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Número 114 Jul/Ago/Set 2012 - CRMV-MG

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ARTIGO TÉCNICO 4tarefa a que vêm se dedicando inúmeros acupunturistas, desdeo início do século. As páginas preliminares de “L’AcupunctureChinoise”, publicada na França por Soulié de Morant, em 1939, eque marcou o renascimento do interesse pela acupuntura no ocidente,já mostram certa preocupação neste sentido. Assim comoos trabalhos de Noboyet, demonstrando a diferença da resistênciaelétrica da pele nos pontos de acupuntura, que permitirama detecção dos pontos por multivoltímetros (CINTRACT, 1982).Nas primeiras pesquisas, analisando o emprego da acupunturapara curar dores e inflamações, verificou-se que o estímulode determinados pontos no corpo provocavam a liberação desubstâncias com efeito analgésico na circulação sanguínea (LU-DOVIG, 1996).De estudo em estudo, chegou-se a explicação, que é basedo atual conceito do funcionamento da acupuntura (LUDOVIG,1996). Concluiu-se que os pontos de acupuntura espalhados pelocorpo correspondem a terminações nervosas, e a sua estimulaçãoreflete no sistema nervoso central, fazendo comandar aliberação de substancias terapêuticas, como endorfina e cortisol,respectivamente, potente analgésico e antiinflamatórionaturais e estão relacionadas a dois tipos de fibras nervosas,conhecidas como A-delta e C.Tipos específicos de fibras nervosas transmitem sensaçõesque podem ser consideradas “dor”. Na maioria das vezes, elassão as fibras pequenas mielinizadas A-delta e as não-mielinizadasC. Isso foi confirmado pelo registro dos potenciais de ação,quando se aplica um estímulo doloroso (ZOTTERMAN, 1939).Após a estimulação da área sobre os acupontos, estímulossão enviados para o sistema nervoso central. Da medula espinhal,esses estímulos passam para uma região denominada formaçãoreticular, localizada no tronco cerebral, atingindo o mesencéfalo.Em seguida, o feixe nervoso se dirige para outras regiõesdo cérebro, principalmente para o hipocampo, área responsávelpela memória, e para o hipotálamo, que controla o sistema nervosocentral autônomo e o sistema hormonal. Durante esse percurso,o cérebro pode liberar endorfina, encefalina e até mesmodimorfina, substâncias que bloqueiam a entrada de estímulosdolorosos no sistema nervoso central (YAMAMURA, Y. 1993).O efeito desejado do estímulo de um acuponto se caracteriza,resumidamente, por indução de inflamação asséptica, estímulodireto de nervos da pele, estímulo do tecido perivascular,estímulo direto de fusos tendíneos e musculares, ativação domecanismo inibitório da dor pela liberação de endorfinas e hormônioadrenocorticotrófico (ACTH), melhora na circulação local,liberação de serotonina, indução de efeitos humorais e imunomodulaçãotrombocitária (DRAEHMPAEHL; ZOHMANN, 1997).3| TEORIAS BÁSICAS DA MEDICINA TRADICIONALCHINESA3.1- Teoria do Yin-YangNo conceito chinês, Yin e Yang representam qualidades o-postas, mas complementares. Cada fenômeno poderia existir por simesmo ou pelo seu oposto. Além disso, o Yin contém a sementedo Yang e vice-versa (MACIOCIA, G. 1996).Mesmo sabendo que o Yin e Yang são opostos, deve-se tambémlembrar que são interdependentes: um padrão não existesem o outro. Ambos contêm as forças opostas que são mutuamenteexclusivas, mas ao mesmo tempo, dependem uma daoutra. (YAMAMURA, Y. 1993, MACIOCIA, G. 1996).O princípio da utilização dessa teoria na prática da acupuntura,é que ela se baseia em sedar o excesso e tonificar adeficiência com a finalidade de mudar o anormal e recuperar oestado de equilíbrio entre Yin e Yang (YAMAMURA, Y. 1993,MACIOCIA, G. 1996).3.2- A Teoria dos Cinco MovimentosA teoria dos cinco movimentos sustenta que a natureza estáconstituída por cinco substâncias: Madeira, Fogo, Terra, Metale Água. O desenvolvimento e a mudança de todas as coisas e detodos os fenômenos são resultados do movimento contínuo, daintegração e da dominância entre os cinco movimentos (YAMA-MURA, Y. 1993, MACIOCIA, G. 1996, SCHWARTZ, C. 2008).Esta teoria explica as características fisiopatológicas dosórgãos, internos e tecidos do corpo, as interações fisiopatológicasentre elas e a relação entre o corpo e o ambiente. Assim,a teoria pode servir de guia para o diagnóstico e tratamento(YAMAMURA, Y. 1993, MACIOCIA, G. 1996).3.3- A Teoria do Zang-FuA teoria do Zang-Fu refere-se ao estudo dos Órgãos e Vísceras,Vísceras Extraordinárias, Jing (Essência), Qi (Energia),Xue (Sangue) e Jin- Ye (Líquidos Orgânicos).A teoria Zang-Fu toma como base os órgãos (Zang) como osprincipais que se associam às vísceras (Fu) por meio dos CanaisColaterais, relacionando estes com os tecidos (Pele, Músculo,Vasos, Tendões e Ossos), com os cinco sentidos e os orifícios(olhos, boca, língua, nariz, orelha e orifícios interiores). Alémdisso, esta teoria explica as essências, o sangue e os líquidoscorporais como bases substanciais, mostrando a importânciade se considerar o corpo como um todo (YAMAMURA, Y. 1993).3.4- A Teoria dos Meridianos / Canais Colaterais (Jing-Luo)A teoria Jing-Luo estuda as alterações nos Canais e Colateraise as relações entre estes e os órgãos internos do corpo(YAMAMURA, Y. 1993, MACIOCIA, G. 1996).32 |Revista VeZ em Minas - <strong>Jul</strong>./<strong>Ago</strong>./<strong>Set</strong>. <strong>2012</strong> - Ano XXII - <strong>114</strong>

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