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construindo a escola democrática através do - Faculdade de ...

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- a promoção <strong>do</strong> «ruí<strong>do</strong>» (complexida<strong>de</strong>) da multidimensionalida<strong>de</strong>, quegarante a reintrodução da variabilida<strong>de</strong> histórica e da subjectivida<strong>de</strong>, ambasausentes das abordagens Multicultural e Neo-Marxista;- o reconhecimento da importância na <strong>escola</strong> das lógicas e efeitos autónomosdas dinâmicas <strong>de</strong> etnia e <strong>de</strong> género e a sua interacção necessária com aclasse social;- a a<strong>do</strong>pção <strong>de</strong> uma postura crítica face à tendência <strong>do</strong>s teóricos da EducaçãoInter/Multicultural e da corrente Neo-Marxista <strong>de</strong> dividir a socieda<strong>de</strong> em<strong>do</strong>mínios separa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> estrutura e cultura (esta tendência promoveexplicações mono-causais);- a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> uma concepção <strong>do</strong> conceito <strong>de</strong> raça e (etnia) «não como uma‘categoria’ ou uma ‘coisa em si própria’ (Thompson, 1966), mas, antes,como um processo social vital integralmente liga<strong>do</strong> a outros processos edinâmicas sociais da educação e da socieda<strong>de</strong>» (McCarthy, 1988:273).Assim, para compreen<strong>de</strong>r, por exemplo, o fenómeno <strong>de</strong> aban<strong>do</strong>no <strong>escola</strong>r emPortugal, on<strong>de</strong> muitos jovens são duplamente «<strong>de</strong>squalifica<strong>do</strong>s» (primeiramente pelainstituição educativa e <strong>de</strong>pois no próprio merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho 11 ), será obrigatóriotomar em conta como as culturas e o género me<strong>de</strong>iam a relação, produzin<strong>do</strong> efeitos,entre a estrutura <strong>de</strong> classes e a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>do</strong>/a jovem, estan<strong>do</strong> tanto uma como a outracontinuamente num processo <strong>de</strong> construção. Talvez seja já <strong>de</strong>snecessário dizer que éessencial que os trabalhos sobre as dinâmicas <strong>de</strong> cultura e <strong>de</strong> género, emergem assimnão como variáveis estáticas, mas como princípios estruturantes que alicerçam asrelações minoria/maioria na vida quotidiana 12 .De facto, a abordagem «não-sincrónica» ajuda-nos a compreen<strong>de</strong>r acomplexida<strong>de</strong> <strong>do</strong> que se passa no terreno das <strong>escola</strong>s e das comunida<strong>de</strong>s envolventes.As relações <strong>de</strong> diferenciação, com os seus efeitos por vezes dramáticos na formação<strong>do</strong>s habitus, articulam-se <strong>de</strong> forma diferente em cada situação. Assim, e no caso <strong>de</strong><strong>do</strong>is projectos <strong>de</strong> investigação-acção realiza<strong>do</strong>s simultaneamente em quatro <strong>escola</strong>s11 A questão da dupla <strong>de</strong>squalificação <strong>do</strong>s jovens é abordada com algum pormenor em Stoer e Araújo(1992), especialmente no capítulo 3.12 Interessante aqui é a metáfora da <strong>escola</strong>rização como um campo <strong>de</strong> batalha cultural, on<strong>de</strong> as pessoassão «posicionadas», na base da sua origem social, raça/etnia e género, na hierarquia social (ver Lave, etal., 1992:271) A nossa análise, no entanto não permite que este posicionamento seja necessariamente<strong>de</strong>terminante: a experiência vivida pelo actor social po<strong>de</strong> produzir consequências não previstas.

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