12.07.2015 Views

Racionalização de Energia em Fornos de Revestimentos Cerâmicos

Racionalização de Energia em Fornos de Revestimentos Cerâmicos

Racionalização de Energia em Fornos de Revestimentos Cerâmicos

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

também na secag<strong>em</strong> e queima do suporte. Esta mudançaocorreu <strong>em</strong> função da evolução tecnológica <strong>de</strong>stas etapasdo processo e das vantagens que este combustível apresentava<strong>em</strong> relação aos combustíveis sólidos: maior constância<strong>em</strong> suas proprieda<strong>de</strong>s, facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte e centralizaçãodo fornecimento.Na segunda queima passou-se a <strong>em</strong>pregar fornos <strong>de</strong>passag<strong>em</strong>, mantendo os fornos árabes, com lenha, para aqueima do biscoito. Posteriormente o surgimento dos fornostúneis para a primeira queima (finais dos anos 60) e dosfornos <strong>de</strong> canais para a segunda (princípio dos anos 70),eliminaram <strong>de</strong>finitivamente o <strong>em</strong>prego dos combustíveissólidos.A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> queimar o suporte e o esmalte <strong>em</strong>uma única queima (monoqueima), no final dos anos 70,conduziu a uns dos mais importantes acontecimentos tecnológicosdos últimos anos: o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> fornos a rolos naetapa <strong>de</strong> queima.O aparecimento <strong>de</strong>sta nova tecnologia <strong>de</strong> queimatrouxe importantes mudanças nos processos <strong>de</strong> produção.Pouco a pouco o processo <strong>de</strong> biqueima tradicional (<strong>em</strong>pregandofornos túneis para o suporte e fornos <strong>de</strong> canais paraa segunda queima) foi substituído pela monoqueima <strong>em</strong>fornos a rolos, primeiro para produzir pisos e posteriormenteazulejos. Incluindo as <strong>em</strong>presas que por diversasrazões t<strong>em</strong> mantido a biqueima, estas t<strong>em</strong> sido realizadas<strong>em</strong> fornos a rolos <strong>de</strong> passag<strong>em</strong> rápida (biqueima rápida).Nos fornos a rolos os gases <strong>de</strong> combustão entram <strong>em</strong>contato direto com o produto, o que requer a utilização <strong>de</strong>combustíveis cujos gases <strong>de</strong> combustão sejam isentos <strong>de</strong>substâncias suscetíveis <strong>de</strong> provocar<strong>em</strong> <strong>de</strong>feitos no produtofinal. Em razão disso, no início dos anos 80, implantou-seo gás natural como principal fonte <strong>de</strong> energia, tanto noprocesso <strong>de</strong> queima como no <strong>de</strong> secag<strong>em</strong>, relegando inicialmentea um segundo plano e posteriormente eliminandocompletamente o uso do óleo nestas etapas do processo.Quase ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que se produziam asmudanças na monoqueima, as exigências <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> doproduto tornaram-se cada vez maiores, os maiores formatosforam revolucionando o mercado e as peculiarida<strong>de</strong>s donovo processo <strong>de</strong> produção, fizeram necessário o surgimento<strong>de</strong> uma nova etapa do processo: a secag<strong>em</strong> poratomização 4,5 . Para esta etapa, que também requer umconsumo energético importante, adotou-se o gás naturalcomo fonte <strong>de</strong> energia térmica.Posteriormente, e dadas as necessida<strong>de</strong>s do processo <strong>de</strong>secag<strong>em</strong> por atomização (gases <strong>em</strong> t<strong>em</strong>peraturas elevadas),adotaram-se sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração para o fornecimentoenergético nesta etapa do processo. Recent<strong>em</strong>ente estãosendo impl<strong>em</strong>entados sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> cogeração, <strong>de</strong> menoresdimensões, na etapa <strong>de</strong> secag<strong>em</strong> das peças.Evolução do Consumo Energéticono Setor Espanhol <strong>de</strong> <strong>Revestimentos</strong>CerâmicosA evolução do consumo <strong>de</strong> energia térmica e elétricano setor espanhol <strong>de</strong> revestimentos cerâmicos é vista <strong>em</strong><strong>de</strong>talhes na Figura 1. Neste trabalho, quando calcula-se oconsumo <strong>de</strong> gás natural, não inclui-se o gás <strong>em</strong>pregado nasturbinas <strong>de</strong> cogeração para a produção <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, queé contabilizado como energia elétrica.Na Figura 1 aprecia-se uma forte diminuição do consumotérmico produzido por combustíveis <strong>de</strong>rivados dopetróleo e paralelamente um forte aumento do consumo <strong>de</strong>gás natural 6 . Além disso, observa-se um aumento do consumo<strong>de</strong> energia elétrica propiciado pelo incr<strong>em</strong>ento daprodução e da progressiva automatização do processo <strong>de</strong>fabricação.Na mesma Figura 1 calcula-se a contribuição percentual<strong>de</strong> cada fonte <strong>de</strong> energia <strong>em</strong> relação ao consumo energéticototal. Ao calcular-se a energia total existe uma gran<strong>de</strong>controvérsia na conversão <strong>de</strong> energia elétrica <strong>em</strong> unida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> energia térmica, <strong>de</strong>vido às importantes perdas <strong>de</strong> energiaprimária geradas <strong>em</strong> sua produção. Os critérios <strong>em</strong>pregadospara realizar esta conversão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da análise quese <strong>de</strong>seja realizar dos resultados.No caso da Figura 1, para transformar a energia elétrica<strong>em</strong> energia térmica e calcular a energia total, não consi<strong>de</strong>ra-seas perdas por transformação geradas nas centraiselétricas. Deste modo, nesta figura reflete-se a contribuição<strong>de</strong> cada fonte <strong>de</strong> energia no consumo total <strong>de</strong> energia.Ainda que <strong>em</strong> 1985 a energia majoritariamente utilizadaera obtida por combustíveis <strong>de</strong>rivados do petróleo,principalmente óleo e GLP, no momento atual, a maiorparte da energia <strong>em</strong>pregada é obtida pelo gás natural.Devido às mudanças tecnológicas e ao aumento daautomação do processo <strong>de</strong> produção, a porcentag<strong>em</strong> <strong>de</strong>energia elétrica <strong>em</strong>pregada aumentou <strong>de</strong> 4% <strong>em</strong> 1985 atécerca <strong>de</strong> 10% atualmente.Figura 1. Evolução do consumo energético.Cerâmica Industrial, 5 (1) Janeiro/Fevereiro, 2000 23

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!