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Revista política e prosa ed. 01

Agosto de 2015

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TRibUTOs PELA hisTÓRiA<br />

A questão tributária foi – e continua sendo – pretexto<br />

de inúmeras transformações sociais na história da humanidade.<br />

Documentos apontam que quando foi criada<br />

a Constituição inglesa, em 1215, um dos pontos centrais<br />

definidos entre o Conselho de Nobres e João Sem terra<br />

baseava-se no fato de que, a partir de então, nenhum<br />

tributo poderia ser criado pelo rei sem que o Conselho<br />

fosse consultado. Na mesma Inglaterra, um dos motivos<br />

que levaram à Revolução Burguesa, na primeira metade<br />

do século xVII, foi a cobrança de tributos abusivos.<br />

Até mesmo a data da Independência Norte-Americana,<br />

4 de julho, é marcada pelo início da Guerra de Libertação,<br />

que foi amadurecida pelos protestos devidos<br />

aos altos impostos cobrados. Já a Revolução Francesa<br />

teve como um de seus principais estopins o aumento<br />

de impostos decretado pelo rei para enfrentar a grave<br />

crise que o país enfrentava após a derrota para a Inglaterra<br />

na Guerra dos Sete Anos.<br />

Aqui no Brasil, a questão da cobrança de impostos<br />

marcou profundamente algumas rebeliões ao longo da<br />

história. A primeira delas foi a Inconfidência mineira,<br />

tentativa de libertar o Brasil de Portugal, que resultou<br />

no enforcamento do herói tiradentes. O principal motivo<br />

dessa revolta foi a chamada “Derrama”, que consistia<br />

na cobrança de impostos atrasados feita pelos colonizadores<br />

portugueses aos moradores de minas Gerais.<br />

Já no século xx, os brasileiros viram o sistema tributário<br />

ser alterado por diversas vezes. Depois da Constituição<br />

F<strong>ed</strong>eral de 1988, os governos f<strong>ed</strong>eral, estaduais<br />

e municipais passaram a dividir o poder de tributar os<br />

agentes (indivíduos, firmas) e as atividades econômicas<br />

(bens e serviços). Ao longo dos anos 1990 e 2000,<br />

foram várias as tentativas de promover uma reforma<br />

tributária. Durante o período do governo Fernando<br />

Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, cinco iniciativas<br />

chegaram a ser apresentadas pelo Executivo<br />

F<strong>ed</strong>eral ao Congresso Nacional. Contudo, a intenção de<br />

realizar uma ampla reforma esbarrou, mais uma vez,<br />

nos múltiplos interesses e impasses dos vários agentes<br />

políticos e econômicos – resultando apenas no aumento<br />

da carga para o contribuinte.<br />

tor do Centro de Cidadania Fiscal. Grande conhec<strong>ed</strong>or<br />

do tema, o especialista apresentou propostas e salientou,<br />

dentre outros aspectos, que um sistema complexo<br />

como o brasileiro gera desconfiança no sistema jurídico,<br />

o que pode ocasionar prejuízos em investimentos.<br />

Em outro evento, o presidente da F<strong>ed</strong>eração Nacional<br />

do Fisco Estadual e Distrital (FENAFISCO), manoel<br />

Isidro dos Santos Neto, enfatizou a necessidade<br />

de sistematizar os anseios de cada entidade representativa<br />

do Fisco para trabalhar pontos consensuais:<br />

“Apesar da complexidade do tema, quando as<br />

propostas forem apresentadas e entendidas, vamos<br />

definir um ponto comum e importante para o país e<br />

não apenas para determinados setores”, completou.<br />

O próximo passo do PROS, neste sentido, é<br />

aprofundar o conhecimento do tema, ouvindo outras<br />

entidades e especialistas, para sistematizar<br />

uma proposta formal e alinhar o discurso que será<br />

apresentado ao ministério da Fazenda e à soci<strong>ed</strong>ade<br />

nos próximos meses. Estes estudos técnicos<br />

irão gerar um documento de referência que servirá<br />

como base para que o partido se torne legítimo<br />

representante de todos os brasileiros que almejam<br />

uma reforma tributária efetiva.<br />

COmPARAçãO iNTERNACiONAL dA CARgA TRibUTá<br />

RiA<br />

diRETA sObRE A RENdA dO TRAbALhO<br />

Salário líquido após a tributação<br />

Salário bruto de<br />

$25.000,00 por ano<br />

Irlanda $22.937,00<br />

Japão $22.704,00<br />

EUA $22.660,00<br />

Rússia $21.750,00<br />

Espanha $21.328,00<br />

Brasil $21.023,00<br />

Salário bruto de<br />

$200.000,00 por ano<br />

Dubai $200.000,00<br />

Rússia $174.000,00<br />

Egito $160.847,00<br />

Estônia $152.515,00<br />

Brasil $148.088,00<br />

México $146.377,00<br />

Fonte: Instituto Justiça Fiscal<br />

www.pros.org.br 21

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