CADERNO Nº. 36 - SÉRIE CONSERVAÇÃO E ÁREAS PROTEGIDASCapacitação em Gestão Participativa na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>continuamente projetos nacionais, regionais e locais, taiscomo cursos, oficinas e outros eventos de capacitação emáreas temáticas como águas e florestas, biodiversi<strong>da</strong>de,recuperação e conservação ambiental, desenvolvimentosustentável e fomento <strong>da</strong> produção de pesquisa científicae saber tradicional neste bioma.A RBMA possui um Sistema de Gestão descentralizado eparticipativo. Compreende uma estrutura Federativa de 16Estados do país e é coordenado por uma instância superior,o Conselho Nacional <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong> <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong> - CNRBMA, pelos Colegiados Regionais, Comitêse Sub-Comitês Estaduais. Essas instâncias colegia<strong>da</strong>s sãocompostas paritariamente de órgãos governamentais einstituições não governamentais. Desta forma, a RBMA éuma rede constituí<strong>da</strong> com enfoque na participação queintegra agentes <strong>da</strong> educação e pesquisa, ONGs <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, população tradicional, o setor científico, e osórgãos federais, estaduais e municipais representados noseu sistema de gestão, especialmente os órgãosresponsáveis pela gestão direta <strong>da</strong>s Uni<strong>da</strong>des deConservação.O Instituto Amigos <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> <strong>da</strong> <strong>Biosfera</strong> <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, IA-RBMA, é uma Organização <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de Civilde Interesse Público - OSCIP com a capilari<strong>da</strong>de em rede,estabeleci<strong>da</strong> por meio do sistema de gestão <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong> <strong>da</strong><strong>Biosfera</strong> <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> (membro do Programa MaB – “OHomem e a <strong>Biosfera</strong>” <strong>da</strong> UNESCO), presente em diversasescalas desde a local até a internacional. O IA-RBMA apóiao fortalecimento <strong>da</strong> RBMA e faz a gestão dos projetos eativi<strong>da</strong>des definidos pelo Conselho Nacional <strong>da</strong> RBMA,captando recursos e executando a operacionalização doSistema de Gestão <strong>da</strong> <strong>Reserva</strong>.Um dos importantes programas desenvolvidos pela RBMA éo Programa de Capacitação. E um dos projetos desteprograma é o Capacitação em Gestão Participativa na <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>.20A ABDL é uma organização <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil de interessepúblico - OSCIP, com a missão de articular lideranças parao desenvolvimento sustentável. Desenvolve programas deformação de liderança, bem como de capacitação emobilização de agentes sociais nos temas: Mu<strong>da</strong>nçasClimáticas, Redes, Participação e Sustentabili<strong>da</strong>de. Osegressos dos programas tornam-se integrantes de nossacomuni<strong>da</strong>de de aprendizagem, constituí<strong>da</strong> por pessoas dediferentes setores e áreas de atuação.O começoNo ano de 2004, a RBMA e o WWF-Brasil realizaram estudos,consultas e duas oficinas nacionais com participação degestores de UCs <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, para promover adiscussão de diretrizes de uma futura atuação de ambasas organizações nesse bioma. Uma forte deman<strong>da</strong> porcapacitação foi diagnostica<strong>da</strong> por meio desse processoparticipativo. A partir <strong>da</strong>í, construiu-se o desenho de umplano de capacitação continua<strong>da</strong>, com previsão de 10anos de duração.A primeira ação desse plano consolidou-se na Capacitaçãoem Gestão Participativa na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>, com recursos doMinistério do Meio Ambiente, através do PDA 3 . Esteprograma teve uma primeira versão elabora<strong>da</strong> em 2005,3A chama<strong>da</strong> do PDA foi referente ao bioma como um todo, mas traduziu-se em três projetoscom objetivos e metas muito aproximados entre si, mas com gestões diferencia<strong>da</strong>s. Um noNordeste, este no Sudeste + Goiás e outro no Sul + Mato Grosso do Sul. Os três correm paralelamentee há um intercâmbio de métodos, conteúdos e resultados por parte <strong>da</strong>s três equipes e <strong>da</strong> equipedo próprio PDA. O Subprograma Projetos Demonstrativos (PDA) foi criado em 1995 e apoiainiciativas na Amazônia, na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e em seus ecossistemas associados.A partir de 2004, o PDA iniciou uma nova fase que levou em conta todo o acúmulo deaprendizados gerado até o presente, as orientações <strong>da</strong> política ambiental e o papel <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>decivil. Atualmente, são