12.07.2015 Views

Uso de Stents no Tratamento da Coarctação da Aorta

Uso de Stents no Tratamento da Coarctação da Aorta

Uso de Stents no Tratamento da Coarctação da Aorta

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(3): 153-166.Neves J, et al. <strong>Uso</strong> <strong>de</strong> <strong>Stents</strong> <strong>no</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>da</strong> Coarctação <strong>da</strong> <strong>Aorta</strong>. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(3): 153-166.Artigo <strong>de</strong> Revisão<strong>Uso</strong> <strong>de</strong> <strong>Stents</strong> <strong>no</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>da</strong> Coarctação <strong>da</strong> <strong>Aorta</strong>Juliana Neves 1 , Vinícius Fraga 1 , Roberto Silva 1 , Carlo B. Pilla 1,2 , César A. Esteves 1 ,Sérgio L. N. Braga 1 , Gilberto Nunes 1,2 , Valmir F. Fontes 1 , Carlos A. C. Pedra 1RESUMOA correção cirúrgica sempre foi a terapêutica <strong>de</strong> escolhapara a coarctação <strong>da</strong> aorta, uma <strong>da</strong>s cardiopatias congênitasmais freqüentes. Como uma forma <strong>de</strong> tratamento me<strong>no</strong>sinvasiva, a aortoplastia com balão surgiu como alternativaà cirurgia, mas não atingiu ampla aceitação <strong>de</strong>vido aosíndices <strong>de</strong> reeste<strong>no</strong>se secundária ao recolhimento vasculare discussões sobre possíveis lesões à pare<strong>de</strong> vascular, resultandoem formação <strong>de</strong> aneurismas. Para li<strong>da</strong>r com estes problemas,os stents endovasculares foram adicionados às possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>sterapêuticas <strong>de</strong>sta má formação. Os resultados acurto e médio prazo são encorajadores, com baixas taxas<strong>de</strong> reeste<strong>no</strong>se e complicações. Neste artigo, os autoresrevisam as principais evidências atuais do implante <strong>de</strong>stent para a coarctação <strong>da</strong> aorta, apresentam sua própriaexperiência e discutem as futuras possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s nesta área.DESCRITORES: Coartação aórtica. Conectores. Angioplastiacom balão. Cardiopatias congênitas.SUMMARYThe Use of <strong>Stents</strong> in the Treatment ofCoarctation of the <strong>Aorta</strong>Surgery has been the traditional treatment for native coarctatio<strong>no</strong>f the aorta, one of the most common cardiovascularcongenital malformations. As a less invasive mo<strong>de</strong> of treatment,balloon aortoplasty has emerged as an alternative to surgerybut has <strong>no</strong>t gained universal acceptance due to its rates ofreste<strong>no</strong>sis secon<strong>da</strong>ry to vessel recoil and concerns overaortic wall injury resulting in aneurysm formation. To overcomethese problems, endovascular stents were introduced inthe management of this condition. The early and mid termresults are encouraging, with low rates of reste<strong>no</strong>sis andcomplications. In this paper, the authors review the currentavailable evi<strong>de</strong>nce on coarctation stenting, present theirown experience and discuss future trends in this area.DESCRIPTORS: Aortic coarctation. <strong>Stents</strong>. Angioplasty, balloon.Heart <strong>de</strong>fects, congenital.Acoarctação <strong>da</strong> aorta (CoA) é responsável por 6-8% dos nascidos-vivos com cardiopatia congênita1,2 . Naqueles pacientes que se apresentam apósa infância, a lesão caracteriza-se por um estreitamentolocalizado e excêntrico <strong>da</strong> aorta <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte proximal,próximo à extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> aórtica do canal arterial ouligamento arterioso 3-6 (Figura 1). Sua principal conseqüênciahemodinâmica é a obstrução ao fluxo sangüíneo,o que <strong>de</strong>termina aumento <strong>da</strong> pós-carga do ventrículoesquerdo, assim como hipertensão <strong>no</strong>s vasos <strong>da</strong> cabeçae pescoço.Se não trata<strong>da</strong>, a CoA tem mau prognóstico, coma maioria dos pacientes morrendo antes dos 40 a<strong>no</strong>s<strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong>vido a insuficiência cardíaca, endocarditebacteriana, aci<strong>de</strong>nte vascular cerebral e doença coronarianaprecoce 7,8 . O tratamento cirúrgico tradicionalmenteé a opção terapêutica escolhi<strong>da</strong>, com relatos <strong>de</strong>1Instituto Dante Pazzanese <strong>de</strong> Cardiologia, São Paulo, SP.2Hospital São Francisco, Santa Casa <strong>de</strong> Porto Alegre, RS.Correspondência: Carlos A. C. Pedra. Instituto Dante Pazzanese <strong>de</strong>Cardiologia. Av. Dr. Dante Pazzanese, 500 - São Paulo, SP, Brasil -CEP 04012-180 - Tel.: (11) 5085-4114 - E-mail: carlosacpedra@hotmail.comRecebido em: 01/02/2006 • Aceito em: 24/02/2006boa evolução a longo prazo 5,8,9 . Embora a correçãocirúrgica melhore a história natural <strong>da</strong> doença e auxilie<strong>no</strong> controle <strong>da</strong> hipertensão, há morbi<strong>da</strong><strong>de</strong> imediatasignificativa <strong>de</strong>vido a dor <strong>no</strong> pós-operatório, sangramentoe hipertensão paradoxal 5 , particularmente na populaçãoadulta. Além disto, reeste<strong>no</strong>se e formação <strong>de</strong> aneurismastêm sido <strong>de</strong>scritas <strong>no</strong> seguimento, com índices variáveis 8 .O <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> reduzir a morbi-mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> associa<strong>da</strong>ao procedimento cirúrgico motivou as primeirastentativas <strong>de</strong> terapia percutânea para a CoA. A primeiradilatação com balão <strong>da</strong> CoA post mortem foi <strong>de</strong>scritapor Sos et al. 10 , em 1979. Des<strong>de</strong> então, vários estudos<strong>de</strong>screveram os resultados <strong>da</strong> aortoplastia com balãona CoA nativa e pós-cirúrgica 11-19 . Embora resultadosimediatos satisfatórios tenham sido relatados, receiossobre a evolução em longo prazo persistiram, incluindoos riscos para recorrência <strong>da</strong> coarctação, formação <strong>de</strong>aneurisma e dissecção aórtica 11,20-22 . Os stents foramintroduzidos, <strong>no</strong> início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90, como terapiaadjunta à aortoplastia com balão para tentar solucionarestes problemas 23,24 . Neste artigo, os autores revisam aliteratura atual disponível sobre o implante <strong>de</strong> stentpara a CoA, relatam sua própria experiência e discutemas futuras tendências nesta área.153


Neves J, et al. <strong>Uso</strong> <strong>de</strong> <strong>Stents</strong> <strong>no</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>da</strong> Coarctação <strong>da</strong> <strong>Aorta</strong>. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(3): 153-166.Figura 1 - Coarctação <strong>da</strong> aorta em paciente adolescente. O arcoe o istmo têm diâmetro conservado. A lesão é localiza<strong>da</strong> e <strong>no</strong>taseprateleira posterior conferindo um aspecto assimétrico à lesão.STENTSOs stents são implantes tubulares feitos <strong>de</strong> ligasmetálicas (aço i<strong>no</strong>xidável 316 L, cobalto, platina, titânio,titânio-níquel), biocompatíveis e resistentes à corrosão efraturas. Atuam primariamente evitando o colapso vascular,funcionando como suporte à pare<strong>de</strong> do vaso 25-27 .No caso do stent balão-expansível, as forças radiais dobalão são dispersas em áreas maiores, promovendo aaposição <strong>da</strong> íntima vascular à média durante o implante.Esse feito, provavelmente, minimiza a extensão <strong>da</strong>slesões vasculares, controlando pequenas dissecções ereduzindo o risco <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> aneurismas 25-27 .O stent i<strong>de</strong>al <strong>de</strong>ve ser flexível, ter baixo perfil egran<strong>de</strong> força radial. Bor<strong>da</strong>s arredon<strong>da</strong><strong>da</strong>s são também<strong>de</strong>seja<strong>da</strong>s para prevenir injúria <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> vascular eruptura do balão. Deve ser longo o suficiente paracobrir a lesão (30-60 mm), altamente resistível a fraturassecundárias à fadiga, bem visível à fluoroscopia e sofrerencurtamento mínimo após a expansão 25,27 . Além domais, <strong>de</strong>ve ser expansível até 18-25 mm em diâmetro,tamanho <strong>no</strong>rmal <strong>da</strong> aorta ao nível do diafragma emadultos. Infelizmente, nenhum stent disponível atualmente<strong>no</strong> mercado tem to<strong>da</strong>s estas características. Os stentsbalão-expansíveis são os mais utilizados para o tratamento<strong>da</strong> CoA. O mais comum <strong>de</strong>les, o Palmaz ® gran<strong>de</strong>(30 mm) e extra-gran<strong>de</strong> (40 e 50 mm), é composto <strong>de</strong>aço i<strong>no</strong>xidável (Cordis, Johnson & Johnson Interventions,NJ, USA). Têm força radial a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> e são altamenteresistentes à fadiga. Entretanto, são extremamente rígidos,o que dificulta sua navegabili<strong>da</strong><strong>de</strong> em vasos tortuosos,o que não chega a ser problemático <strong>no</strong>s casos <strong>de</strong>CoA. Além disto, apresentam encurtamento significativoe bor<strong>da</strong>s pontiagu<strong>da</strong>s, o que tem feito algunspesquisadores explorarem <strong>no</strong>vas endopróteses para otratamento <strong>da</strong> CoA 25,27 . Uma <strong>de</strong>las é o stent Cheatham-Platinum ® - CP - (Numed, NY, USA) <strong>de</strong> liga <strong>de</strong> platina(90%) e iridium (10%), com estrutura arranja<strong>da</strong> empadrão <strong>de</strong> “zig-zag” 28,29 . Próteses com oito “zig-zags”são capazes <strong>de</strong> expandir até 25 mm se necessário, eaquelas com 34-45 mm <strong>de</strong> comprimento promovemcobertura a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> em casos <strong>de</strong> CoA. São compatíveiscom ressonância magnética e mais visíveis à fluoroscopia.O CP tem encurtamento me<strong>no</strong>r que o Palmaz apósexpansão (Figura 2), é discretamente mais flexível epossui bor<strong>da</strong>s arredon<strong>da</strong><strong>da</strong>s. Embora experiências invitro tenham sugerido boa força radial e ótima resistênciaà fadiga, a ocorrência <strong>de</strong> fraturas localiza<strong>da</strong>s ou circunferenciaiscom este stent <strong>no</strong> seguimento tem sidobem documenta<strong>da</strong> em ensaios clínicos 30,31 . Recentemente,os Palmaz ® gran<strong>de</strong>s (série P8) foram substituídospelo Genesis ® (Cordis, Johnson & Johnson Interventions,NJ, USA), que também vem sendo usado para tratamento<strong>da</strong> CoA 32 . São mais flexíveis <strong>de</strong>vido ao seu <strong>de</strong>senhodo sistema <strong>de</strong> articulações, embora existam discussõesa respeito <strong>de</strong> sua força radial e resistência à fraturaquando expandido aos gran<strong>de</strong>s diâmetros <strong>da</strong> aorta.Outras endopróteses balão-expansíveis têm sidoutiliza<strong>da</strong>s para o tratamento <strong>da</strong> CoA. O Max LD ® (EV3,MN, USA), com 36 mm <strong>de</strong> comprimento, composto <strong>de</strong>aço i<strong>no</strong>xidável, tem <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> células abertas, o quepropicia maior flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e diminui o risco <strong>de</strong> oclusão<strong>de</strong> ramos adjacentes 25 . Quando expandido <strong>de</strong> formaestagia<strong>da</strong>, com balões <strong>de</strong> diâmetros progressivamentemaiores, apresenta encurtamento mínimo. Entretanto,ain<strong>da</strong> não há seguimento a longo prazo <strong>de</strong>ste stent,sendo questiona<strong>da</strong> a sua resistência quando expandidoa diâmetros <strong>de</strong> 20-25 mm na aorta. Além disto, balões<strong>de</strong> alto perfil (>9F) são necessários para sua liberaçãoe, como não é altamente radiopaco, a proliferaçãoneointimal não po<strong>de</strong> ser bem avalia<strong>da</strong> na evolução.Figura 2 - Na porção superior <strong>da</strong> figura, encontra-se o stent Palmaz4014 e na inferior, o stent CP. Após expansão dos stents até 20 mm,o encurtamento é visivelmente me<strong>no</strong>r <strong>no</strong> stent CP. Ver texto paramaiores <strong>de</strong>talhes.154


