12.07.2015 Views

O Brasil Privatizado II (em PDF)

O Brasil Privatizado II (em PDF)

O Brasil Privatizado II (em PDF)

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Até de “louco” foi chamado. E por escrito. O t<strong>em</strong>po provou que arazão estava com ele.Teve duas passagens breves por Goiânia – outros reencontros,outras tentativas de enxergar o <strong>Brasil</strong> de outras formas, de outrosângulos, outras abrangências –, como teve outras passagens poroutras redações paulistas. E por uma coluna s<strong>em</strong>anal na Folha,que marcou época por sua corag<strong>em</strong>, independência e lucidez –apontando solitariamente desde o início, por ex<strong>em</strong>plo, os errosque vão encalacrando o atual governo federal.Seu testamento talvez seja o pequeno e formidável livro sobreas privatizações [O <strong>Brasil</strong> privatizado], <strong>em</strong> que, baseado no seufantástico acervo pessoal de informações e na prodigiosa m<strong>em</strong>ória,dissecou os erros do processo, os favorecimentos inaceitáveis,os prejuízos para o país e para os cidadãos que, com seu esforço,ao longo de décadas, construíram o patrimônio alienado.A Fundação Cásper Líbero, onde ensinava jornalismo nos últimost<strong>em</strong>pos – para alegria de tantos jovens –, <strong>em</strong> boa hora lheconcedeu um título de doutor, pelo “notório saber”. Era, de fato,doutor <strong>em</strong> jornalismo, doutor <strong>em</strong> economia, doutor <strong>em</strong> <strong>Brasil</strong>,doutor <strong>em</strong> dignidade.Fará uma falta enorme. Como jornalista. Como cidadão. Comopai. Como professor. Como amigo alegre que gostava de cantarnas noites boêmias. Muito raramente, até voltava ao piano da juventude,às vezes para acompanhar sua linda filha Beatriz, minhaafilhada querida.Acredit<strong>em</strong> ou não, eu lia o jornal na manhã de ont<strong>em</strong> quandome assustei com um beija-flor perdido, que entrara de súbito ese debatia com os vidros da janela do meu escritório <strong>em</strong> Goiânia.Foi exatamente na hora <strong>em</strong> que o Aloysio morreu. Era ele, tenhocerteza.(*) Artigo publicado na Folha de S. Paulo <strong>em</strong> 22/07/00.(**) Aloysio Biondi nasceu <strong>em</strong> Caconde (São Paulo), mas foi criadodesde cedo <strong>em</strong> São José do Rio Pardo.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!