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O povoamento da América visto a partir dos sambaquis do Litoral ...

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importante para criticar o modelo de migração de povos de cultura mais complexa, oriun<strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>da</strong>s TerrasAltas e a difusão de seus elementos culturais e materiais para o seio <strong>da</strong> Amazônia.Neste senti<strong>do</strong>, a <strong>partir</strong> <strong>do</strong> debate aqui exposto e que foi construí<strong>do</strong> com base nas poucas evidênciasaté agora disponíveis para compreensão <strong>da</strong> ocupação <strong>da</strong> costa Norte e Leste <strong>da</strong> América <strong>do</strong> Sul porpopulações ceramistas antigas, percebe-se que as bases empíricas utiliza<strong>da</strong>s são frágeis e nãosuportam algumas <strong>da</strong>s hipóteses levanta<strong>da</strong>s, a exemplo <strong>da</strong> cerâmica Mina que percorre praticamenteto<strong>da</strong> a faixa litorânea setentrional <strong>da</strong> América <strong>do</strong> Sul, in<strong>do</strong> em direção ao restante <strong>da</strong> faixa costeiranordestina.A inexistência de pesquisas pontuais até o momento, inviabiliza propostas mais concretas para aorigem dessa tradição. A ocorrência de tipos semelhantes ou não no amplo território demonstra<strong>do</strong>,não nos permite pensar em uma fase ou tradição cerâmica única e de grande amplitude regional etemporal, pura e simplesmente pela escavação pontual de <strong>do</strong>is sítios testemunhos pesquisa<strong><strong>do</strong>s</strong> porSimões. Sen<strong>do</strong> que na grande maioria <strong><strong>do</strong>s</strong> 43 <strong>sambaquis</strong> visita<strong><strong>do</strong>s</strong> no Pará e 8 no Maranhão, serealizaram mais coletas ou son<strong>da</strong>gens, que escavações. Além disso, as bases teóricas de tais assertivasnão são claras e a <strong>do</strong>cumentação <strong>do</strong> universo empírico trabalha<strong>do</strong> está dispersa e nunca foisistematiza<strong>da</strong>.Um outro ponto problemático e de particular interesse para esse pesquisa<strong>do</strong>r é que a grande parte <strong>do</strong>material coleta<strong>do</strong> nas campanhas de campo na Ilha de São Luís não foi estu<strong>da</strong><strong>do</strong>, o que inviabilizaain<strong>da</strong> mais o reconhecimento <strong><strong>do</strong>s</strong> elementos que caracterizariam essa fase ou tradição regionalcerâmica. Os <strong>da</strong><strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>da</strong> maioria <strong><strong>do</strong>s</strong> autores aqui trabalha<strong><strong>do</strong>s</strong> são inconclusos e entendemos quesomente um estu<strong>do</strong> aprofun<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>do</strong> universo empírico vai possibilitar compreender o contexto <strong>da</strong>ocorrência cerâmica e responder as demais questões levanta<strong>da</strong>s.Além <strong>do</strong> mais, a associação de traços diagnósticos para cerâmica, como aqui apresenta<strong>do</strong>, além<strong>do</strong> padrão de subsistência, as formas <strong>do</strong> assentamento e a ocorrência de determina<strong>do</strong> tipo defauna malacológica pouco nos informaram sobre o modus vivendis <strong>da</strong>s populações ocupantesdesses sítios. Por exemplo, a partilha de traços diagnósticos comuns <strong>da</strong> cerâmica e oestabelecimento de poucos atributos para diagnosticar esse tipo cerâmico, casa<strong>do</strong> com as poucasinformações sobre os sítios arqueológicos dificultam raciocinarmos sobre a questão de que essesgrupos de pesca<strong>do</strong>res-coletores-ceramistas dessa região brasileira partilham ou não de umaidenti<strong>da</strong>de étnica com as demais populações sambaquieiras <strong>do</strong> Brasil. Aspecto que ain<strong>da</strong> épungente na produção arqueológica brasileira.A arqueologia <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>sambaquis</strong> cerâmicos <strong>do</strong> litoral setentrional <strong>do</strong> Brasil carece de mais elementospara fun<strong>da</strong>mentar as hipóteses acerca <strong>da</strong> ocupação humana dessa porção <strong>do</strong> continente e a suacorrelação com a ocorrência de cerâmica antiga no registro arqueológico. Entendemos que somentepesquisas pontuais e com contexto arqueológico melhor defini<strong>do</strong> pode brin<strong>da</strong>r informações maisseguras sobre a ocorrência de cerâmica em assentamentos dessas populações pesca<strong>do</strong>ras-coletoracaça<strong>do</strong>rass<strong>do</strong> <strong>Litoral</strong> Equatorial Amazônico. Para tanto, insere-se o projeto O sambaqui <strong>do</strong> Bacangana Ilha de São Luís-Maranhão: um estu<strong>do</strong> sobre a ocorrência cerâmica no registro arqueológico, quetem como objetivo problematizar justamente sobre o tema em questão.FUMDHAMentos VII - Arkley Marques Bandeira 453

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