Revista Penha | agosto 2016
O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França. Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.
O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França.
Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.
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Do rio à colina<br />
da primeira<br />
à última página<br />
Fernando<br />
Santos<br />
e a <strong>Penha</strong><br />
Animais<br />
de companhia<br />
Regras<br />
Entrevista<br />
Inês Sousa<br />
Real<br />
<strong>Revista</strong> Mensal<br />
Junta de Freguesia da <strong>Penha</strong> de França<br />
jf-penhafranca.pt<br />
nr. 06<br />
ago ‘16<br />
AF JFPF REVISTA 08 AGOSTO.indd 1 01/08/16 18:36
Ficha Técnica<br />
Propriedade<br />
Junta de Freguesia da <strong>Penha</strong> de França<br />
Directora<br />
Sofia Oliveira Dias<br />
Subdirector<br />
José Castelo Branco<br />
Coordenadora<br />
Teresa Oliveira<br />
Design e Grafismo<br />
Gravity - Creative Dynamics<br />
Fotografia<br />
André Roma<br />
Colaboração<br />
Ricardo Oliveira<br />
Cometa Mágico<br />
Impressão<br />
Sogapal<br />
Tiragem<br />
23.500 Exemplares<br />
Distribuicao Gratuita<br />
Depósito Legal 408969/16<br />
02<br />
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editorial<br />
Portugal Allez!<br />
Chegados a <strong>agosto</strong>, tempo de merecido descanso para muitos,<br />
depois das festas e de um ano de trabalho, mantemos as razões<br />
para continuar a celebrar na <strong>Penha</strong> de França.<br />
Os motivos são diferentes,<br />
mas idênticos na importância<br />
de semearmos para podermos<br />
colher resultados e termos<br />
orgulho nas capacidades<br />
dos portugueses.<br />
Em primeiro lugar, como não<br />
podia deixar de ser, a vitória de<br />
Portugal no Campeonato Europeu<br />
de Futebol, sob o comando<br />
técnico do Eng.º Fernando Santos,<br />
filho ilustre da nossa Freguesia.<br />
O momento por que tanto<br />
esperávamos desde 2004<br />
finalmente aconteceu!<br />
E aconteceu como o selecionador<br />
nacional previu, ao afirmar<br />
que só regressava a Portugal<br />
no dia 11 de julho.<br />
Mérito dos jogadores, da equipa<br />
técnica, da estrutura dirigente da<br />
federação e de todos aqueles que<br />
na Lusofonia nunca regatearam<br />
apoio à seleção, especialmente,<br />
os portugueses residentes em<br />
França, cuja presença à saída<br />
de Marcoussis, para a final,<br />
fez recordar a despedida de<br />
Alcochete em 2004.<br />
Como na vida, muitos discutiram<br />
as opções, a beleza do futebol<br />
jogado e a ausência de vitórias<br />
nos noventa minutos, mas a<br />
verdade é só uma, chegámos à<br />
final e ganhámos. Tal como na<br />
vida, já tivemos a nossa conta de<br />
apuramentos matematicamente<br />
possíveis, de treinadores de<br />
bancada e de vitórias morais!<br />
Focados no essencial, atentos<br />
à realidade e com organização,<br />
chegamos lá.<br />
Mais investimento na <strong>Penha</strong>!<br />
Em segundo lugar, destacamos<br />
a aprovação, em reunião de<br />
Câmara no passado dia 20 de<br />
julho, de um pacote de delegação<br />
de competências na Junta<br />
de Freguesia, no valor<br />
de quase € 900.000.<br />
Focados na necessidade<br />
de continuar a melhorar a<br />
governação do nosso território<br />
e as respostas de proximidade<br />
das competências tradicionais<br />
e dos nossos desafios do<br />
espaço urbano, a Câmara<br />
Municipal de Lisboa delegou<br />
mais competências nas Juntas<br />
de Freguesias em áreas<br />
estruturantes da cidade. É neste<br />
quadro de reforço da confiança<br />
nas capacidades das Juntas<br />
que se integram as obras agora<br />
delegadas de requalificação<br />
de pavimentos, de passagens<br />
Sofia Oliveira Dias<br />
Presidente da Junta de Freguesia<br />
de <strong>Penha</strong> de França<br />
pedonais, de estacionamentos,<br />
de jardins, de equipamentos<br />
de Infraestruturas, de limpeza<br />
e de reforço de taludes<br />
e de áreas expectantes<br />
e de criação de parques<br />
caninos, entre outros.<br />
Em suma, mais investimento<br />
no espaço público da <strong>Penha</strong><br />
de França, e que farão desta<br />
uma Freguesia melhor,<br />
do rio à colina!<br />
03<br />
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destaque<br />
Parabéns Fernando Santos,<br />
um orgulho para a <strong>Penha</strong> de França<br />
A 10 outubro de 1954<br />
nasce na Maternidade<br />
Alfredo da Costa um<br />
dos filhos ilustres da<br />
<strong>Penha</strong> de França e que<br />
deu a Portugal uma das<br />
suas maiores alegrias<br />
dos últimos tempos.<br />
Fernando Santos – quem mais<br />
poderia ser? – viveu na Freguesia<br />
até aos 35 anos. O seu pai era<br />
“vendedor de acessórios para<br />
automóveis e chegou a ter uma<br />
indústria com outros sócios”<br />
contou em 2014 ao semanário Sol.<br />
A mãe era doméstica.<br />
Do que tem dito publicamente,<br />
a sua ligação ao futebol vem do<br />
berço. Ao mesmo jornal lembrou<br />
que “tinha 40 dias” quando<br />
‘assistiu’ ao primeiro jogo. “Os<br />
meus pais levaram-me na alcofa<br />
à inauguração do Estádio da Luz,<br />
no dia 1 de dezembro de 1954”.<br />
“Íamos ver futebol todos os<br />
fins-de-semana. O meu pai<br />
e a minha mãe sempre tiveram<br />
lugar cativo, eram completamente<br />
apaixonados pelo Benfica”.<br />
Até casar viveu na Rua Conde<br />
Monsaraz e frequentou o<br />
ensino primário na Escola 68, já<br />
desaparecida, localizada mesmo ao<br />
lado do Sporting Clube da <strong>Penha</strong>,<br />
na Rua da <strong>Penha</strong> de França.<br />
Noutra entrevista, ao Expresso,<br />
recordou os seus passatempos<br />
de criança. “Nesse tempo, o que se<br />
fazia era jogar à bola na rua. Tudo<br />
servia para fazer de bola: as meias<br />
da mãe, um jornal embrulhado,<br />
a bolinha dos matraquilhos...”.<br />
Ele e os amigos jogavam em dois<br />
‘campos’ de eleição – a Praça<br />
António Sardinha, onde havia<br />
Rua Conde Monsaraz<br />
partidas da “rua tal contra<br />
a rua tal” e um “campo por trás do<br />
quartel de Sapadores”,<br />
num descampado. João Dinis,<br />
amigo da mãe do Selecionador<br />
Nacional, recorda-se bem desses<br />
jogos, apesar de ser uns anos<br />
mais novo do que Santos.<br />
Finda a primária, o atual Campeão<br />
da Europa desceu até à Avenida<br />
General Roçadas, passando a<br />
frequentar a Nuno Gonçalves.<br />
Nesse tempo “só lá estudavam<br />
os rapazes”, as raparigas tinham<br />
como destino a Luísa de Gusmão,<br />
escreveu o próprio Fernando Santos<br />
no livro ‘Uma aventura na <strong>Penha</strong>’,<br />
de Raul Lourenço, editado pela<br />
Junta de Freguesia em 2003.<br />
04<br />
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Praça António Sardinha<br />