Neves J, et al. <strong>Uso</strong> <strong>de</strong> <strong>Stents</strong> <strong>no</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>da</strong> Coarctação <strong>da</strong> <strong>Aorta</strong>. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(3): 153-166.<strong>Stents</strong> cobertos balão-expansíveis e auto-expansíveistambém vêm sendo utilizados <strong>no</strong> manejo <strong>da</strong> CoA 30,31,33-35 .A cobertura po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> vários tipos e materiais (Dacron® , politetrafluoroetile<strong>no</strong> - PTFE). Sua função é excluiraneurismas ou dissecções e ocluir vasos adjacentesnão <strong>de</strong>sejados. O stent CP balão-expansível (Numed,NY, USA) é coberto com fina membrana expansível <strong>de</strong>ePTFE, a<strong>de</strong>ri<strong>da</strong> por fora ao stent por a<strong>de</strong>sivos bio<strong>de</strong>gradáveis29 (Figura 3). O stent <strong>de</strong> aço i<strong>no</strong>xidável autoexpansívelBraile (Braile Biomédica, São José do RioPreto, Brasil) também vem sendo utilizado pelos autores31,36,37 (Figura 3). Ambos são particularmente úteis<strong>no</strong>s seguintes casos:• Obstrução crítica, <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como diâmetro mínimoao nível <strong>da</strong> CoA me<strong>no</strong>r que 3 mm na angiografia;• CoA associa<strong>da</strong> a atresia do lúmen aórtico (CoAem “fundo-cego”);• CoA associa<strong>da</strong> a canal arterial patente;• CoA associa<strong>da</strong> a alterações <strong>de</strong>generativas <strong>da</strong> pare<strong>de</strong>aórtica, sugeri<strong>da</strong>s pela presença <strong>de</strong> aortaascen<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte e/ou arco transversoaneurismáticos;• CoA em pacientes com i<strong>da</strong><strong>de</strong> acima <strong>de</strong> 30-40 a<strong>no</strong>s;• Formação <strong>de</strong> aneurismas após implante <strong>de</strong> stentsconvencionais, <strong>de</strong>tectados agu<strong>da</strong>mente (comomedi<strong>da</strong> <strong>de</strong> “salvamento”) ou <strong>no</strong> seguimento;• Presença <strong>de</strong> fraturas circunferenciais em próteseimplanta<strong>da</strong> previamente na aorta, com <strong>de</strong>salinhamentoentre as porções proximal e distal e/ouprotrusão <strong>de</strong> partes do stent na pare<strong>de</strong> aórtica<strong>de</strong>tectados <strong>no</strong> seguimento em angiografias e/ouestudos por ressonância magnética ou tomografiacomputadoriza<strong>da</strong> 31 .Como estas próteses cobertas necessitam <strong>de</strong> bainhasmaiores para o implante e algumas não permitemexpansões seqüenciais <strong>no</strong> seguimento (auto-expansíveis),sua aplicação em pacientes me<strong>no</strong>res e em crescimentoé limita<strong>da</strong>. Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> segurança, a principalpreocupação <strong>no</strong> uso <strong>de</strong>ste material na aorta é a oclusão<strong>de</strong> ramos colaterais, especialmente <strong>da</strong> artéria espinhal,Figura 3 - Nota-se, à esquer<strong>da</strong>, o stent CP coberto com Goretexe, à direita, a endoprótese <strong>da</strong> Braile. Ver texto para maior <strong>de</strong>talhamento.resultando em paraplegia ou paraparesia. Esta complicaçãoé provavelmente rara quando o segmento cobertoé curto e limitado à aorta torácica. Evitar o territórioaórtico abaixo <strong>da</strong> <strong>no</strong>na vértebra torácica é fun<strong>da</strong>mentalpara minimizar o risco <strong>de</strong>ste evento catastrófico, já quea artéria espinhal geralmente origina-se abaixo <strong>de</strong>steponto. Adicionalmente, as próteses cobertas são me<strong>no</strong>stolera<strong>da</strong>s que as convencionais quando ocorre migraçãodistal. Deve-se, portanto, evitar seu implante emlocais que po<strong>de</strong>m obstruir a origem <strong>de</strong> vasos, como asartérias mesentéricas ou renais na aorta abdominal.ESTUDOS EXPERIMENTAIS COM STENTS NAAORTAVários artigos reportaram o sucesso do uso <strong>de</strong> stentsem estudos experimentais <strong>de</strong> CoA em animais 38-41 . Emindivíduos em crescimento, entretanto, há a preocupação<strong>de</strong> causar uma este<strong>no</strong>se adquiri<strong>da</strong> <strong>de</strong>vido ao diâmetrofixo <strong>da</strong> prótese. Neste sentido, a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> reexpansão do stent sem lesão significativa à pare<strong>de</strong>vascular foi <strong>de</strong>monstra<strong>da</strong> em porcos 39,42 . Men<strong>de</strong>lsohnet al. 40 <strong>de</strong>screveram ruptura aórtica após a redilatação<strong>de</strong> stents, mas animais mais jovens foram utilizadosneste estudo. Evitando-se o uso em pacientes jovens,o implante <strong>de</strong> stent em indivíduos adultos é atrativo,já que é improvável que <strong>no</strong>vas intervenções sejamnecessárias <strong>no</strong> seguimento.INDICAÇÕES NA PRÁTICA CLÍNICAEm pacientes com CoA nativa ou recorrente, égeralmente aceito que o alívio <strong>da</strong> obstrução está indicadona presença <strong>de</strong> gradiente entre membros superiorese inferiores <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 20 mmHg 3 . Entretanto, algunsautores sugerem que mesmo obstruções mais discretas,com gradientes sistólicos me<strong>no</strong>res que 20 mmHg, <strong>de</strong>vamser eliminados para evitar disfunção ventricular esquer<strong>da</strong>tardia e insuficiência cardíaca 43,44 . Justifica-se tal condutaespecialmente quando há hipertensão arterial sistêmicaem repouso ou resposta pressórica a<strong>no</strong>rmal ao exercícioou disfunção ventricular já instala<strong>da</strong>.Em muitos centros, o tratamento cirúrgico continuasendo a terapêutica <strong>de</strong> escolha para a CoA nativa,especialmente em pacientes abaixo <strong>de</strong> 1 a<strong>no</strong> <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> 5 .A aortoplastia com balão para CoA nativa é objeto <strong>de</strong><strong>de</strong>bate e sua aplicação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> preferências institucionais.Na re-coarctação pós-cirúrgica, a aplicação<strong>de</strong>sta técnica é <strong>de</strong> escolha e não traz controvérsias 45,46 .O uso dos stents como próteses endovascularesvem ganhando aceitação progressiva, principalmenteem pacientes adultos, já que soluciona o problema <strong>da</strong>re-este<strong>no</strong>se <strong>de</strong>vido ao recolhimento vascular e, teoricamente,minimiza os riscos <strong>de</strong> ruptura aórtica agu<strong>da</strong>ou formação <strong>de</strong> aneurisma causa<strong>da</strong> por lesão <strong>da</strong> pare<strong>de</strong>vascular. Além do mais, sabe-se que aortoplastia combalão isola<strong>da</strong>mente apresenta evolução subótima empacientes com condições anatômicas <strong>de</strong>sfavoráveis,incluindo casos <strong>de</strong> estreitamento tubular longo, hipo-155


Neves J, et al. <strong>Uso</strong> <strong>de</strong> <strong>Stents</strong> <strong>no</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>da</strong> Coarctação <strong>da</strong> <strong>Aorta</strong>. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(3): 153-166.plasia do istmo aórtico e obstrução leve, on<strong>de</strong> o uso<strong>de</strong> stents, indubitavelmente, oferece melhor evoluçãoem termos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> gradiente e incidência <strong>de</strong>obstrução residual ou recorrente 47 . Portanto, os stentspara CoA <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados uma alternativa àaortoplastia com balão primariamente em adolescentese adultos, com vários padrões anatômicos <strong>de</strong> CoAnativa ou pós-operatória. Nestes pacientes, a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> causar uma lesão fixa não é problemática eos riscos <strong>de</strong> trauma vascular <strong>de</strong>correntes do uso <strong>de</strong>bainhas maiores, necessárias à liberação <strong>da</strong>s próteses,são me<strong>no</strong>res. Há uma tendência atual em tratar pacientesmais jovens com CoA, assim que eles atinjam pesoacima <strong>de</strong> 25 kg (geralmente após 7-8 a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>) 48 .Certos pacientes com hipoplasia <strong>de</strong> arco aórtico tambémpo<strong>de</strong>m se beneficiar do implante <strong>de</strong> stent nestalocalização 49,50 . Vários relatos clínicos iniciais têm<strong>de</strong>monstrado a viabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, segurança e efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>imediata e em médio prazo <strong>de</strong>sta técnica, em pacientescom CoA nativa e recorrente 24,28,30,43,47,50-57 . Até omomento, nenhum ensaio clínico controlado foi publicadocomparando as diferentes formas <strong>de</strong> tratamento(cirurgia, aortoplastia com balão e implante <strong>de</strong> stent)para CoA em diversas faixas etárias. No entanto, estaevolução <strong>de</strong> uma forma <strong>de</strong> tratamento para outra, comoobserva<strong>da</strong> em outras áreas <strong>da</strong> medicina, não foi basea<strong>da</strong>em ensaios controlados. A evidência é amplamente,se não apenas, <strong>de</strong>riva<strong>da</strong> <strong>de</strong> estudos observacionaislongitudinais 58 .TÉCNICA DE IMPLANTEA técnica <strong>de</strong> implante <strong>de</strong> stents (Figuras 4 a 6) naaorta tem progressivamente evoluído <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua <strong>de</strong>scriçãoFigura 4 - Aortografias em perfil esquerdo (A) e em oblíqua anterior direita com discreta angulação cau<strong>da</strong>l (B). Um cateter Berman angiográficofoi posicionado <strong>no</strong> arco por via anterógra<strong>da</strong>, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> punção transeptal. A coarctação é localiza<strong>da</strong> e me<strong>de</strong> me<strong>no</strong>s que 3 mm, em seu me<strong>no</strong>rdiâmetro. O istmo tem dimensões conserva<strong>da</strong>s (20 mm). Em C, um cateter-balão <strong>de</strong> 8 mm <strong>de</strong> diâmetro é utilizado para pré-dilatação <strong>da</strong> lesão.Figura 5 - Em A, <strong>no</strong>ta-se um stent CP coberto sendo posicionado <strong>no</strong> local <strong>da</strong> lesão. Em B e C, os balões inter<strong>no</strong>s e exter<strong>no</strong>s do cateterbalãoBIB são insuflados seqüencialmente.156


