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Ana Paula Martins AlbuquerqueSabe-se que entre os povos primitivos sacrificavam-se doentes,velhos e débeis e se o fazia publicamente numa espéciede ritual cruel e desumano. Na Índia antiga, os incuráveis dedoenças eram atirados no Ganges, depois de ter<strong>em</strong> a boca eas narinas vedadas com lama sagrada. Os espartanos, do altodo Monte Taijeto, lançavam os recém-nascidos deformadosate os anciãos, sob a alegação de que não mais serviam paraguerrear. Na Idade Média, dava-se aos guerreiros feridos umpunhal afiadíssimo denominado misericórdia, que lhes serviapara evitar o sofrimento prolongado da morte e para não caír<strong>em</strong>as mãos do inimigo. O polegar para baixo de Césares era umapermissão à eutanásia, facultando aos gladiadores uma maneirade fugir<strong>em</strong> da morte agônica e da desonra 7 .A discussão sobre a eutanásia (eu: boa; thanos: morte) atravessou toda ahistória da Humanidade, mas só no século XVII, o termo, de etimologia grega,foi proposto pelo filósofo inglês Francis Bacon.Embora a eutanásia seja, por si só, o ato de facultar a morte s<strong>em</strong> sofrimentoa um indivíduo <strong>em</strong> estado de doença terminal, t<strong>em</strong>-se nele dois el<strong>em</strong>entosenvolvidos, quais sejam a intenção e o seu efeito. No el<strong>em</strong>ento intenção, particularmente,o ato de realizar a eutanásia pode ocasionar tanto uma ação, daíter-se a “eutanásia ativa”, como uma omissão, ou melhor, a não-realização daação, tendo-se a “eutanásia passiva” ou a ortonásia. Nesta, não há a provocaçãodeliberada da morte e sim, a cessação de toda e qualquer ação que tenha porfim prolongar a vida. Não há, dessa maneira, um ato que provoque a morte,como na eutanásia ativa, mas também não há nenhum outro ato que a impeça.Essa diferença entre as duas formas da eutanásia, contudo, não é pacífica nadoutrina, como se percebe na passag<strong>em</strong> de Sergio Cecchetto:Autores como Joseph Fletcher, Daniel Maguire y Marvin Kohlse enrolan tras esa divisa, más allá de los matices que en unprimer examen parecerían separarlos. Fletcher, por ej<strong>em</strong>plo,cree que no existen diferencias sustantivas entre los dos tiposclásicos de eutanasia (la activa, directa o por comisión vs.La pasiva, indirecta o por omisión) ya que en ambos caos sepersigue idéntico fin: la muerte del enfermo. Sus compañerosde ruta, Col y Maguire, por el contrario, aceptan de buengrado esa diferenciación aunque, cada uno a su manera, acabanreconociendo la licitud de ambas formas con lo cual lapretendida distinción se diluye en brazos de una aceptacióngeneralizada 8 .Já <strong>em</strong> sentido contrário à eutanásia, encontra-se a distanásia que t<strong>em</strong>como objetivo prolongar, ao máximo, a quantidade da vida humana mesmo quea cura não seja possível e o sofrimento se torne d<strong>em</strong>asiadamente penoso.32n. 7 - 2006.1

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