Outro ponto importante do seu<br />
percurso foi o Sporting Clube da<br />
<strong>Penha</strong>, onde “tantas tardes e<br />
noites” passou, escreveu ainda. Ali<br />
começou como jogador de futebol<br />
de 5. Mais tarde, já na casa dos 20<br />
e atleta profissional, foi treinador<br />
desta modalidade de futebol nesta<br />
coletividade e, durante um ano,<br />
presidente do clube. Fernando<br />
seguiu os passos do seu pai,<br />
Francisco, que durante muitos anos<br />
foi presidente e dirigente do SCP.<br />
Também tal como o pai escolheu<br />
jogar como guarda-redes. Com o<br />
progredir dos estudos vai para a<br />
Escola Industrial Afonso Domingues,<br />
em Marvila, e passa do futebol de<br />
5 para o de 11, sendo escolhido para<br />
a seleção da escola, onde também<br />
jogava Augusto Inácio – outro<br />
homem desta Freguesia.<br />
Entretanto mudou de posição e<br />
começou a aproximar-se da baliza,<br />
mas do adversário.<br />
O futebol ia-se entranhando cada<br />
vez mais na sua vida e, convencido<br />
por um amigo, acabou por ir treinar<br />
para o Operário da Graça, mais<br />
uma vez a acompanhar as passadas<br />
do pai, décadas antes. No intervalo<br />
dos estudos, Fernando Santos<br />
conta no livro de Raul Lourenço que<br />
passou muitas matinés e soirées<br />
no Cine-Oriente (já demolido,<br />
na Avenida General Roçadas),<br />
recordando também “os bailes<br />
do Oriental”, além, claro está, do<br />
tempo passado no Sporting Clube<br />
da <strong>Penha</strong>.<br />
Em termos futebolísticos, do<br />
Operário passou para o Graça. Na<br />
escola, também transitou da Afonso<br />
Domingues: fez a admissão ao ISEL<br />
– Instituo Superior de Engenharia<br />
de Lisboa, e entrou. Mas o futebol<br />
continuava a chamá-lo e uns<br />
amigos convenceram-no a ir a um<br />
“torneio de captação no Estádio da<br />
Luz”. Tinha 17 anos e ficou, depois<br />
de um pacto com o pai em que<br />
se comprometeu a continuar os<br />
estudos. “Só que o Benfica, nesta<br />
altura, tinha uns 40 jogadores<br />
e os mais novos eram sempre<br />
emprestados” disse ao Sol. Como<br />
o SLB queria que Fernando Santos<br />
fosse para fora de Lisboa e ele não<br />
estava com vontade nenhuma de<br />
dar corpo à ideia, acabou para ir<br />
para o Estoril pela mão do treinador<br />
Jimmy Hagan.<br />
Cumprindo a promessa feita ao<br />
pai, formou-se em Engenharia<br />
Eletrotécnica. Mais tarde casou e<br />
mudou-se da Conde de Monsaraz<br />
para a Praça Aniceto do Rosário.<br />
Teve primeiro uma filha e depois<br />
um filho. Acaba a treinar o Estoril<br />
e a trabalhar no Hotel Palácio,<br />
naquela localidade. Com a vida<br />
Sporting Clube da <strong>Penha</strong><br />
orientada para a Linha, aos 35<br />
anos decide sair da <strong>Penha</strong> de<br />
França rumo a Cascais, onde<br />
ainda tem a sua casa.<br />
Não perdeu o contacto com a<br />
Freguesia, muito por causa dos<br />
pais, evidentemente, que com a sua<br />
saída se mudaram para a casa da<br />
Aniceto do Rosário. Na década de<br />
2000 foi padrinho das escolinhas<br />
de futsal da Freguesia. Por vezes<br />
ainda aparece no SC<strong>Penha</strong>.<br />
Não esqueceu os amigos da <strong>Penha</strong>,<br />
com quem tem contactos regulares.<br />
Humilde, determinado nas suas<br />
ações, os seus próximos asseguram<br />
que o sucesso não lhe subiu à<br />
cabeça. Outro fator importante:<br />
“Sempre se percebeu que era<br />
bastante inteligente” comenta o<br />
Tesoureiro da Junta de Freguesia,<br />
Manuel Oliveira Duarte, recordando<br />
que foi ao casamento de Fernando<br />
Santos, no seu dia de anos.<br />
Francisco Santos, por seu lado,<br />
foi o seu padrinho de casamento.<br />
A união deste<br />
homem com a <strong>Penha</strong><br />
de França, campeão<br />
europeu e que treinou<br />
o Benfica, Porto<br />
e Sporting, é um<br />
orgulho para<br />
a Freguesia.<br />
Muitos parabéns<br />
Fernando Santos.<br />
Obrigado<br />
pela alegria<br />
e orgulho<br />
que deu aos<br />
11 milhões<br />
de portugueses.<br />
05<br />
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desporto na <strong>Penha</strong><br />
A <strong>Penha</strong> incentiva<br />
a mexer<br />
A boa forma<br />
de quem vive<br />
na <strong>Penha</strong><br />
é importante<br />
para a Junta<br />
de Freguesia.<br />
Estamos por isso<br />
empenhados em<br />
promover atividades<br />
que entusiasmem<br />
as pessoas a fazer<br />
atividades físicas –<br />
todos, dos 10 aos 100.<br />
Desde as mais ativas,<br />
como a zumba ou<br />
karaté, até marchas<br />
como foi a do Laço<br />
Azul contra a violência<br />
sobre as crianças,<br />
juntando o desporto ao<br />
empenhamento social.<br />
01 Multiusos<br />
Começando pelo mais tradicional,<br />
no Espaço Multiusos, na Avenida<br />
Coronel Eduardo Galhardo, existe<br />
oferta de ginástica de manutenção,<br />
aeróbica, zumba, hip hop para<br />
crianças, Pilates, dança criativa,<br />
karaté Goju-ryu, Krav Maga, Tai Chi,<br />
Yoga, massagens Shiatsu<br />
e alongamentos.<br />
02 Salão do Polo<br />
No Salão do Polo Morais Soares,<br />
pode fazer ginástica moderada<br />
e karaté Shotokan.<br />
03 Piscina<br />
Dentro de pouco tempo, estará<br />
disponível a piscina, com um<br />
conjunto de propostas com a boa<br />
forma física de todos em mente.<br />
Todas estas propostas são para<br />
praticar no interior, mas a oferta<br />
da <strong>Penha</strong> também chega ao ar<br />
livre. Sempre à sua disposição<br />
estão os parques fitness do<br />
Jardim Luís Ferreira, da Afonso<br />
III e do Bairro Horizonte – onde<br />
já foram promovidas aulas com<br />
um personal trainer. E os campos<br />
desportivos (onde pode praticar<br />
basquete ou futebol, por exemplo)<br />
do Bairro Horizonte e Quinta<br />
do Lavrado, ou o skate parque<br />
do Bairro Horizonte.<br />
A toda a freguesia tem ainda<br />
chegado o <strong>Penha</strong> a Mexer, com<br />
aulas de zumba ao ar livre: esteve<br />
na Alameda, na Praça Paiva<br />
Couceiro… E vamos continuar com<br />
estas ofertas a céu aberto.<br />
Nos dias 10 e 11 de setembro<br />
chegará o ‘Artes Marciais na Rua’,<br />
uma demonstração deste tipo<br />
de desportos que visa promover<br />
a sua prática. Neste mês haverá<br />
ainda uma caminhada sénior e um<br />
evento destinado ao ténis de mesa.<br />
Mais para a frente, está a ser<br />
ultimado um Peddy Paper especial,<br />
bem cheiroso e por alturas do S.<br />
Martinho. Prometemos que não<br />
ficaremos por aqui, mas acabamos<br />
com um pedido: em nome da sua<br />
saúde, não deixe de se mexer!<br />
‘10<br />
aos<br />
100’<br />
06<br />
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obras<br />
Obras da piscina<br />
avançam a bom ritmo<br />
