− arctan ,aoqualé uma função ímpar.I{ x(t)} = L 1 Sa(ωL 1 /2) e −jωτ1 − L 2 Sa(ωL 2 /2) e −jωτ2 + L 3 Sa(ωL 3 /2) e −jωτ3 .3) x(−t) ←→ X(−ω) poisProprieda<strong>de</strong> 3 - SimetriasT<strong>em</strong>os várias proprieda<strong>de</strong>s ligadas a simetrias no t<strong>em</strong>po e <strong>em</strong> freqüência. Em to<strong>do</strong>s os casos aseguir vamos assumir que x(t) ←→ X(ω).∫ ∞−∞∫ ∞∫ ∞x(−t)e −jωt dt = x(τ)e jωτ dτ = x(τ)e −j(−ω)τ dτ = X(−ω).−∞−∞1) x ∗ (t) ←→ X ∗ (−ω) poisEx<strong>em</strong>plo 5.12Seja x(t) =e −at u(t), a>0. Então x(−t) =e at u(−t) e∫ ∞−∞[∫ ∞∗ [∫ ∞∗x ∗ (t)e −jωt dt = x(t)e dt] jωt = x(t)e dt] −j(−ω)t = X ∗ (−ω).−∞−∞I{x(−t)} =∫ 0−∞e (a−jω)t dt =1a − jω = X(−ω).


5.5. PROPRIEDADES DA TRANSFORMADA 89907) Se x(t) érealeímpar então X(ω) é imaginário e X(ω) =−X ∗ (ω).CAPÍTULO 5. TRANSFORMADA DE FOURIER4) Se x(t) =x(−t) então X(ω) =X(−ω) poisEsta <strong>de</strong>corre da Proprieda<strong>de</strong> 3.3.Se x(t) é real, então esta proprieda<strong>de</strong> se refere a sinais com simetria par.Isto <strong>por</strong>que se x(t) é real, então X(ω) =X ∗ (−ω). Mas se x(t) éímpar então X(ω) =−X(−ω).Logo, para x(t) realeímpar, X(−ω) =−X ∗ (−ω), ou seja, X(ω) =−X ∗ (ω). Também, isto implica<strong>em</strong> que X(ω) é imaginário.O Ex<strong>em</strong>plo 5.14 ilustra esta proprieda<strong>de</strong>.Proprieda<strong>de</strong> 4 - Diferenciação e integraçãoEx<strong>em</strong>plo 5.13Seja x(t) =e −|a|t ,a>0.Sab<strong>em</strong>os queX(ω) =5) Se x(t) érealeparentão X(ω) érealepar.2aa 2 + ω 2 = X(−ω).1) Se x(t) ←→ X(ω), então dx(t) ←→ jωX(ω).dtPara <strong>de</strong>monstrar esta proprieda<strong>de</strong>, vamos consi<strong>de</strong>rar a expressão da transformada inversa <strong>de</strong> X(ω):x(t) = 1 ∫ ∞X(ω)e jωt dω.2π −∞Entãodx(t)= 1 ∫ ∞jωX(ω)e jωt dω.dt 2π −∞Logo, dx(t)dte jωX(ω) formam um par transforma<strong>do</strong>, cqd.Isto <strong>por</strong>que se x(t) é real, então, da Proprieda<strong>de</strong> 3.2, X(ω) = X ∗ (−ω). Mas se x(t) é par,então, da Proprieda<strong>de</strong> 3.4, X(ω) =X(−ω). Logo, para x(t) realepar,X(−ω) =X ∗ (−ω), ou seja,X(ω) =X ∗ (ω).O Ex<strong>em</strong>plo 5.13 mostra esta proprieda<strong>de</strong>.6) Se x(t) =−x(−t) então X(ω) =−X(−ω) pois∫ ∞∫ ∞∫ ∞X(ω) = x(t)e −jωt dt = − x(−t)e −jωt dt = − x(τ)e jωτ dτ = −X(−ω).−∞−∞−∞Se x(t) é real, então esta proprieda<strong>de</strong> se refere a sinais ímpares.Ex<strong>em</strong>plo 5.14Seja x(t) = sen(ω 0 t).Sab<strong>em</strong>os queX(ω) =jπ [δ(ω + ω 0 ) − δ(ω − ω 0 )] .Então, pela Proprieda<strong>de</strong> 3.3, t<strong>em</strong>osI{x(−t)} = X(−ω) =jπ [δ(−ω + ω 0 ) − δ(−ω − ω 0 )] = jπ [δ(ω − ω 0 ) − δ(ω + ω 0 )] = −X(ω)..2) Se x(t) ←→ X(ω), então∫ t−∞x(τ)dτ ←→ X(ω)jω+ πX(0)δ(ω)A <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong>sta proprieda<strong>de</strong> será abordada mais a frente.Ex<strong>em</strong>plo 5.15Sab<strong>em</strong>os que∫ tDa<strong>do</strong> que I{δ(t)} =1, t<strong>em</strong>os quePor outro la<strong>do</strong>,δ(t) = du(t)dt−∞δ(τ)dτ = u(t).I{u(t)} = 1 + πδ(ω). (5.29)jω←→ jω[ 1 + πδ(ω)] = 1.jω


5.5. PROPRIEDADES DA TRANSFORMADA 9192CAPÍTULO 5. TRANSFORMADA DE FOURIEREx<strong>em</strong>plo 5.161Vamos aplicar esta proprieda<strong>de</strong> para agilizar o cálculo da transformada. Vamos aplicarpara o caso <strong>do</strong> pulso retangular mostra<strong>do</strong> na expressão (5.20) e repeti<strong>do</strong> aqui.⎧⎨ 1, |t|


5.5. PROPRIEDADES DA TRANSFORMADA 93Assim, l<strong>em</strong>bra<strong>do</strong> que <strong>de</strong> (5.26) t<strong>em</strong>os94CAPÍTULO 5. TRANSFORMADA DE FOURIERobt<strong>em</strong>os finalmente⎧x(t) = W ⎨ 1, |ω| 0 ←→ X(ω) = 2aa 2 + ω 2 .X(t) =2aa 2 + t 2 ,a>0 ←→ 2πx(−ω) =2πe−a|ω| .Proprieda<strong>de</strong> 5 - Dualida<strong>de</strong>Se x(t) ←→ X(ω), então X(t) ←→ 2πx(−ω).Proprieda<strong>de</strong> 6 - Deslocamento <strong>em</strong> freqüênciaPara <strong>de</strong>monstrar esta proprieda<strong>de</strong> vamos tomar a transformada inversa <strong>de</strong> x(t):x(t) = 1 ∫ ∞X(ω)e jωt dω.2π −∞Vamos trocar a variável t <strong>por</strong> ω e vice-versa:x(ω) = 1 ∫ ∞X(t)e jωt dt.2π −∞Fazen<strong>do</strong> ω = −ω t<strong>em</strong>os∫ ∞2πx(−ω) = X(t)e −jωt dt−∞ou seja, a transformada da função X(t) é a função 2πx(−ω). cqd.Esta proprieda<strong>de</strong> émuitoútil para aumentarmos o elenco <strong>de</strong> pares transforma<strong>do</strong>s conheci<strong>do</strong>s.Segu<strong>em</strong> alguns ex<strong>em</strong>plos.EntãoEx<strong>em</strong>plo 5.19x(t) =δ(t) ←→ X(ω) =1.Ex<strong>em</strong>plo 5.20Então X(t) =1←→ 2πx(−ω) =2πδ(ω).⎧⎨ 1, |t|


5.5. PROPRIEDADES DA TRANSFORMADA 9596CAPÍTULO 5. TRANSFORMADA DE FOURIEREx<strong>em</strong>plo 5.22Densida<strong>de</strong> espectral <strong>de</strong> energia |X(ω)| 2 /2π. (5.30)Toman<strong>do</strong> um pulso retangular no t<strong>em</strong>po, com amplitu<strong>de</strong> a e largura τ, sab<strong>em</strong>os queeste t<strong>em</strong> uma energia normalizada igual a a 2 τ.Então, como a transformada <strong>do</strong> pulso éafunção aτ Sa(ωτ/2), pelo teor<strong>em</strong>a po<strong>de</strong>mos afirmar que∫ ∞1|aτ Sa(ωτ/2)| 2 dω = a 2 τ,2π −∞ou seja, po<strong>de</strong>mos calcular a integral∫ ∞−∞|Sa(ωτ/2)| 2 dω =2π/τ.Po<strong>de</strong>mos também analisar como que a energia <strong>do</strong> pulso retangular está distribuída noeixo <strong>de</strong> freqüências. Isto <strong>por</strong>que a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da energia <strong>em</strong> freqüência é dada <strong>por</strong>Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia = 12π |aτ Sa(ωτ/2)|2 .Assim, observan<strong>do</strong> a Figura 5.9, constatamos que a maior parte da energia (cerca <strong>de</strong>90%) se concentra na região <strong>do</strong> lóbulo central da função Sa, ou seja, na região 0 ≤ ω ≤2π/τ. Po<strong>de</strong>mos observar também que a energia se espalha <strong>por</strong> to<strong>do</strong> o eixo <strong>de</strong> freqüências.Proprieda<strong>de</strong> 9 - Convolução no t<strong>em</strong>poSe y(t) =x(t) ∗ h(t) então Y (ω) =H(ω)X(ω), ou seja, a operação <strong>de</strong> convolução no t<strong>em</strong>po dálugar àoperação <strong>de</strong> produto no <strong>do</strong>mínio da freqüência.Vamos <strong>de</strong>monstrar esta proprieda<strong>de</strong> no contexto <strong>de</strong> uma das suas principais aplicações.Consi<strong>de</strong>re o sist<strong>em</strong>a LIT mostra<strong>do</strong> na Figura 5.14. Conforme estuda<strong>do</strong> no Capítulo 2, a relaçãox(t)Sist<strong>em</strong>a LITh(t)Figura 5.14: Entrada e saída <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a linear invariante no t<strong>em</strong>po.entre a entrada x(t) easaída y(t)é dada pela convolução entre a resposta ao impulso h(t) e a entradax(t), ou seja,∫ ∞y(t) =x(t) ∗ h(t) = x(τ)h(t − τ) dτ.−∞y(t)Vamos transformar esta relação entre entrada e saídaparao<strong>do</strong>mínio da freqüência, toman<strong>do</strong> atransformada da expressão da convolução:∫ ∞{∫ ∞}I{y(t)} =x(τ)h(t − τ) dτ e −jωt dt−∞ −∞∫ ∞{∫ ∞}= x(τ) h(t − τ) e −jωt dt dτ.−∞−∞Sab<strong>em</strong>os que∫ ∞h(t − τ) e −jωt dt = H(ω)e −jωτ .−∞Então∫ ∞I{y(t)} = H(ω) x(τ)e −jωτ dτ = H(ω)X(ω).−∞Po<strong>de</strong>mos então afirmar queY (ω) =H(ω)X(ω), (5.31)ou seja, que o espectro <strong>do</strong> sinal <strong>de</strong> saída <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a LID é igual ao espectro da entrada multiplica<strong>do</strong>pela transformada <strong>de</strong> Fourier da resposta ao impulso <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a.Este resulta<strong>do</strong> também <strong>de</strong>monstra a proprieda<strong>de</strong> da convolução no t<strong>em</strong>po.Esta é uma das proprieda<strong>de</strong>s mais im<strong>por</strong>tantes da transformada <strong>de</strong> Fourier. Ela coloca <strong>em</strong> evidência<strong>do</strong>is fatos:1. A operação <strong>de</strong> convolução que relaciona a entrada e a resposta ao impulso para produzir a saídano t<strong>em</strong>po, dá lugar a uma operação <strong>de</strong> produto no <strong>do</strong>mínio da freqüência. Esta é essência daproprieda<strong>de</strong> <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>.2. A transformada <strong>de</strong> Fourier da resposta ao impulso ganha especial im<strong>por</strong>tância <strong>por</strong> ser el<strong>em</strong>entochave na <strong>de</strong>terminação da saída.O primeiro fato resolve uma gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> da aplicação da relação <strong>de</strong> convolução para aobtenção da saída <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a LID. Esta dificulda<strong>de</strong> resi<strong>de</strong> na complexida<strong>de</strong> <strong>do</strong> cálculo da convolução.Ao operarmos no <strong>do</strong>mínio transforma<strong>do</strong>, transformamos a operação <strong>de</strong> convolução <strong>em</strong> produto,oqualé muito mais fácil para o ser humano. Assim, praticamente todas as análises da operação <strong>de</strong>um sist<strong>em</strong>a LID se dão no <strong>do</strong>mínio da freqüência.Um ex<strong>em</strong>plo simples que ilustra o uso <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio da freqüência para discorrer sobre a ação <strong>de</strong>um sist<strong>em</strong>a, é o caso <strong>do</strong>s aparelhos <strong>de</strong> condicionamento <strong>do</strong>s sinais <strong>de</strong> áudio, como os amplifica<strong>do</strong>rese os equaliza<strong>do</strong>res <strong>do</strong>mésticos. Quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>sejamos realçar os sons <strong>de</strong> tambores e baixos, sab<strong>em</strong>osque <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os aumentar o ganho para os sons graves. Isto significa que <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os enfatizar os sons <strong>de</strong>baixas freqüências relativas. Assim, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os alterar a configuração <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> forma que o ganhonas freqüências correspon<strong>de</strong>ntes seja maior que o ganho nas <strong>de</strong>mais freqüências. A noção <strong>de</strong> baixasfreqüências e <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong> ganho <strong>em</strong> faixa <strong>de</strong> freqüências só épossível no <strong>do</strong>mínio transforma<strong>do</strong> eé motiva<strong>do</strong> pela relação (5.31).É instrutivo tentar expressar esta mesma ação através da resposta ao impulso e a operação <strong>de</strong>convolução.O segun<strong>do</strong> fato coloca uma im<strong>por</strong>tância muito gran<strong>de</strong> na função H(ω). De fato, a transformadada resposta ao impulso <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penha um papel fundamental na engenharia. Este fato motivou uma<strong>de</strong>nominação especial para esta função:H(ω) = Função <strong>de</strong> transferência,


5.5. PROPRIEDADES DA TRANSFORMADA 97on<strong>de</strong> o termo “transferência“, provavelmente, se <strong>de</strong>ve ànoção que H(ω) “transfere“ a entrada para asaída.Observe que, da mesma forma que a resposta ao impulso, a função <strong>de</strong> transferência caracterizacompletamente um sist<strong>em</strong>a LID <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> entrada e saída.Uma conseqüência <strong>de</strong>sta proprieda<strong>de</strong> é a função <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as LID <strong>em</strong> cascata.Suponha <strong>do</strong>is sist<strong>em</strong>as <strong>em</strong> cascata, com respostas ao impulso h 1 (t) eh 2 (t), respectivamente. Sab<strong>em</strong>osque a resposta <strong>do</strong> conjunto é dada pela convolução entre as duas respostas ao impulso, conform<strong>em</strong>ostra a Figura 5.15.h1(t)h 2(t)h 1(t)*h 2(t)H(1 )H( 2 )H 1( ).H 2( )Figura 5.15: Equivalência <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as LID <strong>em</strong> cascata.O mesmo resulta<strong>do</strong> no <strong>do</strong>mínio da freqüência mostra que o sist<strong>em</strong>a equivalente terá um função <strong>de</strong>transferência igual ao produto das funções <strong>em</strong> cascata.Vamos agora analisar a função <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> vários sist<strong>em</strong>as LID.==98Ex<strong>em</strong>plo 5.25Sist<strong>em</strong>a integra<strong>do</strong>r∫ ty(t) = x(τ)dτ.−∞Sab<strong>em</strong>os, pela proprieda<strong>de</strong> (4), queY (ω) = X(ω)jω+ πX(0)δ(ω)t<strong>em</strong>osSupon<strong>do</strong> queEx<strong>em</strong>plo 5.26CAPÍTULO 5. TRANSFORMADA DE FOURIER∫ ∞X(0) = x(τ)dτ =0,−∞H(ω) = 1jω .Definição <strong>de</strong> filtro passa-baixas i<strong>de</strong>al com freqüência <strong>de</strong> corte ω cA <strong>de</strong>finição é expressa especifican<strong>do</strong> a função <strong>de</strong> transferência correspon<strong>de</strong>nte, conform<strong>em</strong>ostra a Figura 5.16.Ex<strong>em</strong>plo 5.23Sist<strong>em</strong>a atrasa<strong>do</strong>rPortanto,ou seja,h(t) =δ(t − t 0 ) −→ y(t) =x(t − t 0 ).H(ω) =e −jωt0 ,|H(ω)| =1, ∠H(ω) =−ω 0 t.H(10 c 0 c Figura 5.16: Filtro passa-baixas i<strong>de</strong>al com freqüência <strong>de</strong> corte ω c .Ex<strong>em</strong>plo 5.24Sist<strong>em</strong>a diferencia<strong>do</strong>ry(t) = dx(t) .dtSab<strong>em</strong>os, pela proprieda<strong>de</strong> (4), queY (ω) =jωX(ω).Portanto,H(ω) =jω.Ex<strong>em</strong>plo 5.27Usan<strong>do</strong> a proprieda<strong>de</strong> da convolução, po<strong>de</strong>mos calcular a transformada <strong>de</strong> um sinaltriangular com facilida<strong>de</strong>. Para tanto, basta verificar que a convolução <strong>de</strong> <strong>do</strong>is retângulosidênticos, com amplitu<strong>de</strong> unitária, duração τ e centra<strong>do</strong>s <strong>em</strong> t =0é igual a um triângulocentra<strong>do</strong> <strong>em</strong> t = 0, com amplitu<strong>de</strong> τ e base igual a 2τ. Logo, a transformada <strong>de</strong>stetriângulo será igual ao quadra<strong>do</strong> da transformada <strong>de</strong> cada retângulo. Normalizan<strong>do</strong> aamplitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> triângulo para a unida<strong>de</strong>, concluímos que o sinal


