não importa, m<strong>as</strong> sim, a multiciplidade de senti<strong>do</strong>s que o <strong>des</strong>- atribui àspalavr<strong>as</strong> com <strong>as</strong> quais se adjunge.Abstract (ou Resumen). This paper intends to investigate the <strong>lexical</strong>productivity degree of the prefix <strong>des</strong>-, <strong>as</strong> well <strong>as</strong> the semantic changesprovoked by it when before words that admit it <strong>as</strong> prefix. So, the analysisobject is the texts of Observatório da imprensa journal because it refers to alinguistic environment of credibility and placed in a synchronic bi<strong>as</strong>. Thisissue considers the semantic values granted to that prefix by traditionalgrammars and their weakness to aboard this question. On this way, thisresearch is inserted in the lexicology area because it investigates the <strong>des</strong>prefix<strong>lexical</strong> productivity, a simple linguistic element capable to produceseveral words with different semantic meanings in the language. By the way,when only the morphologic part available for analysis, any research in thatarea gets poor and restrict. Due to such a fact, this article intends em<strong>br</strong>aceother linguistic lines <strong>as</strong> semantics, when concerning to questions aboutpolissemy related to that prefix. It uses the morphologic theory since B<strong>as</strong>ílio(1980 and 1991) and Rocha (1998) who work on morphologic structure,morpheme, lexicon and <strong>lexical</strong> productivity questions, also the semantic theoryb<strong>as</strong>ed on Lyons (1997) Ullmann (1964) and Tamba-Mècz (2006) who threatabout polissemy, homonymy, and the importance of polissemy on naturallanguages environment. According to Ullmann ( 1964) the polissemy h<strong>as</strong>already been considered by Aristóteles a language defect due to the risk ofmisunderstandings in the communication it could cause. However, with thetime and with more research on that area the polissemy is considered anadvantage in the language environment, because it shows intellectual andsocial growth of a people. So polissemy can be noted <strong>as</strong> a linguistic richnessof a people. In this sense, this paper intends to study the <strong>des</strong>- prefix i.e., from apolissemic bi<strong>as</strong> and, at the same time, inserted in the lexicographic contextbecause it gets an element owned by the speaker to form antonyms, to giveide<strong>as</strong> of intensity, incre<strong>as</strong>ing, contrary action, positivity, and other semanticfaces. Also for this article, the term <strong>lexical</strong> productivity is not an element ofquantity, i.e., the number of words, but the senses multiplicity that the <strong>des</strong>prefixgives to the words integrated by it.Palavr<strong>as</strong>-chave: <strong>prefixo</strong> <strong>des</strong>-, polissemia, <strong>produtividade</strong> <strong>lexical</strong>1. Suporte teóricoÉ fácil perceber que to<strong>do</strong> falante nativo de uma língua demonstra uma enormehabilidade para o uso <strong>do</strong>s afixos. Mesmo que não tenha a clareza <strong>do</strong> que se trata um<strong>prefixo</strong> ou sufixo, tampouco o que cada um deles significa individualmente, os falantesreconhecem o papel que <strong>des</strong>empenham junto às palavr<strong>as</strong> e é por isso que ocorre apossibilidade de criação de neologismos, i.e., a renovação vocabular da língua.Dessa maneira, os processos morfológicos instaura<strong>do</strong>s pel<strong>as</strong> língu<strong>as</strong> são tãointrinca<strong>do</strong>s que seria muito difícil imaginar como se processariam esses elementos semGT Lexicologia, Lexicografia e Terminologia2