Neves J, et al. <strong>Uso</strong> <strong>de</strong> <strong>Stents</strong> <strong>no</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>da</strong> Coarctação <strong>da</strong> <strong>Aorta</strong>. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(3): 153-166.<strong>no</strong> início dos a<strong>no</strong>s 90. O procedimento é geralmenterealizado sob anestesia geral ou se<strong>da</strong>ção profun<strong>da</strong>.Após se estabelecer acesso arterial femoral, um segundoacesso vascular (artéria braquial/radial ou veia femoral)também po<strong>de</strong> ser obtido para angiografias repeti<strong>da</strong>s<strong>no</strong> arco aórtico (via artéria braquial/radial ou apóspunção septal), a fim <strong>de</strong> auxiliar <strong>no</strong> posicionamentocorreto <strong>da</strong> prótese durante a liberação (Figura 4) 30,51 .Heparina (100-150 U/kg; máx 10.000 UI) é administra<strong>da</strong>endove<strong>no</strong>samente. Após cateterismo esquerdo convencional,são obti<strong>da</strong>s aortografias nas projeções oblíquaesquer<strong>da</strong>, perfil esquerdo (Figura 4) e oblíqua anteriordireita com angulação cau<strong>da</strong>l. As medi<strong>da</strong>s dos diâmetrosdo arco transverso, istmo aórtico, dilatação pósestenóticae aorta <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte ao nível do diafragmasão obti<strong>da</strong>s. Um guia rígido e longo (260-300 cm) écui<strong>da</strong>dosamente passado através <strong>da</strong> lesão e posicionadona aorta ascen<strong>de</strong>nte ou na artéria subclávia direita ouesquer<strong>da</strong>, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong> angulação <strong>da</strong> lesão.Em pacientes com atresia do lúmen aórtico (CoA em“fundo-cego”), a distância entre as extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>s distal eproximal <strong>da</strong> aorta é visibiliza<strong>da</strong> por injeções simultâneas<strong>de</strong> contraste <strong>no</strong> arco aórtico e na aorta <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nteabaixo do local <strong>da</strong> CoA 31 . Um cateter terapêutico <strong>de</strong>coronária com furo terminal é posicionado <strong>no</strong> “bico”proximal <strong>da</strong> extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> superior <strong>da</strong> aorta, via artériasubclávia direita ou esquer<strong>da</strong>. O segmento atrético é,então, cruzado ou perfurado, utilizando a extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>maleável (para atresia funcional) ou rígi<strong>da</strong> (atresia anatômica)<strong>de</strong> um guia <strong>de</strong> coronária (0,014”) 31 ou (teoricamente)auxiliado por um cateter <strong>de</strong> radiofreqüência. Para monitorizara perfuração e/ou o avanço do guia, é usado uma<strong>da</strong>ptador “em Y”, para permitir injeções manuais <strong>de</strong>contraste por meio do cateter. Após a perfuração, aextremi<strong>da</strong><strong>de</strong> maleável do guia é laça<strong>da</strong> na aorta <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte,para otimizar o suporte. Um balão <strong>de</strong> angioplastiacoronária é avançado através do cateter terapêutico sobreo guia para pré-dilatar a lesão, o que possibilita subseqüentestrocas <strong>de</strong> guias e cateteres, para posterior liberaçãodo stent via artéria femoral.O comprimento <strong>da</strong> prótese seleciona<strong>da</strong> <strong>de</strong>ve cobrirtotalmente a lesão, que geralmente é localiza<strong>da</strong>. Lesõessegmentares po<strong>de</strong>m necessitar <strong>de</strong> stents mais longosou sobrepostos. O diâmetro do balão escolhido <strong>de</strong>veser igual ao do istmo ao nível <strong>da</strong> origem <strong>da</strong> artériasubclávia esquer<strong>da</strong>, não exce<strong>de</strong>ndo o diâmetro <strong>da</strong>aorta <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte ao nível do diafragma 30,51 . Prótesesbalão-expansíveis <strong>de</strong>vem ser monta<strong>da</strong>s sobre o balão.Um pouco <strong>de</strong> contraste é usado para ume<strong>de</strong>cer obalão antes <strong>de</strong> posicionar o stent sobre ele, aumentandosua a<strong>de</strong>rência. Durante a montagem, um guia é<strong>de</strong>ixado <strong>de</strong>ntro o balão, a fim <strong>de</strong> retificar o sistema eevitar <strong>da</strong><strong>no</strong>s ao balão pela estrutura do stent. Com ostent CP coberto, esta ma<strong>no</strong>bra e a introdução dostent na bainha longa exigem cui<strong>da</strong>do extra. Deve-seevitar ume<strong>de</strong>cer a cama<strong>da</strong> <strong>de</strong> ePTFE em to<strong>da</strong>s as etapaspara manter sua forma original ao redor <strong>da</strong> prótese e,adicionalmente, usar uma “bainha corta<strong>da</strong>” 1-2 F me<strong>no</strong>rque a bainha longa para protegê-lo durante o avançopela válvula hemostática 31 .Cateteres-balão convencionais ou o balloon-in-balloon- BIB ® (Numed Inc., NY, USA) po<strong>de</strong>m ser utilizadospara liberar o stent, <strong>de</strong> acordo com a experiência dooperador. O balão BIB é composto <strong>de</strong> dois balões montadosum <strong>de</strong>ntro do outro <strong>no</strong> mesmo cateter (Figura 7).O balão inter<strong>no</strong> tem me<strong>no</strong>r perfil, é me<strong>no</strong>s complacentee expan<strong>de</strong> à meta<strong>de</strong> do balão exter<strong>no</strong>, sendo 1 cmmais curto 28,29 . Em geral, são empregados balões 0,5 a1 cm mais longos que a prótese. Isto diz respeito aoFigura 6 - Em A, <strong>no</strong>ta-se o aspecto angiográfico após esvaziamento do cateter-balão BIB. O stent ain<strong>da</strong> não está completamente aposto àspare<strong>de</strong>s do vaso. Em B e C, um cateter-balão <strong>de</strong> me<strong>no</strong>r comprimento foi utilizado para ajustar as extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do stents <strong>de</strong> forma a melhorapor as hastes à pare<strong>de</strong> vascular. O resultado final é observado em C.157


Neves J, et al. <strong>Uso</strong> <strong>de</strong> <strong>Stents</strong> <strong>no</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>da</strong> Coarctação <strong>da</strong> <strong>Aorta</strong>. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(3): 153-166.Figura 7 - Cateter-balão BIB. Ver texto para maior <strong>de</strong>talhamento.balão exter<strong>no</strong> quando se utiliza o balão BIB. Emboraalguns especialistas prefiram o uso <strong>de</strong> balão único,outros advogam que esse método po<strong>de</strong> exacerbar ofenôme<strong>no</strong> <strong>de</strong> flutuação que comumente ocorre durantea liberação <strong>de</strong> stents, fazendo com que a prótese <strong>de</strong>slizee sofra migração 28,29 . O balão BIB foi <strong>de</strong>senvolvidopara minimizar estes problemas, permitindo uma liberaçãomais controla<strong>da</strong> 28,29 .Para aperfeiçoar o posicionamento do stent e minimizaro risco <strong>de</strong> migração com o uso <strong>de</strong> balões convencionais,Marshall et al. 43 advogam discreta insuflação<strong>da</strong> porção distal do balão, enquanto a porçãoproximal <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> balão-stent ain<strong>da</strong> está <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>bainha longa. Esta ma<strong>no</strong>bra é segui<strong>da</strong> <strong>de</strong> retração <strong>da</strong>bainha e expansão <strong>da</strong>s porções média e proximal dobalão (Figura 8). O uso <strong>de</strong> pré-dilatação <strong>da</strong> lesão écontroverso, já que foi associado à maior incidência<strong>de</strong> formação <strong>de</strong> aneurisma ou dissecção intimal emestudo multicêntrico recente 59 . Entretanto, na presença<strong>de</strong> lesão crítica, o local <strong>da</strong> CoA po<strong>de</strong> ser pré-dilatado,usando balões <strong>de</strong> diâmetros peque<strong>no</strong>s ou mo<strong>de</strong>rados(6-8 mm), para permitir a passagem <strong>da</strong> bainha longa(Figura 4). O perfil <strong>da</strong> bainha necessário para o implantedo stent <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do perfil do cateter-balão,sendo geralmente 1-3 F maior que o perfil <strong>da</strong> bainharecomen<strong>da</strong><strong>da</strong> para o cateter-balão. Geralmente, bainhaslongas <strong>de</strong> 9 a 14 F (Cook Cardiology, IN, USA)são usa<strong>da</strong>s para a liberação <strong>de</strong> stents. A seguir, o stentmontado sobre o balão é avançado pela válvula hemostática<strong>da</strong> bainha até sua ponta distal. A bainha é,então, traciona<strong>da</strong> lentamente para expor o stent na luzvascular. Através do braço lateral <strong>da</strong> bainha durantea retração ou, preferencialmente, via um segundo cateterangiográfico posicionado <strong>no</strong> arco aórtico, angiografiasrepeti<strong>da</strong>s são realiza<strong>da</strong>s para garantir o posicionamentocorreto do stent antes <strong>da</strong> liberação (Figura 4). Quandoo balão BIB é utilizado, o balão inter<strong>no</strong> é insufladoinicialmente e, se necessário, o stent po<strong>de</strong> ser reposicionadoantes <strong>da</strong> insuflação do balão exter<strong>no</strong> (Figura 5).Se a CoA é localiza<strong>da</strong> imediatamente abaixo <strong>da</strong> artériasubclávia, o stent é liberado com o me<strong>no</strong>r grau <strong>de</strong>acavalgamento possível através do óstio arterial. Entretanto,a cobertura completa <strong>da</strong> artéria subclávia esquer<strong>da</strong>ou direita (quando existe origem anômala <strong>da</strong> última)não tem sido relaciona<strong>da</strong> a qualquer evento adverso.Alguns advogam o uso <strong>de</strong> ma<strong>no</strong>bras para diminuira freqüência cardíaca e/ou reduzir o volume <strong>de</strong> ejeçãoFigura 8 - Técnica para expansão estagia<strong>da</strong> do stent. Paciente <strong>de</strong> 48 a<strong>no</strong>s com coarctação <strong>da</strong> aorta grave e sinais <strong>de</strong> fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> arterialcaracteriza<strong>da</strong> pela presença <strong>de</strong> valva aórtica bicúspi<strong>de</strong>, aneurisma <strong>da</strong> aorta ascen<strong>de</strong>nte e ectasia <strong>da</strong> aorta <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte. No painel esquerdo,<strong>no</strong>ta-se o aspecto <strong>da</strong> lesão: a coarctação é grave e o istmo é muito curto. Nos painéis centrais, <strong>no</strong>ta-se a extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> distal do stent sendoinsufla<strong>da</strong>, enquanto meta<strong>de</strong> do balão encontra-se ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> bainha longa. Após esta ser totalmente puxa<strong>da</strong>, a parte proximal do balãoé, então, insufla<strong>da</strong>, <strong>de</strong>ixando-se a parte central do stent subexpandi<strong>da</strong>. No painel direito, <strong>no</strong>ta-se o aspecto final após o implante comincremento significativo do diâmetro <strong>da</strong> lesão. Entretanto, gradiente residual <strong>de</strong> 10-15 mmHg persistiu. Este paciente foi submetido a <strong>no</strong>vocateterismo, após 8 meses, quando a parte central do stent foi dilata<strong>da</strong>, com <strong>de</strong>saparecimento do gradiente local.158