5.5. PROPRIEDADES DA TRANSFORMADA 99100CAPÍTULO 5. TRANSFORMADA DE FOURIERt<strong>em</strong> como transformada⎧(t + τ)/τ, −τ


5.5. PROPRIEDADES DA TRANSFORMADA 101Vamos agora apresentar uma série <strong>de</strong> pares transforma<strong>do</strong>s, úteis para o <strong>de</strong>senvolvimento da teoriada transformada <strong>de</strong> Fourier e ilustração das proprieda<strong>de</strong>s.102Ex<strong>em</strong>plo 5.29Po<strong>de</strong>mos escrever o sinal x(t) = 1 da seguinte forma:x(t) =1=u(t)+u(−t).Sab<strong>em</strong>os queU(ω) = 1jω + πδ(ω).Usan<strong>do</strong> este resulta<strong>do</strong> obt<strong>em</strong>osX(ω) =2πδ(ω),o qual coinci<strong>de</strong> com aquele já obti<strong>do</strong> anteriormente.Ex<strong>em</strong>plo 5.30Vamos <strong>de</strong>finir a função sinal(t)(é usual encontrar a notação sgn(t)), a qual <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhapapel im<strong>por</strong>tante na teoria <strong>de</strong> telelcomunicações.Definição:⎧⎨ −1, t < 0;sinal(t) (5.36)⎩1, t > 0.A Figura 5.19 ilustra esta função.Vamos calcular a transformada <strong>de</strong>sta função sinal(t). Para isto vamos escrever[sinal(t) = lim e −at u(t) − e at u(−t) ] .a→0Sab<strong>em</strong>os queI{e −at 1u(t)} =a + jω .equeI{e at 1u(−t)} =a − jω .Usan<strong>do</strong> estes resulta<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>mos escrever[1I{sinal(t)} = lima→0 a + jω − 1 ].a − jωPortanto,I{sinal(t)} = 2jω . (5.37)Ex<strong>em</strong>plo 5.311CAPÍTULO 5. TRANSFORMADA DE FOURIERsinal(t)0 t-1Figura 5.19: Função sinal(t).Vamos usar a função sinal(t) para representar a função u(t).Po<strong>de</strong>mos escreveru(t) = [1 + sinal(t)] /2.L<strong>em</strong>bran<strong>do</strong> que I{1} =2πδ(ω), este resulta<strong>do</strong> conduz aI{u(t)} = πδ(ω)+ 1jω ,conforme já havia si<strong>do</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> anteriormente.Ex<strong>em</strong>plo 5.32Po<strong>de</strong>mos agora <strong>de</strong>monstrar a proprieda<strong>de</strong> da integração no t<strong>em</strong>po.Para isto precisamos <strong>do</strong> seguinte resulta<strong>do</strong>x(t) ∗ u(t) =∫ t−∞x(τ) dτ.Logo, a integral <strong>de</strong> um sinal no t<strong>em</strong>po po<strong>de</strong> ser expressa através da convolução com afunção u(t).Usan<strong>do</strong> este resulta<strong>do</strong> po<strong>de</strong>mos calcular a transformada <strong>de</strong> um sinal y(t) <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como∫ ty(t) = x(τ) dτ.−∞<strong>de</strong> on<strong>de</strong> resultaY (ω) =I{x(t) ∗ u(t)} = X(ω) I{u(t)},{∫ t}I x(τ) dτ = X(ω) + πX(ω)δ(ω) cqd.−∞jω


5.6. TRANSFORMADA DE SINAIS PERIÓDICOS 103104CAPÍTULO 5. TRANSFORMADA DE FOURIER0,50Proprieda<strong>de</strong> 11 - Escalonamento no t<strong>em</strong>po.Se x(t) −→ X(ω), então x(at) −→ 1 X(ω/a), on<strong>de</strong> a é uma constante.|a|Para <strong>de</strong>monstrar esta proprieda<strong>de</strong> basta tomar a <strong>de</strong>finição da transformada aplicada a x(at).I{x(at)} =∫ ∞−∞x(at) e −jωt dt.Fazen<strong>do</strong> at = α, t<strong>em</strong>os∫ ∞I{x(at)} = x(α) e −jωα/a dα/|a|,−∞on<strong>de</strong> o módulo <strong>de</strong> a é necessário pois para valores negativos <strong>de</strong> a ocorre inversão da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> integração,a qual é compensada pela troca <strong>do</strong> sinal da constante.Amplitu<strong>de</strong>Fase0,2501800......−5ω 0−3ω 0-ω 0 0 ω 0 3ω 0 5ω 0Freqüência (rad/s)3ω 0−3ω 0-ω 0 0ω 0......5.6 Transformada <strong>de</strong> sinais periódicos-180Vamos <strong>de</strong>senvolver uma nova formulação para a série <strong>de</strong> Fourier. Esta formulação permitirá tratar asérie como um caso particular da transformada. Como conseqüência, ter<strong>em</strong>os uma formulação únicapara os sinais periódicos e não-periódicos.Seja x(t) =x(t + T ), ∀ t e ω 0 =2π/T. Então, a representação <strong>de</strong> x(t) <strong>em</strong>série seráx(t) =∞∑c k e jkω0t ,k=−∞c k = 1 T∫ t0+Tt 0x(t) e −jkω0t dt.Como preten<strong>de</strong>mos calcular a transformada <strong>de</strong> x(t), po<strong>de</strong>mos escrever{ ∞}∑I{x(t)} = I c k e jkω0t = X(ω).t<strong>em</strong>osk=−∞L<strong>em</strong>bran<strong>do</strong> que a transformada é linear e queI { e jω0t} =2πδ(ω − ω 0 ),X(ω) =2π∞∑c k δ(ω − kω 0 ). (5.38)k=−∞Conseguimos assim obter uma representação espectral <strong>de</strong> um sinal periódico. Esta representação<strong>de</strong>ve conter as mesmas informações que o espectro da série <strong>de</strong> Fourier <strong>do</strong> sinal. Vamos então compararas representações.1- O espectro da série é forma<strong>do</strong> <strong>por</strong> amplitu<strong>de</strong>s e fases das exponenciais complexas nas respectivasfreqüências harmônicas, conforme ilustra<strong>do</strong> na Figura 5.20 para um tr<strong>em</strong> <strong>de</strong> pulsos retangulares.Freqüência (rad/s)Figura 5.20: Espectros <strong>de</strong> freqüência para o tr<strong>em</strong> <strong>de</strong> pulsos retangulares com largura igual a meta<strong>de</strong><strong>do</strong> perío<strong>do</strong>.Por outro la<strong>do</strong>, X(ω) também apresenta componentes nas freqüências harmônicas. Porém, estascomponentes são agora representadas <strong>por</strong> impulsos. A transformada precisa <strong>de</strong> impulsos para representaruma amplitu<strong>de</strong> finita <strong>em</strong> uma <strong>de</strong>terminada freqüência, pois X(ω) t<strong>em</strong> o caráter <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>s <strong>em</strong> freqüência.2- Os coeficientes <strong>do</strong> espectro da série são c k , enquanto que <strong>em</strong> X(ω) são 2πc kExceto pelas diferenças <strong>de</strong> representação apontadas, as duas formas espectrais <strong>de</strong> um sinal periódicofornec<strong>em</strong> a mesma informação sobre o sinal.Além <strong>de</strong>stas s<strong>em</strong>elhanças, os coeficientes c k também po<strong>de</strong>m ser calcula<strong>do</strong>s através da transformada<strong>de</strong> Fourier <strong>de</strong> um perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> sinal periódico. Para <strong>de</strong>monstrar, consi<strong>de</strong>rec k = 1 T= 1 T∫ t0+Tt 0{∫ t0+Tt 0x(t) e −jkω0t dt}x(t) e −jωt dtω = kω 0 .O termo entre as chaves na expressão anterior é uma transformada <strong>de</strong> Fourier. A integral estáabrangen<strong>do</strong> apenas um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> x(t). Assim, po<strong>de</strong>mos interpretar o termo entre chaves como a


5.6. TRANSFORMADA DE SINAIS PERIÓDICOS 105transformada <strong>de</strong> um sinal que é igual a um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> x(t) <strong>de</strong>s<strong>de</strong> t 0 até t 0 + T equeé nulo fora <strong>de</strong>steintervalo.Esta interpretação permite escrever, finalmente,c k = 1 T I{um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> x(t)} ω = kω 0, (5.39)ou seja, os coeficientes c k po<strong>de</strong>m ser obti<strong>do</strong>s calculan<strong>do</strong>-se a transformada <strong>de</strong> um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> x(t),entre t 0 e t 0 + T , dividin<strong>do</strong> <strong>por</strong> T e particularizan<strong>do</strong> a transformada para as freqüências ω = kω 0 .Resumin<strong>do</strong> estes resulta<strong>do</strong>s, sejax(t) =x(t + T ), ∀ t; x T (t) =x(t),t 0


5.6. TRANSFORMADA DE SINAIS PERIÓDICOS 107108CAPÍTULO 5. TRANSFORMADA DE FOURIERT<strong>em</strong>os então,I{x(t)} = X T (ω) . 2πT<strong>de</strong> on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos escrever, finalmente,I{x(t)} = 2πT∞∑δ(ω − kω 0 ),k=−∞∞∑X T (kω 0 )δ(ω − kω 0 ),k=−∞1X(ω)on<strong>de</strong>c k = 1 T X T (kω 0 ).03ω 0-ω 0 0 ω 0ωEx<strong>em</strong>plo 5.34No Ex<strong>em</strong>plo 5.26 vimos o processo <strong>de</strong> modulação com uma <strong>por</strong>ta<strong>do</strong>ra senoidal. Vamostratar agora <strong>de</strong> uma nova forma <strong>de</strong> modulação on<strong>de</strong> a <strong>por</strong>ta<strong>do</strong>ra é um tr<strong>em</strong> <strong>de</strong> pulsosretangulares, conforme ilustra a Figura 5.22.x(t)xp(t)y(t)Figura 5.23: Espectro <strong>de</strong> um sinal resultante da modulação <strong>de</strong> uma <strong>por</strong>ta<strong>do</strong>ra composta <strong>por</strong> pulsosretangulares periódicos.Este resulta<strong>do</strong> mostra que a modulação com um tr<strong>em</strong> <strong>de</strong> pulsos faz com que o espectro<strong>do</strong> sinal x(t) seja <strong>de</strong>sloca<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma a ter seu centro <strong>em</strong> cada freqüência harmônica quecompõe a <strong>por</strong>ta<strong>do</strong>ra, conforme mostra a Figura 5.23.Po<strong>de</strong>mos interpretar este resulta<strong>do</strong> l<strong>em</strong>bran<strong>do</strong> que qualquer sinal periódico é forma<strong>do</strong><strong>por</strong> uma combinação linear <strong>de</strong> exponenciais complexas harmônicas. Como cada exponencialproduz um <strong>de</strong>slocamento espectral igual ao valor <strong>de</strong> sua freqüência, concluímosque a <strong>por</strong>ta<strong>do</strong>ra periódica irá produzir tantos espectros <strong>de</strong>sloca<strong>do</strong>s quantas for<strong>em</strong> suascomponentes harmônicas.Esta interpretação permite perceber que a modulação com um sinal senoidal é um casoparticular on<strong>de</strong> a <strong>por</strong>ta<strong>do</strong>ra possui apenas duas componentes exponenciais complexas.Figura 5.22: Esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> modulação usan<strong>do</strong> uma <strong>por</strong>ta<strong>do</strong>ra p(t) composta <strong>por</strong> pulsos retangularesperiódicos.Seja x(t) um sinal modula<strong>do</strong>r, a <strong>por</strong>ta<strong>do</strong>ra p(t) e o sinal modula<strong>do</strong> y(t). A <strong>por</strong>ta<strong>do</strong>raé um sinal periódico com perío<strong>do</strong> T , composto <strong>por</strong> pulsos retangulares <strong>de</strong> largura τ.Vimos nesta seção que o espectro <strong>de</strong> p(t) é da<strong>do</strong> <strong>por</strong>P (ω) =∞∑ω 0 τ Sa(kω 0 τ/2) δ(ω − kω 0 ),k=−∞ω 0 =2π/T.O processo <strong>de</strong> modulação consiste <strong>em</strong> multiplicar x(t) <strong>por</strong>p(t). Logo, no <strong>do</strong>mínio dafreqüência ter<strong>em</strong>osY (ω) = 12π X(ω) ∗∞∑k=−∞ω 0 τ Sa(kω 0 τ/2) δ(ω − kω 0 ).L<strong>em</strong>bran<strong>do</strong> que a convolução com a soma é a soma das convoluções, obt<strong>em</strong>osY (ω) = τ T∞∑Sa(kω 0 τ/2) X(ω − kω 0 ).k=−∞5.7 Tabela <strong>de</strong> transformadasT<strong>em</strong>os a seguir vários sinais e suas transformadas <strong>de</strong> Fourier.• x(t) =e −at 1u(t), a>0 −→ X(ω) =a + jω• x(t) =e −a|t| ,a>0 −→ X(ω) = 2aa 2 + ω 2• x(t) =δ(t) −→ X(ω) =1• x(t) =1 −→ X(ω) =2πδ(ω)• x(t) =e jω0t −→ X(ω) =2πδ(ω − ω 0 )• x(t) = cos(ω 0 t) −→ X(ω) =πδ(ω − ω 0 )+πδ(ω + ω 0 )• x(t) = sen(ω 0 t) −→ X(ω) =−jπδ(ω − ω 0 )+jπδ(ω + ω 0 )


5.7. TABELA DE TRANSFORMADAS 109⎧⎨ 1, |t|


5.8. EXERCÍCIOS 111112 CAPÍTULO 5. TRANSFORMADA DE FOURIER7. Seja um sinal x(t) cuja transformada é X(ω) = δ(ω) +δ(ω − π) +δ(ω − 5). Seja h(t) =i) x(t) como na Figura 5.25. j) x(t) como na Figura 5.26.u(t) − u(t − 2).⎧0, 5a 2 (2τ + t), −2τ


