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Online - Fenacon

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ARTIGOJogo do Contente eAmbiente CorporativoPaulo de TarsoConta a sabedoria popular um“causo” que é mais ou menosassim:De madrugada o telefone toca:- Alô? É seu Carlos, é? Aqui éUóxinton, caseiro do sítio.- Pois não, seu Washington, o queposso fazer pelo senhor? Aconteceualguma coisa?- Ah, não. Eu tô liganu pro sinhôprá avisá qui seu papagai morreu.- Aquele meu papagaio campeãomorreu? Como morreu?- Di tantu cumê carne estragada.- Mas quem foi que deu carne parao meu papagaio comer?- Ah, foi ninguém, não, sinhô.A carne era duns cavalo morto.- Mas que cavalos, seu Washington?- Ah, daqueles puro-sangue qui osinhô criava. Eles murreram ditantu puxá carroça di água.- Mas que doideira é essa? Quecarroça de água?- Pra apagá o fogo do incêndio.- Incêndio? Que incêndio?- Na casa du sinhô… Caiu uma velae pegô fogo nas curtina.- Mas vela de quê, se aí tem luzelétrica?- Du velório.- Velório? De quem?- Da sinhora sua mãe.- Minha mãe?!- Sim, é qui ela apareceu aqui sem avisá e eu deidois tiro nela pensando qui fosse um ladrão. Masnum se preocupe não, que fora isso, tá tudu bem…Embora engraçado, esse “causo” narrado pelo“Uóxinton” nos diz muito sobre o que acontece noambiente corporativo, seja em empresas privadas,seja em órgãos públicos.Parabéns àsempresas quepossuem“contestadores”apoiando oambiente para queeles continuemexpondo suas ideiasFoto: DivulgaçãoTrata-se do tradicional “jogodo contente”, uma artimanha políticada qual muitos se utilizampara evitar uma exposição que poderia,eventualmente, comprometersuas posições, funções ou conquistas.Como temem expor suasideias e ideais, optam por pausarsuas falas, fragmentando o quantopossível notícias que, em sua opinião,poderiam contrariar o “contenteambiente” ora estabelecido.Veja que o vendedor nuncadiz, de forma direta, que as metasnão foram alcançadas. Prefere oconforto de dizer que vendeu“quase” todo o estoque ou “quase”todo o número a ser atingido,ainda que esse quase signifiquepouco mais que 50% da expectativagerada. Quando não menos.O grave erro do “jogo do contente”é que, se quem está fazendoo discurso lembrar-se de valorizaro chefe, a empresa e suas políticas,o resultado pouco importará. E todosficam contentes! Só informamque “a mãe morreu” quando a importânciadada ao “papagaio” tornou-seo centro das atenções. A morte da mãe do“seu Carlos” é o mal menor.Esse comportamento e o medo excessivo de seexpor são uma constante em qualquer reunião emque estejam gerentes, diretores e até presidentes.Acontece mais ou menos assim: o presidente colocasua opinião, ávido por ouvir os que concordam e osque discordam, mesmo que a opinião seja a mais descabidado universo – e olhe lá – haverá sempre umséquito de pessoas que vão concordar, sem ressalvas.26<strong>Fenacon</strong> em Serviços – Maio/Junho 2010

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