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4 Comunidades Remanescentes de Quilombo no RS ... - UFRB

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acontecer em <strong>no</strong>me da associação dos remanescentes <strong>de</strong> quilombos. Para a criação <strong>de</strong> umaassociação as comunida<strong>de</strong>s precisam elaborar atas, estatutos, contratar um advogado e umcontador e pagar às taxas cobradas para o registro da entida<strong>de</strong> e emissão do CNPJ. Muitos<strong>de</strong>stes grupos têm baixa escolarida<strong>de</strong> e são extremamente pobres, não se sentido capazes <strong>de</strong>elaborar todos os documentos necessários e não tendo condições <strong>de</strong> arcar com os custospara a regularização <strong>de</strong> suas entida<strong>de</strong>s representativas.Por fim, uma das questões mais complexas a ser enfrentada nestes processos <strong>de</strong>regularização <strong>de</strong> territórios quilombolas diz respeito ao tratamento dispensado aos imóveisregistrados em <strong>no</strong>me <strong>de</strong> integrantes das comunida<strong>de</strong>s remanescentes <strong>de</strong> quilombos, situaçãobastante recorrente <strong>no</strong> caso do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, on<strong>de</strong> muitas terras foram obtidas através<strong>de</strong> compras e doações (estes são os casos <strong>de</strong> Morro Alto, em Maquine/Osório, Casca, emMostardas, São Miguel, Rincão dos Martimia<strong>no</strong>s, ambas em Restinga Seca, Ma<strong>no</strong>elBarbosa,em Gravataí, entre outros).Em relação a este aspecto, a Procuradoria Fe<strong>de</strong>ral Especializada formulou uma <strong>no</strong>tatécnica estabelecendo que os remanescentes <strong>de</strong> quilombos que possuem títulos <strong>de</strong>proprieda<strong>de</strong>s serão in<strong>de</strong>nizados apenas pelas suas terras, visto que permanecerãousufruindo das benfeitorias existentes <strong>no</strong> local após a titulação da comunida<strong>de</strong>. Ainda sim,há uma gran<strong>de</strong> resistência por parte daqueles que conseguiram registrar suas posses. Dentreos principais motivos que fomentam esta recusa está o <strong>de</strong> que a associação é, geralmente,uma forma <strong>de</strong> representação e tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão coletiva imposta a estes grupos peloor<strong>de</strong>namento jurídico que não condiz com os mecanismos tradicionalmente empregados poreles para se fazerem ouvir e <strong>de</strong>cidir enquanto tais.Neste mo<strong>de</strong>lo associativo, que obrigatoriamente tem que ser adotado, sãoprincipalmente os mais jovens, mais escolarizados, com maior disponibilida<strong>de</strong> e habilida<strong>de</strong>para <strong>de</strong>slocamento e trânsito entre as instituições estatais, ong’s, partidos e movimentossociais que acabam assumindo o papel <strong>de</strong> direção nas associações. Várias <strong>de</strong>stas li<strong>de</strong>rançastêm visões sobre o futuro <strong>de</strong> suas comunida<strong>de</strong>s que se chocam com a <strong>de</strong> outros que asintegram, em especial dos membros mais velhos.Além disso, este constante processo <strong>de</strong> representar o seu grupo <strong>no</strong>s diferenteseventos relacionados à questão quilombola muitas vezes faz com que estas li<strong>de</strong>ranças sedistanciem do cotidia<strong>no</strong> dos seus grupos e consequentemente dos seus interesses e opiniões,11

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