116CAPÍTULO 6. RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA E FILTRAGEMCapítulo 6Resposta <strong>em</strong> freqüência e filtrag<strong>em</strong>Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Energia→←∆ω0−4 π τ−2 π τ−ω 00ω 02 π τ4 π τω6.1 IntroduçãoNeste capítulo ir<strong>em</strong>os aprofundar a análise das proprieda<strong>de</strong>s da resposta <strong>em</strong> freqüência <strong>do</strong>s sist<strong>em</strong>asLIT. Apresentar<strong>em</strong>os também o conceito <strong>de</strong> filtrag<strong>em</strong> e <strong>de</strong>finir<strong>em</strong>os os principais tipos <strong>de</strong> filtros.6.2 Magnitu<strong>de</strong> e fase da transformada <strong>de</strong> FourierVimos no Capítulo 5 que a transformada <strong>de</strong> Fourier <strong>de</strong> um sinal x(t) é uma função complexa X(ω).Sen<strong>do</strong> complexa, escrev<strong>em</strong>osX(ω) =|X(ω)|e j∠X(ω) ,on<strong>de</strong> |X(ω)| é o espectro <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>s e ∠ X(ω) é o espectro <strong>de</strong> fase.Vimos ainda, pelo teor<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Parceval, que |X(ω)| 2 /2π t<strong>em</strong> o caráter <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> espectral<strong>de</strong> energia e mostra como a energia <strong>de</strong> x(t) se distribui ao longo <strong>do</strong> eixo <strong>de</strong> freqüências. Assim, seconsi<strong>de</strong>rarmos uma faixa <strong>de</strong> freqüência ao re<strong>do</strong>r <strong>de</strong> uma freqüência ω 0 , conforme mostra<strong>do</strong> na Figura6.1, po<strong>de</strong>mos calcular a energia <strong>de</strong> x(t) na faixa <strong>de</strong> freqüências calculan<strong>do</strong> a área sob a curva da<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> espectral <strong>de</strong> energia. É im<strong>por</strong>tante observar que o cálculo da energia ao re<strong>do</strong>r <strong>de</strong> ω 0 exigeocálculo das áreas ao re<strong>do</strong>r <strong>de</strong> ω 0 e<strong>de</strong>−ω 0 , conforme sugere a Figura 6.1.Vamos tratar agora o caso particular da transformada <strong>de</strong> Fourier da resposta ao impulso h(t) <strong>de</strong>um sist<strong>em</strong>a LIT. Sab<strong>em</strong>os que a saída <strong>de</strong> um SLIT <strong>em</strong> resposta a uma entrada x(t)é y(t) =x(t)∗h(t).Quan<strong>do</strong> levamos esta relação para o <strong>do</strong>mínio da freqüência, obt<strong>em</strong>osY (ω) =X(ω) H(ω). (6.1)Discutimos no Capítulo 5 que esta relação no <strong>do</strong>mínio da freqüência é im<strong>por</strong>tante pois simplificaaobtenção da resposta <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a e facilita sobr<strong>em</strong>aneira a análise <strong>de</strong> sua atuação sobre a entrada.Por esta im<strong>por</strong>tância, a função H(ω) recebe o nome <strong>de</strong> função <strong>de</strong> transfêrencia <strong>do</strong> SLIT.A expressão (6.1) <strong>de</strong>termina duas relações entre a entrada e a saída:|Y (ω)| = |X(ω)||H(ω)|, (6.2)∠ Y (ω) =∠ X(ω)+∠ H(ω), (6.3)Figura 6.1: Espectro <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia <strong>de</strong> um pulso retangular e faixas <strong>de</strong> freqüência ao re<strong>do</strong>r<strong>de</strong> ±ω 0 .ou seja, uma relação entre espectros <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> e outra entre espectros <strong>de</strong> fase.Observe que enquanto a resposta <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> |H(ω)| <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a multiplica o espectro <strong>de</strong> entradapara produzir o <strong>de</strong> saída, a resposta <strong>de</strong> fase <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a se soma ao espectro correspon<strong>de</strong>nte da entrada.Vamos analisar os efeitos <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>stas relações no sinal <strong>de</strong> saída.Alterações <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>Inician<strong>do</strong> pela relação entre os espectros <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>, a Figura 6.2 mostra a forma <strong>de</strong> um trecho <strong>de</strong>um sinal <strong>de</strong> voz ao longo <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po. Mostra também o mesmo sinal após passar <strong>por</strong> um sist<strong>em</strong>a LIT,cuja resposta <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> mantém inalteradas as componentes espectrais nas baixas freqüências,ao passo que atenua as componentes <strong>de</strong> altas freqüências. O efeito <strong>do</strong> SLIT sobre o espectro <strong>de</strong>amplitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> sinal po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> na Figura 6.3. Lá é mostra<strong>do</strong> o espectro <strong>do</strong> sinal original e <strong>do</strong>sinal após o sist<strong>em</strong>a. É evi<strong>de</strong>nte a ação <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a sobre as componentes espectrais nas freqüênciasmais altas. Voltan<strong>do</strong> agora à Figura 6.2, po<strong>de</strong>mos constatar que a atenuação das altas freqüênciasimplica na atenuação das variações mais rápidas <strong>do</strong> sinal. Este com<strong>por</strong>tamento po<strong>de</strong> ser explica<strong>do</strong>observan<strong>do</strong> que as variações rápidas exig<strong>em</strong> componentes senoidais com oscilações rápidas, ou seja,com altas freqüências. Assim, ao atenuar as componentes <strong>de</strong> alta freqüência, reduzimos a amplitu<strong>de</strong>das variações rápidas.Os SLIT com a característica daquele usa<strong>do</strong> nesta análise são <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s <strong>de</strong> filtros passabaixas.São sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong>ste tipo que usamos nos equipamentos <strong>de</strong> áudio para reforçar os graves.Concluímos que a forma da resposta <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a LIT altera o espectro da entradae, <strong>por</strong>tanto, altera a forma <strong>do</strong> sinal no t<strong>em</strong>po.É im<strong>por</strong>tante estabelecer quais as condições para que um sist<strong>em</strong>a não provoque alterações sobreum sinal, como <strong>de</strong>ve ser a ação <strong>do</strong>s amplifica<strong>do</strong>res. Estes <strong>de</strong>v<strong>em</strong> amplificar o sinal s<strong>em</strong> modificar a suaforma. Para isto <strong>de</strong>verá ter uma resposta <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> constante ao longo da freqüência. Como istoé fisicamente irrealizável, pois envolve uma energia infinita, exigimos que o SLIT apresente respostaconstante apenas na faixa <strong>de</strong> freqüência <strong>do</strong> sinal a ser amplifica<strong>do</strong>, isto é, ao longo da largura <strong>do</strong>espectro <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> sinal. Assim, um amplifica<strong>do</strong>r i<strong>de</strong>al <strong>de</strong>ve apresentar|H(ω)| = constante real positiva (C) na faixa <strong>do</strong> sinal a ser amplifica<strong>do</strong>.115


6.2. MAGNITUDE E FASE DA TRANSFORMADA DE FOURIER 117118CAPÍTULO 6. RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA E FILTRAGEMAmplitu<strong>de</strong> Amplitu<strong>de</strong>Espec. <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> Espec. <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>0t0tFigura 6.2: Sinais antes e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma filtrag<strong>em</strong> passa-baixas.100500ω100500ωConsi<strong>de</strong>re o sinalx(t) =1+0, 5cos(2πt + φ 1 )+0, 5cos(4πt + φ 2 )+ 2 3 cos(6πt + φ 3). (6.4)A Figura 6.4 mostra este sinal para quatro conjuntos distintos <strong>de</strong> valores das fases φ i .Amplitu<strong>de</strong> Amplitu<strong>de</strong> Amplitu<strong>de</strong> Amplitu<strong>de</strong>3210a)t3210b)t31, 50−1, 5c)t3210d)tFigura 6.3: Espectro <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um sinal antes e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma filtrag<strong>em</strong> passa-baixas.Com isto,Y (ω) =CX(ω) =C|X(ω)|e j∠X(ω) ,enquanto que no t<strong>em</strong>po ter<strong>em</strong>osy(t) =Cx(t).Os sist<strong>em</strong>as que apresentam |H(ω)| =1são <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s <strong>de</strong> passa-tu<strong>do</strong>.Quan<strong>do</strong> |H(ω)| ≠ constante, ter<strong>em</strong>os alteração da forma <strong>do</strong> sinal <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> àalteração <strong>do</strong> seuespectro <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>. Esta alteração po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sejada, como nos filtros ou equaliza<strong>do</strong>res, ou po<strong>de</strong>ser não-<strong>de</strong>sejada, quan<strong>do</strong> então é tratada como distorção, <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> distorção <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>.Alterações <strong>de</strong> faseVamos agora nos ocupar com a resposta <strong>de</strong> fase.Figura 6.4: Sinal <strong>de</strong> (6.4) com valores distintos para as fases φ i :a)φ 1 = φ 2 = φ 3 = 0 —b)φ 1 =4;φ 2 =8;φ 3 =12 —c) φ 1 =6;φ 2 = −2, 7; φ 3 =0, 93 — d) φ 1 =1, 2; φ 2 =4, 1; φ 3 = −7.Estes sinais são tais que as amplitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> suas componentes senoidais foram mantidas constantesmas a fase <strong>de</strong> cada uma foi alterada. Estas versões <strong>de</strong> sinal po<strong>de</strong>m ser obtidas submeten<strong>do</strong> um <strong>de</strong>les,<strong>por</strong> ex<strong>em</strong>plo, o sinal da Figura 6.4a) a um sist<strong>em</strong>a LIT com |H(ω)| = 1 e com uma resposta <strong>de</strong>fase a<strong>de</strong>quada. A condição |H(ω)| = 1 garante que as amplitu<strong>de</strong>s das componentes senoidais serãomantidas constantes. A resposta <strong>de</strong> fase a<strong>de</strong>quada pro<strong>por</strong>ciona as alterações das fases.Observe que os sinais <strong>de</strong> a) e b) são iguais exceto <strong>por</strong> um <strong>de</strong>slocamento no eixo <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po. Istoconcorda com a alteração <strong>de</strong> fase que ocorreu <strong>de</strong> a) para b). Veja que as fase <strong>em</strong> b) são linearmenterelacionadas na mesma pro<strong>por</strong>ção <strong>de</strong> suas freqüências. Assim, as componentes senoidais sofreramuma <strong>de</strong>fasag<strong>em</strong> pro<strong>por</strong>cional àfreqüência, o que configura a ação <strong>de</strong> uma componente linear <strong>de</strong> fase,a qual produz um <strong>de</strong>slocamento no t<strong>em</strong>po.Nos casos c) e d) ocorreu uma alteração não-linear <strong>de</strong> fase. Observe que os sinais correspon<strong>de</strong>ntessão diferentes <strong>do</strong>s sinais <strong>de</strong> a) e b). Esta modificação <strong>do</strong> sinal <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à alteração <strong>de</strong> fase po<strong>de</strong> não ser<strong>de</strong>sejada, quan<strong>do</strong> então é interpretada como resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma distorção <strong>de</strong> fase.


6.2. MAGNITUDE E FASE DA TRANSFORMADA DE FOURIER 119120CAPÍTULO 6. RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA E FILTRAGEMA Figura 6.5 mostra outro sinal no t<strong>em</strong>po com quatro espectros distintos <strong>de</strong> fase. Observe amudança provocada pelo acréscimo <strong>de</strong> uma componente linear <strong>de</strong> fase <strong>em</strong> contraste com o acréscimo<strong>de</strong> uma componente não-linear.Amplitu<strong>de</strong>Amplitu<strong>de</strong>10, 50 010Amplitu<strong>de</strong>50 t 1000 050a) b)Amplitu<strong>de</strong>0, 50t100distorção <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> e <strong>de</strong> fase:|H(ω)| = constante, ∠ H(ω) =−ωt 0 . (6.5)Esta condição po<strong>de</strong> ser adaptada a cada tipo <strong>de</strong> sinal, usan<strong>do</strong> a largura <strong>de</strong> faixa <strong>de</strong> freqüência<strong>do</strong> sinal. Por ex<strong>em</strong>plo, suponha que um sinal a ser processa<strong>do</strong> pelo SLIT tenha um espectro <strong>de</strong>amplitu<strong>de</strong>s ocupan<strong>do</strong> a faixa <strong>de</strong> freqüência ω 1 < |ω|


6.4. FILTROS IDEAIS 123124CAPÍTULO 6. RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA E FILTRAGEM1H(ω)Ex<strong>em</strong>plo 6.1A Figura 6.9 mostra uma resposta <strong>de</strong> fase e o atraso <strong>de</strong> grupo correspon<strong>de</strong>nte.Atraso <strong>de</strong> grupo Resposta <strong>de</strong> fase0−π/20ω0, 10 0ωFigura 6.9: Resposta <strong>de</strong> fase e atraso <strong>de</strong> grupo correspon<strong>de</strong>nte.−ω cFigura 6.10: Resposta <strong>em</strong> freqüência <strong>de</strong> um filtro passa-baixas i<strong>de</strong>al.<strong>do</strong> filtro a ser projeta<strong>do</strong>. Assim, existe uma região <strong>de</strong> folga tanto para a faixa <strong>de</strong> passag<strong>em</strong> como paraa <strong>de</strong> rejeição. Observe também que é permitida uma transição suave.Por fim, resposta <strong>de</strong> fase <strong>de</strong> um filtro i<strong>de</strong>al é nula ou linear na faixa <strong>de</strong> passag<strong>em</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> anão produzir distorção <strong>de</strong> fase nesta faixa. Fora da faixa <strong>de</strong> passag<strong>em</strong>, a resposta <strong>de</strong> fase po<strong>de</strong> serqualquer pois a resposta <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> é nula. Esta característica <strong>de</strong> fase também é irrealizável e umfiltro prático apresenta resposta s<strong>em</strong>elhante àquela mostrada na Figura 6.11.Amplitu<strong>de</strong>10 0ω c0ω cωω0Fase−2406.4 Filtros i<strong>de</strong>aisDefinição:Filtro é to<strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a que seleciona parte <strong>do</strong> espectro <strong>de</strong> um sinal.Exist<strong>em</strong> quatro tipos básicos <strong>de</strong> filtros: passa-baixas, passa-altas, passa-faixa e rejeita-faixa.A Figura 6.10 mostra a resposta <strong>em</strong> freqüência <strong>de</strong> um filtro passa-baixas i<strong>de</strong>al. Observe que ofiltro t<strong>em</strong> uma resposta <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> unitária constante <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a freqüência zero até ω c . A partir<strong>de</strong>sta freqüência a resposta é nula. A faixa <strong>de</strong> freqüências <strong>de</strong>s<strong>de</strong> zero até ω c é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> faixa<strong>de</strong> passag<strong>em</strong>, enquanto que a faixa a partir <strong>de</strong> ω c é a faixa <strong>de</strong> rejeição. A freqüência ω c é <strong>de</strong>nominada<strong>de</strong> freqüência <strong>de</strong> corte.Esta característica <strong>de</strong> filtro passa-baixas é i<strong>de</strong>al <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos seguintes aspectos: 1- a resposta nafaixa <strong>de</strong> passag<strong>em</strong> é constante e, <strong>por</strong>tanto, não <strong>de</strong>forma o espectro <strong>do</strong> sinal a ser filtra<strong>do</strong> que seenquadra nesta faixa; 2- a resposta na faixa <strong>de</strong> rejeição é nula, eliminan<strong>do</strong> completamente o espectro<strong>do</strong> sinal nesta faixa; 3- a transição entre a faixa <strong>de</strong> passag<strong>em</strong> e a <strong>de</strong> rejeição t<strong>em</strong> <strong>de</strong>rivada infinita.Nenhuma <strong>de</strong>stas características i<strong>de</strong>ais é realizável com os circuitos disponíveis. Logo, a resposta<strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s filtros práticos têm características s<strong>em</strong>elhantes àquela da Figura 6.11. Observe quea resposta na faixa <strong>de</strong> passag<strong>em</strong> não é constante, a transição ésuaveearejeição não é total.A Figura 6.12 mostra a forma típica como são fornecidas as especificações para a resposta <strong>de</strong>amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um filtro passa-baixas. As regiões hachuradas são proibidas para a evolução da resposta−4800ω cFigura 6.11: Resposta <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> e <strong>de</strong> fase <strong>de</strong> um filtro passa-baixas realizável.|H( )|1+ 1- 200faixa <strong>de</strong>passag<strong>em</strong>faixa <strong>de</strong>transiçãofaixa <strong>de</strong> rejeição p rFigura 6.12: Máscara <strong>de</strong> especificação <strong>de</strong> um filtro passa-baixas.ω