Neves J, et al. <strong>Uso</strong> <strong>de</strong> <strong>Stents</strong> <strong>no</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>da</strong> Coarctação <strong>da</strong> <strong>Aorta</strong>. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(3): 153-166.para otimizar o posicionamento do stent durante ainsuflação do balão, como a administração <strong>de</strong> altasdoses <strong>de</strong> a<strong>de</strong><strong>no</strong>sina ou marca-passo ventricular emaltas freqüências 60,61 . Com o uso do balão BIB, estasma<strong>no</strong>bras se tornam, provavelmente, <strong>de</strong>snecessárias e<strong>de</strong>vem ser reserva<strong>da</strong>s para pacientes submetidos àdilatação com balão para este<strong>no</strong>se aórtica grave, a fim<strong>de</strong> evitar a “<strong>da</strong>nça” do balão através do anel valvaraórtico durante a valvoplastia, o que induz regurgitaçãoaórtica <strong>de</strong>vido à lesão dos folhetos 62 .Para pacientes com lesões críticas tem sido recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>a dilatação com stent <strong>de</strong> forma estagia<strong>da</strong>,objetivando-se atingir 50-75% do diâmetro final <strong>no</strong>primeiro procedimento 33,57,63 . Esta estratégia evita umaumento abrupto e excessivo do diâmetro <strong>no</strong> local <strong>da</strong>CoA, o que po<strong>de</strong>ria resultar em dissecção <strong>da</strong> pare<strong>de</strong>aórtica, ruptura ou formação <strong>de</strong> aneurisma. Isto po<strong>de</strong>ser especialmente ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro em pacientes com marcadores<strong>de</strong> fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> aórtica, tais comovalva aórtica bicúspi<strong>de</strong>, aneurisma <strong>de</strong> aorta ascen<strong>de</strong>nteou <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte e i<strong>da</strong><strong>de</strong> avança<strong>da</strong> 64-67 , <strong>no</strong>s quais ouso <strong>de</strong> stents cobertos também é recomen<strong>da</strong>do 31 .Há duas técnicas para realizar a dilatação estagia<strong>da</strong>.A primeira envolve o uso <strong>de</strong> balão para liberação dostent com diâmetro subestimado (comparado ao tamanhodo istmo) <strong>no</strong> procedimento inicial e realizando adilatação completa <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 6 a 12 meses em outroprocedimento 57,63 . Com esta técnica, o stent subexpandidoé seguro apenas <strong>no</strong> local <strong>da</strong> coarctação e po<strong>de</strong>não ficar totalmente estável, aumentando o risco <strong>de</strong>migração inadverti<strong>da</strong> e posicionamento ina<strong>de</strong>quado,especialmente se <strong>no</strong>vas manipulações para dilatar asextremi<strong>da</strong><strong>de</strong>s forem tenta<strong>da</strong>s 30 . A segun<strong>da</strong> técnica, eprovavelmente melhor, é insuflar apenas as porçõesproximal e distal <strong>de</strong> um balão <strong>de</strong> tamanho apropriado(<strong>de</strong> acordo com o tamanho do istmo). Com isto, <strong>de</strong>ixaseo centro do stent mais estreitado, subexpandido,ficando o stent em um formato <strong>de</strong> ampulheta 33 . Paraatingir este objetivo, a ma<strong>no</strong>bra proposta por Marshallet al. 43 , usando um balão convencional, po<strong>de</strong> ser necessária(Figura 8). É importante <strong>no</strong>tar que o empregodo balão BIB com o uso do balão inter<strong>no</strong> exclui aaplicação <strong>de</strong>sta última técnica estagia<strong>da</strong>. Em geral, adilatação completa imediata do stent po<strong>de</strong> ser realiza<strong>da</strong><strong>de</strong> forma segura em pacientes sem obstrução críticae sem marcadores <strong>de</strong> fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> aórtica 30,51 .A maioria <strong>de</strong>stes pacientes requer apenas uma ouduas insuflações para liberação do stent. Embora algunsadvoguem o ajuste <strong>da</strong>s extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do stent (Figura6) para otimizar a endotelização 50 , é pouco provávelque a aposição completa <strong>da</strong> prótese na região pósestenóticaseja alcança<strong>da</strong> em todos os pacientes usandostents expansíveis até 25 mm, como o Palmaz extragran<strong>de</strong>e o CP. Se o objetivo do implante <strong>de</strong> stent naCoA é o alívio do gradiente, este é alcançado a <strong>de</strong>speito<strong>da</strong> completa aposição do stent na região pós-estenóticae melhor aparência <strong>no</strong> resultado angiográfico 30 .Deve-se ter cui<strong>da</strong>do especial ao manipular cateterese guias na área recentemente dilata<strong>da</strong>. Novas medi<strong>da</strong>s<strong>de</strong> pressão e aortografias <strong>de</strong>vem ser realiza<strong>da</strong>s imediatamenteapós o implante do stent. Cefazolina ® (20 mg/kg; máx 2g) é administra<strong>da</strong> durante o procedimento eem intervalos <strong>de</strong> 8h (total <strong>de</strong> 3 doses). A heparinaadministra<strong>da</strong> é parcialmente neutraliza<strong>da</strong> com protaminase o tempo <strong>de</strong> tromboplastina ativa<strong>da</strong> (TTPa) for maiorque 200s (isto po<strong>de</strong> não ser realizado rotineiramenteem alguns centros pediátricos) e a hemostasia obti<strong>da</strong>por compressão manual. Os pacientes são, então, acor<strong>da</strong>dose transferidos à uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperação paraobservação clínica <strong>de</strong> rotina. Geralmente, a alta hospitalarocorre <strong>no</strong> dia seguinte, com os pacientes sendoorientados para usar aspirina (2-5 mg/kg/dia; máx:300 mg) e evitar esportes <strong>de</strong> contato por 6 meses.Radiografia <strong>de</strong> tórax, eletrocardiograma e ecocardiogramasão realizados antes <strong>da</strong> alta e agen<strong>da</strong>dos após1 a 3 meses, 6 meses, 12 meses e anualmente a partir<strong>de</strong>ste momento, juntamente com a consulta clínica.Devido à possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> formação tardia <strong>de</strong> aneurismasapós implante <strong>de</strong> stent na CoA, um seguimento utilizandotécnicas <strong>de</strong> imagem é obrigatório em todos os pacientes59 . Para isso, um <strong>no</strong>vo cateterismo, ressonânciamagnética ou tomografia computadoriza<strong>da</strong> <strong>de</strong>vem seragen<strong>da</strong>dos entre 6 a 12 meses após o procedimentoe, provavelmente, em algum momento do seguimentoa médio e longo prazo.RESULTADOS NAS INSTITUIÇÕES DOS AUTORESDe setembro <strong>de</strong> 1995 a abril <strong>de</strong> 2005, 70 pacientes(47 do sexo masculi<strong>no</strong>) foram submetidos a implante<strong>de</strong> stent para tratamento <strong>de</strong> CoA nas instituições dosautores. A média <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> e peso foi <strong>de</strong> 21,5±10,8a<strong>no</strong>s (variação: 3-57) e 57,6±16,7 kg (variação: 12-88), respectivamente. Dos pacientes, 64 tinham lesõesnativas e 6 recorrentes, incluindo quatro após cirurgiae dois após prévia dilatação com balão; 23 pacientesnão tinham co-morbi<strong>da</strong><strong>de</strong> associa<strong>da</strong>, enquanto 31 possuíamvalva aórtica bicúspi<strong>de</strong> (dois com este<strong>no</strong>sesgraves que foram dilata<strong>da</strong>s com balão), quatro apresentavamcanais arteriais peque<strong>no</strong>s, dois, pequenas CIVsmusculares e <strong>de</strong>z, lesões mistas associa<strong>da</strong>s, incluindoregurgitação aórtica ou mitral significativas após transplantecardíaco (um), troca <strong>de</strong> valva aórtica (dois) edoença arterial coronariana aguar<strong>da</strong>ndo cirurgia <strong>de</strong>revascularização (um). Em uma paciente, o procedimentofoi realizado <strong>no</strong> terceiro trimestre <strong>da</strong> gestação. Em 67pacientes, a CoA estava localiza<strong>da</strong> <strong>no</strong> istmo aórtico,enquanto que em três pacientes localizava-se na porçãodistal do arco aórtico, proximal à origem <strong>da</strong> artériasubclávia esquer<strong>da</strong>. Em três pacientes, havia CoA longae tubular, enquanto <strong>no</strong>s 67 restantes a lesão era focal.Em 20 pacientes, a CoA foi pré-dilata<strong>da</strong> usandobalões <strong>de</strong> 3-8 mm. Os balões utilizados para liberaçãoinicial do stent foram: BIB em 46 pacientes, Cordis em159


Neves J, et al. <strong>Uso</strong> <strong>de</strong> <strong>Stents</strong> <strong>no</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>da</strong> Coarctação <strong>da</strong> <strong>Aorta</strong>. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(3): 153-166.12, Z-Med TM em 2 e outros balões <strong>no</strong>s 10 restantes. Odiâmetro médio do balão utilizado foi 16,3±3,5 mm,o que correspon<strong>de</strong> a 4,1±2,9 vezes o diâmetro <strong>da</strong>lesão. Seis tipos <strong>de</strong> stent foram utilizados incluindo oPalmaz extra-gran<strong>de</strong> (P 4014) em 27 pacientes, CP<strong>de</strong>scoberto em 20, Gênesis em 9, CP coberto em 7,Max LD em 5 e Palmaz gran<strong>de</strong> em 2. Em dois pacientes,ocorreu migração imediata do stent, um, após escorregarsobre um balão Z-Med com o mesmo comprimentodo stent e outro, após tentativa <strong>de</strong> ajustar as extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> um stent subexpandido inicialmente. Os stentsperdidos foram implantados na aorta <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, semefeitos adversos e seguidos <strong>de</strong> <strong>no</strong>vo implante <strong>de</strong> stent.Não ocorreu ruptura <strong>de</strong> balão. Ao final, todos os pacientestiveram stents implantados com sucesso <strong>no</strong>local <strong>de</strong> obstrução. Em 12 pacientes, todo o stent ouparte <strong>de</strong>le cavalgou a origem <strong>da</strong> artéria subclávia esquer<strong>da</strong>e, em 1, a artéria subclávia direita anômala. Em 4pacientes, a<strong>no</strong>rmali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> aórtica, incluindoaneurismas e dissecções, foram observa<strong>da</strong>s logo apóso implante do stent. Em um <strong>de</strong>stes quatro pacientes,ocorreu formação <strong>de</strong> aneurisma após migração dostent, necessitando <strong>de</strong> um enxerto com stent autoexpansível(Braile Biomédica, São José do Rio Preto,Brasil) para excluí-lo. Lesão <strong>da</strong> artéria femoral ou ilíacanecessitando cirurgia foi observa<strong>da</strong> em dois pacientes.Nenhum paciente apresentou complicação vascularcerebral.conforme <strong>de</strong>scrição anterior. Estas fraturas foram circunferenciaisem três pacientes (um CP e dois Genesis),requerendo implante <strong>de</strong> stent coberto em um segundoprocedimento (Figura 10). A<strong>no</strong>rmali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> pare<strong>de</strong>aórtica foram observa<strong>da</strong>s em seis pacientes <strong>no</strong> seguimento,dois dos quais inicialmente apresentaram linhas<strong>de</strong> dissecção que progrediram para formação <strong>de</strong> peque<strong>no</strong>saneurismas. Dois <strong>de</strong>stes seis pacientes necessitaramimplante <strong>de</strong> stent coberto em um segundo procedimento<strong>de</strong>vido a gran<strong>de</strong>s aneurismas, que mediramO diâmetro do local <strong>da</strong> CoA aumentou <strong>de</strong> 5,4±2,9para 15,6±3,4 mm (p