apoiados projetos por meio de três componentes: a) o Projeto Alternativasao Desmatamento e às Queima<strong>da</strong> (Padeq) com 49 projetos contratados nos estados do Pará,Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins; b) o Consoli<strong>da</strong>ção, que visa fortalecer asexperiências anteriormente apoia<strong>da</strong>s pelo PDA por meio <strong>da</strong> consoli<strong>da</strong>ção, de forma mais integra<strong>da</strong>,<strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>de ambiental, econômica, social e institucional e atualmente apóia 31 grandesprojetos, sendo 12 na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> e 19 na Amazônia; c) Ações de Conservação <strong>da</strong> <strong>Mata</strong><strong>Atlântica</strong>, envolvendo 99 projetos aprovados, entre grandes e pequenos, distribuídos por quasetodos os estados onde este bioma está presente.Fonte: http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=5121
CADERNO Nº. 36 - SÉRIE CONSERVAÇÃO E ÁREAS PROTEGIDASCapacitação em Gestão Participativa na <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong>modifica<strong>da</strong> por sugestão do PDA, que ampliou para as trêsRegiões <strong>da</strong> RBMA, conforme dito anteriormente, e foiexecutado durante os anos de 2007 e 2008. Mesmo sofrendoalgumas alterações, foram mantidos objetivos, metas eorçamento. A RBMA e a ABDL foram co-responsáveis pelacoordenação e execução do Programa.Repactuando o ProgramaA fim de revali<strong>da</strong>r o desenho do Programa, construído em2005, foi realiza<strong>da</strong>, em setembro de 2007, uma OficinaRegional, que contou com a presença de 45 atoressignificativamente representativos na gestão de UCs <strong>da</strong><strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> <strong>da</strong> região Sudeste e Goiás. Nessa ativi<strong>da</strong>de,importantes decisões foram toma<strong>da</strong>s.A primeira delas diz respeito ao próprio desenho <strong>da</strong>capacitação. Com o objetivo de potencializar os recursos doPrograma que, por ter sido construído em 2005, apresentavadefasagens significativas principalmente no orçamento ena estratégia de implementação. O orçamento não <strong>da</strong>vamargens para alterações. No entanto, a estratégia deimplementação contou com dois ajustes expressivos.O primeiro foi referente à condução <strong>da</strong> capacitação. Optamospor dividir a capacitação em duas etapas: a Turma deMonitores e a Turma de Gestores. A Turma de Monitoresconsolidou-se em uma efetiva coordenação amplia<strong>da</strong> doPrograma: eles foram capacitados primeiramente eatuaram, em segui<strong>da</strong>, como apoio na capacitação <strong>da</strong> turmade gestores, participando efetivamente <strong>da</strong> formação dosgestores. Durante a Oficina Regional, este desenho foirevali<strong>da</strong>do e seus participantes indicaram atores quepoderiam compor a turma de monitores, além deconstruírem critérios de seleção para as Turmas deGestores.O segundo foi referente ao número de turmas e tipo deagrupamento dos participantes. A lógica pensa<strong>da</strong> em 2005,de agrupamento por estado (o que <strong>da</strong>ria um total de 5turmas), foi atualiza<strong>da</strong> para uma lógica mais próxima dos22Mosaicos de UCs e Corredores de Conservação, fugindoum pouco <strong>da</strong>s fronteiras político-administrativas eaproximando UCs que não, necessariamente, fazem parte<strong>da</strong> mesma Uni<strong>da</strong>de de Federação, mas que, efetivamente,dividem um mesmo território. Obedecendo a esta novalógica, fez-se presente a necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> incorporação derepresentante do Corredor Central <strong>da</strong> <strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> noPrograma e, com isso, incorporou-se o Estado <strong>da</strong> Bahia.Os participantes foram divididos em três núcleos regionais,inspirados nas bacias de três importantes rios <strong>da</strong> região:Núcleo Doce (UCs do Espírito Santo, <strong>da</strong> Bahia e parte deMinas Gerais), Núcleo Paraíba do Sul (Ucs do Rio deJaneiro, parte de Minas Gerais e parte de São Paulo) eNúcleo Ribeira (UCs de São Paulo), conforme tabela abaixo.Doce Paraiba Ribeira30 gestores 37 gestores 30 gestores8 monitores 13 monitores 9 monitoresUC Corredor Central<strong>Mata</strong> <strong>Atlântica</strong> (1 <strong>da</strong>Parque Estadual doRio DoceParque Nacional doCaparaó / Serra doBrigadeiro / Rio DoceMédio Rio Doce /Ouro PretoParque NacionalJurubatibaParque Estadual doDesenganoEstado de Goiás(UCs particulares,municipais, estaduais eÁrea metropolitanado RJNova Baden – MGTrês mosaicos:Central, Bocaina,Assoc. Mico LeãoDourado / Região dosLagosCorredor Tinguá-BocainaCorredor Mantiqueira(UCs particulars,municipais, estaduais eUC Mosaico SP/PRUC Alto RibeiraUC Região Pontal doParapanemaUCs particulares,municipais, estaduais efederais23