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construindo a escola democrática através do - Faculdade de ...

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sócio-económicos afectan<strong>do</strong>, <strong>de</strong> uma maneira igualmente violenta, to<strong>do</strong>s os grupossociais e culturais <strong>de</strong> certos bairros. A implicação <strong>de</strong>sta insistência parece ser: porque«<strong>de</strong>sperdiçar» tempo com a questão <strong>de</strong> diferença quan<strong>do</strong> o que é mais urgenteresolver com estes grupos é o que eles têm em comum, isto é, a sua pobreza e a suaexclusão? 2 A resposta a esta questão é, <strong>de</strong> facto, ao mesmo tempo simples ecomplexa. É complexa porque nos conduz eventualmente a questão <strong>de</strong> comoproporcionar a to<strong>do</strong>s a base económica mínima necessária para se po<strong>de</strong>r «estar» na<strong>escola</strong>. E esta pergunta conduz, por sua vez, ainda a uma outra que é: como conseguiras condições mínimas indispensáveis para se po<strong>de</strong>r transformar as diferenças práticasculturais presentes na <strong>escola</strong> em recursos <strong>de</strong>ssa mesma <strong>escola</strong>? Respostas para estasperguntas passam inevitavelmente por uma análise das mudanças no processo <strong>de</strong>trabalhos nos diferentes níveis da economia mundial e da relação <strong>de</strong>stas mudançascom sistemas educativos e a política educativa como política social (ver Stoer,Stoleroff e Correia, 1990; e Correia, Stoleroff e Stoer, 1993, para análises sobre asituação portuguesa que vão nesse senti<strong>do</strong>). Por outro la<strong>do</strong>, a resposta é simples pelarazão <strong>de</strong> que a compreensão necessária para produzir práticas capazes <strong>de</strong> reduzir osconstrangimentos sócio-económicos (e não só) actuan<strong>do</strong> sobre estes grupos passa pelacompreensão não só da sua relação directa com a produção material e o mun<strong>do</strong> <strong>de</strong>trabalho, mas também pela maneira como estes grupos «vivem» e «constroem» assuas vidas, isto é, com os processos <strong>de</strong> reprodução social e <strong>de</strong> produção cultural (verWillis, 1986). Esta resposta, contu<strong>do</strong>, precisa <strong>de</strong> ser mais elaborada para permitir to<strong>do</strong>o aproveitamento. Na nossa opinião, só assim se evitará ou uma abordagem queculpabiliza as próprias «vitimas» para a existência continuada <strong>de</strong>ssesconstrangimentos («são preguiçosos», «não têm os valores certos», «são ignorantes»),ou uma abordagem que reduz a análise <strong>de</strong>sses constrangimentos (e as práticaspossíveis para os ultrapassar) ao antagonismo <strong>de</strong> classe que existe entre o trabalho e ocapital.Trabalhos recentes conduzi<strong>do</strong>s em Portugal sobre a natureza das relaçõesexistentes entre a <strong>escola</strong> e o meio envolvente sugerem que:2 Presente nesta preocupação está, sem dúvida, o intuito, confirma<strong>do</strong> por MACHADO (1992), <strong>de</strong> que aetnicida<strong>de</strong> em Portugal assume pouca visibilida<strong>de</strong> dada a existência <strong>de</strong> camadas baixas portuguesas(luso-brancos) com o mesmo nível e estrutura sócio-económica das minorias étnicas (ver ibi<strong>de</strong>m: págs.128-129).

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