Nesse aspecto, as seguintes tendências têm sido constatadas:• Gran<strong>de</strong>s si<strong>de</strong>rúrgicas e/ou grupos estão investindo em ativos <strong>de</strong> mineração<strong>de</strong> ferro como forma <strong>de</strong> garantir, pelo menos, parte <strong>de</strong> seu suprimento eredução dos custos <strong>de</strong> matéria-prima. Nesse segmento, po<strong>de</strong>m ser citados:grupo Arcelor Mittal (<strong>de</strong>seja atingir até 40% <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>manda), grupo Tata-Corus, JSM, Posco, Baosteel, grupo Usiminas-Cosipa, grupo Gerdau, etc..• Viabilização <strong>de</strong> recursos minerais <strong>de</strong> ferro, antes inimaginável, no médioprazo. Destacam-se, nesse caso, os projetos geradores <strong>de</strong> 100% <strong>de</strong> pelletfeed, intensivos em capital e em fatores <strong>de</strong> custo operacional.No Brasil, a aquisição recente da mineração J.Men<strong>de</strong>s pelo grupo Usiminas-Cosipa,com investimento superior ao bilhão <strong>de</strong> dólares americanos, fez acen<strong>de</strong>r asdiscussões sobre o papel dos setores <strong>de</strong> mineração <strong>de</strong> ferro e si<strong>de</strong>rurgia no<strong>de</strong>senvolvimento nacional. E algumas questões têm sido levantadas nas mídiasnacional e internacional:• O atual mercado <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro Brasileiro compromete acompetitivida<strong>de</strong> da si<strong>de</strong>rurgia nacional frente aos <strong>de</strong> outros países?• A Si<strong>de</strong>rurgia, <strong>de</strong>sviando recursos <strong>de</strong> investimento para a mineração, nãoestaria fugindo <strong>de</strong> seu “core business” e per<strong>de</strong>ndo o<strong>por</strong>tunida<strong>de</strong>s nomercado <strong>de</strong> aço?Há muitas controvérsias nas opiniões sobre esse tema, não havendo um consenso arespeito. De qualquer forma, outros grupos si<strong>de</strong>rúrgicos <strong>de</strong>senvolvem ações nadireção das minas <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro.Ainda com relação à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> preços dos minérios e pelotas, em que a unida<strong>de</strong>metálica (1% Fe) é “precificada”, há <strong>de</strong> se tecer algumas consi<strong>de</strong>rações sobre ocaso específico das pelotas. Embora haja uma diferenciação entre as pelotas <strong>de</strong>redução direta e as <strong>de</strong> alto-forno, sendo aquelas premiadas em 10% — <strong>de</strong>vido aosaltos teores <strong>de</strong> ferro e pureza —, não há qualquer diferenciação estabelecida paraos diferentes tipos <strong>de</strong> pelotas para alto-forno. A Figura 11 (3) mostra a relação entreo teor <strong>de</strong> ferro e a basicida<strong>de</strong> quaternária das pelotas, para diferentes tipos teores<strong>de</strong> ganga ácida (SiO 2 +Al 2 O 3 ), na qual fica caracterizada a gran<strong>de</strong> gama <strong>de</strong> pelotaspossíveis <strong>de</strong> se produzir, <strong>de</strong>stacando se os grupos das pelotas ácidas, fun<strong>de</strong>ntes esuperfun<strong>de</strong>ntes. Assim, <strong>de</strong>finindo-se um preço base para a unida<strong>de</strong> metálica daspelotas para alto-forno ou mesmo redução direta, há um <strong>de</strong>sestímulo ao<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pelotas fun<strong>de</strong>ntes ou superfun<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong> melhor performancenos reatores si<strong>de</strong>rúrgicos (ca<strong>de</strong>ia redução-aciaria), haja vista que o aumento dabasicida<strong>de</strong> da pelota implica 2 pontos negativos para os produtores:37
• Aumento do custo operacional, em face da menor produtivida<strong>de</strong> e dosmaiores consumos <strong>de</strong> fun<strong>de</strong>ntes e energia;• Diminuição do faturamento (preço), <strong>de</strong>vido aos menores teores em ferro<strong>de</strong>sses tipos <strong>de</strong> pelotas.Assim, os avanços nessa área da pelotização terão <strong>de</strong> ser su<strong>por</strong>tados <strong>por</strong> estudosmais aprofundados, relativos ao valor <strong>de</strong> uso (value in use) <strong>de</strong>ssa varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>pelotas.Figura 11 - Relação entre o teor <strong>de</strong> ferro e a basicida<strong>de</strong> da pelota paradiferentes teores <strong>de</strong> ganga ácida (SiO 2 + Al 2 O 3 ) (3)4.3 – OS MERCADOS INTERNO E TRANSOCEÂNICO4.3.1 – O MERCADO INTERNOO consumo atual <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro e pelotas na si<strong>de</strong>rurgia brasileira é da or<strong>de</strong>m<strong>de</strong> 60 milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>por</strong> ano, para uma produção <strong>de</strong> aço bruto, em 2007, <strong>de</strong>33,8 milhões <strong>de</strong> toneladas. Estima-se que cerca <strong>de</strong> 12 milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>por</strong>ano seja <strong>de</strong> produção cativa (CSN, V&M e Arcelor Mittal-Belgo, etc.), restando,então, em torno 48 milhões para suprimento do restante do mercado. Nessa<strong>de</strong>manda, incluem-se os produtores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> gusa para ex<strong>por</strong>tação,consumindo cerca <strong>de</strong> 15 milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>por</strong> ano <strong>de</strong> granulado, uma únicaplanta <strong>de</strong> redução direta Hyl III, pertencente ao grupo Gerdau-Usiba, que consomecerca <strong>de</strong> 0,6 milhões <strong>de</strong> tonelada <strong>por</strong> ano <strong>de</strong> granulado+pelotas, e as <strong>de</strong>maissi<strong>de</strong>rúrgicas integradas (na faixa <strong>de</strong> 32 a 35 milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>por</strong> ano). Estasúltimas consomem, basicamente, sinter feed, granulado e pelotas. Neste particular,38