Neves J, et al. <strong>Uso</strong> <strong>de</strong> <strong>Stents</strong> <strong>no</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>da</strong> Coarctação <strong>da</strong> <strong>Aorta</strong>. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(3): 153-166.mais que 50% do diâmetro <strong>da</strong> aorta <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte aonível do diafragma (Figura 11). Os quatro restantesforam consi<strong>de</strong>rados como portadores <strong>de</strong> aneurismasdiscretos, sendo seguidos clinicamente. Cinco <strong>de</strong>stesseis pacientes possuíam possíveis marcadores <strong>de</strong> fragili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> pare<strong>de</strong> aórtica, tais como i<strong>da</strong><strong>de</strong> avança<strong>da</strong>(> 30 a<strong>no</strong>s), aorta ascen<strong>de</strong>nte aneurismática, valvaaórtica bicúspi<strong>de</strong> necessitando troca por prótese metálicae gravi<strong>de</strong>z. Migração tardia do stent ocorreu em doispacientes. Em um <strong>de</strong>les, o stent (P 4014) ain<strong>da</strong> estavacobrindo o local <strong>da</strong> CoA, <strong>de</strong>monstrando apenas umadiscreta migração distal, embora associa<strong>da</strong> à formação<strong>de</strong> peque<strong>no</strong> aneurisma. Não foi indica<strong>da</strong> qualquerintervenção para este paciente que tinha 25 a<strong>no</strong>s <strong>de</strong>i<strong>da</strong><strong>de</strong> e aorta ascen<strong>de</strong>nte aneurismática e importantedilatação pós-estenótica, medindo mais <strong>de</strong> 40 mm emdiâmetro. No outro paciente, o stent (Genesis 2910implantado sobre um balão <strong>de</strong> 12 mm) migrou para aaorta <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte abdominal, necessitando implante<strong>de</strong> <strong>no</strong>vo stent na CoA. Este paciente tinha 11 a<strong>no</strong>s <strong>de</strong>i<strong>da</strong><strong>de</strong> e o istmo media 11 mm.Nenhum paciente necessitou <strong>de</strong> intervenção cirúrgica<strong>no</strong> seguimento. Entretanto, sete pacientes necessitaram<strong>de</strong> um segundo procedimento percutâneo, incluindoredilatação do stent em três pacientes, comoparte <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>gem estagia<strong>da</strong> e implante <strong>de</strong> <strong>no</strong>vostent <strong>de</strong>vido a fraturas, migração ou formação <strong>de</strong> aneurismas<strong>no</strong>s seis pacientes restantes.Figura 11 - Paciente <strong>de</strong> 50 a<strong>no</strong>s, previamente submetido a duascirurgias cardíacas para troca valvar aórtica por prótese metálica<strong>de</strong>vido à disfunção <strong>de</strong> valva aórtica bicúspi<strong>de</strong>. Havia aneurisma <strong>da</strong>aorta ascen<strong>de</strong>nte e ectasia <strong>da</strong> aorta <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte. Implantou-sestent CP recoberto, com ótimo aspecto angiográfico final (painéissuperiores). Em cateterismo <strong>de</strong> controle realizado após 1 a<strong>no</strong>,<strong>no</strong>tou-se a formação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> aneurisma ao redor do stent, quefoi excluído com o uso <strong>da</strong> endoprótese Braile (painéis inferiores).RESULTADOS NA LITERATURA E DISCUSSÃOOs relatos <strong>de</strong> seguimento imediatos e em médioprazo do implante <strong>de</strong> stents para CoA são encorajadores.Os resultados iniciais mostraram quase ou completaresolução do gradiente <strong>de</strong> pressão na maioria dospacientes 24,28,30,43,47,50-57 , sendo melhores que dilataçãocom balão isola<strong>da</strong>. No seguimento em médio prazo,o alívio do gradiente persistiu na maioria dos pacientesem to<strong>da</strong>s as séries publica<strong>da</strong>s 24,28,30,43,47,50-57 . Emboraem alguns estudos graus variáveis <strong>de</strong> crescimento neointimal<strong>de</strong>ntro do stent tenham sido <strong>de</strong>tectados naangiografia e/ou ultra-som intravascular, apenas aquelespacientes mais jovens (especialmente crianças) parecemestar sob risco <strong>de</strong> reeste<strong>no</strong>se, necessitando <strong>de</strong>reintervenção. Como o lúmen vascular é gran<strong>de</strong> naaorta do adulto, uma proliferação intra-stent leve, geralmente,não resulta em obstrução significativa aofluxo e geração <strong>de</strong> gradiente local. Por outro lado, umstent expandido <strong>de</strong> forma subótima <strong>no</strong> primeiro procedimentoou recolhimento do stent têm sido consi<strong>de</strong>radoscausas <strong>de</strong> gradiente significativo <strong>no</strong> local <strong>de</strong> CoA<strong>no</strong> seguimento. Estes casos têm sido manejados comsucesso com expansão sucessiva do stent 54-57 . A esserespeito, a redilatação do stent tem sido relata<strong>da</strong> comonecessária em até 30% dos pacientes durante o seguimentoem um estudo 57 . Após o implante do stent, ahipertensão <strong>no</strong>s membros superiores melhora e háredução <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> medicações. Nas sériesrecentemente publica<strong>da</strong>s pelos autores foi possível interrompero uso <strong>de</strong> medicações em dois terços <strong>de</strong> 21pacientes e diminuir a dose <strong>no</strong>s pacientes restantes 30 .Le<strong>de</strong>sma et al. 56 reportaram melhora <strong>no</strong> controle dosníveis tencionais em todos os pacientes <strong>da</strong> sua série,permitindo a suspensão <strong>da</strong>s medicações em 30 <strong>de</strong> 53pacientes. Resultados similares foram relatados poroutros investigadores, <strong>de</strong>monstrando claros benefícios<strong>no</strong> manejo <strong>da</strong> hipertensão arterial após o implante <strong>de</strong>stents para CoA 50-52,54,55,57 . Embora o teste ergométricotenha sido utilizado em algumas séries para avaliar ahipertensão induzi<strong>da</strong> por exercício, o valor <strong>de</strong>sse testefoi questionado recentemente 68 . Aumento <strong>da</strong> rigi<strong>de</strong>z ediminuição <strong>da</strong> reserva <strong>de</strong> relaxamento vascular <strong>no</strong>svasos do segmento superior do corpo foram implicadosna etiologia <strong>da</strong> hipertensão em repouso e duranteexercício após o reparo cirúrgico 69-71 . Pacientes comgrau leve <strong>de</strong> obstrução po<strong>de</strong>m se beneficiar do implante<strong>de</strong> stent, diminuindo as altas pressões <strong>de</strong> enchimentoventricular e preservando as funções sistólica e diastólicado ventrículo esquerdo em longo prazo 43,44 . Neste cenárioclínico, é importante lembrar que cirurgia não égeralmente consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> e a angioplastia com balãoisola<strong>da</strong> tem resultados <strong>de</strong>sapontadores.O procedimento é geralmente seguro, embora complicaçõespossam ocorrer 72 . A taxa <strong>de</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> éprovavelmente me<strong>no</strong>r que 1-2%, mesmo levantando ahipótese que casos fatais não são comumente relatados.Gran<strong>de</strong>s dissecções vasculares ou ruptura aórticadurante a liberação do stent são as principais causas161


