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Caderno 2 - MAB

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ca de suas famílias”, contextualiza Paola Pereira,do Distrito Federal. A primeira experiência de EscolaItinerante foi no Rio Grande do Sul e atualmenteela é reconhecida em seis estados, mantendosua concepção de educação ligada à realidadedas crianças.Foi justamente essa concepção que encantouEterilda da Silva Santos, da Bahia. Noveanos atrás, ela substituiu uma professora em umacampamento. A professora voltou, Etelvina nãosaiu mais e hoje coordena uma regional do seuEstado. “A educação do MST é muito diferenciadadaquela feita nas cidades. Aqui a gente sededica, acompanha as crianças. Na cidademuitos professores dão aula só pelo dinheiro,no movimento a gente trabalha por amor”, diz.Durante o Congresso, Eterilda se juntou acozinheiros e cozinheiras dos estados para contribuirna cozinha da escola. Todos os dias, as criançasfazem um lanche pela manhã e outro pela tarde.A Escola conta também com uma equipe desaúde, composta por médico, enfermeiras e auxiliares,da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.Uma escola com princípiosEm maio deste ano, foi realizado umseminário sobre a infância e uma oficina decapacitação para 60 educadores e educadoras.Nesta oficina, depois multiplicada nosestados, foi feito um planejamento diário dasatividades, dividido por faixa etária. São setebrigadas, que contemplam as crianças de 0a 11 anos de idade.A proposta da Escola é trabalhar comas crianças os temas do 5º Congresso, comuma linguagem próxima e lúdica. Uma dasoficinas da Escola trabalha a reforma agrária,a partir da concepção dos Sem Terrinha.“É uma forma de ajudar as pessoas que nãotêm onde morar e não têm o que comer”, dizum. “É uma luta que todos nós fazemos”, completaoutro. Krisleyde Travassas, do Pernambuco,explica que a idéia é discutir temas geradores,como ocupação e reforma agrária.Estudante de pedagogia, ela começou a participardo setor há três anos e diz que mudousua percepção sobre a relação com as criançaspequenas. “A gente aprende a respeitarseu espaço, seu momento. Se tem uma palavraque aprendi nesses últimos nesses trêsanos é construção”. Mãe de uma Sem Terrinhade 3 meses, ela conta que se sente realizadacomo profissional e como mãe e que sua experiênciano setor lhe mostrou outras formasde educar sua filha 15 .A terra é o sentido da vida para os GuaraniFotógrafo mostra a força da cultura indígena naluta contra a expansão do agronegócio no MS 16Para o povo guarani, a terra é o sentidoda vida. É a mãe, a conexão como Criador, e o local sagrado. É nas“casas de reza” que fazem seus rituais, mantêma transferência da sabedoria milenar paraos mais jovens.A terra não tem função de acúmulo. Não épara ser usada para monocultura, venda do excedentee ampliação para latifúndio. Quando tiramosa terra dos Guarani, tiramos literalmente ochão dos pés deles. Ficam sem norte e sem reza.Perdem a noção do sentido de vida, se matam.15Texto disponível em http://www.mst.org.br/mst/pagina.php?cd=369416Matéria feita por João Roberto Ripper do Rio de Janeiro (RJ). Publicada no Jornal Brasil de Fato, de 28 de abril a 4 de maiode 2005, pág 16.45

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