É um dos equipamentos<br />
mais emblemáticos<br />
da Freguesia – e da zona<br />
oriental de Lisboa –, fechado<br />
há mais de cinco anos.<br />
As boas notícias são que as obras<br />
de recuperação da Piscina Municipal<br />
da <strong>Penha</strong> de França estão a decorrer<br />
a muito bom ritmo, sem atrasos,<br />
prevendo-se a sua abertura<br />
no último trimestre do ano.<br />
Mais do que<br />
palavras, as imagens<br />
falam por si.<br />
07<br />
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entrevista<br />
Inês Sousa Real<br />
Provedora dos animais<br />
Estamos a<br />
desbravar caminho<br />
Chama-se Inês Sousa Real e<br />
é desde novembro de 2014<br />
a Provedora Municipal<br />
dos Animais de Lisboa.<br />
Num momento em que a<br />
<strong>Penha</strong> de França dá passos<br />
importantes no sentido<br />
de proteger o bem-estar<br />
animal, conversamos com<br />
a Provedora sobre vários<br />
temas ligados aos animais<br />
da cidade.<br />
O que faz a Provedora<br />
Municipal dos Animais<br />
de Lisboa?<br />
Tenho uma missão única.<br />
Normalmente os provedores<br />
representam os interesses de uma<br />
comunidade; neste caso represento<br />
os interesses e os direitos legítimos<br />
dos animais da cidade de Lisboa.<br />
Pode perguntar-se que interesses<br />
são esses… têm a ver sobretudo<br />
com o seu bem-estar e com o direito<br />
a uma existência digna. A minha<br />
atuação pode ser perante os órgãos<br />
do Município, por exemplo quando<br />
um munícipe tem uma reclamação<br />
a fazer face a uma situação que<br />
aconteceu na cidade, ou para<br />
ajudar quanto à implementação<br />
da lei de criminalização dos maus<br />
tratos e abandono de animais<br />
de companhia, ajudar com as<br />
denúncias ou ajudar a despertar e<br />
sensibilizar a população da cidade<br />
para uma maior proteção<br />
dos animais.<br />
No final de <strong>2016</strong> vai<br />
completar dois anos neste<br />
cargo. Que avaliação faz do<br />
seu trabalho?<br />
Tem sido um desafio muito grande.<br />
É a primeira vez que exerço estas<br />
funções e é a primeira vez que existe<br />
um gabinete da provedoria. Estamos<br />
a desbravar caminho. Um balanço<br />
é sempre precoce, porque até que<br />
as políticas recomendadas sejam<br />
postas em marcha há toda uma<br />
morosidade que não se coaduna<br />
com o bem-estar dos animais e que<br />
deixa a Provedora apreensiva.<br />
De qualquer modo, acredito<br />
que existe uma sinergia nova na<br />
cidade, um antes e um depois do<br />
surgimento desta figura. Sinto que<br />
conseguimos unir pontes entre as<br />
associações de proteção animal, as<br />
instituições municipais e os órgãos<br />
de polícia criminal e conjugou-se<br />
uma nova dinâmica na cidade.<br />
Mas há ainda um longo caminho a<br />
percorrer.<br />
A população portuguesa<br />
– e a lisboeta em particular<br />
– é sensível ao problema<br />
dos maus tratos animais?<br />
Cada vez é mais sensível. Existe<br />
uma distância muito grande entre<br />
quem é sensível e quem não é.<br />
Há uma ausência de tratos muito<br />
grande não só em Lisboa, mas nos<br />
meios mais rurais. Apesar de eu<br />
ser apenas Provedora de Lisboa,<br />
chegam-me muitas ocorrências de<br />
fora do Município, de Norte a Sul do<br />
país e até das ilhas. Isso denota uma<br />
grande preocupação civil com esta<br />
temática. Os lisboetas são amigos<br />
dos animais, mas continuam a<br />
persistir situações de maus tratos,<br />
abandono cruel e degradante de<br />
animais de companhia, deixados<br />
à fome, acorrentados, presos em<br />
espaços exíguos.<br />
Que números pode<br />
apresentar que ilustrem<br />
estes problemas?<br />
O primeiro que me salta à memória<br />
é o número de 3000 animais que<br />
dão entrada anualmente na Casa<br />
dos Animais – e que nem sequer<br />
inclui os animais recolhidos pelas<br />
associações zoófilas que temos<br />
na cidade, a União Zoófila e a<br />
Focinhos e Bigodes, que recebem<br />
um número igual ou superior.<br />
É muito preocupante e urge<br />
combater este fenómeno. A nível<br />
nacional, os números são ainda<br />
mais astronómicos: 100 mil animais<br />
por ano. Em Lisboa temos uma<br />
política de não-abate, mas outros<br />
municípios não têm, portanto temos<br />
perto de 100 mil vidas sacrificadas<br />
anualmente. As denúncias de maus<br />
tratos à PSP também têm evoluído<br />
de forma galopante e indicam<br />
que as pessoas consideram maus<br />
tratos situações que a lei não prevê<br />
08<br />
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São muitas vezes<br />
a única companhia<br />
que os idosos têm,<br />
ou a única razão<br />
que os faz sair<br />
de casa e ir<br />
à rua passear.<br />
como tal. Uma realidade que não é<br />
falada é a dos sem-abrigo e famílias<br />
carenciadas. Não existem dados<br />
concretos e objetivos, mas estima-se<br />
que pelo menos 4000 famílias<br />
possam necessitar deste apoio.<br />
Aqui, a intervenção municipal e das<br />
juntas de freguesia é extremamente<br />
importante porque podemos ser<br />
um forte canalizador de apoios,<br />
quer com as associações, quer<br />
com outros organismos públicos.<br />
É muito doloroso para uma família<br />
em dificuldades financeiras não<br />
conseguir assegurar a alimentação<br />
e os cuidados medico-veterinários<br />
aos seus animais.<br />
A Junta de Freguesia da<br />
<strong>Penha</strong> de França decidiu<br />
criar uma comissão local<br />
de bem-estar animal. Que<br />
comentário lhe merece?<br />
Importa louvar a iniciativa e a<br />
dedicação a esta preocupação.<br />
É muito importante que exista<br />
um órgão específico dentro da<br />
freguesia que possa ocupar-se<br />
destas matérias, até porque a<br />
própria Junta de Freguesia tem<br />
legalmente atribuições neste<br />
âmbito, como a questão do registo<br />
e das licenças para a detenção de<br />
animais de companhia. Não basta<br />
termos uma função burocrática, é<br />
preciso promover a sensibilização<br />
nas escolas, junto dos fregueses,<br />
informar quais são as suas<br />
obrigações… A Comissão vai ter<br />
ainda outros objetivos, não só do<br />
ponto de vista da sensibilização,<br />
mas também do apoio efetivo<br />
com a ração os tratamentos<br />
medico-veterinários para<br />
as famílias carenciadas.<br />
Sendo que muitas vezes<br />
os animais de companhia<br />
cumprem uma função de<br />
combate ao isolamento<br />
social…<br />
São muitas vezes a única companhia<br />
que os idosos têm, ou a única razão<br />
que os faz sair de casa e ir à rua<br />
passear. Está comprovado que os<br />
animais de companhia ajudam a<br />
população a viver mais tempo e a<br />
desenvolver um estilo de vida mais<br />
saudável. Já tivemos casos em que<br />