Neves J, et al. <strong>Uso</strong> <strong>de</strong> <strong>Stents</strong> <strong>no</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>da</strong> Coarctação <strong>da</strong> <strong>Aorta</strong>. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(3): 153-166.<strong>de</strong>ste evento catastrófico 73,74 . Outras complicaçõespo<strong>de</strong>m ser subdividi<strong>da</strong>s em dois grupos: técnicas eclínicas. Entre as primeiras, o posicionamento ina<strong>de</strong>quadodo stent durante o implante e a migração precoceou tardia po<strong>de</strong>m ocorrer em até 11% dos pacientes 57 .As principais causas são <strong>de</strong>slizamento do stent ouruptura do balão durante o implante. Geralmente osstents perdidos são subexpandidos e migram distalmentepara a aorta <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte. Enquanto o guia estiveratravés do stent, é possível trazê-lo gentilmente comum balão e expandi-lo numa localização segura naaorta <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, sem qualquer efeito clínico adversopara o paciente. Entretanto, infarto do miocárdio foiobservado durante tentativa prolonga<strong>da</strong> <strong>de</strong> reposicionarum stent mal posicionado <strong>no</strong> arco aórtico <strong>de</strong>vido àruptura <strong>de</strong> balão em uma <strong>da</strong>s séries 50 . Apesar <strong>de</strong> haverpoucos <strong>da</strong>dos científicos a este respeito, acredita-seque o uso do balão BIB aju<strong>de</strong> a prevenir o <strong>de</strong>slocamentodo stent e seu mau posicionamento, já que a insuflaçãoinicial do balão inter<strong>no</strong> ocorre do centro para as extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>s,minimizando o fenôme<strong>no</strong> <strong>de</strong> flutuação 30 . Istotambém po<strong>de</strong> diminuir as chances <strong>de</strong> ruptura do balão28,29 . A migração tardia ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira do stent é provavelmenterara. Os autores acreditam que os casos observadosna própria experiência relata<strong>da</strong> acima possam terocorrido precocemente após o implante, mas só foramreconhecidos tardiamente, <strong>no</strong> seguimento por imagem.Isto enfatiza a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se obter radiografias dotórax <strong>de</strong> alta quali<strong>da</strong><strong>de</strong> antes <strong>da</strong> alta hospitalar.Outra complicação técnica que po<strong>de</strong> ocorrer é afratura do stent, a qual raramente é observa<strong>da</strong> duranteo implante ou <strong>no</strong> primeiro dia após o procedimento(Luís Carlos Simões, comunicação pessoal). A ocorrência<strong>de</strong> fraturas com o stent CP <strong>no</strong> seguimento foi recentementebem documenta<strong>da</strong> pelos autores 30,31 . Apesar <strong>de</strong>que uma fratura localiza<strong>da</strong> entre duas fileiras seja provavelmentebenigna, com implicações clínicas limita<strong>da</strong>s,uma fratura circunferencial (vista em alguns pacientes)po<strong>de</strong> resultar em embolização dos fragmentos econseqüências imprevisíveis. Se a fratura ocorre apósa endotelização do implante endovascular não se observaqualquer mu<strong>da</strong>nça na posição do stent <strong>no</strong> seguimentotardio (Figura 10). Aprimoramentos <strong>no</strong> processo<strong>de</strong> sol<strong>da</strong>gem usando ouro foram empregados pelofabricante para solucionar este problema. Fraturas longitudinaiscom o Palmaz gran<strong>de</strong> implantado nas artériaspulmonares são raras 75 . Fraturas não foram documenta<strong>da</strong>scom o Palmaz extra-gran<strong>de</strong> na aorta, provavelmenteporque a malha metálica <strong>de</strong>ste stent é maisespessa. Como observado na experiência dos autores,as fraturas circunferenciais também po<strong>de</strong>m ocorrer como Gênesis, quando expandido a diâmetros maiores naaorta. Da mesma forma, há alguma preocupação a respeito<strong>da</strong> resistência à fadiga do stent Max LD em longo prazo.Mais pacientes e períodos mais longos <strong>de</strong> seguimentoirão esclarecer estas questões. Devido ao fato <strong>de</strong> queuma fratura circunferencial associa<strong>da</strong> à protrusão <strong>da</strong>estrutura do stent na pare<strong>de</strong> aórtica po<strong>de</strong>, teoricamente,aumentar o risco <strong>de</strong> perfuração <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> aórtica, <strong>de</strong>veseconsi<strong>de</strong>rar a liberação <strong>de</strong> um stent coberto <strong>de</strong>ntrodo implante anterior 31 (Figura 10).Complicações clínicas po<strong>de</strong>m envolver o local <strong>de</strong>acesso e incluem sangramento, formação <strong>de</strong> hematomae per<strong>da</strong> <strong>de</strong> pulso, necessitando terapia medicamentosa,hemotransfusão ou cirurgia. Hemotórax agudoapós a liberação <strong>de</strong> stent foi observado e é <strong>de</strong>vidoprovavelmente ao estiramento e dissecção em colateraismaiores adjacentes ao local <strong>da</strong> CoA (William Torres,comunicação pessoal). Mesmo utilizando endoprótesescobertas, as chances <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> aneurisma <strong>no</strong>local <strong>da</strong> CoA não foram completamente elimina<strong>da</strong>s(Figura 11) 31 . Tais aneurismas ocorrem em até 11%dos pacientes, incluindo o seguimento a curto e médioprazo 24,50,51,53,56 . Diferenças nas taxas <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>aneurismas nas diferentes séries po<strong>de</strong>m ser parcialmenteexplica<strong>da</strong>s pela falta <strong>de</strong> unanimi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>no</strong> que diz respeitoà <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>sta lesão. Contudo, várias formas <strong>de</strong>a<strong>no</strong>rmali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> aórtica po<strong>de</strong>m ser encontra<strong>da</strong>sapós o implante <strong>de</strong> stent e são provavelmentemais comuns <strong>no</strong>s pacientes <strong>de</strong> alto risco, com marcadores<strong>de</strong> fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> aórtica, tais como i<strong>da</strong><strong>de</strong>avança<strong>da</strong>, aorta aneurismática e valva aórtica bicúspi<strong>de</strong> 31 .Na experiência já <strong>de</strong>scrita acima pelos autores, a formaçãotardia <strong>de</strong> aneurisma também foi observa<strong>da</strong> emuma paciente que realizou o procedimento durante agravi<strong>de</strong>z. Especulamos que a ação <strong>de</strong> hormônios estrogêniospossa ter aumentado a fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> vascular napare<strong>de</strong> aórtica e propiciado o aparecimento <strong>de</strong>sta lesão.Provavelmente estes pacientes <strong>de</strong> alto risco <strong>de</strong>veriamser submetidos a implante <strong>de</strong> stent coberto <strong>no</strong> procedimentoinicial, com aplicação <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gem estagia<strong>da</strong>,seguindo a técnica <strong>de</strong>scrita por Ewert et al. 33 . A histórianatural completa <strong>de</strong>stas a<strong>no</strong>rmali<strong>da</strong><strong>de</strong>s é <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong>,embora o seguimento por imagem seriado sugiraestabilização ou mesmo resolução em alguns casos24,50,51,53,56 . Infelizmente, <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> imagem <strong>de</strong>talhadossão freqüentemente incompletos na literatura, tornandodifícil realizar conclusões precisas. Por outrolado, os pacientes que fazem exames <strong>de</strong> imagem seriados<strong>no</strong> seguimento são provavelmente aqueles que tiveramalguma forma <strong>de</strong> complicação <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> aórticaou que tenham marcadores <strong>de</strong> fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pare<strong>de</strong>aórtica. Se isto po<strong>de</strong> induzir a viéses e superestimar aprevalência <strong>de</strong> aneurismas <strong>no</strong> seguimento não se sabe.Assim sendo, ao se <strong>de</strong>tectar aumento progressivo <strong>da</strong>área aneurismática em exames <strong>de</strong> imagem seriados,atingindo mais <strong>de</strong> 50% <strong>da</strong> aorta ao nível do diafragma,as alternativas terapêuticas são: ressecção cirúrgica,embolização com molas através <strong>da</strong> estrutura do stent 76e implante <strong>de</strong> stent coberto (Figura 11). Neste sentido,foi sugerido que o uso do stent coberto auto-expansívelpara a exclusão do aneurisma é provavelmente maisseguro que a prótese balão-expansível, evitando, assim,trauma local adicional causado pela força radial dobalão, a qual po<strong>de</strong>ria causar progressão do aneurismae ruptura 31 .162


Neves J, et al. <strong>Uso</strong> <strong>de</strong> <strong>Stents</strong> <strong>no</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>da</strong> Coarctação <strong>da</strong> <strong>Aorta</strong>. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(3): 153-166.Ain<strong>da</strong> há pouca informação sobre a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>do implante primário <strong>de</strong> stent promoveria melhoresresultados que a aortoplastia em pacientes com CoA.Zabal et al. 47 observaram que o implante <strong>de</strong> stent foisuperior à aortoplastia em adultos com hipoplasia doistmo aórtico ou com lesões longas e tubulares. Poroutro lado, os mesmos autores observaram que asduas técnicas promovem evoluções clínicas semelhantesem pacientes com lesões localiza<strong>da</strong>s e gradiente residualme<strong>no</strong>r que 10 mmHg após aortoplastia com balão.Eles recomen<strong>da</strong>ram que o implante <strong>de</strong> stent fique restritoapenas àqueles pacientes com anatomia <strong>de</strong> base <strong>de</strong>sfavorávelou com gradiente residual após aortoplastiasuperior a 10 mmHg em lesões localiza<strong>da</strong>s. O <strong>no</strong>ssogrupo comparou a evolução do implante <strong>de</strong> stent e <strong>da</strong>aortoplastia com balão em adolescentes e adultos,com lesões não-opera<strong>da</strong>s e focais. Embora os <strong>de</strong>sfechosclínicos tenham sido satisfatórios e similares com asduas técnicas, o implante <strong>de</strong> stent apresentou melhoresresultados <strong>no</strong> que diz respeito a alívio <strong>da</strong> este<strong>no</strong>se eminimização do risco imediato <strong>de</strong> a<strong>no</strong>rmali<strong>da</strong><strong>de</strong>s napare<strong>de</strong> aórtica 30 . Adicionalmente, o implante <strong>de</strong> stentfoi associado a resultados mais previsíveis e uniformes,o que po<strong>de</strong> possuir implicações importantes nestapopulação específica. Embora gradientes residuais me<strong>no</strong>resque 20 mmHg tenham sido consi<strong>de</strong>rados satisfatóriospara os pacientes tratados <strong>de</strong> CoA, não há<strong>da</strong>dos contun<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>monstrando que a redução dogradiente abaixo <strong>de</strong> um limite pré-<strong>de</strong>finido conferebenefícios sustentados 77 . Especula-se que mesmo este<strong>no</strong>sesresiduais leves associa<strong>da</strong>s a gradientes baixospo<strong>de</strong>m aumentar o risco <strong>de</strong> eventos cardiovasculares,tais como hipertensão persistente, aci<strong>de</strong>nte vascularcerebral, doença arterial coronariana precoce e implicaçõesnegativas na função ventricular 43,77 . A esse respeito,aumento <strong>da</strong> massa ventricular com hipertrofia ealterações <strong>da</strong>s funções sistólica e diastólica têm sidodocumentados em pacientes operados <strong>de</strong> CoA comgradiente residual baixos 78-82 . Na visão dos autores, ospacientes mais velhos com CoA não-trata<strong>da</strong> representamum subgrupo particular sob risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvertais complicações. É neste contexto que <strong>de</strong>ve ser enfatiza<strong>da</strong>a abolição do gradiente observado após implante<strong>de</strong> stent. Em outras palavras, os autores acreditam queé <strong>de</strong> suma importância promover os melhores resultadosem termos <strong>de</strong> alívio <strong>de</strong> gradiente nestes pacientes,ou seja, implante <strong>de</strong> stent.Não se sabe se pacientes com mais <strong>de</strong> 30-40a<strong>no</strong>s, com sinais <strong>de</strong> doença aórtica (relaciona<strong>da</strong> àCoA propriamente dita, aterosclerose associa<strong>da</strong> ou envelhecimento)po<strong>de</strong>m se beneficiar <strong>da</strong> cirurgia ao invésdo implante <strong>de</strong> stent, <strong>de</strong>vido ao aumento teórico dorisco <strong>de</strong> complicações <strong>da</strong> pare<strong>de</strong> aórtica. Embora osstents cobertos sejam úteis <strong>no</strong> manejo <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>stespacientes, refinamentos na técnica <strong>de</strong> liberação (possivelmentedilatação estagia<strong>da</strong>) e/ou <strong>no</strong> <strong>de</strong>senho dosstent ain<strong>da</strong> são necessários para eliminar este risco 31 .Maior número <strong>de</strong> pacientes e seguimento mais longosão necessários para obtenção <strong>de</strong> conclusões maisfortes neste cenário clínico.Também é <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong> a conseqüência em longoprazo <strong>da</strong> exposição do ventrículo esquerdo, artériascoronárias e arco aórtico a um aumento <strong>da</strong> impedânciasecundário à reduzi<strong>da</strong> elastici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>no</strong> segmento comstent. Apesar <strong>de</strong>sta consi<strong>de</strong>ração teórica, documentousepreservação <strong>da</strong> complacência aórtica em mo<strong>de</strong>losanimais após o implante <strong>de</strong> stent 83 .Finalmente, um gran<strong>de</strong> esforço <strong>de</strong>ve ser empregado,visando à realização <strong>de</strong> estudo clínico multicêntrico,prospectivo e (preferencialmente) randomizado, incluindoos braços <strong>da</strong> cirurgia e <strong>da</strong> aortoplastia, para <strong>de</strong>finira melhor forma <strong>de</strong> tratamento para CoA em pacientesacima <strong>de</strong> 8 a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>. A esse respeito, o CongenitalCardiovascular Interventional Study Consortium li<strong>de</strong>radopelo Dr. Thomas Forbes, do Children’s Hospital<strong>de</strong> Detroit, tem coletado <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> várias instituições<strong>no</strong>s EUA, Europa e América Latina para respon<strong>de</strong>r aesta questão 59,72 .CONCLUSÕESO implante <strong>de</strong> stent para CoA nativa ou póscirúrgicaé hoje aceito como alternativa para o tratamentocirúrgico ou aortoplastia com balão em adolescentese adultos. É uma técnica segura e eficaz, associa<strong>da</strong>a bons resultados a curto e médio prazo e baixa incidência<strong>de</strong> complicações. A taxa <strong>de</strong> reeste<strong>no</strong>se e talvez<strong>de</strong> formação <strong>de</strong> aneurismas é mais baixa quando compara<strong>da</strong>à aortoplastia com balão isola<strong>da</strong>. O implante<strong>de</strong> stent em crianças maiores (7-10 a<strong>no</strong>s) é possível,embora os riscos <strong>de</strong> lesão vascular e <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> dilatações subseqüentes precisem ser avaliados <strong>de</strong>forma individualiza<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> instituição.Baseados nas evidências disponíveis, os autoresrecomen<strong>da</strong>m que o implante rotineiro <strong>de</strong> stent paraCoA nativa ou pós-cirúrgica <strong>de</strong>va ser limitado a criançasmais velhas (> 7-8 a<strong>no</strong>s), adolescentes e adultos.Em crianças pequenas, a aortoplastia com balão continuaa ser uma terapêutica alternativa segura e eficazà cirurgia, exceto para aquelas que se apresentamprecocemente (< 6-12 meses <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>) e/ou com anatomia<strong>de</strong>sfavorável. Mais estudos com metodologia a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>são necessários para esclarecer se o implante<strong>de</strong> stent é <strong>de</strong>finitivamente superior à cirurgia e à aortoplastiacom balão, nas diferentes faixas etárias.PERSPECTIVAS FUTURASCom a miniaturização dos dispositivos e o adventodos stents bio<strong>de</strong>gradáveis, as limitações atuais do uso<strong>de</strong>stas próteses intravasculares em crianças pequenaspo<strong>de</strong>m <strong>de</strong>saparecer em um futuro próximo. Ajustes <strong>no</strong><strong>de</strong>senho dos stents e nas técnicas <strong>de</strong> implante <strong>de</strong>vemmelhorar a evolução em longo prazo, especialmente<strong>no</strong>s pacientes com marcadores <strong>de</strong> fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pare<strong>de</strong>aórtica.163