...6.4. FILTROS IDEAIS 125126CAPÍTULO 6. RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA E FILTRAGEMA Figura 6.13 mostra a resposta <strong>em</strong> freqüência <strong>de</strong> um filtro passa-altas i<strong>de</strong>al. Val<strong>em</strong> aqui asmesmas consi<strong>de</strong>rações que foram feitas para o filtro passa-baixas i<strong>de</strong>al. Observe que a resposta <strong>de</strong>amplitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> filtro passa-altas i<strong>de</strong>al po<strong>de</strong> ser escrita como: H pa−i<strong>de</strong>al (ω) =1− H pb−i<strong>de</strong>al (ω), on<strong>de</strong>H pa−i<strong>de</strong>al (ω) é a resposta <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um filtro passa-altas i<strong>de</strong>al com a mesma freqüência <strong>de</strong> corteque a <strong>de</strong> um filtro passa-baixas i<strong>de</strong>al com resposta H pb−i<strong>de</strong>al (ω).6.5 Exercícios1. Consi<strong>de</strong>re um sist<strong>em</strong>a LIT com resposta ao impulso real h(t) e função <strong>de</strong> transferência H(ω).Suponha que apliqu<strong>em</strong>os x(t) =cos(ω 0 t + φ) na entrada <strong>de</strong>ste sist<strong>em</strong>a. A resposta po<strong>de</strong> serescrita na forma y(t) =Ax(t − t 0 ), on<strong>de</strong> A é uma constante real não-negativa e t 0 é um atraso....1H(ω)a) Expresse A <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> |H(ω)|.b) Expresse t 0 <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> ∠H(ω).c) Repita para x(t) = sen(ω 0 t + φ).−ω cFigura 6.13: Resposta <strong>de</strong> freqüência <strong>de</strong> um filtro passa-altas i<strong>de</strong>al.A Figura 6.14 mostra a resposta <strong>em</strong> freqüência <strong>de</strong> um filtro passa-faixa i<strong>de</strong>al. Observe que agorat<strong>em</strong>os duas freqüências <strong>de</strong> corte.10H(ω)ω cω2. Consi<strong>de</strong>re um sist<strong>em</strong>a LIT causal e estável com H(ω) =(1− jω)/(1 + jω).a) Mostre que |H(ω)| = A e <strong>de</strong>termine o valor <strong>de</strong> A.b) Determine quais das seguintes afirmações sobre o atraso <strong>de</strong> grupo τ(ω) <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a são verda<strong>de</strong>iras:i-τ(ω) = 0 para ω>0, ii - τ(ω) > 0 para ω>0, iii - τ(ω) < 0 para ω>0.3. Consi<strong>de</strong>re um filtro i<strong>de</strong>al passa-faixa com{ 1, ωc ≤|ω| ≤3ωH(ω) =c ;0, c.c.−ω c2 −ω c1 0 ω c1 ω c2ωa) Se h(t)é a resposta ao impulso <strong>de</strong>ste filtro, <strong>de</strong>termine a função g(t) tal que h(t) = (sen(ω c t)/(πt)) g(t)b) Consi<strong>de</strong>re que ω c é aumentada. A resposta ao impulso h(t) se torna mais ou menos concentradaao re<strong>do</strong>r da orig<strong>em</strong>?Figura 6.14: Resposta <strong>de</strong> freqüência <strong>de</strong> um filtro passa-faixa i<strong>de</strong>al.Por fim, a Figura 6.15 mostra a resposta <strong>em</strong> freqüência <strong>de</strong> um filtro rejeita-faixa i<strong>de</strong>al.4. Um filtro LIT causal t<strong>em</strong> a função <strong>de</strong> transferência H(ω) mostrada na Figura 6.16. Determineasaída <strong>do</strong> filtro para cada um <strong>do</strong>s sinais <strong>de</strong> entrada lista<strong>do</strong>s a seguir.H( )...1H(ω)...2j-11−ω c2 −ω c1 0 ω c1 ω c2ω-2jFigura 6.15: Resposta <strong>de</strong> freqüência <strong>de</strong> um filtro rejeita-faixa i<strong>de</strong>al.Figura 6.16: Resposta <strong>em</strong> freqüência <strong>de</strong> um filtro.a) x(t) =e jt , b) x(t) = sen(ω 0 t) u(t), c) X(ω) =1/[jω(6 + jω)], d) X(ω) =1/(2 + jω).


6.5.EXERCÍCIOS 127128CAPÍTULO 6. RESPOSTA EM FREQÜÊNCIA E FILTRAGEM1|H( )|/2H( )-3-30 3 03/Figura 6.17: Resposta <strong>em</strong> freqüência <strong>de</strong> um diferencia<strong>do</strong>r passa-baixas.5. Na Figura 6.17 está mostrada a função <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> um filtro LIT <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> diferencia<strong>do</strong>rpassa-baixas. Determine a saída <strong>do</strong> filtro para cada um <strong>do</strong>s sinais <strong>de</strong> entrada lista<strong>do</strong>s aseguir.a) x(t) =cos(2πt + θ), b) x(t) = cos(4πt + θ),c) x(t) é um sinal senoidal retifica<strong>do</strong> <strong>em</strong> meia-onda, isto é,{ sen(2πt), k ≤ t ≤ k +0, 5, k∈ Z;x(t) =.0, k +0, 5


7.2. TEOREMA DA AMOSTRAGEM 131132CAPÍTULO 7. AMOSTRAGEM DE SINAIS1TX(ω)x(t) δT (t)01-2T-T01T2T3Tt−ω m0ω mFigura 7.3: Espectro <strong>de</strong> um sinal genérico x(t).ω0-2T-T0T2T3TtX a (ω)X(ω + ω s ) X(ω − ω s ) X(ω − 2ω s )1T... ...xa(t)-2T-T0T2T3Ttω m−ω s −ω m 0ω s 2ω sωFigura 7.2: A função pente(t), um sinal contínuo no t<strong>em</strong>po e suas amostras nos instantes t = nTobtidas com a função pente(t).Porém, a convolução <strong>de</strong> uma função com um impulso reproduz a função <strong>do</strong>tada <strong>do</strong> <strong>de</strong>slocamento <strong>do</strong>impulso. Assim,X a (ω) = 1 ∞∑X(ω − kω s ). (7.2)Tk=−∞Concluímos que o sinal resultante da amostrag<strong>em</strong> t<strong>em</strong> um espectro composto <strong>por</strong> infinitas réplicas<strong>de</strong> X(ω) divididas <strong>por</strong> T e <strong>de</strong>slocadas <strong>de</strong> ω s entre si.Uma das conseqüências mais im<strong>por</strong>tantes produzidas pela amostrag<strong>em</strong> é:O espectro <strong>do</strong> sinal amostra<strong>do</strong> éperiódico com perío<strong>do</strong> ω s =2π/T.A Figura 7.3 mostra o espectro <strong>de</strong> um sinal x(t) genérico. A forma triangular <strong>de</strong> X(ω) émeraconveniência gráfica. Observe que este espectro t<strong>em</strong> faixa <strong>de</strong> freqüência limitada a ±ω m .A Figura 7.4 mostra o espectro <strong>de</strong> um sinal x a (t) correspon<strong>de</strong>nte ao espectro da Figura 7.3.Po<strong>de</strong>mos colocar as seguintes conclusões sobre o espectro <strong>do</strong> sinal amostra<strong>do</strong> x a (t):• X a (ω) é periódico com perío<strong>do</strong> ω s =2π/T.• Operío<strong>do</strong> <strong>de</strong> X a (ω) é inversamente pro<strong>por</strong>cional ao intervalo <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> T .Assim,quanto menor T , mais próximas entre si as amostras no t<strong>em</strong>po e mais espaça<strong>do</strong>sos espectros <strong>do</strong> sinal original x(t) que foi amostra<strong>do</strong>. No limite com T →∞, o sinalamostra<strong>do</strong> será opróprio sinal contínuo e o espectro X a (ω) será igual a X(ω).• Os espectros X(ω − kω s ) que compõ<strong>em</strong> X a (ω) são multiplica<strong>do</strong>s <strong>por</strong> 1/T .Figura 7.4: Espectro <strong>do</strong> sinal x a (t).Vamos tratar agora da questão da recuperação <strong>do</strong> sinal original a partir <strong>do</strong> sinal amostra<strong>do</strong> x a (t).Esta questão será tratada no <strong>do</strong>mínio da freqüência.Recuperar o sinal original x(t) significa recuperar o espectro X(ω) a partir <strong>de</strong> X a (ω). Observe quese o espectro <strong>do</strong> sinal original t<strong>em</strong> faixa <strong>de</strong> freqüências limitada a ω m ,eseω s − ω m é maior que ω m ,então a parcela X(ω) na Figura 7.4 não t<strong>em</strong> intersecção com as parcelas X(ω − ω m )eX(ω + ω m ), ouseja, as posições relativas <strong>de</strong>stas parcelas é s<strong>em</strong>elhante àquela mostrada na Figura 7.4. Neste caso,o espectro X(ω) <strong>do</strong> sinal original está intacto<strong>em</strong>X a (ω), exceto <strong>por</strong> uma alteração <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong>.Assim, se for possível extrair esta parcela <strong>de</strong> X a (ω), obter<strong>em</strong>os o sinal original.Po<strong>de</strong>mos extrair a parcela central <strong>de</strong> X a (ω) usan<strong>do</strong> um filtro passa-baixas analógico i<strong>de</strong>al comfreqüência <strong>de</strong> corte entre ω m e ω s − ω m e ganho T , conforme mostra a Figura 7.5.X a (ω)T H r (ω)X(ω + ω s ) X(ω − ω s ) X(ω − 2ω s )1T... ...−ω s-ω s /2 0 ω s /2Figura 7.5: Espectro <strong>de</strong> um sinal amostra<strong>do</strong> e a resposta <strong>em</strong> freqüência <strong>de</strong> um filtro passa-baixasi<strong>de</strong>al para recuperação <strong>do</strong> sinal original.Na saída <strong>do</strong> filtro ter<strong>em</strong>os o espectro <strong>do</strong> X(ω) e, <strong>por</strong>tanto, o sinal x(t). Para isto basta queω s2ω sω


7.2. TEOREMA DA AMOSTRAGEM 133134CAPÍTULO 7. AMOSTRAGEM DE SINAISo espectro X(ω) tenha faixa <strong>de</strong> freqüências limitada a ω m equeω s seja maior que 2ω m . Porém,ω s =2π/T, o que indica que o intervalo <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> T <strong>de</strong>ve ser tal que T 2ω m não seja respeitada, os espectros <strong>de</strong>sloca<strong>do</strong>s se sobrepõ<strong>em</strong> conform<strong>em</strong>ostra a Figura 7.6. Os traços pontilha<strong>do</strong>s nesta figura representam os espectros <strong>de</strong>sloca<strong>do</strong>s, enquantoque a linha cheia representa o espectro resultante. Neste caso não épossível recuperar o sinal originalcontínuo no t<strong>em</strong>po pois o espectro ao re<strong>do</strong>r <strong>de</strong> zero sofre distorção pela sobreposição <strong>do</strong>s seus vizinhos.X a (ω)X(ω + ω s ) X(ω − ω s )1T... ...00−ω 0 -ω 0−ω 000ω 0−ω s + ω 01Tω s − ω 0ω 0ω sω sωω−ω s−ω m0ω mω sωFigura 7.7: Espectro <strong>do</strong> sinal x(t) = cos(ω 0 t) s<strong>em</strong> sobreposição espectral e com sobreposição.Figura 7.6: Espectro <strong>de</strong> um sinal amostra<strong>do</strong> com sobreposição entre os espectros <strong>de</strong>sloca<strong>do</strong>s.Os sinais na natureza não apresentam limitações precisas <strong>de</strong> largura espectral. Esta limitação és<strong>em</strong>pre estabelecida através <strong>de</strong> filtrag<strong>em</strong> <strong>do</strong> sinal <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com especificações padronizadas. Porex<strong>em</strong>plo, o sinal <strong>de</strong> voz <strong>de</strong> telefonia t<strong>em</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com padrão internacional, faixa <strong>de</strong> freqüênciascompreendida entre 300 Hz e 3800 Hz, estabelecida através <strong>de</strong> filtro com especificações padronizadas.Como conseqüência, a freqüência <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> é padronizada <strong>em</strong> 8000 Hz , isto é, são tomadas8000 amostras <strong>por</strong> segun<strong>do</strong>. Da mesma forma, o sinal <strong>de</strong> áudio t<strong>em</strong> faixa <strong>de</strong> freqüências limitada a 20KHz através <strong>de</strong> filtrag<strong>em</strong> passa-baixas. A taxa <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> padronizada é<strong>de</strong>44.100 amostras/s.Por fim, o sinal <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o t<strong>em</strong> faixa <strong>de</strong> freqüências entre 4, 5MHze5, 0 MHz e, <strong>em</strong> geral, a taxa <strong>de</strong>amostrag<strong>em</strong> é <strong>de</strong> 10 Mamostras/s.Po<strong>de</strong>mos então enunciar o Teor<strong>em</strong>a da Amostrag<strong>em</strong> da seguinte forma.Um sinal x(t) contínuo no t<strong>em</strong>po é completamente representa<strong>do</strong> <strong>por</strong> suas amostras colhidasa intervalos T <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o espectro <strong>do</strong> sinal tenha faixa <strong>de</strong> freqüência limitada a ω m rad/s eque o intervalo T seja tal que T


7.2. TEOREMA DA AMOSTRAGEM 135x(t)136CAPÍTULO 7. AMOSTRAGEM DE SINAIS0 τ T 2T 3TFigura 7.8: Amostrag<strong>em</strong> <strong>do</strong> sinal x(t) através <strong>de</strong> pulsos retangulares.on<strong>de</strong> p(t) <strong>de</strong>screve um pulso retangular com amplitu<strong>de</strong> unitária, início <strong>em</strong> t = 0 e final <strong>em</strong> t = τ.Observe que o tr<strong>em</strong> <strong>de</strong> pulsos retangulares po<strong>de</strong> ser expresso usan<strong>do</strong> a função δ T (t) da seguinteforma.∞∑∞∑p(t − nT )=p(t) ∗ δ(t − nT ).n=−∞Usan<strong>do</strong> este resulta<strong>do</strong>, o sinal amostra<strong>do</strong> x as (t) seráO fator∞∑n=−∞x as (t) =p(t) ∗∞∑n=−∞x(nT ) δ(t − nT )=x(t)n=−∞x(nT ) δ(t − nT ).∞∑n=−∞δ(t − nT )é o sinal amostra<strong>do</strong> com a amostrag<strong>em</strong> i<strong>de</strong>al. Logo seu espectro é conheci<strong>do</strong>. O espectro <strong>de</strong> p(t)também é conheci<strong>do</strong>. Então po<strong>de</strong>mos calcular a transformada <strong>de</strong> Fourier <strong>de</strong> x as (t) comoX as (ω) =τSa(ωτ/2)e −jωτ/21 T∞∑X(ω − kω s )k=−∞ou seja,X as (ω) =τSa(ωτ/2)e −jωτ/2 X a (ω)Como X a (ω) é o espectro que resultou da amostrag<strong>em</strong> i<strong>de</strong>al, concluímos que o espectro X as (ω) éigual a X a (ω) exceto pelo fator multiplicativo representa<strong>do</strong> pela função Sa, conforme mostra a Figura7.9. O fator e −jωτ/2 representa apenas uma componente linear <strong>de</strong> fase e, <strong>por</strong>tanto, um atraso not<strong>em</strong>po.Po<strong>de</strong>mos então colocar as seguintes observações:1- O espectro X as (ω) possui as versões <strong>de</strong>slocadas <strong>do</strong> espectro <strong>do</strong> sinal original, <strong>por</strong>ém não éperiódico.2- Os espectros <strong>de</strong>sloca<strong>do</strong>s estão multiplica<strong>do</strong>s pelo fator τSa(ωτ/2)e −jωτ/2 . Logo, como esta curvavaria com a freqüência , estes espectros estão <strong>de</strong>forma<strong>do</strong>s.3- A <strong>de</strong>formação causada pelo fator multiplicativo po<strong>de</strong> ser corrigida passan<strong>do</strong> o sinal amostra<strong>do</strong><strong>por</strong> um equaliza<strong>do</strong>r com uma resposta <strong>em</strong> freqüência igual ao inverso <strong>do</strong> fator multiplicativo, ou seja,H eq (ω) =1τSa(ωτ/2)Observe que o fator exponencial e −jωτ/2 não precisa ser corrigi<strong>do</strong> <strong>por</strong> representar apenas um atraso.t1T... ...−ω s−ω m0ω mτSa(ωτ/2)Figura 7.9: Espectro gera<strong>do</strong> pela amostrag<strong>em</strong> i<strong>de</strong>al e o fator multiplicativo <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à amostrag<strong>em</strong> <strong>por</strong>pulsos retangulares.4- O sinal resultante da correção da distorção éidêntico àquele que é obti<strong>do</strong> com a amostrag<strong>em</strong>i<strong>de</strong>al. Logo, é regi<strong>do</strong> pelo teor<strong>em</strong>a da amostrag<strong>em</strong>.O equaliza<strong>do</strong>r para correção da distorção produzida pelo fato <strong>de</strong> usarmos pulsos retangulares enão impulsos, é conheci<strong>do</strong> como filtro 1/[sen(x)/x] e faz parte <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> recuperação<strong>de</strong> um sinal contínuo no t<strong>em</strong>po a partir <strong>de</strong> suas amostras nos sist<strong>em</strong>as práticos.Observe, <strong>por</strong> fim, que, conforme mostra a Figura 7.10, este equaliza<strong>do</strong>r atua apenas na faixacorrespon<strong>de</strong>nte ao filtro passa-baixas i<strong>de</strong>al para recuperação <strong>do</strong> sinal contínuo. Também, éusualassociar o equaliza<strong>do</strong>r e filtro i<strong>de</strong>al <strong>em</strong> um único sist<strong>em</strong>a, resultan<strong>do</strong> na resposta mostrada na Figura7.10.Heq(ω)T0ω s-ω s /2 0ω s /2Figura 7.10: Resposta <strong>em</strong> freqüência <strong>de</strong> um equaliza<strong>do</strong>r para corrigir a distorção provocada pelaamostrag<strong>em</strong> com pulsos retangulares e simultaneamente filtrar o sinal amostra<strong>do</strong> para recuperação<strong>do</strong> sinal contínuo.7.2.3 Processo <strong>de</strong> recuperação no <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> t<strong>em</strong>poVamos analisar o processo <strong>de</strong> recuperação <strong>do</strong> sinal contínuo usan<strong>do</strong> as ferramentas <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong>t<strong>em</strong>po, reproduzin<strong>do</strong> o processo elabora<strong>do</strong> no <strong>do</strong>mínio da freqüência.ωω