os animais foram os primeiros a ser<br />
sinalizados como vítimas de maus<br />
tratos e detetámos depois situações<br />
de violência doméstica e maus tratos<br />
a idosos.<br />
O banco alimentar de rações<br />
para animais parece-lhe<br />
uma boa ideia?<br />
É uma excelente ideia. Temos<br />
inúmeras famílias carenciadas<br />
que recorrem ao Banco Alimentar<br />
e outras instituições e que não<br />
encontram resposta quanto à<br />
alimentação dos seus animais. Há<br />
associações que apoiam as juntas<br />
de freguesia através da recolha<br />
09<br />
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de alimentos para os animais,<br />
para famílias em situação de<br />
carência económica. O animal<br />
é visto como parte integrante<br />
da família, portanto faz todo o<br />
sentido providenciar aos fregueses<br />
este tipo de apoio. É um<br />
dever do Estado e do<br />
poder local assegurar<br />
que a família não tem<br />
de renunciar ao seu<br />
animal e assegurar os<br />
seus cuidados mínimos.<br />
A Junta também<br />
celebrou um protocolo<br />
com o Movimento de<br />
Esterilização dos Gatos e<br />
com a Associação Animais<br />
de Rua para promover a<br />
esterilização de 30 colónias<br />
de gatos assilvestrados<br />
assinaladas na freguesia.<br />
Parece-lhe uma iniciativa<br />
importante?<br />
Quando temos na cidade uma<br />
política de não-abate temos<br />
de combater a sobrepopulação<br />
de outros modos. A política CED<br />
– Capturar, Esterilizar e Devolver<br />
é a que se revela mais eficaz.<br />
Ao esterilizarmos as colónias de rua<br />
e devolvermos os animais ao seu<br />
local, estamos a evitar o efeito de<br />
vazio e a impedir que o seu lugar<br />
seja ocupado por novos animais<br />
não esterilizados, a combater<br />
a sobrepopulação e a diminuir<br />
as entradas no canil municipal.<br />
Sabemos também que uma colónia<br />
esterilizada é mais facilmente aceite<br />
pela comunidade local, porque<br />
diminuem os conflitos e as lutas<br />
territoriais, além de contribuir para<br />
o controlo das populações de ratos<br />
e baratas. Atingimos um equilíbrio<br />
muito melhor e mais saudável<br />
do que se simplesmente não<br />
permitíssemos a sua presença.<br />
A política<br />
CED – Capturar,<br />
Esterilizar<br />
e Devolver<br />
é a que se revela<br />
mais eficaz.<br />
10<br />
AF JFPF REVISTA 08 AGOSTO.indd 10 01/08/16 18:36
Estamos no verão.<br />
Com a chegada desta<br />
estação, aumentam<br />
os números de abandono<br />
de animais domésticos.<br />
É um mito ou uma<br />
realidade? Como vê<br />
este problema?<br />
Infelizmente é uma realidade.<br />
Não só diminui a procura de adoção<br />
nos canis municipais neste período<br />
como aumenta o abandono.<br />
É uma realidade muito cruel.<br />
Muitas pessoas não têm noção<br />
de que muitos animais acabam<br />
por morrer de desgosto após o<br />
abandono. Visito frequentemente<br />
a Casa dos Animais de Lisboa e faço<br />
questão de ver todos os animais<br />
e conhecer as suas histórias. É o<br />
segundo verão desde que assumi<br />
funções e a história repete-se.<br />
Hoje em dia existem inúmeras<br />
alternativas que oferecem serviços<br />
de hotel para animais durante as<br />
férias. Também é importante que<br />
as pessoas saibam que podem ser<br />
responsabilizadas pelo abandono<br />
de animais; é um crime punido com<br />
pena de prisão até seis meses ou<br />
multa até 60 dias, além de ser um<br />
crime moral grave.<br />
A Provedora dos Animais de<br />
Lisboa não é só provedora<br />
dos cães e dos gatos. Dê-nos<br />
uma panorâmica geral da<br />
abrangência do seu cargo.<br />
Temos muitas associações a atuar<br />
em Lisboa. Numa reunião que<br />
promovemos no início do ano,<br />
reunimos cerca de 15 entidades<br />
de diferentes áreas de proteção<br />
animal, desde o tráfico de espécies<br />
exóticas, os animais utilizados em<br />
circos, etc. Seria injusto nomear<br />
apenas uma ou outra, mas são<br />
muitas as associações que atuam<br />
de forma concertada e se juntaram<br />
à provedoria para criarmos um<br />
plano estratégico. Depois há os<br />
equipamentos municipais: a Casa<br />
dos Animais de Lisboa, o Centro<br />
de Recuperação de Animais<br />
Selvagens, que recebe animais de<br />
fauna urbana de todo o país, como<br />
raposas, ouriços-cacheiros e até<br />
uma águia imperial que foi baleada,<br />
e finalmente a Quinta Pedagógica<br />
dos Olivais, que trabalha mais com<br />
animais ligados à atividade pecuária.<br />
Quando fui nomeada descobri que<br />
temos mais de 290 espécies animais<br />
na cidade de Lisboa!<br />
Gosta do que faz?<br />
É uma paixão, uma missão de vida.<br />
Nunca imaginei desempenhar este<br />
cargo, apesar de ter tido desde<br />
sempre uma grande proximidade<br />
com os animais. Um dos primeiros<br />
animais que tive foi uma galinha!<br />
Não é apenas um cargo, é uma<br />
missão.<br />
Quais são os seus animais<br />
de estimação?<br />
Temos lá em casa dois cães e<br />
dois gatos. Recentemente fomos<br />
adotados pela Luna, uma cadela que<br />
estava abandonada e em condições<br />
de maus tratos graves. Não era<br />
suposto, mas foi ela que nos adotou.<br />
A família cresceu e palpita-me que<br />
não ficará por aqui…<br />
11<br />
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animais de companhia<br />
Ter animais de companhia,<br />
mas com responsabilidade<br />
cuidados<br />
e regras<br />
Os acompanhantes são responsáveis pela limpeza dos dejetos<br />
produzidos pelos seus animais e devem proceder à sua limpeza imediata.<br />
Quem não o fizer incorre em contraordenação punida com coima que<br />
varia entre os 53 e os 795 euros (um décimo a uma vez e meia o<br />
salário mínimo nacional).<br />
Os cães e os gatos só podem circular na via pública com trela ou açaime.<br />
Se o cão for de raça perigosa ou potencialmente perigosa,<br />
é obrigatório o açaime e trela curta, até 1 metro de comprimento.<br />
A Falta destes meios de contenção leva a coima que oscila entre<br />
os 750 e os 5000 euros.<br />
12<br />
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Ter um cão, um gato<br />
ou outro animal<br />
de companhia<br />
é muito importante<br />
a vários níveis.<br />
Mas há cuidados a ter<br />
e regras a obedecer quando<br />
são passeados nas vias públicas.<br />
Para a saúde e proteção da<br />
comunidade, são particularmente<br />
importantes as que têm a ver com<br />
a limpeza de dejetos e a segurança<br />
de pessoas e outros animais.<br />
Conheça-as! Com a ajuda<br />
de todos, as ruas ficarão mais<br />
limpas e seguras.<br />
Os dejetos dos animais devem ser acondicionados<br />
de forma hermética e depositados em papeleiras ou no lixo doméstico.<br />
A Junta de Freguesia da <strong>Penha</strong> de França oferece<br />
