Você acha certo eles ganhar<strong>em</strong> de presente, a preço de banana,tudo o que foi feito ao longo de décadas com o dinheiro de geraçõesde brasileiros? O que o Congresso deve fazer?O petróleo é delesDiário Popular, 17/02/00O <strong>Brasil</strong> está gastando mais algumas centenas de milhões dedólares, todos os meses, por causa da disparada dos preços dopetróleo no mercado mundial. Explicação: o país consome 1,7milhão de barris por dia, sob a forma de gasolina e outros combustíveis,mas a produção da Petrobrás, <strong>em</strong>bora venha crescendoaté 10% ao ano, ainda está na faixa de 1,2 milhão de barrispor dia. Cria-se, assim, a necessidade de importar a diferençade 500 mil barris por dia a preços que aumentam o “rombo” dedólares.Agora, atenção: o governo e alguns de seus aliados estão aproveitandoesse novo probl<strong>em</strong>a para, mais uma vez, defender a adoçãode medidas que são um verdadeiro assalto contra o povo brasileiro.Como s<strong>em</strong>pre, seus argumentos são mentiras incríveis. Empoucas palavras, como você já deve ter visto, o assalto <strong>em</strong> andamentoé assim:• Descobertas – O governo confessa que a Petrobrás já descobriu,ao longo de anos e anos, jazidas (reservas) fantásticas de petróleo,da ord<strong>em</strong> de bilhões e bilhões de barris, principalmente nofundo do mar (plataforma submarina).• Dinheiro – Agora, diz o governo, há necessidade de muito dinheiro,bilhões de reais, para comprar equipamentos e perfuraros poços para extrair o petróleo descoberto.• Pressa – Segundo eles, a Petrobrás não teria esses recursos, e opaís t<strong>em</strong> pressa, precisa aumentar a produção de petróleo rapidamente,para evitar os gastos de dólares com a importação. A solução?Aceitar sócios para a Petrobrás, na exploração de campospetrolíferos e outras atividades. E pior ainda: “vender” <strong>em</strong> leilões,principalmente às multinacionais, áreas imensas onde a Petrobrásdescobriu petróleo.Aloysio Biondi 34
Na verdade, o governo FHC está usando a nova crise do petróleopara enganar a opinião pública. Usando a desculpa da “pressa”para executar um assalto histórico contra o povo brasileiro.Nesse assalto, governo e aliados diz<strong>em</strong> até que a Petrobrás éculpada de o <strong>Brasil</strong> depender de petróleo importado, porque nãoteve competência para produzir o suficiente para atender ao consumo.É muito cinismo: todos estes anos, o governo FHC, ao fazercortes no orçamento, proibiu a Petrobrás de investir mais de 2,5bilhões de reais na compra dos equipamentos para abrir os poçose produzir o petróleo.Enquanto isso, o mesmo governo FHC mandava a Telebrás despejar7,5 bilhões de doláres por ano, <strong>em</strong> 1996 e 1997, ou 15 bilhõesde doláres <strong>em</strong> apenas dois anos, na ampliação das redes esist<strong>em</strong>as de telefones do país. O triplo dos gastos de 5 bilhõesde reais permitidos à Petrobrás, roubados dos contribuintes, poiso governo FHC já estava preparando a privatização das <strong>em</strong>presastelefônicas, e gastou aquela dinheirama para entregar tudopraticamente pronto, com o nosso dinheiro, para os “compradores”faturar<strong>em</strong>. Se o <strong>Brasil</strong> hoje está importando petróleo, aculpa não é da Petrobrás. É do governo FHC e seus crimes delesa-pátria.Depois do petróleo, o dilúvioCaros Amigos, n o 30, set. 1999Em meados de agosto [de 1999], quando o real já havia começadoa despencar outra vez, um grande banco internacional, o INGBarings, divulgou relatório aconselhando seus clientes investidoresa vender<strong>em</strong> os títulos do governo e de <strong>em</strong>presas brasileiras.Motivo: o risco de “calote”, já que a dívida do Tesouro passa dos400 bilhões de reais e, como os juros aqui dentro estão (estavam)na casa dos 22%, isso significa uma carga de juros de uns 90 bilhõesa 100 bilhões de reais por ano. Ou, arredondando, uns 10bilhões de reais por mês. Impossível pagar. Tudo o que o governofaz é <strong>em</strong>itir “papagaios” novos, isto é, apenas aumenta a dívida.Explosivamente.35O <strong>Brasil</strong> privatizado <strong>II</strong>
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Aloysio BiondiJornalista econômico