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4 Comunidades Remanescentes de Quilombo no RS ... - UFRB

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quilombos <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> estar atrelada à permanência centenária em um <strong>de</strong>terminado territóriopara <strong>de</strong>finir-se a partir da auto-i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>stes grupos e <strong>de</strong> conceitos como resistência,historicida<strong>de</strong> e territorialida<strong>de</strong>.Em 2004, a Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado do Rio Gran<strong>de</strong> doSul, por intermédio do Programa <strong>RS</strong> Rural, e o Instituto Interamerica<strong>no</strong> <strong>de</strong> Cooperaçãopara a Agricultura (IICA) disponibilizaram recursos para a realização <strong>de</strong> um diagnósticodas comunida<strong>de</strong>s negras rurais remanescentes <strong>de</strong> quilombos para que as mesmas pu<strong>de</strong>ssemser contempladas pelas políticas <strong>de</strong>senvolvidas pelo referido programa <strong>no</strong> âmbito <strong>de</strong>stasecretaria. Neste trabalho foram i<strong>de</strong>ntificadas quarenta e duas coletivida<strong>de</strong>s compotencialida<strong>de</strong> para se auto-reconhecerem como quilombolas 13 .A oferta <strong>de</strong> políticas públicas voltadas para comunida<strong>de</strong>s negras, como o Programa<strong>RS</strong> Rural (que se <strong>de</strong>stinava ao melhoramento das moradias e a implementação <strong>de</strong> criação <strong>de</strong>animais <strong>de</strong> peque<strong>no</strong> porte, como ovelhas e galinhas) estimulou estes grupos a organizaremsee buscarem a regularização <strong>de</strong> suas terras, na medida em que a singularida<strong>de</strong> da suacondição étnica e a precarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas condições <strong>de</strong> vida passaram <strong>de</strong> fatorestigmatizante a fundamento para inclusão em programas sociais.Em 2005 formou-se a Associação das <strong>Comunida<strong>de</strong>s</strong> <strong>Remanescentes</strong> <strong>de</strong> <strong>Quilombo</strong>sdo Rio Gran<strong>de</strong> do Sul e <strong>no</strong> a<strong>no</strong> seguinte foi constituída a Fe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong>stes grupos. Emvirtu<strong>de</strong> das diferenças regionais que o estado apresenta, surgiram também organizações queenglobam coletivida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> municípios vizinhos. A emergência <strong>de</strong>stas organizações éexpressão <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> relativa auto<strong>no</strong>mização das comunida<strong>de</strong>s quilombolas -majoritariamente rurais - em relação aos movimentos sociais negros que vinhamacompanhando os seus pleitos e que tinham uma experiência predominantemente urbana <strong>de</strong>mobilização política. Com a criação <strong>de</strong>stas entida<strong>de</strong>s, gradativamente elas se fazemrepresentar por suas próprias li<strong>de</strong>ranças locais em todo o tipo <strong>de</strong> evento <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong>stesgrupos, assim como passam a participar diretamente da disputa pela captação <strong>de</strong> recursospara o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos em suas coletivida<strong>de</strong>s.Fenôme<strong>no</strong> semelhante foi analisado pela antropóloga Sara Alonso (2006) <strong>no</strong> estadodo Maranhão. Esta autora aponta a importância <strong>de</strong> encontros e reuniões que tematizam a13 RUBERT, Rosane A. <strong>Comunida<strong>de</strong>s</strong> negras rurais <strong>no</strong> <strong>RS</strong>: um levantamento sócio-antropológico preliminar.Porto Alegre: <strong>RS</strong> RURAL, IICA, 2005.6

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