sacos para os depositar, que podem ser levantados na Junta<br />
ou nas farmácias da Freguesia.<br />
Vamos tornar a <strong>Penha</strong> mais limpa!<br />
Um cão sem trela pode ser atacado,<br />
ferir pessoas ou outros animais, e ainda<br />
provocar acidentes rodoviários.<br />
As consequências podem ser gravíssimas<br />
A lei obriga ao registo e licenciamento,<br />
de recordar ainda que na Junta de Freguesia,<br />
de todos os cães entre os 3 e os 6<br />
meses de idade.<br />
13<br />
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espaço público<br />
Mais mobilidade na <strong>Penha</strong> de França<br />
No dia 30 de junho<br />
foi apresentado<br />
publicamente o projeto<br />
‘Rua Amiga do Peão’<br />
para a Avenida General<br />
Roçadas – e nos primeiros<br />
dias de julho começaram<br />
as obras.<br />
O objetivo desta<br />
intervenção, que tem<br />
fim previsto para o início<br />
de outubro, é tornar<br />
esta via mais segura<br />
e confortável para quem<br />
se desloca no passeio.<br />
A pé, em cadeira de rodas, invisuais,<br />
crianças e idosos, no final das<br />
obras serão retirados os maiores<br />
obstáculos à circulação, serão, por<br />
exemplo, aumentados passeios para<br />
que todos consigam com facilidade<br />
ter acesso a transportes públicos,<br />
serão feitas alterações às passagens<br />
de peões para que todos consigam<br />
atravessar a rua em segurança<br />
(entre 2010 e 2014 houve 45<br />
atropelamentos nesta avenida).<br />
Outra novidade será a colocação<br />
de guias para os invisuais e a<br />
substituição de troços de calçada<br />
por um pavimento mais amigo<br />
da mobilidade, para evitar as quedas<br />
que infelizmente afligem idosos<br />
e crianças.<br />
No segundo semestre do ano<br />
prevê-se que o ‘Rua Amiga do Peão’<br />
chegue à Rua Morais Soares.<br />
Ainda no capítulo da mobilidade<br />
pedonal, a Junta de Freguesia<br />
procedeu à colocação de guarda<br />
corpos e requalificou o passeio<br />
na Rua do Forte de Santa Apolónia.<br />
A nível das obras públicas,<br />
há a destacar a repavimentação<br />
de um conjunto de ruas que se<br />
encontravam muito degradadas:<br />
Carvalho Araújo, Henrique Barrilaro<br />
Ruas, Francisco Pedro Curado,<br />
Prof. Celestino da Costa, Padre<br />
Sena Freitas, Lacerda e Almeida<br />
e Martins Sarmento.<br />
Novo<br />
Parque<br />
EMEL<br />
Finalmente, nos terrenos da<br />
antiga fábrica de chocolates<br />
Favorita, na Rua da <strong>Penha</strong><br />
de França e em frente<br />
ao Mercado de Sapadores,<br />
irá ser construído um novo<br />
parque de estacionamento<br />
com capacidade anunciada<br />
de 120 veículos.<br />
A cargo EMEL, abrirá em outubro<br />
anunciou a Câmara Municipal<br />
de Lisboa.<br />
14<br />
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Pavimentação<br />
Rua Cesário Verde<br />
Rua Padre Sena Freitas<br />
Rua Martins Sarmento<br />
Rua Rua Lacerda e Almeida<br />
15<br />
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espaço público<br />
Arranjo passeio Forte Sta Apolónia<br />
Forte de Sta Apolónia<br />
Desmatação Torres do Alto da Eira<br />
Mais<br />
obras<br />
públicas<br />
Desmatação Torres do Alto da Eira<br />
16<br />
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vida económica<br />
Jorge Miranda<br />
Restaurante e Petisqueira Pica-Pau<br />
“Só nos falta<br />
o metro,<br />
de resto<br />
temos tudo”<br />
Bem de frente para<br />
o bulício da Praça<br />
Paiva Couceiro,<br />
o Restaurante e<br />
Petisqueira Pica-Pau<br />
é um estabelecimento<br />
que “já faz parte da<br />
mobília” da Freguesia<br />
da <strong>Penha</strong> de França há<br />
muito, muito tempo.<br />
Conversamos com Jorge Miranda,<br />
gerente do Pica-Pau há cerca de<br />
cinco anos. Homem habituado<br />
às lides da restauração, Jorge<br />
tem outro estabelecimento na<br />
freguesia, a Pastelaria Croque,<br />
na Avenida General Roçadas.<br />
Quanto a petiscos, o Pica-Pau serve<br />
de tudo: caracóis e caracoletas,<br />
moelas, ovos com farinheira,<br />
gamba cozida, chouriços,<br />
morcelas… e pica-pau, como<br />
não podia deixar de ser! Já nas<br />
refeições, aposta nos almoços<br />
de menu económico.<br />
“Ao fim-de-semana costumamos<br />
ter bacalhaus, à Lagareiro e à<br />
Minhota, arroz de marisco, açorda<br />
de gambas... Durante a semana<br />
temos normalmente feijoada,<br />
cozido, mão-de-vaca… Graças a<br />
Deus mantemos quase sempre<br />
a casa cheia”.<br />
“O nome Pica-Pau já tem para aí<br />
50 anos… eu vim para aqui há cinco<br />
e como é óbvio nem pensei em<br />
mudá-lo, porque toda a gente ia<br />
continuar a chamar-lhe o Pica-Pau”,<br />
explica, bem-disposto. “Até calha<br />
bem porque somos uma casa de<br />
petiscos!”.<br />
Questionado sobre o que gostaria<br />
de ver diferente na <strong>Penha</strong>, Jorge<br />
refere que faz falta “um Santo<br />
António em condições”.<br />
Também gostaria de ter<br />
a possibilidade legal de vedar<br />
a esplanada, para poder receber<br />
clientes durante os meses de chuva.<br />
Observador do espaço que tem<br />
diante de si, ou não fosse<br />
a esplanada voltada para a praça<br />
central da freguesia que o acolheu<br />
(e onde nasceu a sua esposa),<br />
Jorge Miranda nota que “De há<br />
uns dois anos para cá notam-se<br />
mais festas, mais alegria na Praça<br />
Paiva Couceiro, algo que ajuda<br />
o comércio”.<br />
Na sua opinião, “os concertos de<br />
música trazem muita gente a uma<br />
zona que já tem normalmente<br />
muita passagem. Costumo dizer<br />
que só nos falta o metro,<br />
de resto temos tudo.<br />
É muito bom o movimento!”.<br />
Aberto todos os dias, o Pica-Pau<br />
espera pela sua visita!<br />
17<br />
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gente<br />
Manuel dos Santos<br />
Fotógrafo<br />
“Fotografar<br />
é uma paixão”<br />
Aos 86 anos, Manuel<br />
dos Santos dedica-se a uma<br />
paixão que o preenche:<br />
a fotografia. Entre o número<br />
3 e o número 5 da Avenida<br />
Mouzinho de Albuquerque,<br />
a sua loja nunca fica muito<br />
tempo sem ver entrar clientes.<br />
Na verdade, nem sempre exerceu<br />
a profissão de fotógrafo.<br />
Apesar de desempenhar este trabalho<br />
desde o 25 de abril, Manuel dos Santos<br />
foi bandarilheiro profissional durante<br />
40 anos, uma memória que acarinha<br />
e sobre a qual fala com orgulho.<br />
Como toureiro, percorreu diversos países do mundo,<br />
na Europa e em África. Como fotógrafo, já fez um pouco<br />
de tudo, mas a idade “deu-lhe juízo” e privou-o<br />
de trabalhos mais complicados, como os casamentos.<br />
“É uma paixão. Sou fotógrafo com muito gosto, tal como<br />
fui toureiro com muito gosto. Gosto de fazer tudo o que<br />
diz respeito à fotografia”, conta-nos alguém que se foi<br />
