4.3.2 – O MERCADO TRANSOCEÂNICO (SEABORNE TRADE)No ano <strong>de</strong> 2007, da produção total brasileira <strong>de</strong> minério e pelotas — 370 milhões<strong>de</strong> toneladas —, 270 milhões foram ex<strong>por</strong>tadas para os seguintes países domercado transoceânico:China - 35%; Japão - 11%; Alemanha - 9%; Itália - 5%; França - 4,6%;Coréia do Sul - 3,4%; Argentina - 3%; Trinidad y Tobago - 2,7% e outros - 26,3%.A China vem se firmando, nesses últimos anos, como o gran<strong>de</strong> consumidor dominério <strong>de</strong> ferro brasileiro e mundial, culminando, em 2007, com a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>,aproximadamente, 95 milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> minério e pelotas das mineradorasbrasileiras.As principais empresas fornecedoras <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro nesse mercado são a Valee as duas Anglo-australianas, Rio Tinto e BHPB. Juntas, respon<strong>de</strong>m, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004,<strong>por</strong> mais <strong>de</strong> 70 % das vendas neste setor. Em particular, as participações noseaborne <strong>de</strong>ssas 3 empresas mineradoras, no ano <strong>de</strong> 2006, foram:Vale – 39,4%, Rio Tinto – 24,4% e BHPB – 14,2% .O grupo Vale vem ganhando fatia expressiva, tendo aumentado em 5,6% seu“market share”, no mercado transoceânico, no período entre 2004 e 2006.Quando se analisam os dados dos últimos 10 anos, relativos à evolução daprodução mundial <strong>de</strong> aço e <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro (inclusive pelotas) nomercado transoceânico, fica claro o fenômeno China. As figuras 12 e 13 mostramcomo os chineses cresceram na produção <strong>de</strong> aço e no consumo <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferrodo seaborne, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1999. Mostram, também, as estimativas <strong>de</strong>sses parâmetros, nohorizonte 2012. Naquele ano, a China estará produzindo cerca <strong>de</strong> 710 milhões <strong>de</strong>toneladas <strong>de</strong> aço bruto <strong>por</strong> ano, representando 42% da produção mundial.Paralelamente, <strong>de</strong>mandará 625 milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro e pelotas,no mercado transoceânico, ou o equivalente a 56% <strong>de</strong> toda a <strong>de</strong>manda mundial.Esse crescimento espantoso da China na área da si<strong>de</strong>rurgia tem criado muitaso<strong>por</strong>tunida<strong>de</strong>s para as mineradoras <strong>de</strong> ferro. Po<strong>de</strong> ser verificado que entre 1999 e2007, a <strong>de</strong>manda no transoceânico cresceu 369 milhões <strong>de</strong> toneladas. Até 2012, aexpectativa é a <strong>de</strong> um crescimento <strong>de</strong> mais 335 milhões <strong>de</strong> toneladas. Para esses 2períodos, a fatia <strong>de</strong> crescimento da China foi e será <strong>de</strong> 320 e 250 milhões <strong>de</strong>toneladas, respectivamente. Isso mostra como a China continuará comandando aexpansão mundial da si<strong>de</strong>rurgia, até 2012.Com relação às pelotas <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro, alguns fatores fundamentais têmimpulsionado o mercado <strong>de</strong>sse material, a saber:• Restrições ambientais à expansão da sinterização, nos países <strong>de</strong>senvolvidos(pelotas como substituto <strong>de</strong> parcela <strong>de</strong> sinter na carga dos altos fornos);41
• Melhoria <strong>de</strong> performance dos reatores <strong>de</strong> redução e do balanço geral <strong>de</strong>emissões (CO2, dioxinas, SO x, NO x), com o uso <strong>de</strong> maior percentual <strong>de</strong>pelotas na carga dos altos fornos;• Expansão acelerada da redução direta, na região da África/Oriente Médio (aspelotas são a base da carga dos reatores); e• Escassez <strong>de</strong> minério granulado em volume e ou qualida<strong>de</strong> (pelotas comosubstituto parcial ou total dos granulados na redução direta e no altoforno).Em 2006, o mercado transoceânico <strong>de</strong> pelotas era da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 97 milhões <strong>de</strong>toneladas. A <strong>de</strong>manda esteve distribuída da seguinte forma, em percentual dototal:Europa – 30%, China – 23%, Ásia (excluindo-se a China) – 20%,África +Oriente Médio – 17%, Américas – 10%.42