dólares” que levaram à grande explosão. Não haverá, como essesanalistas prevê<strong>em</strong>, aumento automático, <strong>em</strong> grande volume, nasexportações, n<strong>em</strong> queda imediata nas importações.O quadro é de chorar. O <strong>Brasil</strong> destruiu sua agricultura. De exportador,passou a importador de algodão, milho, arroz, feijão e,pasme-se, até de coco-da-baía e cacau. O país não produz n<strong>em</strong>para o seu consumo. Não há “sobra” de produtos agrícolas paraexportar. Em todos estes casos, a reconstrução da produção nacionaldependerá de uma política firme, e de não mero blablablá,de apoio a <strong>em</strong>presas e produtores locais. Um papel que instituiçõesoficiais, como a Caixa Econômica Federal e bancos estaduais,têm condições de des<strong>em</strong>penhar, cobrindo a falta de <strong>em</strong>préstimosdos bancos privados, que certamente estão dispostos a correr aindamenos riscos nessa fase de readaptação da economia. Não éhora de falar <strong>em</strong> privatizações.“Rombos”, Covas e os paulistasDiário Popular, 22/10/99Eletrizantes. Muita gente recortou e guardou <strong>em</strong> seus arquivos,durante anos, discursos que o senador Mário Covas fez no Congresso.Lideranças de seu partido de então defendiam o apoio ateses antid<strong>em</strong>ocráticas do presidente da República. Coerente, fiel aseus princípios e a seu eleitorado, Covas cuspia fogo, da tribuna,clamando que seu partido havia enfrentado a ditadura militar e nãopodia, <strong>em</strong> plena d<strong>em</strong>ocracia, renegar o passado e se dobrar servilmenteao presidente da República. Sua ve<strong>em</strong>ência levantou a bancadado partido. Os anos se passaram, chegou o “<strong>Brasil</strong> moderno”.Há dois domingos, os paulistas tiveram a oportunidade de avaliara evolução de seu governador. O jornalista Bóris Casoy, que oentrevistava, questionou Covas sobre a privatização do Banespa esuas críticas ao secretário da Receita Federal, por causa da multade 2,8 bilhões de reais aplicada ao banco. A resposta veio rasteirae rápida: “Eu quero é o ‘meu’ (dinheiro). Qu<strong>em</strong> é o culpado poressa multa é que deve pagá-la”. Para avaliar melhor a atitude dogovernador, é preciso recapitular alguns fatos:Aloysio Biondi 68
• Intervenção – O Banespa sofreu intervenção do governo federal,às vésperas da posse de Covas. O Banco Central alegou que o bancopaulista estava “quebrado”. O t<strong>em</strong>po se encarregou de mostrarque isso era mentira, como deixou claro também que os interventoresdo Banco Central “falsificaram” balanços do Banespa parainventar prejuízos. Motivo das manobras: convencer os paulistasda (falsa) necessidade de privatizar o Banespa. O governador Covasfoi conivente.• Prova definitiva – Agora, preste atenção. A multa aplicada pelaReceita Federal t<strong>em</strong> uma importância imensa, que a grande imprensanão destacou até agora. Qual é? Veja b<strong>em</strong>: o Banespa foimultado exatamente porque seus diretores, os interventores dogoverno federal, fizeram (outros) balanços falsos, para criar prejuízosinexistentes ou reduzir os lucros. Reflita um minuto: o episódioda multa revelou, para a sociedade brasileira, aquilo <strong>em</strong> queela se recusava a acreditar: o governo FHC/Malan & Cia. falsificaaté balanços para forçar a privatização, isto é, para poder doarpatrimônio coletivo a determinados grupos <strong>em</strong>presariais, brasileirosou multinacionais. Há governadores coniventes com esseautêntico assalto, <strong>em</strong> que bilhões e bilhões de reais pertencentesaos contribuintes, isto é, trabalhadores, classe média, <strong>em</strong>presários,agricultores, são transferidos para os bolsos e os cofres degrupos que enriquec<strong>em</strong> cada vez mais.A esta altura, você deve estar pensando com seus botões: “Pelomenos o governador Covas está defendendo os contribuintes deSão Paulo, recusando-se a pagar a multa”. Engano seu. Pense b<strong>em</strong>:os balanços falsificados representam prejuízos gigantescos ao Estado(aos paulistas), que continua a ser acionista do banco, e Covasnão tocou nesse assunto. Continua conivente. “Atrelado” aogoverno FHC e às manobras sujas da política de privatização. Passadoesquecido. E há mais aberrações nesse caso, como se verá napróxima coluna.69O <strong>Brasil</strong> privatizado <strong>II</strong>
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