maneira, e não em competição com os vossos discursos, paranão me prestar ao riso. Vê então, Fedro, se por acaso há aindaprecisão de um tal discurso, de ouvir sobre o Amor dizer averdade, mas com nomes e com a disposição de frases que poracaso me tiver ocorrido.Fedro então, disse Aristodemo, e os demais presentes pediramlheque, como ele próprio entendesse que devia falar, assim ofizesse.- Permite-me ainda, Fedro - retornou Sócrates - fazer umasperguntinhas a Agatão, a fim de que tendo obtido o seu acordo,eu já possa assim falar.- Mas sim, permito - disse Fedro. - Pergunta! - E então, disseAristodemo, Sócrates começou mais ou menos por esse ponto:- Realmente, caro Agatão, bem me pareceste iniciar teudiscurso, quando dizias que primeiro se devia mostrar o próprioAmor, qual a sua natureza, e depois as suas obras. Essecomeço, muito o admiro. Vamos então, a respeito do Amor, jáque em geral explicaste bem e magnificamente qual é a suanatureza, dize-me também o seguinte: é de tal natureza o Amorque é amor de algo ou de nada? Estou perguntando, não se éde uma mãe ou de um pai - pois ridícula seria essa pergunta, seAmor é amor de um pai ou ele uma mãe - mas é como se, arespeito disso mesmo, de “pai”, eu perguntasse: “Porventura opai é pai de algo ou não? Ter-me-ias sem dúvida respondido, seme quisesses dar uma bela resposta, que é de um filho ou deuma filha que o pai é pai ou não?”- Exatamente - disse Agatão.- E também a mãe não é assim?- Também - admitiu ele.- Responde-me ainda, continuou Sócrates, mais um pouco, afim de melhor compreenderes o que quero. Se eu teperguntasse: “E irmão, enquanto é justamente isso mesmo queé, é irmão de algo ou não?”- É, sim, disse ele.30
- De um irmão ou ele uma irmã, não é? Concordou.- Tenta então, continuou Sócrates, também a respeito do Amordizer-me: o Amor é amor de nada ou de algo?- De algo, sim.- Isso então, continuou ele, guarda contigo, lembrando-te deque é que ele é amor; agora dize-me apenas o seguinte: Seráque o Amor, aquilo de que é amor, ele o deseja ou não?- Perfeitamente - respondeu o outro.- E é quando tem isso mesmo que deseja e ama que ele entãodeseja e ama, ou quando não tem?- Quando não tem, como é bem provável - disse Agatão.- Observa bem, continuou Sócrates, se em vez de umaprobabilidade não é uma necessidade que seja assim, o quedeseja deseja aquilo de que é carente, sem o que não deseja,se não for carente. É espantoso como me parece, Agatão, seruma necessidade; e a ti?- Também a mim - disse ele.Tens razão. Pois porventura desejaria quem já é grande sergrande, ou quem já é forte ser forte?- Impossível, pelo que foi admitido.- Com efeito, não seria carente disso o que justamente é isso.- É verdade o que dizes.- Se, com efeito, mesmo o forte quisesse ser forte, continuouSócrates, e o rápido ser rápido, e o sadio ser sadio - pois talvezalguém pensasse que nesses e em todos os casos semelhantesos que são tais e têm essas qualidades desejam o quejustamente têm, e é para não nos enganarmos que estoudizendo isso - ora, para estes, Agatão, se atinas bem, é forçosoque tenham no momento tudo aquilo que tem, quer queiram,quer não, e isso mesmo, sim, quem é que poderia desejá-lo?Mas quando alguém diz: “Eu, mesmo sadio, desejo ser sadio, e31
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