Neves J, et al. <strong>Uso</strong> <strong>de</strong> <strong>Stents</strong> <strong>no</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>da</strong> Coarctação <strong>da</strong> <strong>Aorta</strong>. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(3): 153-166.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1. Bower C, Ramsay JM. Congenital heart disease: a 10 yearcohort. J Paediatr Child Health 1994;30:414-8.2. Samanek M, Slavik Z, Zborilova B, Horbo<strong>no</strong>va V, VoriskovaM, Skovranek J. Prevalence, treatment, and outcome of heartdisease in live-born children: a prospective analysis of 91,823live-born children. Pediatr Cardiol 1989;10:205-11.3. Brierley J, Redington AN. Aortic coarctation and interrupte<strong>da</strong>ortic arch. In: An<strong>de</strong>rson RH, Baker EJ, Macartney FJ, RigbyML, Shinebourne EA, Tynan M, editors. Paediatric cardiology.London:Churchill Livingstone;2002. p.1523-57.4. Freedom RM, Mawson JB, Yoo SJ, Benson LN. Coarctatio<strong>no</strong>f the aorta. In: Freedom RM, Mawson JB, Yoo SJ, BensonLN, editors. Congenital heart disease. Textbook of angiography.Armonk, NY:Futura Publishing Company;1997. p.899-921.5. Kouchoukos NT, Blackstone E, Doty DB, Hanley FL, KarpRB. Coarctation of the aorta and interrupted aortic arch. In:Kouchoukos NT, Blackstone E, Doty DB, Hanley FL, KarpRB, editors. Kirklin/ Barrat-Boyes Cardiac surgery. Phila<strong>de</strong>lphia:Churchill Livingstone;2003. p.1315-76.6. Kaemmerer H. Aortic coarctation and interrupted aortic arch.In: Gatzoulis MA, Webb GD, Daubeney PEF, editors. Diag<strong>no</strong>sisand management of adult congenital heart disease. Edinburgh:Churchill Livingstone;2003. p.253-64.7. Campbell M. Natural history of coarctation of the aorta. BrHeart J 1970;32:633-40.8. Benson L, Mc Laughlin PR. Coarctation of the aorta. In:Freedom R, Yoo SJ, Mikailian H, Williams WG, editors. Thenatural and modified history of congenital heart disease.New York:Blackwell;2004. p.251-75.9. Brouwer RM, Erasmus ME, Ebels T, Eijgelaar A. Influence ofage on survival, late hypertension, and recoarctation inelective aortic coarctation repair. Including long-term resultsafter elective aortic coarctation repair with a follow-up from25 to 44 years. J Thorac Cardiovasc Surg 1994;108:525-31.10. Sos T, Sni<strong>de</strong>rman KW, Rettek-Sos B, Strupp A, Alonso DR.Percutaneous transluminal dilatation of coarctation of thoracicaorta post mortem. Lancet 1979;2:970-1.11. Fletcher SE, Nihill MR, Grifka RG, O’Laughlin MP, MullinsCE. Balloon angioplasty of native coarctation of the aorta:midterm follow-up and prog<strong>no</strong>stic factors. J Am Coll Cardiol1995;25:730-4.12. Tynan M, Finley JP, Fontes V, Hess J, Kan J. Balloon angioplastyfor the treatment of native coarctation: results of Valvuloplastyand Angioplasty of Congenital A<strong>no</strong>malies Registry. Am JCardiol 1990;65:790-2.13. Fontes VF, Esteves CA, Braga SL, Silva MV, Silva MAE, SousaJE et al. It is valid to dilate native aortic coarctation with aballoon catheter. Int J Cardiol 1990;27:311-6.14. Yetman AT, Nykanen D, McCrindle BW, Sunnegardh J, A<strong>da</strong>tiaI, Freedom RM et al. Balloon angioplasty of recurrent coarctation:a 12-year review. J Am Coll Cardiol 1997;30:811-6.15. Ovaert C, McCrindle BW, Nykanen D, MacDonald C, FreedomRM, Benson LN. Balloon angioplasty of native coarctation:clinical outcomes and predictors of success. J Am CollCardiol 2000;35:988-96.16. Galal MO, Schmaltz AA, Joufan M, Benson L, Samatou L,Halees Z. Balloon dilation of native aortic coarctation ininfancy. Z Kardiol 2003;92:735-41.17. Rao PS, Galal O, Smith PA, Wilson AD. Five- to nine-yearfollow-up results of balloon angioplasty of native aorticcoarctation in infants and children. J Am Coll Cardiol 1996;27:462-70.18. Fawzy ME, Sivanan<strong>da</strong>m V, Galal O, Dunn B, Patel A, RifaiA et al. One- to ten-year follow-up results of balloon angioplastyof native coarctation of the aorta in adolescents and adults.J Am Coll Cardiol 1997;30:1542-6.19. Men<strong>de</strong>lsohn AM, Lloyd TR, Crowley DC, Sandhu SK, KocisKC, Beekman RH 3rd. Late follow-up of balloon angioplastyin children with a native coarctation of the aorta. Am JCardiol 1994;74:696-700.20. Lock JE. Now that we can dilate, should we? Am J Cardiol1984;54:1360.21. I<strong>no</strong> T, Ohkubo M. Dilation mechanism, causes of reste<strong>no</strong>sisand stenting in balloon coarctation angioplasty. Acta Paediatr1997;86:367-71.22. Fletcher SE, Cheatham JP, Froeming S. Aortic aneurysm followingprimary balloon angioplasty and secon<strong>da</strong>ry endovascularstent placement in the treatment of native coarctation of theaorta. Cathet Cardiovasc Diagn 1998;44:40-4.23. O’Laughlin MP, Slack MC, Grifka RG, Perry SB, Lock JE,Mullins CE. Implantation and intermediate-term follow-up ofstents in congenital heart disease. Circulation 1993;88:605-14.24. Bulbul ZR, Bruckheimer E, Love JC, Fahey JT, HellenbrandWE. Implantation of balloon-expan<strong>da</strong>ble stents for coarctatio<strong>no</strong>f the aorta: implantation <strong>da</strong>ta and short-term results.Cathet Cardiovasc Diagn 1996;39:36-42.25. Ing F. <strong>Stents</strong>: what’s available to the pediatric interventionalcardiologist? Catheter Cardiovasc Interv 2002;57:374-86.26. Hausdorf G. Mechanical and biophysical aspects of stents.In: Rao PS, Kern MJ, editors. Catheter based <strong>de</strong>vices. Phila<strong>de</strong>lphia:LippincottWilliams and Wilkins;2003. p.271-84.27. Coulson JD, Everett AD, Owa<strong>da</strong> CY. Recent technical <strong>de</strong>velopmentsin implantation of stents for congenital and postsurgicalcardiovascular a<strong>no</strong>malies. In: Rao PS, Kern MJ, editors. Catheterbased <strong>de</strong>vices. Phila<strong>de</strong>lphia:Lippincott Williams and Wilkins;2003. p.285-96.28. Cheatham JP. Stenting of coarctation of the aorta. CatheterCardiovasc Interv 2001;54:112-25.29. Cheatham JP. NuMED cheatham platinum stents: role in themanagement of congenital heart <strong>de</strong>fects. In: Rao PS, Kern MJ,editors. Catheter based <strong>de</strong>vices. Phila<strong>de</strong>lphia:Lippincott Williamsand Wilkins;2003. p.353-68.30. Pedra CA, Fontes VF, Esteves CA, Pilla CB, Braga SL, PedraSR et al. Stenting vs. balloon angioplasty for discrete u<strong>no</strong>peratedcoarctation of the aorta in adolescents and adults. CatheterCardiovasc Interv 2005;64:495-506.31. Pedra CA, Fontes VF, Esteves CA, Arrieta SR, Braga SL,Justi<strong>no</strong> H et al. Use of covered stents in the management ofcoarctation of the aorta. Pediatr Cardiol 2005;26:431-9.32. Forbes TJ, Rodriguez-Cruz E, Amin Z, Benson LN, Fagan TE,Hellenbrand WE et al. The Genesis stent: a new low-profilestent for use in infants, children, and adults with congenitalheart disease. Catheter Cardiovasc Interv 2003;59:406-14.33. Ewert P, Abdul-Khaliq H, Peters B, Nagdyman N, SchubertS, Lange PE. Transcatheter therapy of long extreme subatreticaortic coarctations with covered stents. Catheter CardiovascInterv 2004;63:236-9.34. Qureshi SA, Zubrzycka M, Brzezinska-Rajszys G, Kosciesza A,Ksiazyk J. Use of covered Cheatham-Platinum stents in aorticcoarctation and recoarctation. Cardiol Young 2004;14:50-4.35. Giovanni JV. Covered stents in the treatment of aortic coarctation.J Interv Cardiol 2001;14:187-90.36. Rodrigues Alves CM, Fonseca JH, Souza JA, Camargo CarvalhoAC, Buffolo E. Endovascular treatment of thoracic disease:patient selection and a proposal of a risk score. Ann ThoracSurg 2002;73:1143-8.37. Palma JH, Souza JA, Rodrigues Alves CM, Carvalho AC, BuffoloE. Self-expan<strong>da</strong>ble aortic stent-grafts for treatment of <strong>de</strong>scendingaortic dissections. Ann Thorac Surg 2002;73:1138-41.164