adaptando aos avanços tecnológicos que foram surgindo<br />
no mundo que conhecia. No andar de cima da sua loja<br />
recebe os clientes; no andar de baixo tem o material todo<br />
montado, à espera de registar um sorriso na objetiva,<br />
ou de “puxar pelo melhor lado da pessoa” para a foto<br />
que vai acompanhar uma qualquer inscrição,<br />
candidatura ou currículo…<br />
Manuel dos Santos reside desde 1955 na mesma avenida<br />
onde está o seu estúdio. Lembra-se de ver construir muitos<br />
dos prédios que hoje se estendem ao longo da artéria.<br />
Gosta de passear pela sua freguesia, de “ver o que se<br />
passa”, do movimento, do ruído e das mulheres bonitas…<br />
Considera que a higiene urbana é um dos principais<br />
melhoramentos operados no espaço público,<br />
porque gosta de “ver as coisas limpas”.<br />
Hoje em dia, o que lhe pedem mais para fazer são<br />
as fotos tipo passe, de vez em quando algumas<br />
ampliações e reproduções de fotografias antigas.<br />
18<br />
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Constança Barbosa<br />
Empreza d’Encerados<br />
e Oleados<br />
Há quase 100 anos<br />
na Freguesia<br />
A Empreza d’Encerados<br />
e Oleados resiste<br />
ao passar do tempo<br />
e aos caprichos<br />
do mercado<br />
desde 1918.<br />
No número 51 da Calçada das Lajes,<br />
no espaço de antigas quintas,<br />
encontramos um negócio familiar<br />
que nunca abandonou esta<br />
localização. Está quase a completar<br />
100 anos, algo de que não se<br />
podem gabar muitos negócios ou<br />
estabelecimentos…<br />
A Empreza d’Encerados e Oleados<br />
foi fundada em 1918, conforme<br />
atesta um quadro pendurado no<br />
gabinete da receção com o carimbo<br />
da Associação Industrial Portuguesa.<br />
Na parede oposta, outros dois<br />
documentos emitidos pela mesma<br />
Associação louvam os méritos<br />
da empresa, desta vez com data<br />
de 1929.<br />
Somos recebidos por Constança<br />
Barbosa, na casa desde 1999, que<br />
nos conta que a Empreza foi fundada<br />
por dois sócios neste mesmo local,<br />
na Calçada das Lajes: “A fábrica<br />
funcionava antigamente num<br />
barracão aqui ao lado, entretanto<br />
demolido, há cerca de 10 anos, e do<br />
qual sobra muito pouco”.<br />
Olhando pela janela, observamos<br />
uma roda mecânica que,<br />
imaginamos, deve pesar toneladas.<br />
Constança corrobora a nossa<br />
tese: “Ainda aí está aquela roda<br />
porque não a conseguiram levar!”.<br />
Percorrendo a zona a pé, não é difícil<br />
imaginar toda a zona coberta por<br />
quintas: a Quinta do Coxo (onde são<br />
hoje os terrenos da fábrica), a Quinta<br />
dos Apóstolos, a Quinta do Roma, a<br />
Quinta do Borda d’Água e a Quinta<br />
do Manique, onde ainda subsiste o<br />
Baluarte de Santa Apolónia…<br />
A Empreza d’Encerados e Oleados<br />
dedica-se ao fabrico de todo o tipo<br />
de tecidos impermeáveis, nas mais<br />
diversas áreas de negócio, recebendo<br />
encomendas dos setores da indústria,<br />
agricultura e pescas, transportes,<br />
campismo, toldos para empresas<br />
particulares e até mesmo para<br />
habitações… “Fazemos de tudo um<br />
pouco: toldos, capas de automóvel,<br />
coberturas de mobiliário de jardim ou<br />
terraços, qualquer impermeabilização<br />
para proteção das intempéries”,<br />
enumera Constança.<br />
Uma rápida visita ao seu site de Internet,<br />
em www.enceradosoleados.pt,<br />
completa o rol de potenciais<br />
aplicações deste material: painéis<br />
de segurança em andaimes,<br />
coberturas de piscina, barracas de<br />
soldadura, painéis de publicidade…<br />
Continua a nossa interlocutora:<br />
“Antigamente estes materiais<br />
eram encerados ou oleados. Hoje<br />
em dia são usados materiais mais<br />
modernos, como telas de PVC, lonas<br />
sintéticas e plásticos. A empresa já<br />
foi maior, hoje é mais pequena, mas<br />
sempre com produção própria”.<br />
O negócio passa relativamente<br />
despercebido na Freguesia da <strong>Penha</strong><br />
de França e o principal meio de<br />
angariação de clientes é através da<br />
internet. Procuram os seus serviços<br />
clientes de toda a área metropolitana<br />
de Lisboa.<br />
Resta dizer que a Empreza<br />
d’Encerados e Oleados também<br />
faz reparações, mesmo quando<br />
as necessidades são urgentes.<br />
19<br />
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verão penha<br />
Que fixes estão<br />
a ser estas férias!<br />
Jovem<br />
Uma novidade destas<br />
férias é o Verão <strong>Penha</strong><br />
Jovem, um programa<br />
de tempos livres criado<br />
pela Junta de Freguesia<br />
para os adolescentes<br />
entre os 13 e os 17<br />
anos.<br />
Foram dois muito animados turnos,<br />
entre 4 e 15 e depois entre 18 e 29,<br />
os dois em julho. E o que fizeram?<br />
Uma lista muito grande de<br />
atividades: foram à praia e à piscina<br />
– claro que duas das preferidas –,<br />
visitaram o Museu de São Roque,<br />
fizeram escalada, andaram de patins<br />
e praticaram outras atividades<br />
desportivas, divertiram-se com<br />
jogos, e ainda tiveram workshops<br />
de dança, andas e malabarismo,<br />
entre outras coisas giras .<br />
Onde é que as férias são mesmo<br />
fixes? No Verão <strong>Penha</strong> Jovem!<br />
20<br />
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A mergulhar, a brincar<br />
e a aprender!<br />
As manhãs na praia,<br />
os almoços em<br />
jardins, e as tardes<br />
passadas a brincar e<br />
a correr em parques<br />
recreativos, ou,<br />
para temperar tanta<br />
agitação e estimular<br />
a mente, visitas<br />
a Museus ou a<br />
monumentos, como<br />
o Castelo de S. Jorge.<br />
Assim tem sido o Verão <strong>Penha</strong><br />
Infância, com a participação de 141<br />
crianças de 18 a 29 de julho,<br />
no primeiro turno, e de 94 meninas<br />
e meninos no segundo turno,<br />
que está a decorrer entre 1 e 12<br />
de <strong>agosto</strong>. Todos com idades<br />
compreendidas entre os 6 e os 12<br />
anos. Cada turno termina numa<br />
festa com a participação da família.<br />
Como é de esperar, tem sido um<br />
festival de alegria e animação!<br />
21<br />
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actividades CAF<br />
Uma bela aventura<br />
81 crianças<br />
divertiram-se a valer,<br />
no dia 30 de junho,<br />
na festa de final do ano<br />
letivo do 1.º Ciclo<br />
da Componente<br />
de Apoio à Família<br />
da Freguesia da <strong>Penha</strong><br />
de França.<br />
A festa dos meninos que participam<br />
nas CAF aconteceu no campo<br />
de férias Tempo de Aventura,<br />
no Cadaval. As crianças passaram<br />
o dia inteiro no campo, ao ar livre,<br />
entretidas em atividades ‘radicais’<br />
e muito divertidas.<br />
Aproveitaram ao máximo a<br />
