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DR. PLINIO COMENTA...<br />
O indivíduo, que no paganismo era presa de suas paixões,<br />
viu abrir-se diante de si o admirável ideal de perfeição<br />
espiritual pregado pelo Homem-Deus; e o homem<br />
medieval, descendente dos sibaritas da Antiguidade, se<br />
transformou no cruzado, no asceta ou no filósofo cristão.<br />
A Religião, enfim, conseguiu trazer ao mundo, com seus<br />
Sacramentos, com a graça de que é veículo, e com o admirável<br />
apostolado hierárquico da Igreja, uma continuidade<br />
de ação santificadora que tem sido a coluna da civilização.<br />
Todos esses acontecimentos gloriosos tiveram sua origem<br />
na Redenção. São José, pela admirável correspondência<br />
à graça com que se distinguiu, colaborou de modo<br />
eminente no plano divino da Redenção. E, como tal, é<br />
merecedor de grande parcela da glória que, legitimamente,<br />
cabe ao Divino Salvador, pela imensidade de benefícios<br />
com que nos cumulou.<br />
Inestimável valor de uma vida espiritual<br />
intensa<br />
Vemos, pois, a admirável fecundidade de uma vida que<br />
todas as circunstâncias naturais tendiam a tornar estéril.<br />
Vemos a prodigiosa capacidade de ação da santidade<br />
que, no recolhimento e na humildade, colaborou diretamente<br />
em acontecimentos muito mais importantes e teve<br />
uma participação incalculavelmente mais notável em toda<br />
a história da humanidade do que Alexandre com seus<br />
exércitos, Kant com seu saber arrogante, ou Maquiavel<br />
com sua diplomacia astuta e amoral.<br />
Vida interior, portanto. Vida interior intensa, constante,<br />
ilimitadamente ambiciosa, no sentido espiritual da palavra,<br />
eis a grande lição que (o exemplo) de São José nos<br />
deixa.<br />
Intimamente unidos a Nossa Senhora como o foi São<br />
José, não nos deve desanimar, ante a grandeza dessa<br />
lição, a escassez de nossas forças, pois que devemos exclamar<br />
como encorajamento: Omnia possum in eo qui me<br />
confortat — Tudo posso n’Aquele que me conforta.<br />
(Transcrito do “Legionário”, nº 116, de 26/3/1933.<br />
Título e subtítulos nossos.)