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Revista Dr Plinio 111

Junho de 2007

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Duque de Saint-Simon<br />

(1675-1755)<br />

G. Kralj<br />

Nascido em Paris, recebeu cuidadosa educação e<br />

abraçou a carreira das armas, onde obteve assinalados<br />

êxitos militares.<br />

Deixou o exército em 1702 e a partir de então viveu,<br />

ora na corte de Versailles, ora em seu castelo de<br />

La Ferté-Vidame.<br />

Em 1723, após a morte do Regente — Duque<br />

Filipe de Orleáns, sobrinho de Luís XIV —, Saint-<br />

Simon retirou-se em seu castelo, onde redigiu suas<br />

célebres “memórias”, uma das obras-primas da prosa<br />

francesa.<br />

Com profundo senso de observação e de modo<br />

atraente, Saint-Simon descreve os principais personagens<br />

de seu tempo e narra os mil pequenos<br />

fatos de vida da corte, abrangendo o período de<br />

1691 a 1723. Em suas memórias Saint-Simon revive<br />

todo o reino de Luís XIV (acima)<br />

de meios materiais, ou o fez — sem<br />

culpa própria — de modo incompleto,<br />

imperfeito, o Espírito Santo,<br />

a rogos de Nossa Senhora, a ajudará<br />

e abençoará para que sua ação se<br />

torne útil e fecunda, a fim de salvar<br />

as almas. Porém, se por preguiça ela<br />

não estudou apologética, o Divino<br />

Espírito Santo certamente não a favorecerá,<br />

pois ele não supre as mazelas<br />

dos negligentes.<br />

Ora, o que se dá com a doutrina<br />

sucede também com a cortesia<br />

e o saint-simonianismo. Quem possui<br />

os meios e o tempo para aprendê-los,<br />

deve fazê-lo. Quem não<br />

tem, confie em Nossa Senhora, seja<br />

desinteressado e seu trato fará<br />

bem às almas. Insisto: o saint-simonianismo<br />

não aproveitará ao egoísta<br />

nem será útil àqueles que manifestam<br />

um tratamento interesseiro,<br />

pois este corrompe tudo. Nas<br />

relações e conversas com o próximo,<br />

cumpre ser abnegado, amar seriamente<br />

a Deus e ao nosso semelhante<br />

por amor de Deus.<br />

Pela admiração se<br />

aprende o “saintsimonianismo”<br />

Como se aprende e se cultiva essa<br />

forma de cortesia a que chamamos<br />

de saint-simoniana?<br />

Posso responder evocando meu<br />

exemplo pessoal. Aprendi, primeiramente,<br />

de modo vivo e direto —<br />

aliás, o mais importante —, prestando<br />

atenção, admirando, procurando<br />

entender, na medida do possível,<br />

as pessoas com alguma tradição<br />

saint-simoniana com as quais convivi<br />

desde pequeno. Entre elas a fräulein<br />

Mathilde, nossa preceptora, alguns<br />

parentes e conhecidos que freqüentavam<br />

minha casa ou que eram<br />

visitados por mim, e em cuja educação<br />

refulgiam belos traços da formação<br />

dos antigos tempos.<br />

Com o passar dos anos tornei-me<br />

ávido de conhecer mais, compreendi<br />

a beleza desse modo de ser, entendendo<br />

tratar-se não apenas de um<br />

dote mundano, mas, acima dos defeitos<br />

do personagem em si, de um<br />

valor da civilização católica. Então,<br />

quando me caiu nas mãos uma compilação<br />

de textos de Saint-Simon, minha<br />

alma teve sede de tomar contato<br />

com a obra completa dele. Li, sublinhei<br />

e reli os vários volumes, e confesso<br />

“invejar” os que ainda não os<br />

leram, pois podem ter a alegria — já<br />

saboreada por mim — de fazê-lo pela<br />

primeira vez...<br />

Portanto, àqueles que é dado ler<br />

Saint-Simon, alegrem-se! Os que não<br />

o conseguem, não chorem, pois há algo<br />

melhor do que isto: se nos ambientes<br />

autenticamente católicos encontrarem<br />

algumas pessoas saint-simonianas,<br />

procurem admirá-las e entendê-las.<br />

Sobretudo, almejem ser inteiramente<br />

desinteressados, e o Divino Espírito<br />

Santo lhes ensinará o resto. Máxime<br />

se devotos de Nossa Senhora, por<br />

meio de quem obtemos todas as graças<br />

do Céu. <br />

v<br />

(Extraído de conferência<br />

em 22/5/1970)<br />

21

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