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4 Comunidades Remanescentes de Quilombo no RS ... - UFRB

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per<strong>de</strong>ndo legitimida<strong>de</strong> interna. Deste modo, muitos dos membros das comunida<strong>de</strong>s não sesentem efetivamente representados por aqueles que presi<strong>de</strong>m suas associações.Por outro lado, a i<strong>de</strong>ntificação da associação com aqueles que a li<strong>de</strong>ram <strong>no</strong>momento, faz com que as possíveis divergências individuais tornem-se obstáculos a<strong>de</strong>sapropriação das terras dos proprietários quilombolas. Não é raro ouvir integrantes <strong>de</strong>algumas comunida<strong>de</strong>s remanescentes <strong>de</strong> quilombos gaúchas dizerem aos servidores doINCRA “que não entregarão os títulos <strong>de</strong> seus imóveis para aquele fula<strong>no</strong> (o (a) presi<strong>de</strong>nteda associação) nem mortos”.Por si só, a existência <strong>de</strong> quilombolas <strong>de</strong> um mesmo grupo com e sem títulos <strong>de</strong>proprieda<strong>de</strong> individual <strong>de</strong>monstra que uma comunida<strong>de</strong> não é formada por um grupohomogêneo <strong>de</strong> pessoas, mas por indivíduos que tem alguns vínculos e objetivos comunsque po<strong>de</strong>m ser potencializados <strong>no</strong> processo <strong>de</strong> mobilização política pela titulação <strong>de</strong> suasterras, assim como po<strong>de</strong>m ter divergências e conflitos entre si que ganham, em<strong>de</strong>terminados momentos, maior ou me<strong>no</strong>r importância, especialmente em situações comoestas.Uma das gran<strong>de</strong>s preocupações dos membros mais velhos <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>sremanescentes <strong>de</strong> quilombos que possuem títulos <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> individual diz respeito àgarantia da herança <strong>de</strong> seus filhos e <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retor<strong>no</strong> daqueles que por diversosmotivos migraram em períodos anteriores para outras localida<strong>de</strong>s e cida<strong>de</strong>s. Este é um dosprincipais questionamentos que os quilombolas fazem aos servidores do INCRA durante oprocesso <strong>de</strong> regularização <strong>de</strong> seus territórios. Cabe <strong>de</strong>stacar que o que está em jogo aquinão é a preservação do direito <strong>de</strong> dispor <strong>de</strong> sua área como mercadoria, mas enquantopatrimônio familiar que garantirá o futuro das próximas gerações.Diante da titulação coletiva - que vários temem que implique em comunização totaldos recursos territoriais - muitas são as dúvidas sobre a reprodução social dos gruposfamiliares que compõem as comunida<strong>de</strong>s e o grau <strong>de</strong> participação das parentelas queembora não habitem atualmente o território, compõem a coletivida<strong>de</strong>. Algumascomunida<strong>de</strong>s preten<strong>de</strong>m registrar as posses atuais e garantir documentalmente que asmesmas permanecerão com os seus <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes ainda que suas proprieda<strong>de</strong>s estejam em<strong>no</strong>me das associações. Num caso extremo, as divergências entre aqueles que permaneceram12

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