12.07.2015 Views

VIII Congresso Latino-Americano de Sociologia Rural - alasru

VIII Congresso Latino-Americano de Sociologia Rural - alasru

VIII Congresso Latino-Americano de Sociologia Rural - alasru

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

3trabalhadores na luta pela reforma agrária, por dar continuida<strong>de</strong> ao incentivo à aquisição<strong>de</strong> terra via processo <strong>de</strong> compra e venda no mercado, <strong>de</strong>sprezando a <strong>de</strong>sapropriação <strong>de</strong>terras em prol <strong>de</strong> uma política agrária <strong>de</strong> valorização do mercado, o que tem garantido acontinuida<strong>de</strong> da “reforma agrária <strong>de</strong> mercado” do Banco Mundial no Brasil.Este artigo preten<strong>de</strong> avaliar os efeitos socioeconômicos <strong>de</strong>ssa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>reforma agrária na melhoria das condições <strong>de</strong> vida das famílias camponesas dasFazendas Angico e Lagoa da Serra, no município <strong>de</strong> Morada Nova, estado do Ceará,suas implicações e consequências, explicitando as críticas e oposições produzidas noâmbito dos movimentos <strong>de</strong> luta pela terra.A metodologia adotada para a concretização dos resultados baseou-se em pesquisabibliográfica, documental e <strong>de</strong> campo, <strong>de</strong> natureza qualitativa e quantitativa.Os dados coletados serão sistematizados em três seções, que abordam,respectivamente, a revisão da literatura pertinente à temática eleita como objeto <strong>de</strong>steestudo, o trajeto metodológico trilhado para a obtenção <strong>de</strong>sses dados e a análise ediscussão dos resultados obtidos, após o que são apresentadas algumas consi<strong>de</strong>raçõesextraídas da pesquisa e as referências utilizadas.Revisão da literaturaO financiamento <strong>de</strong> terras a pequenos agricultores não é uma modalida<strong>de</strong> recente<strong>de</strong> acesso à proprieda<strong>de</strong> rural nos países capitalistas. Há referências esparsas ao uso<strong>de</strong>sse instrumento na Dinamarca do final do século X<strong>VIII</strong> (ABRAMOVAY, 2007) e naInglaterra (BRUNO, 1994), on<strong>de</strong> o Estado, ciente <strong>de</strong> sua ânsia por terra e <strong>de</strong> sua falta <strong>de</strong>recursos, criou o crédito que possibilitaria a sua aquisição, promovendo, ao mesmotempo, a satisfação dos interesses capitalistas dos gran<strong>de</strong>s proprietários.Martins (1995), Reydon e Plata (1996) e Alencar (2005) explicam que o mercado <strong>de</strong>terras no Brasil começou a se formar com a edição da Lei nº 601/1850 (Lei <strong>de</strong> Terras),consolidando-se apenas com o fim do regime escravocrata, seguido da formação dosmercados <strong>de</strong> trabalho, da produção e do crédito agrícola.Uma das primeiras referências relativas ao crédito fundiário no Brasil está no art. 81da Lei nº 4.504/64 (Estatuto da Terra), que previa empréstimo ao trabalhador rural paraaquisição <strong>de</strong> terra com base no valor do salário mínimo anual da região, com recursos doFundo Nacional <strong>de</strong> Reforma Agrária, para pagamento em vinte anos, com juros <strong>de</strong> 6% aoano (BRASIL, 1985), modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crédito fundiário não colocada em prática sem quesejam conhecidas as razões para isso.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!