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(PNA), candidato a Património Mundial Natural da Humanidade, sendo assim uma mais valia a tomar emconta pelas organizações vigentes aquando a avaliação do projecto;ii) Situação sócio-geográfica – Devido ao crescimento urbanístico do município, paraísos isolados comoesta enseada são um alvo crescente do cada vez maior número de pescadores, turistas, coleccionadorese comerciantes que propositadamente ou não estão cada vez mais a interferir com o processo natural deerosão e com o próprio decréscimo vertiginoso do numero de espécimes no local.-SITUAÇÕES PARTICULARES DE PROTECÇÃO:i) Vulnerabilidade – Como já foi referido, o número de visitantes (com carácter interesseiro, destrutivo oumeramente lúdico) tem aumentado exponencialmente, o que tem vindo a provocar danos irreparáveis aestes tesouros únicos do património paleontológico mundial que não são possíveis de remendar nem devoltarem a ser repostos nem refeitos.Mas existe ainda outro factor que contribui para a destruição do registo paleontológico da jazida de Bocado Chapim e esse factor é a própria natureza.ii)Erosão costeira – O facto de muitos dos blocos em que estão inseridas as comunidades de Mecochirus-Thalassinoides estarem literalmente dentro do mar (na maré alta, em certos casos, ou atingidas pelasmarés vivas, noutros casos) torna a jazida ainda mais frágil e susceptível de desaparecer muito rapidamentese não forem tomadas as devidas providências por parte das autoridades competentes.Para além de todos os critérios de enquadramento no P.P.P., existe ainda a possibilidade do enquadramentoda jazida de Boca do Chapim como Monumento Natural, ou seja, a classificação como Geomonumento.Para tal, o autor parte do critério de classificação iniciado por Galopim de Carvalho (1998), em que ajazida pode ser inserida na classificação a Nível do Sítio, pois é uma área susceptível de delimitação física,na qual ``..o visitante tem a possibilidade de circular no seu interior, observando de perto os seusvários elementos e pormenores.´´ (Carvalho, op. cip.)4. CONCLUSÃODevido ao seu elevado valor científico, social, didáctico, turístico e, por conseguinte, económico, mastambém pela sua unicidade, fragilidade e vulnerabilidade aos elementos justifica-se claramente oenquadramento da jazida da Boca do Chapim com o seu espólio paleontológico único, na lista doPatrimónio Paleontológico Português e a sua classificação como Geomonumento. A par do trabalho científicoe de reconhecimento patrimonial em curso, o autor espera sensibilizar o município de Sesimbra paraa classificação ou enquadramento deste espaço natural, prestando apoio técnico e pedagógico em acçõesque se venham a desenvolver.BIBLIOGRAFIACachão, M., Silva, C. M., Santos, A., Santos, V. F. e Galopim de Carvalho, A. M. 1998. Património Paleontológico Português:critérios para a sua definição. V Congresso Nacional de Geologia, Lisboa.Elízaga-Muñoz, E. 1988. Georrecursos culturales. In: Geologia Ambiental. Instituto Geológico y Minero de España. Madrid, p. 85-100.Galopim de Carvalho, A. M. 1998. GEOMONUMENTOS – Uma reflexão sobre a sua classificação e enquadramento num projectoalargado de defesa e valorização do Património Natural. V Congresso Nacional de Geologia, Lisboa.Neto de Carvalho, C., Viegas, P.A.E.J., Teodoso, B. e Cachão M. 2003. O primeiro registo de comunidades de Mecochirus(Crustacea, Decapoda) sepultadas no interior de Thalassinoides (Barremiano inferior, Formação Boca do Chapim). Ciências daTerra (UNL), Lisboa, nºesp. V, p. A32-A35.Rey, J. 1972. Recherches Géologiques sur le Crétacé Inférieur de l'Estremadura (Portugal). Memórias Serviços Geológicos dePortugal, Lisboa, 21 (n.s.), 477p. 41
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