canoagem, o stand up paddle<br />
– uma espécie de surf com remo<br />
– , o slide – com muita adrenalina<br />
à mistura, como seria de esperar<br />
–, brincaram com a bigball,<br />
atiraram com arco, fizeram<br />
um Foto Paper e experimentaram<br />
o arborismo.<br />
Claro que com tanta correria não<br />
poderiam faltar uns mergulhos<br />
refrescantes na piscina.<br />
Foi uma despedida cheia de alegria.<br />
Boas férias!<br />
22<br />
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crianças na PSP<br />
O corpo da PSP<br />
mais fofo do mundo!<br />
Um grupo de crianças das CAF da Freguesia<br />
foi convidado a participar na visita que o Presidente<br />
da República fez à Direção Nacional da Polícia<br />
de Segurança Pública, no dia 15 de julho.<br />
A missão dos mini-agentes era dar<br />
as boas-vindas a Marcelo Rebelo<br />
de Sousa, a quem, impecavelmente<br />
alinhados e fazendo continência,<br />
cumprimentaram: ‘Boa tarde Sr.<br />
Presidente!”.<br />
Depois de uma pequena conversa<br />
com o Presidente, seguiram para<br />
outro momento que lhes encheu<br />
as medidas: estar com o Falco,<br />
a mascote oficial desta polícia,<br />
com quem brincaram e tiraram<br />
fotografias.<br />
Ver uma exposição sobre as<br />
várias atividades da PSP, dar<br />
festinhas a cães e cachorros polícia,<br />
experimentar bonés ou espantar-se<br />
com peitos carregados de medalhas,<br />
foram algumas das outras coisas que<br />
fizeram nessa tarde muito especial.<br />
Estes alegres e bem-comportados<br />
mini-polícias encantaram-se e<br />
encantaram todos: há corpo de<br />
agentes da PSP mais fofo e querido<br />
do que este?<br />
‘Boa<br />
tarde<br />
Senhor<br />
Presidente!”<br />
Muito obrigado à Direção<br />
Nacional da PSP e, em<br />
especial, à equipa da Escola<br />
Segura da 5ª Divisão!<br />
23<br />
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eventos<br />
<strong>Penha</strong> de França<br />
Denuncie, se souber<br />
de maus tratos a animais<br />
A Provedora dos Animais de Lisboa<br />
e 25 membros dos vários grupos<br />
envolvidos na Comissão Local para<br />
o Bem-Estar Animal estiveram<br />
presentes na sua primeira reunião<br />
em plenário, a 8 de julho.<br />
Se souber de alguma situação<br />
de maus tratos ou se tiver dúvidas<br />
sobre os animais da Freguesia,<br />
não hesite: envie um email para<br />
bemestaranimal@jf-penhafranca.<br />
…E o <strong>Penha</strong> a Mexer também<br />
Foi uma manhã de sábado bem<br />
animada para as muitas entusiastas<br />
da Zumba que se deslocaram<br />
ao estúdio ao ar livre da Paiva<br />
Couceiro. Apesar do calor, a energia<br />
e a boa disposição estiveram em<br />
níveis máximos.<br />
Workshop ‘ondas de calor<br />
e medidas de autoproteção’<br />
O Grupo de Voluntários da Proteção<br />
Civil da <strong>Penha</strong> de França levou<br />
até aos utentes do Centro Social<br />
Paroquial um workshop sobre<br />
os perigos do calor. Falou-se, por<br />
exemplo, de grupos de risco e das<br />
medidas que estes devem tomar<br />
para se prevenirem contra as altas<br />
temperaturas. Um conselho é válido<br />
para todos: em tempo de calor não<br />
arrisque, beba água mesmo quando<br />
não tem sede.<br />
Música voltou à Paiva…<br />
No dia 23 houve BALL-Trad<br />
com o DUOVIDOZO na Praça<br />
Paiva Couceiro. O objetivo deste<br />
baile de danças tradicionais<br />
foi a promoção de atividades<br />
lúdico-artísticas, com atividade<br />
física à mistura.<br />
Família no Museu<br />
3 de julho foi o Dia da Família<br />
no Museu Nacional do Azulejo.<br />
Uma manhã bem passada com a<br />
visita guiada promovida pela Junta<br />
de Freguesia para conhecer melhor<br />
a história deste tão importante<br />
objeto na nossa história e cultura.<br />
Feira de trocas regressou<br />
A Feira de Trocas do programa<br />
Lig@-te ao Bairro voltou<br />
à Av. Marechal Francisco da Costa<br />
Gomes, em frente ao Bairro<br />
da Quinta do Lavrado.<br />
Trocaram-se roupas, livros e plantas.<br />
24<br />
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assembleia de freguesia<br />
Novo logótipo da Assembleia de Freguesia:<br />
pluralidade e ligação à comunidade<br />
Estava na hora<br />
de a Assembleia<br />
de Freguesia<br />
da <strong>Penha</strong> de França<br />
ter um símbolo que<br />
a identificasse perante<br />
todos os fregueses.<br />
Ideia promovida<br />
pela Presidente da<br />
Assembleia, Luísa<br />
Vicente Mendes,<br />
fundamentalmente<br />
pretendia-se<br />
um logótipo que<br />
representasse<br />
graficamente a<br />
pluralidade desta<br />
assembleia onde têm<br />
assento todas as forças<br />
políticas eleitas na<br />
<strong>Penha</strong> de França.<br />
ssembleia<br />
de Freguesia <strong>Penha</strong> de França<br />
Havia também o objetivo de que<br />
na sua feitura houvesse uma<br />
ligação à comunidade. Foi assim<br />
decido propor à Escola Artística<br />
António Arroio uma parceria para<br />
a criação do novo símbolo, com<br />
as características pretendidas.<br />
Finalmente, uma outra regra<br />
orientou o trabalho: a de que não<br />
houvesse dissonância estética com<br />
o outro logótipo institucional da<br />
Freguesia, o da Junta.<br />
A António Arroio aceitou o desafio<br />
e organizou um concurso de ideias.<br />
28 alunos responderam ao apelo<br />
e apresentaram as suas propostas,<br />
que foram depois analisadas pela<br />
Comissão Permanente de Líderes<br />
da Assembleia de Freguesia.<br />
Desses 28, houve um trabalho que<br />
mereceu o aplauso unânime, a de<br />
um aluno do 11.º ano, Pedro Dias:<br />
os vários deputados consideraram<br />
que era o logótipo que melhor<br />
representava o espírito pretendido.<br />
O passo seguinte foi apresentar a<br />
proposta de Pedro Dias no plenário<br />
da Assembleia de Freguesia que<br />
se realizou a 29 de junho. Aqui,<br />
os resultados da votação foram<br />
idênticos, tendo este símbolo<br />
merecido a aprovação de todos os<br />
deputados da Assembleia.<br />
Foi apenas o tempo para uns<br />
pequenos ajustes e a Assembleia<br />
de Freguesia finalmente tem o seu<br />
símbolo. Obrigado à António Arroio,<br />
parabéns a Pedro Dias e parabéns<br />
à Assembleia de Freguesia<br />
da <strong>Penha</strong> de França.<br />
Parabéns<br />
a Pedro<br />
Dias<br />
25<br />
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Uma memória<br />
viva do passado<br />
O edifício onde está<br />
instalada a Sede da<br />
Junta de Freguesia<br />
da <strong>Penha</strong> de França,<br />
no alto da Travessa<br />
do Calado, é uma<br />
memória viva<br />
do passado.<br />
Desde o séc XVII e até ao final<br />
do séc. XIX, início do séc. XX,<br />
esta era uma zona eminentemente<br />
rural, constituída por campos,<br />
hortas e com alguns solares<br />
