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4 Comunidades Remanescentes de Quilombo no RS ... - UFRB

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em Maquiné - passaram a vivenciar processos <strong>de</strong> regularização <strong>de</strong> seus territórios comoquilombolas graças à celebração <strong>de</strong> um convênio entre o gover<strong>no</strong> fe<strong>de</strong>ral, por intermédio daFundação Cultural Palmares (FCP), ligada ao Ministério da Cultura (MinC), e o gover<strong>no</strong>estadual, através da Secretaria do Trabalho, Cidadania e Assistência Social (STCAS). AUnião repassou ao estado a maior parte dos recursos necessários à elaboração dos estudostécnicos, mapas e memoriais <strong>de</strong>scritivos das áreas, enquanto este último viabilizou arealização dos trabalhos através da contratação <strong>de</strong> profissionais especializados e dacomplementação orçamentária 4 .O antropólogo José Carlos Gomes dos Anjos (2005), num artigo em que produzalgumas reflexões sobre o processo <strong>de</strong> elaboração do relatório técnico da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>São Miguel do qual participou, consi<strong>de</strong>ra que a conversão dos territórios negrosi<strong>de</strong>ntificados na pesquisa realizada pelo NUER em comunida<strong>de</strong>s remanescentes <strong>de</strong>quilombos foi resultado <strong>de</strong> um trabalho institucional <strong>de</strong> <strong>no</strong>meação, permeado <strong>de</strong> pequenaslutas políticas empreendidas por diferentes mediadores: políticos, militantes dosmovimentos sociais negros, li<strong>de</strong>ranças locais e acadêmicos.Entretanto, como aponta este autor, para que este processo <strong>de</strong> mediação - que tor<strong>no</strong>utoda uma população politicamente pensável para os atuais parâmetros da ação estatal - seefetivasse foi preciso encontrar nestes grupos algumas condições objetivas e subjetivas, taiscomo: a) o reconhecimento <strong>no</strong> pla<strong>no</strong> local da existência <strong>de</strong> coletivida<strong>de</strong>s formadasmajoritariamente por negros ou “more<strong>no</strong>s”, cujo direito sobre as terras que ocupam ou jáocuparam foi precariamente respeitado pela socieda<strong>de</strong> envolvente, resultando em condiçõessócio-econômicas extremamente <strong>de</strong>sfavoráveis na atualida<strong>de</strong>; b) mitos <strong>de</strong> origem <strong>de</strong>stesgrupos relacionados à apropriação da terra que, por vezes, remontam a escravidão e c)frágeis processos <strong>de</strong> documentação da proprieda<strong>de</strong> das terras ocupadas que propiciaram aexpropriação <strong>de</strong> partes significativas <strong>de</strong> suas áreas ao longo do tempo.É importante lembrar também que a chegada <strong>de</strong> Olívio Dutra, do Partido dosTrabalhadores, ao gover<strong>no</strong> do estado, configurou um contexto favorável à formulaçãopública da problemática quilombola e a institucionalização das soluções para as mazelas4 Os estudos antropológicos <strong>de</strong> Morro Alto, São Miguel e Rincão dos Martimia<strong>no</strong>s foram publicados atravésda linha editorial da UFRGS: <strong>Comunida<strong>de</strong>s</strong> Tradicionais. Barcellos, Daisy Macedo <strong>de</strong> [et al.]. Comunida<strong>de</strong>negra <strong>de</strong> Morro Alto: historicida<strong>de</strong>, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e territorialida<strong>de</strong>. Porto Alegre: Editora da UFRGS/ FundaçãoCultural Palmares, 2004. Anjos, José Carlos Gomes dos [et al]. São Miguel e Rincão dos Martimia<strong>no</strong>s:ancestralida<strong>de</strong> negra e direitos territoriais. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004.3

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