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Revista UnicaPhoto - Edição 06 - Maio/2016

Revista que reúne a produção de alunos, professores, funcionários e colaboradores do curso de Fotografia da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap)

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Audiodescrição:<br />

uma arte que inclui!<br />

Texto de Suann Medeiros<br />

A audiodescrição permite que pessoas com<br />

deficiência visual tenham as mesmas sensações<br />

e entendimento de todos. Seja na arte, na<br />

educação, na saúde, ou em quaisquer outras<br />

áreas e situações.<br />

“Para mim é uma forma de expressão artística<br />

no sentido de mediação, a audiodescrição<br />

media uma obra, um evento, uma imagem para<br />

uma pessoa com deficiência visual. Na arte e<br />

na cultura, ela [a audiodescrição] também é<br />

uma forma de arte, de fazer arte e de proporcionar<br />

essa tradução”, assim Liliana Tavares,<br />

audiodescritora apaixonada, trata o seu ofício.<br />

Formada em Psicologia, ela conta que a partir<br />

da sua primeira experiência com audiodescrição,<br />

por volta de 2010, passou a dedicar-se<br />

totalmente à técnica, fazendo dela a sua profissão.<br />

Hoje, Liliana é doutoranda em Comunicação,<br />

pela UFPE, estudando a audiodescrição<br />

na fotografia e no cinema. Ela também é audiodescritora<br />

e produtora cultural.<br />

A audiodescrição é a técnica de traduzir para<br />

as pessoas cegas ou com baixa visão, a imagem<br />

observada, de forma clara, direta e precisa.<br />

Nas artes, por exemplo, o audiodescritor<br />

deve traduzir aquilo que está além dos diálogos<br />

(quando se trata de teatro ou cinema), descrever<br />

o figurino, o cenário e as reações, para que<br />

o deficiente visual possa também ser envolvido<br />

pelas sensações da manifestação artística em<br />

questão. Mas Liliana lembra que não é apenas<br />

nas artes que a técnica se faz presente. Na<br />

educação, na saúde e até em algumas questões<br />

jurídicas, faz-se de suma importância a<br />

presença do audiodescritor. Vale frisar que<br />

audiodescrição é uma atividade profissional, repleta<br />

de técnicas e exige estudo e capacitação.<br />

Liliana explica que “existem várias modalidades<br />

da audiodescrição, ela pode ser ao vivo ou<br />

gravada e, pode ser exibida de várias formas:<br />

aberta para todos ouvirem, fechadas com fones<br />

de ouvidos, e também pode ser escrita em<br />

braile”. E emenda: “o Brasil tem muitos bons<br />

profissionais na audiodescrição hoje em dia em<br />

São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro<br />

e aqui em Pernambuco. Esses são os Estados<br />

que mais sobressaem e os cursos são restritos”.<br />

O professor Francisco Lima, da UFPE, é<br />

um grande formador, bem como Lívia Motta<br />

(SP) coordenadora do primeiro curso de pós-<br />

-graduação em audiodescrição na UFJF. Ela<br />

conta que Pernambuco é um dos estados que<br />

mais produz audiodescrição no Brasil e que a<br />

maioria das pessoas com alguma deficiência visual<br />

– que pode ser total ou parcial – já conhece<br />

e entende o que é audiodescrição. Um dos<br />

motivos apontados pela audiodescritora, como<br />

razão deste pioneirismo, surgiu da exigência da<br />

audiodescrição em editais de cultura no Estado,<br />

principalmente os editais do Funcultura, que<br />

pontuam os projetos que oferecem acessibilidade<br />

comunicacional.<br />

Dentre as modalidades em que a audiodescrição<br />

se encontra presente, Liliana destaca a<br />

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