consigo mesmo, caminhava atrasado, e como o outro sedetivesse para aguardá-lo, ele lhe pede que avance. Chegado àcasa de Agatão, encontra a porta aberta e aí lhe ocorre, diziaele, um incidente cômico. Pois logo vem-lhe ao encontro, lá dedentro, um dos servos, que o leva onde se reclinavam osoutros, e assim ele os encontra no momento de se servirem;logo que o viu, Agatão exclamou: - Aristodemo! Em boa horachegas para jantares conosco! Se vieste por algum outromotivo, deixa-o para depois, pois ontem eu te procurava para teconvidar e não fui capaz de te ver. Mas... e Sócrates, como éque não no-lo trazes?- Voltando-me então - prosseguiu ele - em parte alguma vejoSócrates a me seguir; disse-lhe eu então que vinha comSócrates, por ele convidado ao jantar.- Muito bem fizeste - disse Agatão; - mas onde está essehomem?- Há pouco ele vinha atrás de mim; eu próprio perguntoespantado onde estaria ele.- Não vais procurar Sócrates e trazê-lo aqui, menino? -exclamou Agatão. - E tu, Aristodemo, reclina-te ao lado deErixímaco.Enquanto o servo lhe faz ablução para que se ponha à mesa,vem um outro anunciar: - Esse Sócrates retirou-se em frentedos vizinhos e parou; por mais que eu o chame não quer entrar.- É estranho o que dizes - exclamou Agatão; - vai chamá-lo! Enão mo largues!Disse então Aristodemo: Mas não! Deixai-o! É um hábito seuesse: às vezes retira-se onde quer que se encontre, e ficaparado. Virá logo porém, segundo creio. Não o incomodeis portanto,mas deixai-o.- Pois bem, que assim se faça, se é teu parecer - tornou Agatão.- E vocês, meninos, atendam aos convivas. Vocês bem servem oque lhes apraz, quando ninguém os vigia, o que jamais fiz;agora portanto, como se também eu fosse por vocês convidadoao jantar, como estes outros, sirvam-nos a fim de que oslouvemos.6
- Depois disso - continuou Aristodemo - puseram-se a jantar,sem que Sócrates entrasse. Agatão muitas vezes manda chamálo,mas o amigo não o deixa. Enfim ele chega, sem terdemorado muito como era seu costume, mas exatamentequando estavam no meio da refeição. Agatão, que seencontrava reclinado sozinho no último leito, exclama: — Aqui,Sócrates! Reclina-te ao meu lado, a fim de que ao teu contatodesfrute eu da sábia idéia que te ocorreu em frente de casa.Pois é evidente que a encontraste, e que a tens, pois não teriasdesistido antes.Sócrates então senta-se e diz: - Seria bom, Agatão, se de talnatureza fosse a sabedoria que do mais cheio escorresse aomais vazio, quando um ao outro nos tocássemos, como a águados copos que pelo fio de lã escorre do mais cheio ao maisvazio. Se é assim também a sabedoria, muito aprecio reclinarmeao teu lado, pois creio que de ti serei cumulado com umavasta e bela sabedoria. A minha seria um tanto ordinária, oumesmo duvidosa como um sonho, enquanto que a tua ébrilhante e muito desenvolvida, ela que de tua mocidade tãointensamente brilhou, tornando-se anteontem manifesta a maisde trinta mil gregos que a testemunharam.- És um insolente, ó Sócrates - disse Agatão. - Quanto a isso,logo mais decidiremos eu e tu da nossa sabedoria, tomandoDioniso por juiz; agora porém, primeiro apronta-te para ojantar.- Depois disso - continuou Aristodemo - reclinou-se Sócrates ejantou como os outros; fizeram então libações e, depois doshinos ao deus e dos ritos de costume, voltam-se à bebida.Pausânias então começa a falar mais ou menos assim: - Bem,senhores, qual o modo mais cômodo de bebermos? Eu por mimdigo-vos que estou muito indisposto com a bebedeira de ontem,e preciso tomar fôlego - e creio que também a maioria dossenhores, pois estáveis lá; vede então de que modo poderíamosbeber o mais comodamente possível.Aristófanes disse então: - É bom o que dizes, Pausânias, que dequalquer modo arranjemos um meio de facilitar a bebida, poistambém eu sou dos que ontem nela se afogaram.7
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tocasse nesse homem, bem vigorosame
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- Evoé! - exclamou Agatão; - Alci
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