7.3.SEQÜÊNCIAS 137138CAPÍTULO 7. AMOSTRAGEM DE SINAISO processo <strong>de</strong> recuperação consiste <strong>em</strong> filtrar o sinal amostra<strong>do</strong> com um filtro passa-baixas i<strong>de</strong>alcom freqüência <strong>de</strong> corte ω s /2 e ganho T , ou seja,equeNo <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po t<strong>em</strong>osL<strong>em</strong>bran<strong>do</strong> quex a (t) =x(t)X(ω) =X a (ω)H pb (ω).∞∑n=−∞x(t) =x a (t) ∗ h pb (t).δ(t − nT )=∞∑n=−∞h pb (t) = ω ( )sT2π Sa ωs t,2x(nT ) δ(t − nT ),t<strong>em</strong>os∞∑x(t) = x(nT ) δ(t − nT ) ∗ ω ( )sT2π Sa ωs t.2n=−∞L<strong>em</strong>bran<strong>do</strong> que ω s =2π/T e realizan<strong>do</strong> a convolução resulta finalmentex(t) =∞∑n=−∞[ ]ωs (t − nT )x(nT )Sa. (7.4)2Esta expressão mostra que o sinal original x(t) po<strong>de</strong> ser expresso como uma combinação linear<strong>de</strong> funções Sa(t) <strong>de</strong>slocadas e pon<strong>de</strong>radas pelas amostras <strong>de</strong> x(t). Esta expressão é conhecida comofórmula <strong>de</strong> interpolação <strong>de</strong> um sinal e t<strong>em</strong> aplicações práticas.A Figura 7.11 mostra um ex<strong>em</strong>plo <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> composição <strong>do</strong> sinal x(t) através da fórmula <strong>de</strong>interpolação.Observe que as funções Sa(t) estão <strong>de</strong>slocadas <strong>de</strong> T entre si e que todas cruzam <strong>por</strong> zero no ponto<strong>de</strong> máximo <strong>de</strong> cada função <strong>de</strong>slocada. Portanto, todas as funções <strong>de</strong>slocadas não interfer<strong>em</strong> sobreestes pontos <strong>de</strong> máximo. Da<strong>do</strong> que a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes máximos são os valores correspon<strong>de</strong>ntes dasamostras <strong>do</strong> sinal, estes máximos já apresentam a amplitu<strong>de</strong> correta para a representação <strong>do</strong> sinalcontínuo nos instantes nT . Fora <strong>de</strong>stes instantes, as amplitu<strong>de</strong>s <strong>do</strong> sinal contínuo são formadas pelasoma <strong>de</strong> todas as funções Sa(t) <strong>de</strong>slocadas.7.3 Seqüências0x(−2T )Sa(ω s (t − 2T )/2)−2Tx(0) Sa(ω s t/2)−T0T 2T 3TFigura 7.11: Ilustração <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> reconstrução <strong>de</strong> um sinal contínuo a partir <strong>de</strong> suas amostras.coerente com aquela usada nos capítulos iniciais. Com isto, <strong>por</strong> ex<strong>em</strong>plo, a operação <strong>de</strong> convoluçãoentre duas seqüências <strong>de</strong> amostras x(nT )eh(nT ), que seria escrita comopassa a ser escrita comoy(nT )=y[n] =∞∑x(kT)h(nT − kT),k=−∞∞∑x[k]h[n − k].k=−∞tVamos <strong>de</strong>finir aqui o conceito <strong>de</strong> seqüência conforme usualmente <strong>em</strong>prega<strong>do</strong> no processamento <strong>de</strong>sinais discretos.Neste contexto, uma seqüência representa uma lista or<strong>de</strong>nada <strong>de</strong> números. A or<strong>de</strong>m é indicada<strong>por</strong> uma variável <strong>de</strong> contag<strong>em</strong>, como se faz para a representação <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s armazena<strong>do</strong>s na m<strong>em</strong>ória<strong>de</strong> um computa<strong>do</strong>r usan<strong>do</strong> uma variável in<strong>de</strong>xada.As amostras x(nT ) <strong>de</strong> um sinal x(t) po<strong>de</strong>m ser representadas <strong>por</strong> uma seqüência <strong>de</strong> números x[n].O intervalo <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> T não é explicita<strong>do</strong> no âmbito <strong>de</strong> uma seqüência, <strong>por</strong> conveniência.Po<strong>de</strong>mos interpretar os números x[n] como uma variável in<strong>de</strong>xada que contém o valor da amostracorrespon<strong>de</strong>nte.Esta notação para seqüências é a<strong>de</strong>quada para a representação das amostras <strong>em</strong> um computa<strong>do</strong>r,como, <strong>por</strong> ex<strong>em</strong>plo, quan<strong>do</strong> as amostras estão armazenadas <strong>em</strong> m<strong>em</strong>ória. Também, é uma notação7.4 A transformada <strong>de</strong> Fourier <strong>do</strong>s sinais discretosAausência <strong>do</strong> parâmetro T nas expressões envolven<strong>do</strong> seqüências motiva a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um novaexpressão para a transformada <strong>de</strong> Fourier a ser utilizada no contexto das seqüências.Vimos que o sinal resultante da amostrag<strong>em</strong> i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> um sinal contínuo x(t) com intervalo T entreamostras é escrito comox a (t) =x(t)∞∑n=−∞δ(t − nT )=∞∑x(nT ) δ(t − nT ).n=−∞


7.4. A TRANSFORMADA DE FOURIER DOS SINAIS DISCRETOS 139140CAPÍTULO 7. AMOSTRAGEM DE SINAISL<strong>em</strong>bran<strong>do</strong> que I{δ(t)} = 1 e usan<strong>do</strong> a proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>slocamento no t<strong>em</strong>po t<strong>em</strong>os:X a (ω) =∞∑n=−∞x(nT ) exp(−jωTn); para amostras. (7.5)Partin<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta expressão <strong>de</strong>finimos a transformada <strong>de</strong> Fourier para seqüências comoX(Ω) ∞∑n=−∞x[n] exp(−jΩn); para seqüências, (7.6)on<strong>de</strong>Ω=ωT ou Ω = 2πfT. (7.7)Avariável contínua Ω é igual àfreqüência <strong>em</strong> radianos <strong>por</strong> segun<strong>do</strong> normalizada pelo intervalo<strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> T associa<strong>do</strong> ao processo <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong>. Quan<strong>do</strong> tratamos com seqüências que não<strong>de</strong>corr<strong>em</strong> <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong>, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar T = 1. Denominamos Ω <strong>de</strong> freqüênciaangular normalizada da representação discreta no t<strong>em</strong>po ou, conforme alguns autores, radianos <strong>por</strong>amostra.A condição suficiente para a convergência uniforme da transformada <strong>de</strong> Fourier X(Ω) é dada <strong>por</strong>:∞∑∞ |X(Ω)| =x[n] exp(−jΩn)∣∣ ≤∑|x[n]| < ∞,o que implica <strong>em</strong>n=−∞∞∑n=−∞n=−∞|x[n]| < ∞. (7.8)Vimos que a transformada <strong>de</strong> Fourier X a (ω) <strong>de</strong> um sinal amostra<strong>do</strong> é periódica com perío<strong>do</strong>ω s =2π/T. A transformada <strong>de</strong> Fourier X(Ω) também é periódica com perío<strong>do</strong> Ω s = ω s T =2π, ouseja,X(Ω) = X(Ω + k2π); k inteiro. (7.9)A Figura 7.12 mostra a comparação entre os eixos <strong>de</strong> freqüência para f, ω e Ω e a Figura 7.13mostra a relação entre os espectros <strong>de</strong> freqüências <strong>de</strong> um sinal analógico, da transformada <strong>de</strong> Fourier<strong>de</strong> suas amostras e da transformada <strong>de</strong> Fourier da seqüência correspon<strong>de</strong>nte. Em geral <strong>de</strong>senhamoso espectro X(Ω) apenas no intervalo −π


7.5.CÁLCULO DA TRANSFORMADA DE ALGUMAS SEQÜÊNCIAS 141142CAPÍTULO 7. AMOSTRAGEM DE SINAISMas:∫ 2π0X(Ω) e j Ωn dΩ =∫ 2π0=∫ 2π0∞∑x[k]e −jΩk e jΩn dΩ (7.11)k=−∞∞∑k=−∞∫ 2πx[k]{ 0; k ≠ ne j(n−k)Ω dΩ=2π; k = n.0e jΩ(n−k) dΩ.Portanto, usan<strong>do</strong> esta última igualda<strong>de</strong> na expressão (7.11) ter<strong>em</strong>os finalmente a expressão <strong>de</strong>(7.10).7.5 Cálculo da transformada <strong>de</strong> algumas seqüênciasVamos calcular o espectro <strong>de</strong> freqüências normalizadas <strong>de</strong> algumas seqüências im<strong>por</strong>tantes.1- seqüência impulso unitária{ 1, n =0;δ[n] 0, n ≠0.A transformada <strong>de</strong> Fourier <strong>de</strong>sta seqüência é calculada como:Daí resulta :X(Ω) ==∞∑n=−∞∞∑n=−∞x[n] exp(−jΩn)δ[n] exp(−jΩn).(7.12)X(Ω) = 1. (7.13)A Figura 7.14 apresenta o espectro <strong>de</strong> freqüências discreto <strong>de</strong>sta seqüência. Este é constante aolongo <strong>do</strong> eixo normaliza<strong>do</strong> <strong>de</strong> freqüências, da mesma forma como o espectro da função Delta <strong>de</strong> Dirac.2- seqüência <strong>de</strong>grau unitárioDa<strong>do</strong> que:∞∑n=−∞{ 1,n≥ 0;u[n] 0, n


7.5.CÁLCULO DA TRANSFORMADA DE ALGUMAS SEQÜÊNCIAS 143144CAPÍTULO 7. AMOSTRAGEM DE SINAIS6|R( )||X(Ω)|420 0π/2π3π/2Ω2π0a)3/210, 5∠ X(Ω)0-0, 5arg{R( )}(rad)−10π/2π3π/2 Ω 2πFigura 7.16: Espectro <strong>de</strong> freqüências normalizadas para a seqüência x[n] =a n u[n] coma =0, 8.0 3/2 b)Figura 7.15: Espectro <strong>de</strong> freqüências da seqüência retangular com N =7.4- seqüência exponencial real|X(Ω)|642x[n] =a n u[n], a = constante real e |a| < 1. (7.19)Esta seqüência <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penha um papel bastante <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> no processamento <strong>de</strong> sinais discretos,<strong>em</strong> particular na análise <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as lineares.Com base na expressão (7.16), po<strong>de</strong>mos facilmente <strong>de</strong>duzir que a transformada <strong>de</strong> Fourier <strong>de</strong>staseqüência é dada <strong>por</strong>:1X(Ω) = . (7.20)1 − ae−jΩ As Figuras 7.16 e 7.17 apresentam <strong>do</strong>is ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> curvas associadas à função espectral <strong>em</strong> (7.20).∠ X(Ω)0 010, 50-0, 5−10π/2π/2ππ3π/23π/2ΩΩ2π2πFigura 7.17: Espectro <strong>de</strong> freqüências normalizadas para a seqüência x[n] =a n u[n] coma = −0, 8.


7.5.CÁLCULO DA TRANSFORMADA DE ALGUMAS SEQÜÊNCIAS 145146CAPÍTULO 7. AMOSTRAGEM DE SINAISEx<strong>em</strong>plo 7.2Vamos tratar da proprieda<strong>de</strong> da convolução no t<strong>em</strong>po no contexto da transformadapara seqüências.Suponha a convolução∞∑y[n] = x[k]h[n − k].k=−∞Vamos calcular a transformada <strong>de</strong> Fourier para seqüências <strong>de</strong>sta relação.{∞∑ ∞}∑Y (Ω) =x[k]h[n − k] e −jΩn==n=−∞k=−∞{∞∑∞}∑x[k] h[n − k]e −jΩnk=−∞k=−∞∞∑x[k]H(Ω)e −jΩkk=−∞= H(Ω)∞∑x[k]e −jΩkk=−∞= H(Ω)X(Ω).Este resulta<strong>do</strong> confirma a proprieda<strong>de</strong> da convolução no t<strong>em</strong>po.Ex<strong>em</strong>plo 7.3Vamos tratar da proprieda<strong>de</strong> da convolução na freqüência no contexto da transformadapara seqüências.Suponha o seguinte produto <strong>de</strong> seqüênciasy[n] =x[n]h[n].Vamos calcular a transformada <strong>de</strong> Fourier para seqüências <strong>de</strong>ste produto.Y (Ω) ==∞∑n=−∞∞∑n=−∞∫ 2π= 12π= 12π0∫ 2π0x[n]h[n]e −jΩn{ 12π∫ 2π0X(α)}X(α)e jαn dα h[n]e −jΩn{ ∞∑n=−∞X(α) H(Ω − α) dα.}h[n]e −j (Ω−α)n dαEste resulta<strong>do</strong> confirma a proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> produto no t<strong>em</strong>po associa<strong>do</strong> à convolução<strong>em</strong> freqüência.Observe que a convolução neste caso é realizada apenas <strong>em</strong> um perío<strong>do</strong> <strong>do</strong>s espectrosperiódicos. O resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta convolução é periódico com perío<strong>do</strong> 2π.7.6 Filtros discretos no t<strong>em</strong>poAs Figuras 7.18 até 7.21 mostram as características <strong>do</strong> filtros discretos i<strong>de</strong>ais. Observe que elas sãoidênticas àquelas <strong>do</strong>s sist<strong>em</strong>as contínuos exceto pela periodicida<strong>de</strong> da resposta <strong>em</strong> freqüência. Da<strong>do</strong>que a resposta ao impulso <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a discreto é uma seqüência, sua transformada gera uma função<strong>de</strong> transferência periódica.Filtro passa-baixas i<strong>de</strong>al - Figura 7.181H (pb ) c-2 - c 0 2 Figura 7.18: Resposta <strong>em</strong> freqüência <strong>de</strong> um filtro discreto i<strong>de</strong>al passa-baixas.O filtro seleciona as freqüências ao re<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Ω=0,até Ω=Ω c . É im<strong>por</strong>tante observar que asaltas freqüências estão ao re<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Ω=π, uma vez que a periodicida<strong>de</strong> no eixo Ω faz com que aore<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Ω=2π tenhamos o mesmo conteú<strong>do</strong> espectral da região ao re<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Ω=0.Filtro passa- altas i<strong>de</strong>al - Figura 7.191H (pa ) c-2 - c 0 2 Figura 7.19: Resposta <strong>em</strong> freqüência <strong>de</strong> um filtro discreto i<strong>de</strong>al passa-altas.Neste caso o filtro seleciona as altas freqüências ao re<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Ω=π. Sua freqüência <strong>de</strong> corte ocorre<strong>em</strong> Ω=Ω c .Filtro passa-faixa i<strong>de</strong>al - Figura 7.20O filtro passa-faixa seleciona as freqüências na faixa que vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Ω c1 até Ω c2 .Filtro rejeita-faixa i<strong>de</strong>al - Figura 7.21O filtro rejeita-faixa elimina as freqüências na faixa que vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Ω c1 até Ω c2 .


