ção do Patrimônio do Servidor Público] etc., que são “fundos” quereún<strong>em</strong> dinheiro dos trabalhadores. Além de permitir a exploraçãodo petróleo, essa fórmula atingiria outro objetivo: aumentariaa renda de milhões de famílias brasileiras, graças à participaçãonos lucros da Petrobrás, exatamente como acontece nos paísesricos, onde a população é acionista das grandes <strong>em</strong>presas. Ogoverno FHC está fazendo exatamente o contrário: vai realizarnovos leilões para entregar o petróleo descoberto pela Petrobrása grupos privilegiados e, principalmente, às multinacionais. Àsvoltas com um s<strong>em</strong>-número de aberrações praticadas pelo governo,as oposições silenciam ou esboçam reações d<strong>em</strong>asiado tímidasdiante desse novo assalto. A questão do petróleo deveria ganharprioridade absoluta, neste momento, por todos os efeitosapontados. É preciso que a sociedade entenda o que está acontecendo.É hora de ir às ruas. Brigar <strong>em</strong> frente às Bolsas de Valoresnos dias de leilão não é ação política. Cheira a mera encenação.Qu<strong>em</strong> está ganhando?O petróleo (até que enfim) é delesBundas, n o 52, 13 a 19/06/00Chega a trilhões de dólares, trilhões mesmo, o maior assalto queum país já sofreu nos t<strong>em</strong>pos recentes e que certamente foi com<strong>em</strong>oradocom foguetório e champanhe nas capitais dos países ricos.Sob o comando do senhor David Zylbsersztajn, presidente daAgência Nacional do Petróleo, o governo FHC realizou leilões paraentregar todas as principais áreas produtoras de petróleo do país,doando-as a grupos multinacionais e colocando o setor sob controledaqueles países ricos. Será muita ingratidão se as metrópolesnão condecorar<strong>em</strong> Zylbersztajn e FHC lá fora, tal a habilidadecom que conseguiram cumprir sua missão lesa-pátria, s<strong>em</strong> nenhumareação por parte da sociedade.Também a grande imprensa, certamente, não pode deixar deser homenageada, <strong>em</strong> reconhecimento ao silêncio total que mantevedurante meses sobre o assunto, evitando publicar reportagense análises que mostrass<strong>em</strong> as cifras fabulosas envolvidas, aAloysio Biondi 44
incrível capacidade de produção dos campos petrolíferos brasileirose o papel que a exploração do petróleo poderia des<strong>em</strong>penharna estratégia para retirar o <strong>Brasil</strong> do atoleiro <strong>em</strong> que foi atiradopela política neoliberal de FHC. Nos leilões do dia 7 de junho, FHCnão doou apenas o petróleo, vendeu o futuro do país. Eis um breveroteiro para entender o fantástico assalto:• Os trilhões – como disse um diretor da Petrobrás durante osleilões, as áreas petrolíferas do litoral brasileiro, sobretudo as dasbacias de Campos e Santos, têm, cada uma, reservas de 1 a 3 bilhõesde barris. É só fazer as contas: com o barril de petróleo a 30dólares, isto significa que cada um desses campos petrolíferos vale,ou pode faturar, de 30 bilhões a 90 bilhões de dólares, ou de 60bilhões a 180 bilhões de reais. Cada campo. Vale dizer, os várioscampos já estudados e agora doados val<strong>em</strong> trilhões, sim.• Os tostões – o governo FHC pediu, como “preço mínimo” paraesses campos, as cifras simbólicas de 50 mil, 100 mil ou 300 milreais. Nos leilões, houve lotes “vendidos” a 5 milhões, 10 milhõesou no máximo 120 milhões... Isto é, o <strong>Brasil</strong> “vendeu” por tostõesjazidas de petróleo que val<strong>em</strong> 30 bilhões, ou 60 bilhões, ou90 bilhões... Não há outro nome a dar a isso, a não ser assaltohistórico.• Os poços fabulosos – é preciso repetir: o povo brasileiro não sabe,nunca foi informado, que o <strong>Brasil</strong> t<strong>em</strong>, <strong>em</strong> seu litoral, os camposde petróleo mais fabulosos do mundo, igualados somente pelosexistentes nos países árabes, como Kuwait, Irã, Iraque, ArábiaSaudita... São campos onde cada poço – cada poço, repita-se –pode produzir 7 mil, 8 mil, 10 mil barris por dia – e cujas reservaschegam a 1 bilhão ou 2 bilhões ou 3 bilhões de barris. Para comparação:nos Estados Unidos, a produção predominante é de 100barris/dia por poço.• Os lucros fantásticos – repete-se muito a mentira de que a produçãonesses campos, no fundo do mar, é muito cara, por causados equipamentos exigidos. É mentira, das grossas. A produçãode cada barril fica <strong>em</strong> apenas 2,5 a 3 dólares. Isto é, com o barrilvendido a 25 ou 30 dólares, o lucro é de 900%. Nove vezes. Umcampo com faturamento de 4 bilhões de reais, portanto, oferece45O <strong>Brasil</strong> privatizado <strong>II</strong>
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Aloysio BiondiJornalista econômico