a existência de um ambiente de armazenamento para <strong>as</strong> informações de natureza <strong>lexical</strong>e de mecanismos lingüísticos sofistica<strong>do</strong>s capazes de manipulá-l<strong>as</strong>. A esse ambientechamar-se-á léxico. Define-se, portanto, léxico como sen<strong>do</strong> um lugar, seja um meiofísico ou via mente humana, em que estariam os morfem<strong>as</strong>, <strong>as</strong> palavr<strong>as</strong> e, em algum<strong>as</strong>situações, expressões correntes n<strong>as</strong> língu<strong>as</strong>.Nesse senti<strong>do</strong>, morfologia e processos derivacionais são manifestações da línguaque se interligam na questão da <strong>produtividade</strong> <strong>lexical</strong>. Entende-se por morfologia a parteda Lingüística que se ocupa com o estu<strong>do</strong> da estrutura da palavra, ou seja, osmorfem<strong>as</strong> 1 . Já os processos derivacionais são <strong>des</strong>critos por Said Ali (1971, p.229) comoo acréscimo de certos elementos formativos que emprestam à palavra primitiva um novosenti<strong>do</strong>.Em contextos mais ou menos complexos, um <strong>do</strong>s fenômenos lingüísticos quemuito tem chama<strong>do</strong> à atenção <strong>do</strong>s estudiosos diz respeito à <strong>produtividade</strong> <strong>lexical</strong> que osmorfem<strong>as</strong> provocam na língua. Para Andrade (2006), a <strong>produtividade</strong> <strong>lexical</strong> precisa serfocalizada a partir de uma perspectiva semântica, uma vez que está diretamenterelacionada ao <strong>as</strong>pecto polissêmico e/ou multifuncional <strong>do</strong>s processos de formação depalavr<strong>as</strong>. B<strong>as</strong>ílio (1999), também chama a atenção para essa questão. Para ela, dizer quedetermina<strong>do</strong> afixo é produtivo é dizer pouco, pois é importante verificar a <strong>produtividade</strong>de uma Regra de Formação de Palavr<strong>as</strong> (RFP) quan<strong>do</strong> atuan<strong>do</strong> so<strong>br</strong>e uma b<strong>as</strong>emorfológica determinada, uma vez que uma RFP pode ser mais produtiva com uma b<strong>as</strong>e<strong>do</strong> que com outra. Nesse senti<strong>do</strong>, é importante que afirmações de <strong>produtividade</strong> estejamcircunscrit<strong>as</strong> a tipos morfológicos de b<strong>as</strong>es. Acrescenta-se aqui o fato de a necessidadede especificação de ambientes de <strong>produtividade</strong> não se devem limitar ao ambientemorfológico, m<strong>as</strong> sim à questão de polissemia que perp<strong>as</strong>sa pelo viés semântico <strong>do</strong>sprocessos de formação de palavr<strong>as</strong>.Partin<strong>do</strong>-se <strong>des</strong>se ponto, o objetivo <strong>des</strong>se artigo é investigar a plurissignificaçãoque um <strong>do</strong>s morfem<strong>as</strong> mais produtivos da língua portuguesa, o <strong>prefixo</strong> <strong>des</strong>-, incorpora àlíngua.Dentre os processos de formação de palavr<strong>as</strong> mais produtivos na línguaportuguesa está a derivação que tanto pode ser de natureza prefixal ou sufixal. Aderivação tratada aqui é a <strong>do</strong> tipo prefixal, ou seja, <strong>do</strong> afixo anteposto à b<strong>as</strong>e da palavra.Rocha (1998, p. 152) define a derivação prefixal como um processo de criação <strong>lexical</strong>que consiste na formação de uma nova palavra a partir <strong>do</strong> acréscimo de um morfema auma b<strong>as</strong>e já existente. Para ele, um <strong>prefixo</strong> se caracteriza como sen<strong>do</strong> uma seqüênciafônica recorrente, que não se constitui uma b<strong>as</strong>e, com o objetivo de se formar uma novapalavra [...] os <strong>prefixo</strong>s apresentam identidade fonológica, semântica e funcional. To<strong>do</strong><strong>prefixo</strong> – <strong>as</strong>sim como o sufixo – se caracteriza pelo fato de ser uma forma presa.Com b<strong>as</strong>e em estu<strong>do</strong>s diacrônicos, Cunha (1985) preconiza que os <strong>prefixo</strong>s sãomais independentes que os sufixos, originam-se, em geral, de advérbios ou preposiçõesque têm ou tiveram vida autônoma na língua. Segun<strong>do</strong> o autor, a derivação prefixal1 Conforme Ca<strong>br</strong>al (1974), um morfema representa uma unidade morfológica identificável e básica decada palavra, cujo significa<strong>do</strong> se mantém em tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> estrutur<strong>as</strong> em que ocorre.GT Lexicologia, Lexicografia e Terminologia3