7.7. PROCESSAMENTO DISCRETO DE SINAIS 147148CAPÍTULO 7. AMOSTRAGEM DE SINAISH (pf )1X( )1- m 0 m- 0 c2-2 - c2 - c1 c1 2 (a)Figura 7.20: Resposta <strong>em</strong> freqüência <strong>de</strong> um filtro discreto i<strong>de</strong>al passa-faixa.1H(rf )-2 /T- /1/T mX( a m/2 /- o2- c2 - c1 c1 c2 Figura 7.21: Resposta <strong>em</strong> freqüência <strong>de</strong> um filtro discreto i<strong>de</strong>al rejeita-faixa.1/T(b)X( )7.7 Processamento discreto <strong>de</strong> sinais-2- mT mT2Vamos analisar um ex<strong>em</strong>plo que ilustra a relação entre um processamento analógico e um discreto. AFigura 7.22 apresenta to<strong>do</strong>s os passos, a nível <strong>de</strong> espectros, <strong>de</strong> um processamento discreto que produzuma ação equivalente a uma filtrag<strong>em</strong> passa-baixas com um filtro analógico i<strong>de</strong>al com freqüência <strong>de</strong>corte Ω c . Portanto, o processamento discreto é equivalente ao processamento realiza<strong>do</strong> <strong>por</strong> um filtroanalógico com freqüência <strong>de</strong> corte Ω c = ω c /T .Po<strong>de</strong>mos observar que esta freqüência <strong>de</strong> corte equivalente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da freqüência <strong>de</strong> corte Ω c <strong>do</strong>filtro discreto e <strong>do</strong> intervalo <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> T . Assim, t<strong>em</strong>os <strong>do</strong>is mecanismos para alterar o valor dafreqüência <strong>de</strong> corte analógica <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a po<strong>de</strong>r eventualmente ajustá-la a cada nova situação prática:varian<strong>do</strong> Ω c ou varian<strong>do</strong> T . Como estes <strong>do</strong>is mecanismos são mais simples que reprojetar e reconstruirum filtro analógico, concluímos que o equivalente discreto ainda oferece a vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong> flexibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> ajuste <strong>de</strong>ste parâmetro.Outra questão que <strong>de</strong>corre <strong>do</strong> ex<strong>em</strong>plo é que a filtrag<strong>em</strong> passa-baixas permite que aceit<strong>em</strong>os umcerto grau <strong>de</strong> sobreposição entre os espectros <strong>de</strong>sloca<strong>do</strong>s da Figura 7.22b) s<strong>em</strong> que isto implique <strong>em</strong><strong>de</strong>formação <strong>do</strong> sinal y r (t). Basta que o intervalo <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> T seja escolhi<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma que2πT − ω m > Ω c /T.1(c)H( )-2 - - c 0 c 2 (d)Figura 7.22: Etapas <strong>de</strong> processamento discreto <strong>de</strong> um sinal: a) espectro <strong>do</strong> sinal contínuo; b) espectro<strong>do</strong> sinal amostra<strong>do</strong>; c) espectro da seqüência correspon<strong>de</strong>nte; d) filtro passa-baixas discreto. Continuana próxima página.


7.7. PROCESSAMENTO DISCRETO DE SINAIS 149150CAPÍTULO 7. AMOSTRAGEM DE SINAIS1/TY( )x[n]+y[n]atraso-2 - - c 0 c 2 ay[n-1]ay[n-1](e)Y( a rT1/TFigura 7.23: Representação <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> <strong>por</strong> y[n] =x[n]+ay[n − 1].A resposta impulsiva é dada <strong>por</strong>-2 /T- /- c /T 0 c /T / 2 / 1(f)Y( r )h[n] =a n u[n],ou seja, é a seqüência exponencial.A transformada <strong>de</strong> Fourier <strong>de</strong> h[n] é a função <strong>de</strong> transferência <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a discretoe t<strong>em</strong> o formato ilustra<strong>do</strong> nas Figuras 7.16 e 7.17. Po<strong>de</strong>mos observar que o sist<strong>em</strong>a secom<strong>por</strong>ta como um filtro passa-baixas discreto quan<strong>do</strong> a<strong>do</strong>tamos a =0, 8, , enquanto quepara a = −0, 8 o sist<strong>em</strong>a se com<strong>por</strong>ta como um filtro passa-altas. c /T0 c /T(g)Figura 7.22: Etapas <strong>de</strong> processamento discreto <strong>de</strong> um sinal: a) espectro <strong>do</strong> sinal contínuo; b) espectro<strong>do</strong> sinal amostra<strong>do</strong>; c) espectro da seqüência correspon<strong>de</strong>nte; d) filtro passa-baixas discreto; e)espectro da seqüência após o filtro passa-baixas; f) filtrag<strong>em</strong> para recuperação <strong>do</strong> sinal contínuo; g)espectro <strong>do</strong> sinal contínuo recupera<strong>do</strong>.Ex<strong>em</strong>plo 7.4Vamos consi<strong>de</strong>rar a equação a diferenças linear com coeficientes constantesy[n] =x[n]+ay[n − 1], a =reala qual po<strong>de</strong> ser associada a um sist<strong>em</strong>a com a seqüência <strong>de</strong> cálculos ilustrada na Figura7.23.Observe que este sist<strong>em</strong>a t<strong>em</strong> uma realimentação com ganho a.Vamos calcular a saída para o caso particular <strong>em</strong> que x[n] =δ[n], ou seja, vamoscalcular a resposta ao impulso <strong>de</strong>ste sist<strong>em</strong>a. Neste caso, a saída y[n] =h[n]. Vamossu<strong>por</strong> que o sist<strong>em</strong>a está no esta<strong>do</strong> inicial nulo, isto é, sua m<strong>em</strong>ória está zerada. Com istot<strong>em</strong>os h[n] =0,n


7.8.EXERCÍCIOS 151152CAPÍTULO 7. AMOSTRAGEM DE SINAIS7.8 Exercícios1. Um sinal x(t), contínuo no t<strong>em</strong>po e real, é univocamente <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> <strong>por</strong> suas amostras quan<strong>do</strong>afreqüência <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> é ω s =10.000π. Para quais valores <strong>de</strong> ω o espectro <strong>de</strong> x(t) é, comcerteza, nulo? Justifique.2. Suponha que um sinal contínuo s(t) é filtra<strong>do</strong> <strong>por</strong> um filtro passa-baixas i<strong>de</strong>al com freqüência<strong>de</strong> corte ω c = 1000π, geran<strong>do</strong> um sinal x(t) nasuasaída. Suponha que x(t) será amostra<strong>do</strong>com intervalo T entre amostras. Quais <strong>do</strong>s seguintes valores <strong>de</strong> T garant<strong>em</strong> que x(t) po<strong>de</strong>rá serrecupera<strong>do</strong> s<strong>em</strong> erros a partir das amostras?a) T =0, 5 × 10 −3 , b) T =2× 10 −3 , c) T =10 −4 .3. A freqüência mínima <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> <strong>de</strong> um da<strong>do</strong> sinal que garante a recuperação s<strong>em</strong> erros é<strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> freqüência <strong>de</strong> Nyquist. Determine a freqüência <strong>de</strong> Nyquist para os seguintessinais:a) x(t) =1+cos(2.000πt)+sen(4.000πt), b) x(t) = sen(4.000πt)/πt, c) (sen(4.000πt)/πt) 2 .4. Um sinal x(t) t<strong>em</strong> freqüência <strong>de</strong> Nyquist igual a ω 0 . Determine a freqüência <strong>de</strong> Nyquist <strong>do</strong>ssinais a seguir.a) y(t) =x(t)+x(t − 1), b) y(t) = dx(t) , c) y(t) =x 2 (t), d) y(t) =x(t) cos(ω 0 t).dt7. D<strong>em</strong>onstre quais das afirmações a seguir são verda<strong>de</strong>iras e quais são falsas.a) O sinal x(t) =u(t+T 0 )−u(t−T 0 ) po<strong>de</strong> ser amostra<strong>do</strong> s<strong>em</strong> que ocorra superposição espectral<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o intervalo <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> T 5000π.d) x(t) realeX(ω) =0, |ω| > 5000π.e) x(t) realeX(ω) =0, ω < −15000π.f) X(ω) ∗ X(ω) =0, |ω| > 15000π.g) |X(ω)| =0, ω > 5000π.


7.8.EXERCÍCIOS 153154CAPÍTULO 7. AMOSTRAGEM DE SINAIS10. Seja y(t) =x 1 (t) ∗ x 2 (t) on<strong>de</strong> X 1 (ω) =0, |ω| > 1000π e X 2 (ω) =0, |ω| > 2000π. O sinal y(t)é amostra<strong>do</strong> com perío<strong>do</strong> T . Especifique a faixa <strong>de</strong> valores <strong>de</strong> T que asseguram que y(t) po<strong>de</strong>ser recupera<strong>do</strong> s<strong>em</strong> erros.11. Um sinal x(t) com faixa <strong>de</strong> freqüências limitada a ω m rad/s é multiplica<strong>do</strong> <strong>por</strong> um tr<strong>em</strong> <strong>de</strong>pulsos retangulares p(t) = ∑ ∞n=−∞ r τ(t − nT ), r τ (t) =u(t) − u(t − τ), geran<strong>do</strong> um sinal y(t).Calcule e esboce o espectro <strong>do</strong> sinal y(t). D<strong>em</strong>onstre quais as condições para que o sinal x(t)possa ser recupera<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong> y(t).12. Um sinal x(t) complexo e contínuo no t<strong>em</strong>po t<strong>em</strong> o espectro mostra<strong>do</strong> na Figura 7.26. Estesinal é amostra<strong>do</strong> produzin<strong>do</strong> x[n] =x(nT ).0X( ) 1 b) Esboce a resposta <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um filtro discreto passa-baixas i<strong>de</strong>al que, atuan<strong>do</strong> sobrex[n], produza uma limitação <strong>de</strong> faixa equivalente à <strong>de</strong> um filtro analógico passa-baixas i<strong>de</strong>alcom freqüência <strong>de</strong> corte igual a 8KHz.c) Esboce Y (Ω) na saída <strong>do</strong> filtro <strong>do</strong> it<strong>em</strong> b).15. O sist<strong>em</strong>a padroniza<strong>do</strong> pela ITU para a avaliação objetiva <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> áudio realiza umprocessamento que se inicia com uma amostrag<strong>em</strong> <strong>do</strong> sinal contínuo a ser analisa<strong>do</strong>. Suponhaque a taxa <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> é 45 Kamostras/s.a) Supon<strong>do</strong> que o sinal <strong>de</strong> áudio t<strong>em</strong> faixa limitada a 20 KHz, esboce o espectro <strong>de</strong> freqüências<strong>do</strong> sinal amostra<strong>do</strong> (eixo ω) e da seqüência resultante (eixo Ω).b) O sinal amostra<strong>do</strong> é submeti<strong>do</strong> a um filtro discreto passa-baixas i<strong>de</strong>al que limita o espectro<strong>em</strong> uma freqüência correspon<strong>de</strong>nte a 18 KHz. Especifique este filtro passa-baixas no eixo Ω,fornecen<strong>do</strong> a freqüência <strong>de</strong> corte. Esboce o espectro da seqüência resultante.c) O espectro da seqüência resultante da filtrag<strong>em</strong> passa-baixas <strong>do</strong> it<strong>em</strong> anterior é dividi<strong>do</strong> <strong>em</strong>40 faixas <strong>de</strong> freqüências através <strong>de</strong> filtros discretos passa-faixa cobrin<strong>do</strong> o espectro na regiãocorrespon<strong>de</strong>nte à faixa <strong>de</strong> zero até 18 kHz. Suponha que os filtros são i<strong>de</strong>ais e que as faixas são<strong>de</strong> mesma largura. Esboce a resposta <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s filtros, especifican<strong>do</strong> as freqüências <strong>de</strong>corte.Figura 7.26: Espectro <strong>de</strong> um sinal genérico complexo.a) Esboce X(Ω) para T = π/ω 2 .b) Supon<strong>do</strong> que ω 2 =2ω 1 ,qualé a menor freqüência <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> sob a restrição que x(t)possa ser recupera<strong>do</strong> <strong>de</strong> x[n]?c) Desenhe um diagrama <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a que recupera x(t) nas condições <strong>do</strong> it<strong>em</strong> b).13. O sinal x(t), com o espectro mostra<strong>do</strong> na Figura 7.27, é amostra<strong>do</strong> com T =2π/ω 1 , geran<strong>do</strong>x[n].X( )-2 1 1 0 1 1Figura 7.27: Espectro <strong>de</strong> um sinal genérico.a) Esboce X(Ω).b) Desenhe um diagrama <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a que recupera x(t) a partir <strong>de</strong> x[n].14. Um sinal x(t) com faixa <strong>de</strong> freqüências limitada a 10 KHz é amostra<strong>do</strong> a uma taxa <strong>de</strong> 40.000amostras/s geran<strong>do</strong> a seqüência x[n].a) Esboce X(Ω).


156CAPÍTULO 8. A TRANSFORMADA ZCapítulo 8A Transformada Z8.1 Introdução8.2 Transformada LaplaceSeja s = σ + jω, uma variável complexa <strong>de</strong>finida no plano complexo s.Definição:a transformada <strong>de</strong> Laplace unilateral <strong>de</strong> uma função x(t) é <strong>de</strong>finida comoL {x(t)} = X(s) ∫ ∞0x(t)e −st dt. (8.1)para valores <strong>de</strong> s on<strong>de</strong> a integral converge.Avariável s = σ + jω, quan<strong>do</strong> tomada no eixo vertical σ = 0, se torna s<strong>em</strong>elhante àvariável datransformada <strong>de</strong> Fourier. Também, a integral da transformada <strong>de</strong> Laplace para σ = 0 se torna igualà <strong>de</strong> Fourier. Porém, a transformada <strong>de</strong> Laplace se aplica apenas ao intervalo 0 Re(−a). Diz<strong>em</strong>os então que a a Região <strong>de</strong> Convergência da transformada <strong>de</strong> x(t) =e −at u(t) é σ>Re(−a).O conceito <strong>de</strong> região <strong>de</strong> convergência é im<strong>por</strong>tante para a transformada e uma transformadasomente estará completamente especificada se fornecermos o funcional <strong>em</strong> s esuaregião <strong>de</strong> convergência.Ex<strong>em</strong>plo 7.2Vamos calcular a transformada <strong>de</strong> Laplace <strong>de</strong> x(t) = cos(ω 0 t)u(t).X(s) =∫ ∞0= 0, 5cos(ω 0 t) e −as ds∫ ∞0e −(s−jω0)t ds +0, 5∫ ∞0e −(s+jω0)t ds0, 5= + 0, 5 s= ; σ>0.s − jω 0 s + jω 0 s 2 + ω02Observe que este resulta<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> particulariza<strong>do</strong> para σ =0,não é igual à transformada<strong>de</strong> Fourier <strong>de</strong> x(t) =cos(ω 0 t)u(t). Logo, não éváli<strong>do</strong> dizer que a transformada <strong>de</strong>Fourier é um caso particular da transformada <strong>de</strong> Laplace.8.2.1 Proprieda<strong>de</strong>s1. Linearida<strong>de</strong>2.3.Portanto,L {x 1 (t)+x 2 (t)} = L {x 1 (t)} + L {x 2 (t)}L { x(t)e −at} = X(s + a)L {−tx(t)} = dX(s)dsL {(−1) n t n x(t)} = dn X(s)ds n4. Se y(t) =dx(t)/dt, então Y (s) =sX(s) − x(0).5. y(t) =x(t) ∗ h(t) −→ Y (s) =X(s)H(s)6. x(t − τ) −→ X(s) e −sτ155


