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Número 114 Jul/Ago/Set 2012 - CRMV-MG

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ARTIGO TÉCNICO 3As maiores concentrações de -GT em cães e gatos estãono rim e pâncreas, e menores quantidades no fígado, vesícula,intestino, baço, coração, pulmões, músculo esquelético e eritrócitos(CENTER, 2007). Além disso, está presente em menorconcentração nos hepatócitos, no epitélio de ductos biliares ena mucosa intestinal, mas a maior parte da -GT sérica é oriundado fígado (THRALL et al., 2006).A localização microssomal hepática de -GT tem sido comprovadanos cães, sendo associada aos canalículos, ductos biliarese zona periportal dos hepatócitos. O aumento da atividadesérica de -GT reflete no reforço da síntese pelo fígado e regurgitaçãoda enzima pela superfície da membrana, sendo assim,glicocorticóides e outros indutores de enzimas microssomaispodem estimular a produção de -GT semelhante ao que ocorrecom a FA (CENTER, 2007).O aumento da atividade da -GT induzida por glicocorticóideparece estar associado com maior produção dessas enzimaspelo fígado (THRALL et al., 2006), e trabalhos experimentaissugerem que a expressão da -GT é regulada por esses fármacos.No gato com obstrução biliar extra-hepática, a atividadesérica -GT pode aumentar, mas permanece indeterminado seglicocorticóides ou outros indutores de enzimas influenciam na-GT sérica no gato (CENTER, 2007).Diferente do que ocorre em cães, nos gatos não é encontradomarcado aumento de FA e -GT quando há hipercortisolemia(FERASIN, 2001).10| GLICOSE, LIPÍDIOS, URÉIA, CREATININA E PRO-TEÍNA TOTALAlterações da glicose em gatos em uso de GCs é um achadocomum sendo uma das explicações a intolerância à glicose mediadapor estresse ou glicocorticóide exógeno (FERASIN, 2001;SMITH et al., 2004; PLOYNGAM et al., 2006).Os GCs atuam no metabolismo dos carboidratos, aumentandoa gliconeogênese e as reservas de glicogênio, diminuindo autilização periférica da glicose facilitando a ação de hormôniosque estimulam a lipólise (MIDDLETON & WATSON, 1985; FE-RASIN, 2001). A resistência insulínica promovida pode originarinsuficiência de carboidratos teciduais, tendo como resultadouma hiperlipidemia. Estas características farmacodinâmicaspodem ainda induzir a hepatopatias com deposição nos hepatócitosde glicogênio, água e lipídios (SCHAER & GINN, 1999).Os gatos em uso de GCs podem apresentar poliúria e polidipsia.Em decorrência desta poliúria pode haver uma reduçãonos níveis de uréia e creatinina. Estes achados podem estar relacionadosao aumento da taxa de filtração glomerular (THRALLet al., 2006; LOWE et al., 2008).A diminuição da creatinina pode estar relacionada ao efeitocatabólico dos glicocorticóides no músculo. Uma vez formada,a creatinina é excretada do organismo completamente por viarenal durante a filtração glomerular (THRALL et al., 2006; LOWEet al., 2008).Em relação às proteínas totais, em outras espécies o aumentode albumina é observado após administração de glicocorticóides,podendo sugerir que a cortisona estimula a síntesepelo fígado desta proteína. A discreta desidratação, possivelmentepela diurese osmótica, também pode ser consideradacomo fator de contribuição para elevar a albumina, e consequentementeproteínas totais (LOWE et al., 2008).11| CONSIDERAÇÕES FINAISEm nossa experiência, os gatos têm realmente uma menorsensibilidade quanto aos efeitos deletérios dos glicocorticóides.Porém, altas doses mesmo em curto período como 14 dias, jápode promover um desequilíbrio da regulação endógena do cortisol.É necessário cautela quando for prolongar o uso dos GCsem gatos, sobretudo em altas doses ou por longos períodos, ea remoção deve ser escalonada, além da realização de exameslaboratoriais de forma seriada. Várias evidências demonstramefeitos deletérios decorrentes do seu uso em vários sistemasorgânicos. Estas alterações podem assumir maior gravidade emanimais idosos, diabéticos, cardiopatas ou com outros distúrbiosmetabólicos.Agradecimentos ao professor Dr. Igor Dimitri Gama Duartedo Dep. de Fisiologia e Farmacologia, ICB, UF<strong>MG</strong> pela revisãodos aspectos farmacológicos.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:AERSSENS, J. et al. Interspecies differences in bone composition, density, and quality: potential implications for in vivobone research. Endocrinology, v.139, n.2, p.663-670, 1998.BADYLAK, S.F.; VLEET, J.F.V. Sequential morphologic and clinicopathologic alterations in dogs with experimentally inducedglucocorticoid hepatopathy. American Journal of Veterinary Research, v.42, n.8, p.1310-1318, 1981.BROEK, A.H.M.; STAFFORD, W.L. Epidermal and hepatic glucocorticoid receptors in cats and dogs. Research in Veterinary26 |Revista VeZ em Minas - <strong>Jul</strong>./<strong>Ago</strong>./<strong>Set</strong>. <strong>2012</strong> - Ano XXII - <strong>114</strong>

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