e quintas de veraneio.<br />
Este edifício pertencia a uma<br />
grande quinta, primeiro conhecida<br />
como Quinta do Monte Alperche<br />
e, mais tarde, Quinta do Calado,<br />
composta por uma extensa área de<br />
terreno e um conjunto de edifícios:<br />
um deles já destruído, o da Sede<br />
– atualmente conhecido como<br />
‘Palácio Diogo Cão’ – e o n.º 10<br />
da Travessa do Poço dos Mouros.<br />
Ainda no séc. XVIII ou início do séc.<br />
XIX, a casa onde está instalada<br />
a Junta de Freguesia foi separada<br />
do conjunto da propriedade.<br />
“Há mais de um século”, escreveu<br />
em 1939 Norberto de Araújo,<br />
nas suas famosas ‘Peregrinações<br />
em Lisboa’. Nos anos 50 estava<br />
dividida em vários apartamentos<br />
e até tinha uma loja na cave.<br />
Não se sabe a data precisa da<br />
sua construção, mas Norberto<br />
de Araújo referia que “anda<br />
escrito que êste prédio, de casco<br />
indiscutivelmente muito antigo, foi,<br />
no seu primário desenho, a «casa<br />
de Pêro de Alenquer» (…) deve<br />
ser êrro: a casa pertenceu a um<br />
«Prior» de Alenquer, e eu admito<br />
uma gralha tipográfica inicial em<br />
qualquer monografia, e que pôs a<br />
correr o dislate”.<br />
Com algum fundo de verdade<br />
ou apenas lenda, a ligação aos<br />
navegadores dos Descobrimentos<br />
pegou e o edifício, que na tradição<br />
popular era conhecido como<br />
‘Casa de Pêro de Alenquer’ ou<br />
‘Palácio do navegador’, passou<br />
depois a ser designado pelo ainda<br />
mais famoso nome de Diogo Cão.<br />
Outra publicação da época,<br />
‘Olíssipo’ pelo Grupo Amigos de<br />
Lisboa, de 1938, refere que nesta<br />
quinta estava o solar de António de<br />
Cavide, secretário de Estado de D.<br />
João IV e que está sepultado num<br />
túmulo imponente (proveniente<br />
da Igreja anterior ao terramoto<br />
de 1755) na igreja de N. Sr.ª<br />
da <strong>Penha</strong> de França.<br />
As primeiras referências ao<br />
lugar coincidem com o grande<br />
terramoto de 1755, que destruiu a<br />
Igreja da <strong>Penha</strong> de França e onde<br />
morreram cerca de 300 pessoas.<br />
Dos escombros foi salva a imagem<br />
de Nossa Senhora e o painel<br />
de azulejos que esteve séculos<br />
colocado no muro da Quinta do<br />
Calado conta que esta foi colocada<br />
“no mirante desta quinta a donde<br />
esteve vários dias orando pelos<br />
pecadores” tendo sido depois<br />
transferida para uma ermida.<br />
Uma reprodução do painel pode ser<br />
vista por cima da porta de entrada<br />
do edifício da Junta, no n.º 2 da<br />
Travessa do Calado. O original, por<br />
uma questão de preservação, está<br />
atualmente guardado no Museu<br />
de Lisboa, no Campo Grande.<br />
Nos anos 50 esta casa era um<br />
dos raros registos do passado e,<br />
já bastante degradada, a Câmara<br />
Municipal de Lisboa decidiu<br />
poupá-la. Em 1957 decidiu-se aqui<br />
instalar uma biblioteca municipal,<br />
inaugurada em 1964.<br />
Na mesma década para aqui<br />
veio também a Junta<br />
de Freguesia. Até hoje.<br />
26<br />
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agenda curtas<br />
<strong>Penha</strong> de França<br />
Pequenas notícias<br />
da nossa freguesia<br />
01<br />
Câmara delega mais<br />
competências nas juntas<br />
A Assembleia Municipal de Lisboa<br />
aprovou no dia 26 de julho,<br />
apenas com o voto contra do CDS,<br />
23 contratos de delegação de<br />
competências que já tinham tido<br />
avaliação positiva em reunião da<br />
Câmara. Para a <strong>Penha</strong> de França<br />
está em causa um envelope<br />
financeiro de 887.981,30€,<br />
que prevê a requalificação<br />
de pavimentos, de passagens<br />
pedonais, de estacionamentos<br />
ou a criação de um parque infantil<br />
na Paiva Couceiro.<br />
02<br />
Reunião descentralizada da CML<br />
Na reunião descentralizada da<br />
Câmara Municipal destinada à<br />
<strong>Penha</strong> de França, a 13 de julho,<br />
o vogal David Erlich fez um<br />
balanço muito positivo da reforma<br />
administrativa na Freguesia:<br />
“A JFPF não tem medo de ter mais<br />
competências!”. Pediu ainda a ação<br />
do Município para terminar com<br />
o “beco sem saída” nas traseiras<br />
do Bairro da Quinta do Lavrado.<br />
Os munícipes levaram a debate a<br />
Calçada das Lajes ou o Baluarte<br />
de Santa Apolónia, sobre o qual<br />
Fernando Medina disse estar em<br />
curso um projeto de arranjo<br />
a parte superior e da iluminação,<br />
e a instalação de um quiosque.<br />
03<br />
Empenha-te de férias<br />
O Centro de Estudos Empenha-te<br />
fechou para férias, regressando<br />
em setembro. Poderá inscrever<br />
o seu educando entre 12 e 16<br />
de setembro, prevendo -se que<br />
no dia 26 de setembro recomecem<br />
as sessões de apoio ao estudo.<br />
Bom descanso!<br />
04<br />
‘O Drama de Marianita’<br />
de novo em palco<br />
O sucesso de ‘O drama de<br />
Marianita’, pelas Oficinas de Teatro<br />
da <strong>Penha</strong> de França, foi tal que a<br />
peça regressou ao palco do Polo<br />
Morais Soares nos dias 22 e 24.<br />
Voltaram a ser dois dias de casa<br />
cheia e muitos aplausos no final.<br />
05<br />
Óleos usados?<br />
Deite-os no Mercado de Sapadores<br />
Para bem do ambiente – e de todos<br />
nós – um depósito para a recolha<br />
de óleos usados está disponível<br />
no Mercado de Sapadores.<br />
Recordamos que se devem utilizar<br />
garrafas de plástico para o seu<br />
transporte, para evitar derrames.<br />
Sede<br />
Travessa do Calado, nº 2<br />
Tel. 218 160 720<br />
Fax 218 160 721<br />
Email geral@jf-penhafranca.pt<br />
Linha Verde<br />
800 209 171<br />
Polo Morais Soares<br />
Rua Morais Soares, nº 32<br />
Tel. 218 163 290<br />
Espaço Multiusos<br />
Av. Coronel Eduardo Galhardo,<br />
sob o viaduto da Av. General Roçadas<br />
Tel. 218 100 390<br />
Email multiusos@jf-penhafranca.pt<br />
Espaço Nova Atitude<br />
Av. Marechal Francisco da Costa Gomes<br />
Lojas 13, 15 e 16<br />
Tel. 216 092 710<br />
Email espaco.n.atitude@jf-penhafranca.pt<br />
Polo Eduardo Galhardo<br />
Av. Coronel Eduardo Galhardo<br />
Tel. 212 693 920<br />
Email postolimpeza@jf-penhafranca.pt<br />
Especialidades Posto Médico:<br />
Clínica Geral<br />
Oftalmologia<br />
Otorrino<br />
Massagem<br />
Estomatologia<br />
Pediatria<br />
Ortopedia<br />
Psicologia<br />
Próteses<br />
Enfermagem<br />
Morada: Polo Morais Soares, Rua Morais Soares, n.º 32<br />
27<br />
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A NOSSA FREGUESIA É LINDA!<br />
JUNTOS VAMOS<br />
MANTÊ-LA LIMPA<br />
A LIMPEZA DA PENHA<br />
DE FRANÇA ESTÁ NAS<br />
MÃOS DE TODOS<br />
do rio à colina<br />
Para mais informações:<br />
Tel 218 160 720<br />
geral@jf-penhafranca.pt<br />
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