8.3. A TRANSFORMADA Z 157158CAPÍTULO 8. A TRANSFORMADA Z8.3 A transformada ZSab<strong>em</strong>os que a transformada <strong>de</strong> Fourier transforma uma seqüência x[n] <strong>em</strong> uma função contínua X(Ω)periódica com perío<strong>do</strong> 2π e que normalmente é representada no eixo Ω das freqüências normalizadas,conforme ilustra<strong>do</strong> na Figura 8.1a.Vamos agora tomar o plano complexo com a variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte z conforme mostra<strong>do</strong> na Figura8.1b.ze= jou seja, a transformada <strong>de</strong> x[n] po<strong>de</strong> ser interpretada como a transformada <strong>de</strong> Fourier da seqüênciax[n] multiplicada <strong>por</strong> r −n on<strong>de</strong> r = |z| .8.3.1 Regiões <strong>de</strong> convergência da transformada ZA transformada Z <strong>de</strong> uma seqüência x[n] é <strong>de</strong>finida apenas para os valores <strong>de</strong> z tais queou seja, on<strong>de</strong>∞∑n=−∞∣∣x[n]z −n∣ ∣ < ∞,∞∑n=−∞∣ x[n]z−n ∣ ∣ ==∞∑n=−∞∞∑n=−∞∣ x[n]r −n e −jΩn∣ ∣ = (8.4)∣ x[n]r−n ∣ ∣ < ∞ .Figura 8.1: Espaços <strong>de</strong> representação <strong>de</strong> transformadas: a) Fourier no eixo linear Ω; b) Fourier nacircunferência <strong>de</strong> raio unitário <strong>do</strong> plano complexo Z.Neste plano <strong>de</strong>stacamos a circunferência <strong>de</strong> raio unitário (CRU) e <strong>de</strong>nominamos seus pontos <strong>de</strong>z = exp(jΩ). Po<strong>de</strong>mos interpretar esta circunferência como uma versão circular <strong>do</strong> eixo normaliza<strong>do</strong><strong>de</strong> freqüências para a representação da transformada <strong>de</strong> Fourier. Com isto, cada perío<strong>do</strong> 2π érepresenta<strong>do</strong> <strong>por</strong> uma volta na circunferência. Po<strong>de</strong>mos então escreverDiz<strong>em</strong>os então que a transformada existe nos pontos z on<strong>de</strong> a série x[n]z −n converge <strong>de</strong> formauniforme. Os pontos on<strong>de</strong> ocorre a convergência <strong>de</strong>fin<strong>em</strong> a Região <strong>de</strong> Convergência (RC) da transformada.Como a região <strong>de</strong> convergência <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> apenas <strong>de</strong> r = |z| , se existe a convergência para z = z 1 ,então haverá a convergência para to<strong>do</strong>s os pontos z tais que |z| = r, ou seja, haverá a convergêncianuma circunferência <strong>de</strong> raio r centrada na orig<strong>em</strong> <strong>do</strong> plano Z. Como, <strong>por</strong> <strong>de</strong>finição, não po<strong>de</strong> haverpontos <strong>de</strong> divergência no interior <strong>de</strong> uma região <strong>de</strong> convergência, po<strong>de</strong>mos afirmar que as regiões<strong>de</strong> convergência são <strong>de</strong>limitadas <strong>por</strong> circunferências, ou seja, são s<strong>em</strong>pre o exterior ou o interior <strong>de</strong>uma circunferência, ou ainda, um anel <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> <strong>por</strong> duas circunferências. A Figura 8.2 ilustra estassituações.∣∞∑∞∑ ∣∣∣∣∣I{x[n]} = x[n]e −jΩn = x[n]z −n (8.2)n=−∞n=−∞ z = e jΩ .A expressão (8.2) permite interpretar a transformada <strong>de</strong> Fourier como um caso particular <strong>de</strong> umatransformada envolven<strong>do</strong> a variável z, a qual toma valores <strong>em</strong> to<strong>do</strong> o plano complexo. Definimosentão a transformada Z <strong>de</strong> uma seqüência x[n] comoX(z) =Z {x[n]} ∞∑n=−∞x[n]z −n . (8.3)É evi<strong>de</strong>nte que po<strong>de</strong>mos interpretar a transformada <strong>de</strong> Fourier como um caso particular da transformadaZ, fazen<strong>do</strong> z = exp(jΩ). Porém, po<strong>de</strong>mos ainda estabelecer outra relação entre estas transformadas.Fazen<strong>do</strong> z = r exp(jΩ) na expressão (8.3), obt<strong>em</strong>osX(z) =∞∑n=−∞= I { x[n]r −n} ,x[n]r −n e −jΩn =Figura 8.2: Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> regiões <strong>de</strong> convergência.Como <strong>de</strong>corrência da <strong>de</strong>finição da transformada Z, po<strong>de</strong>mos ainda extrair duas outras proprieda<strong>de</strong>s.Sab<strong>em</strong>os que a transformada <strong>de</strong> Fourier <strong>de</strong> uma seqüência é igual à transformada Z <strong>de</strong>sta seqüênciacalculada na CRU. Por outro la<strong>do</strong>, a transformada Z só existe na região <strong>de</strong> convergência correspon<strong>de</strong>nte.Logo:


8.3. A TRANSFORMADA Z 159160CAPÍTULO 8. A TRANSFORMADA ZA transformada <strong>de</strong> Fourier <strong>de</strong> uma seqüência existe se e somente se a região<strong>de</strong> convergência da transformada Z correspon<strong>de</strong>nte contiver a CRUAsérie <strong>de</strong> potências na <strong>de</strong>finição da transformada éumasérie <strong>de</strong> Laurent, a qual apresenta umasérie <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s im<strong>por</strong>tantes. Uma <strong>de</strong>las é que a função resultante X(z) éanalítica, ou seja, écontínua e possui todas <strong>de</strong>rivadas também contínuas. Portanto, como <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong>sta proprieda<strong>de</strong>,a transformada <strong>de</strong> Fourier X(Ω) <strong>de</strong> uma seqüência, se existir, écontínua com <strong>de</strong>rivada contínuas.Vamos agora analisar alguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> cálculo da transformada Z:Figura 8.3: Pólos, zeros e região <strong>de</strong> convergência para X(z) =z/(z −1); |z| > 1; “ 0 ” → zero;“×” →pólo.Ex<strong>em</strong>plo 7.3Seja x[n] =cos(nΩ 0 ), −∞ 1, (8.5)X(z) =z ; |z| > 1. (8.6)z − 1Po<strong>de</strong>mos notar que X(z) t<strong>em</strong> um zero <strong>em</strong> z =0eumpólo <strong>em</strong> z =1, conformeilustra<strong>do</strong> na Figura 8.3. Também, a região <strong>de</strong> convergência é o exterior da CRU. Assim,não existe a transformada <strong>de</strong> Fourier <strong>de</strong> u[n].Ex<strong>em</strong>plo 7.5Seja x[n] =a n u[n] ;|a| = constante.X(z) ==∞∑n=−∞x[n]z −n∞∑a n z −n ,<strong>de</strong> on<strong>de</strong> resulta, após somarmos os termos da progressão geométrica,n=01X(z) = para |z| > |a| . (8.7)1 − az−1 Neste caso t<strong>em</strong>os um zero <strong>em</strong> z =0eumpólo <strong>em</strong> z = a. A região <strong>de</strong> convergência éo exterior da circunferência <strong>de</strong> raio |a| .Po<strong>de</strong>mos perceber que a situação <strong>do</strong> Ex<strong>em</strong>plo 4.2 é um caso particular <strong>de</strong>ste, quan<strong>do</strong>faz<strong>em</strong>os a =1. Depen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> valor <strong>de</strong> a, po<strong>de</strong>r<strong>em</strong>os calcular a transformada <strong>de</strong> Fourierda seqüência x[n] =a n u[n]. Esta transformada existirá se a região <strong>de</strong> convergência <strong>de</strong> X(z)


162 8.3. A TRANSFORMADA Z 161=11 − 1 + 12 z−1 1+ 1 para |z| > 1 3 z−1 2 .contiver a CRU. Assim, a transformada <strong>de</strong> Fourier existirá para |a| < 1 e será <strong>de</strong>scritacomo1X(Ω) = ;1 − ae−jΩ |a| < 1.Ex<strong>em</strong>plo 7.6Seja agora x[n] =−a n u[−n − 1] , |a| = constante.∞∑X(z) = x[n]z −nn=−∞=∑−1− a n z −n ,n=−∞<strong>de</strong> on<strong>de</strong> obt<strong>em</strong>os, após a soma <strong>do</strong>s t<strong>em</strong>os da progressão geométrica,1X(z) = para |z| < |a| .1 − az−1 (8.8)Comparan<strong>do</strong> as expressões (8.7) e(8.8), po<strong>de</strong>mos perceber que a expressão algébrica para X(z) éa mesma nos <strong>do</strong>is casos e que as transformadas se diferenciam apenas quanto às regiões <strong>de</strong> convergência.Os Ex<strong>em</strong>plos 4.3 e 4.4 são clássicos pela im<strong>por</strong>tância das seqüências envolvidas e também <strong>por</strong>evi<strong>de</strong>nciar a im<strong>por</strong>tância da <strong>de</strong>finição e explicitação da região <strong>de</strong> convergência <strong>de</strong> uma transformadaZ.Ex<strong>em</strong>plo 7.7Sejam x 1 [n] =( 1 ( ) n −12 )n u[n] e x 2 [n] = u[n].31X 1 (z) =1 − 1 para |z| > 1 2 z−1 2 ,∣ 1∣∣∣X 2 (z) =1+ 1 para |z| > −13 z−1 3 ∣ .Seja agora y[n] =x 1 [n]+x 2 [n] =( 1 2 )n u[n]+ ( )−1 n3 u[n].Como a transformada Z é linear <strong>em</strong> termos da seqüência a ser transformada, t<strong>em</strong>osY (z) = X 1 (z)+X 2 (z)CAPÍTULO 8. A TRANSFORMADA ZObserve que a região <strong>de</strong> convergência é a interseção entre as regiões originais, umavez que <strong>de</strong>ve aten<strong>de</strong>r simultaneamente às duas transformadas. Assim, ela é <strong>de</strong>terminadapelo pólo <strong>de</strong> maior raio. A Figura 8.4 ilustra as posições <strong>do</strong>s pólos e a região resultante.Mostra também que exist<strong>em</strong> duas outras regiões <strong>de</strong> convergência possíveis: uma formadapelo anel <strong>de</strong>limita<strong>do</strong> pelas circunferências que passam pelos pólos e outra no interiorda circunferência pelo pólo <strong>em</strong> z = −1/3. Estas regiões alternativas estão associadas aseqüências distintas daquela y[n] antes obtida. Inician<strong>do</strong> pelo anel, po<strong>de</strong>mos observar queesta região é formada pela interseção <strong>de</strong> uma região |z| > 1/3 com outra |z| < 1/2. Assim,associada a |z| > −1/3 t<strong>em</strong>os a seqüência x 2 [n], enquanto que associada a |z| < 1/2t<strong>em</strong>os, segun<strong>do</strong> o Ex<strong>em</strong>plo 4.4, a seqüência x 3 [n] =−(1/2) n u[−n − 1]. Logo, a seqüênciaresultante associada ao anel serácom transformadaY 2 (z) =y 2 [n] =−(1/2) n u[−n − 1] + (−1/3) n u[n],11 − 1 2 z−1 + 11+ 1 3 z−1 , para 1 3 < |z| < 1 2 .|z|>1/2z=-1/3|z|


8.3. A TRANSFORMADA Z 163Concluímos que uma dada função racional no plano Z po<strong>de</strong> ser a transformada Z <strong>de</strong>várias seqüências distintas, uma para cada possível região <strong>de</strong> convergência, on<strong>de</strong> estaspossibilida<strong>de</strong>s são <strong>de</strong>finidas pelos pólos associa<strong>do</strong>s à função racional. Esta conclusão esten<strong>de</strong>o conceito estabeleci<strong>do</strong> no Ex<strong>em</strong>plo 4.4, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> a im<strong>por</strong>tância da <strong>de</strong>finiçãoda região <strong>de</strong> convergência associada a uma dada transformada no plano Z.164CAPÍTULO 8. A TRANSFORMADA ZEx<strong>em</strong>plo 7.8Vamos agora consi<strong>de</strong>rar uma seqüência com comprimento finito x[n] =a n r N [n], com|a| =umnúmero finito. Sua transformada é dada <strong>por</strong>Figura 8.5: Zeros e pólos para a seqüência <strong>do</strong> Eex<strong>em</strong>plo 4.6.<strong>de</strong> on<strong>de</strong> obt<strong>em</strong>os finalmenteX(z) =N−1∑a n z −nn=0= 1 − aN z −N1 − az −1 ,8.4 Proprieda<strong>de</strong>s da região <strong>de</strong> convergênciaApresentamos aqui um resumo das proprieda<strong>de</strong>s da região <strong>de</strong> convergência já enunciadas na seçãoanterior e algumas proprieda<strong>de</strong>s adicionais.X(z) = 1 z N − a Npara z ≠0.z N−1 z − aA região <strong>de</strong> convergência associada a esta transformada é to<strong>do</strong> o plano exceto z =0,uma vez que x[n] é uma seqüência <strong>de</strong> comprimento finito cujas amostras se localizam<strong>em</strong> n ≥ 0, isto é, é uma seqüência causal. Assim, a transformada Z envolve apenas umnúmero finito <strong>de</strong> potências negativas <strong>de</strong> z, convergin<strong>do</strong>, <strong>por</strong>tanto, para qualquer valor <strong>de</strong>z diferente <strong>de</strong> zero.Vamos agora calcular os pólos e zeros <strong>de</strong> X(z). T<strong>em</strong>os um pólo <strong>em</strong> z = a e(N − 1)pólos <strong>em</strong> z =0. Por outro la<strong>do</strong>, os zeros são da<strong>do</strong>s <strong>por</strong>que po<strong>de</strong>mos escrever comoz N = a N ,z N = a N e j2kπ ,k= inteiro.Supon<strong>do</strong> que a = |a| exp(jθ) , po<strong>de</strong>mos calcular os zerosz k = |a| exp [j(θ +2kπ/N)] , 0 ≤ k ≤ N − 1,on<strong>de</strong> os valores <strong>de</strong> k foram restringi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a contarmos apenas as soluções distintas.A Figura 8.5 ilustra estas soluções para o caso <strong>em</strong> que N =4eθ = π/6.Os zeros se situam sobre uma circunferência <strong>de</strong> raio |a| e estão uniform<strong>em</strong>ente distribuí<strong>do</strong>s.Também, o zero <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> <strong>por</strong> k =0,z 0 = a, coinci<strong>de</strong> com o pólo na mesma posição.Assim, a transformada apresenta apenas um pólo efetivo com multiplicida<strong>de</strong> (N − 1) naorig<strong>em</strong> <strong>do</strong> plano Z. Logo, a região <strong>de</strong> convergência po<strong>de</strong> ser to<strong>do</strong> o plano Z com exceção<strong>de</strong> z =0.1- A RC é um anel ou um disco com centro na orig<strong>em</strong> <strong>do</strong> plano Z.2- A RC não contém pólos. É <strong>de</strong>limitada pelos pólos da transformada correspon<strong>de</strong>nte.3- A transformada <strong>de</strong> Fourier <strong>de</strong> x[n] existe se e somente se a região <strong>de</strong> convergência<strong>de</strong> X(z) inclue a CRU.4- Se x[n] t<strong>em</strong> duração finita então a RC é to<strong>do</strong> o plano Z com exceção <strong>de</strong> z = 0 e/ouz →∞. Seja∑N 2X(z) = x[n]z −n ; N 1 e N 2 finitos.n=N 1Se N 1 < 0,não há convergência para z →∞, pois ter<strong>em</strong>os potências positivas <strong>de</strong> zna série que <strong>de</strong>fine X(z). Por outro la<strong>do</strong> , se N 2 > 0, não há convergência para z =0poister<strong>em</strong>os potências negativas <strong>de</strong> z.5- Se a RC <strong>de</strong> X(z) é o exterior <strong>de</strong> uma circunferência, então x[n] é uma seqüência àdireita, isto é, x[n] = 0 para nN 2, N 2 finito (N 2 > 0 exclui a condição z =0).7- Se a RC <strong>de</strong> X(z) for um anel, então x[n]é uma seqüência bilateral, isto é, se esten<strong>de</strong>in<strong>de</strong>finidamente <strong>em</strong> ambas as direções <strong>do</strong> eixo n.8.5 Transformada Z inversaVamos mostrar que a expressão geral da transformada inversa éx[n] = 1 ∮X(z)z n−1 dz, (8.9)2πjc