Neves J, et al. <strong>Uso</strong> <strong>de</strong> <strong>Stents</strong> <strong>no</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>da</strong> Coarctação <strong>da</strong> <strong>Aorta</strong>. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(3): 153-166.38. Morrow WR, Smith VC, Ehler WJ, VanDellen AF, Mullins CE.Balloon angioplasty with stent implantation in experimentalcoarctation of the aorta. Circulation 1994;89:2677-83.39. Grifka RG, Vick GW, III, O’Laughlin MP, Myers TJ, MorrowWR, Nihill MR et al. Balloon expan<strong>da</strong>ble intravascular stents:aortic implantation and late further dilation in growing minipigs.Am Heart J 1993;126:979-84.40. Men<strong>de</strong>lsohn AM, Dorostkar PC, Moorehead CP, LupinettiFM, Rey<strong>no</strong>lds PI, Ludomirsky A et al. Stent redilation incanine mo<strong>de</strong>ls of congenital heart disease: pulmonary arteryste<strong>no</strong>sis and coarctation of the aorta. Cathet CardiovascDiagn 1996;38:430-40.41. Beekman RH, Muller DW, Rey<strong>no</strong>lds PI, Moorehead C, Hei<strong>de</strong>lbergerK, Lupinetti FM. Balloon-expan<strong>da</strong>ble stent treatmentof experimental coarctation of the aorta: early hemodynamicand pathological evaluation. J Interv Cardiol 1993;6:113-23.42. Morrow WR, Palmaz JC, Tio FO, Ehler WJ, VanDellen AF,Mullins CE. Re-expansion of balloon-expan<strong>da</strong>ble stents aftergrowth. J Am Coll Cardiol 1993;22:2007-13.43. Marshall AC, Perry SB, Keane JF, Lock JE. Early results andmedium-term follow-up of stent implantation for mild residualor recurrent aortic coarctation. Am Heart J 2000;139:1054-60.44. San<strong>de</strong>rs SP. Endovascular stent treatment of aortic coarctation.Am Heart J 2000;139:936-8.45. McCrindle BW, Jones TK, Morrow WR, Hagler DJ, Lloyd TR,Nouri S et al. Acute results of balloon angioplasty of nativecoarctation versus recurrent aortic obstruction are equivalent.Valvuloplasty and Angioplasty of Congenital A<strong>no</strong>malies (VACA)Registry Investigators. J Am Coll Cardiol 1996;28:1810-7.46. Maheshwari S, Bruckheimer E, Fahey JT, Hellenbrand WE.Balloon angioplasty of postsurgical recoarctation in infants:the risk of reste<strong>no</strong>sis and long-term follow-up. J Am CollCardiol 2000;35:209-13.47. Zabal C, Attie F, Rosas M, Buendia-Hernan<strong>de</strong>z A, Garcia-Montes JA. The adult patient with native coarctation of theaorta: balloon angioplasty or primary stenting? Heart 2003;89:77-83.48. Hijazi ZM. Catheter intervention for adult aortic coarctation:be very careful! Catheter Cardiovasc Interv 2003;59:536-7.49. Pihkala J, Pedra CA, Nykanen D, Benson LN. Implantatio<strong>no</strong>f endovascular stents for hypoplasia of the transverse aorticarch. Cardiol Young 2000;10:3-7.50. Ham<strong>da</strong>n MA, Maheshwari S, Fahey JT, Hellenbrand WE.Endovascular stents for coarctation of the aorta: initial resultsand intermediate-term follow-up. J Am Coll Cardiol 2001;38:1518-23.51. Harrison DA, McLaughlin PR, Lazzam C, Connelly M, BensonLN. Endovascular stents in the management of coarctation ofthe aorta in the adolescent and adult: one year follow up.Heart 2001;85:561-6.52. Suarez DL, Pan M, Romero M, Medina A, Segura J, LafuenteM et al. Immediate and follow-up findings after stent treatmentfor severe coarctation of aorta. Am J Cardiol 1999;83:400-6.53. Tha<strong>no</strong>poulos BD, Hadjinikolaou L, Konstadopoulou GN,Tsaousis GS, Triposkiadis F, Spirou P. Stent treatment forcoarctation of the aorta: intermediate term follow up andtechnical consi<strong>de</strong>rations. Heart 2000;84:65-70.54. Tyagi S, Singh S, Mukhopadhyay S, Kaul UA. Self- andballoon-expan<strong>da</strong>ble stent implantation for severe native coarctatio<strong>no</strong>f aorta in adults. Am Heart J 2003;146:920-8.55. Ebeid MR, Prieto LR, Latson LA. Use of balloon-expan<strong>da</strong>blestents for coarctation of the aorta: initial results and intermediate-termfollow-up. J Am Coll Cardiol 1997;30:1847-52.56. Le<strong>de</strong>sma M, Alva C, Gomez FD, Sanchez-Soberanis A, DiazY, Dias E et al. Results of stenting for aortic coarctation. AmJ Cardiol 2001;88:460-2.57. Magee AG, Brzezinska-Rajszys G, Qureshi SA, Rosenthal E,Zubrzycka M, Ksiazyk J et al. Stent implantation for aorticcoarctation and recoarctation. Heart 1999;82:600-6.58. Rosenthal E. Stent implantation for aortic coarctation: thetreatment of choice in adults? J Am Coll Cardiol 2001;38:1524-7.59. Moore P, Forbes T, Zahn E, Amin Z, Hijazi ZM, CheathamJP et al. Intermediate follow-up of native and recurrentcoarctation stent repair: Is integrated imaging of the aorticarch necessary? A Multi-institutional study. Circulation 2004;110: III-566.60. De Giovanni JV, Edgar RA, Cranston A. A<strong>de</strong><strong>no</strong>sine inducedtransient cardiac stadstill in catheter interventional proceduresfor congenital heart disease. Heart 1998;80:330-3.61. Daehnert I, Rotzsch C, Wienen M, Schnei<strong>de</strong>r P. Rapid rightventricular pacing is an alternative to a<strong>de</strong><strong>no</strong>sine in catheterinterventional procedures for congenital heart disease. Heart2004;90:1047-50.62. Pedra CA, Pedra SR, Braga SL, Esteves CA, Moreira SM,Santos MA et al. Short- and midterm follow-up results ofvalvuloplasty with balloon catheter for congenital aorticste<strong>no</strong>sis. Arq Bras Cardiol 2003;81:120-8.63. Duke C, Rosenthal E, Qureshi SA. The efficacy and safetyof stent redilatation in congenital heart disease. Heart 2003;89:905-12.64. Edwards WD, Leaf DS, Edwards JE. Dissecting aortic aneurysmassociated with congenital bicuspid aortic valve. Circulation1978;57:1022-5.65. Lindsay J Jr. Coarctation of the aorta, bicuspid aortic valveand ab<strong>no</strong>rmal ascending aortic wall. Am J Cardiol 1988;61:182-4.66. Roberts CS, Roberts WC. Dissection of the aorta associatedwith congenital malformation of the aortic valve. J Am CollCardiol 1991;17:712-6.67. Schlatmann TJ, Becker AE. Histologic changes in the <strong>no</strong>rmalaging aorta: implications for dissecting aortic aneurysm. AmJ Cardiol 1977;39:13-20.68. Swan L, Goyal S, Hsia C, Hechter S, Webb G, Gatzoulis MA.Exercise systolic blood pressures are of questionable valuein the assessment of the adult with a previous coarctationrepair. Heart 2003;89:189-92.69. <strong>de</strong> Divitiis M, Pilla C, Kattenhorn M, Donald A, ZadinelloM, Wallace S et al. Ambulatory blood pressure, left ventricularmass, and conduit artery function late after successfulrepair of coarctation of the aorta. J Am Coll Cardiol 2003;41:2259-65.70. <strong>de</strong> Divitiis M, Pilla C, Kattenhorn M, Zadinello M, DonaldA, Leeson P et al. Vascular dysfunction after repair of coarctatio<strong>no</strong>f the aorta: impact of early surgery. Circulation 2001;104(12 Suppl 1):I165-70.71. Guenthard J, Zumsteg U, Wyler F. Arm-leg pressure gradientson late follow-up after coarctation repair. Possible causesand implications. Eur Heart J 1996;17:1572-5.72. Amin Z, Forbes T, Zahn E, Moore P, Hijazi ZM, CheathamJP et al. Acute complications associated with stent placementin native and postoperative coarctation of aorta: a multiinstitutionalstudy. Circulation 2004;110: III-566.73. Varma C, Benson LN, Butany J, McLaughlin PR. Aorticdissection after stent dilatation for coarctation of the aorta:a case report and literature review. Catheter Cardiovasc Interv2003;59:528-35.74. Korkola SJ, Tchervenkov CI, Shum-Tim D, Roy N. Aorticrupture after stenting of a native coarctation in an adult. AnnThorac Surg 2002;74:936.165


Neves J, et al. <strong>Uso</strong> <strong>de</strong> <strong>Stents</strong> <strong>no</strong> <strong>Tratamento</strong> <strong>da</strong> Coarctação <strong>da</strong> <strong>Aorta</strong>. Rev Bras Cardiol Invas 2005; 13(3): 153-166.75. Knirsch W, Haas NA, Lewin MA, Uhlemann F. Longitudinalstent fracture 11 months after implantation in the left pulmonaryartery and successful management by a stent-in-stentmaneuver. Catheter Cardiovasc Interv 2003;58:116-8.76. Pedra CA, Pilla CB, Braga SL, Esteves CA, Fontes VF. Managementof a large pseudoaneurysm secon<strong>da</strong>ry to balloondilation for native coarctation of the aorta with coil occlusionafter stent implantation in a child. Catheter CardiovascInterv 2002;56:262-6.77. Mullen MJ. Coarctation of the aorta in adults: do we needsurgeons? Heart 2003;89:3-5.78. Krogmann ON, Rammos S, Jakob M, Corin WJ, Hess OM,Bourgeois M. Left ventricular diastolic dysfunction late aftercoarctation repair in childhood: influence of left ventricularhypertrophy. J Am Coll Cardiol 1993;21:1454-60.79. Kimball TR, Rey<strong>no</strong>lds JM, Mays WA, Khoury P, Claytor RP,Daniels SR. Persistent hyperdynamic cardiovascular state atrest and during exercise in children after successful repairof coarctation of the aorta. J Am Coll Cardiol 1994;24:194-200.80. Carpenter MA, Dammann JF, Watson DD, Je<strong>de</strong>ikin R, TompkinsDG, Beller GA. Left ventricular hyperkinesia at rest andduring exercise in <strong>no</strong>rmotensive patients 2 to 27 years aftercoarctation repair. J Am Coll Cardiol 1985;6:879-86.81. Krogmann ON, Kramer HH, Rammos S, Heusch A, BourgeoisM. Non-invasive evaluation of left ventricular systolic functionlate after coarctation repair: influence of early vs latesurgery. Eur Heart J 1993;14:764-9.82. Johnson MC, Gutierrez FR, Sekarski DR, Ong CM, CanterCE. Comparison of ventricular mass and function in earlyversus late repair of coarctation of the aorta. Am J Cardiol1994;73:698-701.83. Pihkala J, Thyagarajan GK, Taylor GP, Nykanen D, BensonLN. The effect of implantation of aortic stents on complianceand blood flow. An experimental study in pigs. CardiolYoung 2001;11:173-81.166

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!