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Uso de Stents no Tratamento da Coarctação da Aorta

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Neves J, et al. <strong>Uso</strong> <strong>de</strong> <strong>Stents</strong> <strong>no</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>da</strong> Coarctação <strong>da</strong> <strong>Aorta</strong>. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(3): 153-166.<strong>de</strong>ste evento catastrófico 73,74 . Outras complicaçõespo<strong>de</strong>m ser subdividi<strong>da</strong>s em dois grupos: técnicas eclínicas. Entre as primeiras, o posicionamento ina<strong>de</strong>quadodo stent durante o implante e a migração precoceou tardia po<strong>de</strong>m ocorrer em até 11% dos pacientes 57 .As principais causas são <strong>de</strong>slizamento do stent ouruptura do balão durante o implante. Geralmente osstents perdidos são subexpandidos e migram distalmentepara a aorta <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte. Enquanto o guia estiveratravés do stent, é possível trazê-lo gentilmente comum balão e expandi-lo numa localização segura naaorta <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, sem qualquer efeito clínico adversopara o paciente. Entretanto, infarto do miocárdio foiobservado durante tentativa prolonga<strong>da</strong> <strong>de</strong> reposicionarum stent mal posicionado <strong>no</strong> arco aórtico <strong>de</strong>vido àruptura <strong>de</strong> balão em uma <strong>da</strong>s séries 50 . Apesar <strong>de</strong> haverpoucos <strong>da</strong>dos científicos a este respeito, acredita-seque o uso do balão BIB aju<strong>de</strong> a prevenir o <strong>de</strong>slocamentodo stent e seu mau posicionamento, já que a insuflaçãoinicial do balão inter<strong>no</strong> ocorre do centro para as extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>s,minimizando o fenôme<strong>no</strong> <strong>de</strong> flutuação 30 . Istotambém po<strong>de</strong> diminuir as chances <strong>de</strong> ruptura do balão28,29 . A migração tardia ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira do stent é provavelmenterara. Os autores acreditam que os casos observadosna própria experiência relata<strong>da</strong> acima possam terocorrido precocemente após o implante, mas só foramreconhecidos tardiamente, <strong>no</strong> seguimento por imagem.Isto enfatiza a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se obter radiografias dotórax <strong>de</strong> alta quali<strong>da</strong><strong>de</strong> antes <strong>da</strong> alta hospitalar.Outra complicação técnica que po<strong>de</strong> ocorrer é afratura do stent, a qual raramente é observa<strong>da</strong> duranteo implante ou <strong>no</strong> primeiro dia após o procedimento(Luís Carlos Simões, comunicação pessoal). A ocorrência<strong>de</strong> fraturas com o stent CP <strong>no</strong> seguimento foi recentementebem documenta<strong>da</strong> pelos autores 30,31 . Apesar <strong>de</strong>que uma fratura localiza<strong>da</strong> entre duas fileiras seja provavelmentebenigna, com implicações clínicas limita<strong>da</strong>s,uma fratura circunferencial (vista em alguns pacientes)po<strong>de</strong> resultar em embolização dos fragmentos econseqüências imprevisíveis. Se a fratura ocorre apósa endotelização do implante endovascular não se observaqualquer mu<strong>da</strong>nça na posição do stent <strong>no</strong> seguimentotardio (Figura 10). Aprimoramentos <strong>no</strong> processo<strong>de</strong> sol<strong>da</strong>gem usando ouro foram empregados pelofabricante para solucionar este problema. Fraturas longitudinaiscom o Palmaz gran<strong>de</strong> implantado nas artériaspulmonares são raras 75 . Fraturas não foram documenta<strong>da</strong>scom o Palmaz extra-gran<strong>de</strong> na aorta, provavelmenteporque a malha metálica <strong>de</strong>ste stent é maisespessa. Como observado na experiência dos autores,as fraturas circunferenciais também po<strong>de</strong>m ocorrer como Gênesis, quando expandido a diâmetros maiores naaorta. Da mesma forma, há alguma preocupação a respeito<strong>da</strong> resistência à fadiga do stent Max LD em longo prazo.Mais pacientes e períodos mais longos <strong>de</strong> seguimentoirão esclarecer estas questões. Devido ao fato <strong>de</strong> queuma fratura circunferencial associa<strong>da</strong> à protrusão <strong>da</strong>estrutura do stent na pare<strong>de</strong> aórtica po<strong>de</strong>, teoricamente,aumentar o risco <strong>de</strong> perfuração <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> aórtica, <strong>de</strong>veseconsi<strong>de</strong>rar a liberação <strong>de</strong> um stent coberto <strong>de</strong>ntrodo implante anterior 31 (Figura 10).Complicações clínicas po<strong>de</strong>m envolver o local <strong>de</strong>acesso e incluem sangramento, formação <strong>de</strong> hematomae per<strong>da</strong> <strong>de</strong> pulso, necessitando terapia medicamentosa,hemotransfusão ou cirurgia. Hemotórax agudoapós a liberação <strong>de</strong> stent foi observado e é <strong>de</strong>vidoprovavelmente ao estiramento e dissecção em colateraismaiores adjacentes ao local <strong>da</strong> CoA (William Torres,comunicação pessoal). Mesmo utilizando endoprótesescobertas, as chances <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> aneurisma <strong>no</strong>local <strong>da</strong> CoA não foram completamente elimina<strong>da</strong>s(Figura 11) 31 . Tais aneurismas ocorrem em até 11%dos pacientes, incluindo o seguimento a curto e médioprazo 24,50,51,53,56 . Diferenças nas taxas <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>aneurismas nas diferentes séries po<strong>de</strong>m ser parcialmenteexplica<strong>da</strong>s pela falta <strong>de</strong> unanimi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>no</strong> que diz respeitoà <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>sta lesão. Contudo, várias formas <strong>de</strong>a<strong>no</strong>rmali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> aórtica po<strong>de</strong>m ser encontra<strong>da</strong>sapós o implante <strong>de</strong> stent e são provavelmentemais comuns <strong>no</strong>s pacientes <strong>de</strong> alto risco, com marcadores<strong>de</strong> fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> aórtica, tais como i<strong>da</strong><strong>de</strong>avança<strong>da</strong>, aorta aneurismática e valva aórtica bicúspi<strong>de</strong> 31 .Na experiência já <strong>de</strong>scrita acima pelos autores, a formaçãotardia <strong>de</strong> aneurisma também foi observa<strong>da</strong> emuma paciente que realizou o procedimento durante agravi<strong>de</strong>z. Especulamos que a ação <strong>de</strong> hormônios estrogêniospossa ter aumentado a fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> vascular napare<strong>de</strong> aórtica e propiciado o aparecimento <strong>de</strong>sta lesão.Provavelmente estes pacientes <strong>de</strong> alto risco <strong>de</strong>veriamser submetidos a implante <strong>de</strong> stent coberto <strong>no</strong> procedimentoinicial, com aplicação <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gem estagia<strong>da</strong>,seguindo a técnica <strong>de</strong>scrita por Ewert et al. 33 . A histórianatural completa <strong>de</strong>stas a<strong>no</strong>rmali<strong>da</strong><strong>de</strong>s é <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong>,embora o seguimento por imagem seriado sugiraestabilização ou mesmo resolução em alguns casos24,50,51,53,56 . Infelizmente, <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> imagem <strong>de</strong>talhadossão freqüentemente incompletos na literatura, tornandodifícil realizar conclusões precisas. Por outrolado, os pacientes que fazem exames <strong>de</strong> imagem seriados<strong>no</strong> seguimento são provavelmente aqueles que tiveramalguma forma <strong>de</strong> complicação <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> aórticaou que tenham marcadores <strong>de</strong> fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pare<strong>de</strong>aórtica. Se isto po<strong>de</strong> induzir a viéses e superestimar aprevalência <strong>de</strong> aneurismas <strong>no</strong> seguimento não se sabe.Assim sendo, ao se <strong>de</strong>tectar aumento progressivo <strong>da</strong>área aneurismática em exames <strong>de</strong> imagem seriados,atingindo mais <strong>de</strong> 50% <strong>da</strong> aorta ao nível do diafragma,as alternativas terapêuticas são: ressecção cirúrgica,embolização com molas através <strong>da</strong> estrutura do stent 76e implante <strong>de</strong> stent coberto (Figura 11). Neste sentido,foi sugerido que o uso do stent coberto auto-expansívelpara a exclusão do aneurisma é provavelmente maisseguro que a prótese balão-expansível, evitando, assim,trauma local adicional causado pela força radial dobalão, a qual po<strong>de</strong>ria causar progressão do aneurismae ruptura 31 .162

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