luzcâmeraaçãode saúde. Anne, a mais jovem, éestudante de arquitetura na Sorbonne.Percebe-se que é a frustração amorosauma característica das três irmãs, que semostram vulneráveis ante qualquersituação adversa que lhes apareça emdecorrência disso. O caso mais graveé o de Sophie, que vive seu infernoparticular ao descobrir que o maridotem uma amante. Anne também estádesesperada porque deseja darprosseguimento ao caso amoroso queteve com o professor Frédéric (JacquesPérrin), pai de uma amiga. E Céline,complexada, sofre de insônia e vai muitoao cinema porque pensa não ser capazde atrair a atenção de homem algum,o que não é verdade.Há um jovem, Sébastien (GillaumeCanet), à procura de Céline, tentandoobter seu telefone ou endereço, poisdeseja ter com ela uma conversa. O queSebastien tem a revelar a Céline, contudo,será capaz de levá-la a unir-se de novo àsirmãs de tal modo que as três se conciliemcom o passado distante e possam talvezviver em harmonia o presente.Para realizar esse roteiro deencontros e desencontros, o cineastaDanis Tonovic usou de forma excessivaefeitos de câmera para destacar osmomentos de maior intensidadedramática. Mas, por outro lado, soubelidar também com a cor, que, tanto naambientação como na fotografia deLaurent Dailland, dá o tom doespetáculo. Além disso, Tanovic exploravisualmente bem escadas, algumas emcaracóis, e corredores, muitos deles emtom vermelho-escuro, para expressar olabirinto em que os personagens – asmulheres principalmente – se afundampor causa do sentimento do amor quenão conseguem administrar.É verdade que o trabalho de Tanovicpoderia ser mais brilhante se tivessecontado com a colaboração de umelenco homogêneo. Pois de fato hádesigualdade nas atuações. A pior é a deCarole Bouquet, que não emprestamáscara convincente à amargurada mãe,desencadeadora da tragédia familiar.Nem na cena conclusiva do filme, quedela depende muito. A atuação quesurpreende positivamente é a deGuillaume Canet. Sóbrio, discreto,seguindo a linha da direção, ele criauma personalidade própria para o jovemSébastien, que, ao contrário da figura damãe, precisa se livrar do peso que carregana consciência pela afoita intromissão,quando jovem, na vida da família.Em suma, O Inferno é filme que serecomenda pela beleza do roteiro deKielowski/ Pisiewicz, poético e bemestruturado, que mereceu tratamentocinematográfico de apurado sentidoestético da parte de Tanovic (um dosautores também da música original),embora os atores, com poucas exceções,não correspondam plenamente ao quese esperava deles.O InfernoFrança,Itália, Bélgica, Japão/2005, 95 min.Direção: Danis Tanovic. Com EmmanuelleBéart, Karin Viard, Anne, Guillaume Cannet,Carole Bouquet, Jacques Gamblin, JacquesPérrin, Miki Manojlovic e Jean Rochefort48
DivulgaçãoA “pantera” Lucy Liuem 3 NeedlesO estigma da AidsPor mais alarmantes que sejam asestatísticas planetárias da Aids (40milhões de pessoas infectadas, das quais600 mil no Brasil), pouco se temavançado, em boa parte do mundo, naprevenção da doença. Pela primeira vezem Brasília, uma mostra cinematográficavai abordar exclusivamente esse tema,na tentativa de sensibilizar o públicocom histórias em que o vírus do HIVdita a rotina dos personagens.A 1ª Mostra Internacional deCinema “A vida é mais forte que aAids”, que o Instituto Sabin promovede 31 deste mês a 3 de junho no CineBrasília, vai exibir filmes produzidos empaíses de culturas e costumes os maisdiversos como Zâmbia, Índia, Canadá,França, Estados Unidos e China. Sãocurtas, médias e longas-metragens que,embora de diferentes origens, carregamem comum a constatação de que oHIV não escolhe nacionalidade.A idéia é que o público possa vere sentir como as pessoas lidam coma doença em todo o planeta. Históriasde vida, enfrentamento, decisões esuperações relacionadas à Aids serãoexpostas e discutidas intensamente.Todos os continentes estarãorepresentados, com obras de diretoresconsagrados e filmes premiados emdiversos festivais por todo o mundo.O premiadíssimo The Blood ofYingzhou District, de Ruby Yang, Oscar2007 de melhor curta-documentário,será uma das atrações. O filme de39 minutos, premiado também noRiverRun International Film Festival eno Chicago Doc Humanitarian Award,acompanha durante um ano a vida decrianças órfãs da província de Anhui,na China, cujos pais foram vitimadospelo vírus do HIV.Confirmada também a exibição docanadense 3 Needles, dirigido por ThomFitzgerald. São três histórias distintasque se passam em países diferentes –sobre um ator pornô canadense quedescobre ser soropositivo, umcomprador de sangue chinês negligente49