8.5. TRANSFORMADA Z INVERSA 165166CAPÍTULO 8. A TRANSFORMADA Zon<strong>de</strong> a integral é realizada sobre um contorno c fecha<strong>do</strong>, anti-horário e ao re<strong>do</strong>r da orig<strong>em</strong> <strong>do</strong> planoz.Para atingir este resulta<strong>do</strong>, da teoria <strong>de</strong> funções complexas t<strong>em</strong>os:∮ { 0; k ≠1z −k dz =c2πj ; k =1,on<strong>de</strong> k é um inteiro e c é um contorno fecha<strong>do</strong>, anti-horário ao re<strong>do</strong>r da orig<strong>em</strong> <strong>do</strong> plano z. Esteresulta<strong>do</strong> é obti<strong>do</strong> fazen<strong>do</strong> c = r exp(jθ) ,r = constante e0≤ θ < 2π. Com isto, ter<strong>em</strong>os nocontorno c,Assim, po<strong>de</strong>mos escrever∮cz −k dz =z = re jθ ,dz = jre jθ dθ .∫ 2π0= r −k+1 j=r −k e −jkθ jre jθ dθ∫ 2π0e −j(k−1)θ dθ{ 0; k ≠12πj ; k =1.Vamos agora aplicar este resulta<strong>do</strong> no cálculo da seguinte integral∮X(z)z n−1 dzccom o contorno c conti<strong>do</strong> na região <strong>de</strong> convergência <strong>de</strong> X(z). Usan<strong>do</strong> a <strong>de</strong>finição da transformada Zpara substituir X(z) ter<strong>em</strong>os∮X(z)z n−1 dz =c=∞∑k=−∞∞∑k=−∞∮x[k] z −(k−n+1) dzc{ 0; k ≠ nx[k]2πj ; k = n.Portanto, obt<strong>em</strong>os a expressão (8.9) <strong>de</strong>sejada.Escolhen<strong>do</strong> o contorno c como a CRU ter<strong>em</strong>os z = exp(jΩ) e a expressão <strong>em</strong> (8.9) dá lugar àexpressão da transformada inversa <strong>de</strong> Fourier.Embora a expressão (8.9) permita obter a transformada inversa, <strong>em</strong> geral sua utilização nãoé simples. Entretanto, exist<strong>em</strong> vários méto<strong>do</strong>s alternativos que simplificam esta tarefa. Vamosapresentar os mais im<strong>por</strong>tantes para o processamento digital <strong>de</strong> sinais.1- Méto<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s resíduosEste éumméto<strong>do</strong> <strong>de</strong> cálculo da transformada através da expressão (8.9) basea<strong>do</strong> no conceito <strong>de</strong>resíduos <strong>de</strong> uma função racional complexa <strong>em</strong> seus pólos. Embora não se enquadre na categoria dasalternativas mais simples, será apresenta<strong>do</strong> para uso eventual.Da teoria <strong>de</strong> funções racionais complexas, sab<strong>em</strong>os que∮1X(z)z n−1 dz = ∑ resíduos <strong>de</strong> X(z)z n−1 nos pólos z i situa<strong>do</strong>s no inteior <strong>de</strong> c,2πj c ion<strong>de</strong>∣ ∣∣∣∣∣resíduo <strong>de</strong> X(z)z n−1 1 d N Ψ(z)<strong>em</strong> z i <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m N =(N − 1)! dz N−1z = z ie2- Méto<strong>do</strong> da inspeçãoΨ(z) =X(z)z n−1 (z − z i ) N ,Consiste <strong>em</strong> usar pares transforma<strong>do</strong>s conheci<strong>do</strong>s.Ex<strong>em</strong>plo 7.9Sab<strong>em</strong>os quea n u[n] ←→1para |z| > |a| ,1 − az−1 −a n u[−n − 1] ←→1para |z| < |a| .1 − az−1 Com isto po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>duzir <strong>por</strong> inspeçãoX(z) =3- Expansão <strong>em</strong> frações parciais e inspeção11 − 0, 5z −1 , |z| > 0, 5 ←→ x[n] =(0, 5)n u[n].Este se aplica ao cálculo da anti-transformada <strong>de</strong> funções racionais. Após a expansão <strong>em</strong> fraçõesparciais, aplicamos o méto<strong>do</strong> da inspeção.SejaX(z) ==M∑b k z −kk=0N∑a k z −kk=0M∏b 0 (1 − c k z −1 )k=1,N∏(1 − d k z −1 )a 0k=1


8.5. TRANSFORMADA Z INVERSA 167on<strong>de</strong> c k e d k são, respectivamente, os zeros e os pólos não nulos <strong>de</strong> X(z).A expansão <strong>de</strong> X(z) <strong>em</strong>frações parciais segue as regras a seguir.a) para M 1,−1 1 − z−1 x[n] =2δ[n] − 9(0, 5) n u[n]+8u[n].on<strong>de</strong>M−N∑X(z) = B r z −r +r=0N∑k=1A k1 − d k z + ∑ P −1m=1C m(1 − d i z −1 ) m ,{1dP −m [C m =(1 − d(P − m)! (−d i ) P −m dw P −m i w) P X(w )] } ∣ −1 ∣∣w = d −1 .iNote que <strong>em</strong> to<strong>do</strong>s os casos são geradas parcelas que po<strong>de</strong>m ser anti-transformadas pelo méto<strong>do</strong>da inspeção.Ex<strong>em</strong>plo 7.104- Expansão <strong>em</strong> séries <strong>de</strong> potênciasEste méto<strong>do</strong> faz uso da expressão que <strong>de</strong>fine a transformada Z para obter a anti-transformada<strong>por</strong> comparação entre termos. Para isto exige a expansão <strong>de</strong> X(z) <strong>em</strong>série <strong>de</strong> potências. Assim,l<strong>em</strong>bran<strong>do</strong> queX(z) =∞∑n=−∞x[n]z −n= ...x[−2]z 2 + x[−1]z + x[0] + x[1]z −1 + x[2]z −2 + ... ,ao expandirmos X(z) <strong>em</strong>série <strong>de</strong> potências <strong>de</strong> z, <strong>por</strong> comparação termo a termo po<strong>de</strong>mos i<strong>de</strong>ntificaros valores das amostras x[n].Seja1+2z −1 + z −2X(z) =; |z| > 1,1 − 1, 5z −1 +0, 5z−2 a qual apresenta pólos simples <strong>em</strong> z =0, 5ez =1.Como M ≥ N, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os realizar a divisão entre o numera<strong>do</strong>r e o <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>r <strong>de</strong> X(z)até que o grau <strong>do</strong> numera<strong>do</strong>r resultante seja inferior a N. Obt<strong>em</strong>os1+2z −1 + z −21 − 5z −1= 2−1 − 1, 5z −1 +0, 5z −2 1 − 1, 5z −1 +0, 5z −2A 1= 2+1 − 0, 5z + A 2−1 1 − z . −1Ex<strong>em</strong>plo 7.11SejaX(z) =z 2 (1 − 0, 5z −1 )(1 + z −1 )(1 − z −1 ).Desenvolven<strong>do</strong> os produtos t<strong>em</strong>osX(z) =z 2 − 0, 5z − 1+0, 5z −1 ,a qual nos permite escreverx[n] =δ[n +2]− 0, 5δ[n +1]− δ[n]+0, 5δ[n − 1].Expandin<strong>do</strong> o segun<strong>do</strong> termo da divisão <strong>em</strong> frações parciais resulta


8.6. PROPRIEDADES DA TRANSFORMADA Z 169170CAPÍTULO 8. A TRANSFORMADA ZEste méto<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ainda ser aplica<strong>do</strong> para a obtenção da anti-transformada <strong>de</strong> algumas funçõesnão-racionais.Ex<strong>em</strong>plo 7.12D<strong>em</strong>onstração:∞∑∞∑∞∑{ax 1 [n]+bx 2 [n]} z −n = a x 1 [n]z −n + b x 2 [n]z −nn=−∞n=−∞n=−∞= aX 1 (z)+bX 2 (z) c.q.d.SejaL<strong>em</strong>bran<strong>do</strong> queX(z) =ln(1+az −1 );|z| >a.Ex<strong>em</strong>plo 7.13t<strong>em</strong>osa qual nos permite escreverln(1 + x) = x − x22 + x33 − ...=∞∑ (−1) n+1 x n,nln(1 + az −1 )=n=1∞∑ (−1) n+1 a nz −n ;nn=1{ (−1) n+1 a n; n>0x[n] =0; n ≤ 0.|z| >a,Portanto,No outro <strong>do</strong>mínio, t<strong>em</strong>osX 1 (z) =X 2 (z) =1para |z| > |a| ,1 − az−1 az −1para |z| > |a| .1 − az−1 X 1 (z) − X 2 (z) =1;∀ z.x 1 [n] =a n u[n],x 2 [n] =a n u[n − 1]e, <strong>por</strong>tanto,8.6 Proprieda<strong>de</strong>s da transformada Zx 1 [n] − x 2 [n] =δ[n]. (8.10)Vamos agora explicitar algumas proprieda<strong>de</strong>s da transformada Z. Verificar<strong>em</strong>os que várias <strong>de</strong>las sãoextensões <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s da transformada <strong>de</strong> Fourier.Ao longo <strong>de</strong>sta seção, usar<strong>em</strong>os o seguinte conjunto <strong>de</strong> seqüências e transformadas:x 1 [n] ←→ X 1 (z) comRCRx 1 ,x 2 [n] ←→ X 2 (z) comRCRx 2 .Proprieda<strong>de</strong> 2 - Deslocamento no eixo nx[n − n 0 ] ←→ z −n0 X(z)e a região <strong>de</strong> convergência resultante é igual à região inicial exceto pela adição ou exclusão <strong>de</strong> z =0e z →∞, provocadas pelo termo z −n0 .Proprieda<strong>de</strong> 1 - Linearida<strong>de</strong>ax 1 [n]+bx 2 [n] ←→ aX 1 (z)+bX 2 (z)e a região <strong>de</strong> convergência resultante é pelo menos a interseção <strong>de</strong> Rx 1 com Rx 2 (po<strong>de</strong> ser maior sena soma aparecer<strong>em</strong> zeros que cancel<strong>em</strong> pólos).D<strong>em</strong>onstração:∞∑∞∑x[n − n 0 ]z −n =n=−∞k=−∞x[k]z −(k−n0)= z −n0 X(z) c.q.d.


8.6. PROPRIEDADES DA TRANSFORMADA Z 171172Proprieda<strong>de</strong> 5 - Reversão no eixo nCAPÍTULO 8. A TRANSFORMADA ZEx<strong>em</strong>plo 7.14x[−n] ←→ X(1/z) ; RC=1/Rx.A região <strong>de</strong> convergência fica alterada pois X(1/z) existe <strong>em</strong> R − < |1/z| 0 ou exceto z →∞se n 0 < 0.D<strong>em</strong>onstração:∞∑n=−∞∞∑x[−n]z −n = x[k](z) k=k=−∞∞∑x[k](1/z) −kk=−∞= X(1/z) c.q.d.Proprieda<strong>de</strong> 3 - Multiplicação <strong>por</strong> exponenciala n x[n] ←→ X(z/a) ; RC = |a| Rx.A região <strong>de</strong> convergência fica alterada pois, da<strong>do</strong> que X(z) existe <strong>em</strong> Rx tal que Rx: R − < |z|


8.6. PROPRIEDADES DA TRANSFORMADA Z 173Proprieda<strong>de</strong> 8 - Teor<strong>em</strong>a <strong>do</strong> valor inicialD<strong>em</strong>onstração:Se x[n] = 0 para n


8.7.EXERCÍCIOS 175176CAPÍTULO 8. A TRANSFORMADA Z8.7 Exercícios1. Determine a transformada Z e a região <strong>de</strong> convergência para cada uma das seguintes seqüências:a) ( 1 n (2)u[n]; b) −1 n (2)u[−n − 1]; c)1 n) 2)u[−n]; d) δ[n]; e) δ[n − 1]; f) δ[n +1]; g)n(u[n] − u[n − 10]) .( 122. Determine a transformada Z, a região <strong>de</strong> convergência e esboce o diagrama <strong>de</strong> pólos e zerospara cada uma das seguintes seqüências:⎧⎨ n; 0≤ n ≤ Na) α |n| ; b) x[n] =u[n] − u[n − N]; c) x[n] = 2N − n; N +1≤ n ≤ 2N .⎩0; c.c.3. Consi<strong>de</strong>re uma transformada X(z) com os seguintes pólos: p 1 =1/3; p 2 =2; p 3 =3;ecomozero z 1 = −1.a) Determine a região <strong>de</strong> convergência <strong>de</strong> X(z) para o caso <strong>em</strong> que existe a transformada <strong>de</strong>Fourier. Determine se a seqüência x[n] éà direita ou à esquerda ou bilateral.b) Quantas seqüências bilaterais po<strong>de</strong>m ser associadas aos pólos e zeros acima?4. Determine a seqüência x[n] cuja transformada Z é X(z) =(1+2z)(1 + 3z −1 )(1 − z −1 ).5. Determine a transformada Z inversa para as funções a seguir e indique, <strong>em</strong> cada caso, se existea transformada <strong>de</strong> Fourier.a) X(z) =b) X(z) =11+ 1 211+ 1 2z−1, |z| > 1/2;z−1, |z| < 1/2;1 − 1 2c) X(z) =z−11+ 3 4 z−1 + 1 , |z| > 1/2;z−28d) X(z) = 1 − 1 2 z−11 − 1 , |z| > 1/2;z−24e) X(z) = 1 − az−1, |z| > |1/a| .z −1 − a6. A entrada <strong>de</strong> uma sist<strong>em</strong>a LID causal é x[n] =u[−n − 1] + ( 1 2 )n u[n]. A transformada Z da saídacorrespon<strong>de</strong>nte é− 1 2Y (z) = ( z−11 −1z−1)( 1+ 3z−1)2 4a) Determine H(z) e indique a região <strong>de</strong> convergência.b) Qual a região <strong>de</strong> convergência <strong>de</strong> Y (z) ?7. Determine a região <strong>de</strong> convergência da transformada Z <strong>de</strong> cada uma das seqüências a seguir,s<strong>em</strong> calcular X(z), mas apenas <strong>por</strong> inspeção. Determine se a transformada <strong>de</strong> Fourier converge<strong>em</strong> cada caso.a) x[n] = [( 12) n+( 34) n ]u[n − 10];{ 1; −10 ≤ n ≤ 10b) x[n] =0; c.c.c) x[n] =2 n u[−n];;8. Determine quais das transformadas abaixo po<strong>de</strong>ria ser a transformada <strong>de</strong> uma seqüência àdireita <strong>em</strong> n ≥ 0. Você <strong>de</strong>ve resolver apenas <strong>por</strong> inspeção e não calcular a transformadainversa.a) X(z) = (1 − z−1 ) 21 − 0, 5z −1 ;b) X(z) =c) X(z) =d) X(z) =(z − 1)2z − 0, 5 ;(z − 1/4)5(z − 0, 5) 6 ;(z − 1/4)6(z − 0, 5) 5 ;9. Calcule a transformada inversa à direita <strong>em</strong> n ≥ 0<strong>de</strong>X(z) =1/ ( 1 − 1 4 z−2) .10. Consi<strong>de</strong>re um sist<strong>em</strong>a LID com resposta ao impulso h[n] =a n u[n] e entrada x[n] =u[n] − u[n −N].a) Obtenha a resposta y[n] calculan<strong>do</strong> a convolução entre h[n] ex[n].b) Obtenha y[n] usan<strong>do</strong> a transformada Z.11. Calcule a transformada inversa para:a) X(z) = 1 − 1 3 z−11+ 1 ; x[n] à direita; b) X(z) = 33 z−1 z − 1 − 1 ; a CRU pertence à R.C.;z−14 81c) X(z) =1 − 1 ; |z| > (3)−1/3 ; d) X(z) = 1 − z−2; |z| > 0, 5.3 z−3 1 − 0, 5z−1 e) X(z) =1 − z −2; |z| > 0, 5;(1 − 0, 5z −1 )2

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