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Jornal Paraná Novembro 2015

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Cana energia ganha espaço<br />

Esse será o futuro: materiais com 65% de água, 30% de fibra e 5% de açúcar,<br />

e produtividade que deve superar as 300 toneladas<br />

UFPR<br />

O que sempre se buscou no setor<br />

sucroenergético foi a riqueza em<br />

açúcar, trabalhando-se com cana<br />

com percentuais de 75% de água,<br />

12% de fibra e 13% de açúcar.<br />

Agora, a cana de biomassa ou a<br />

cana energia, rica em fibra, é a que<br />

vem ganhando espaço, visando a<br />

cogeração de energia elétrica e produção<br />

de etanol de segunda geração.<br />

E esse será o foco no futuro,<br />

aponta estudos feitos pela Embrapa<br />

sobre a matriz energética nas<br />

próximas décadas.<br />

Num primeiro momento se busca<br />

uma cana energia com 70% de<br />

água, 17% de fibra e 13% de açúcar,<br />

trabalhando-se com a dupla aptidão.<br />

Posteriormente, esta deve chegar<br />

a 65% de água, 30% de fibra e<br />

5% de açúcar, com produtividade<br />

que deve superar as 300 toneladas<br />

de cana por hectare. Deixará de ser<br />

cana de açúcar para ser cana de<br />

energia.<br />

Desde 2010, a Estação Experimental<br />

da Universidade Federal do<br />

<strong>Paraná</strong> (UFPR), em Paranavaí, tem<br />

feito trabalhos desenvolvendo diversos<br />

clones de cana energia, com<br />

resultados promissores, segundo<br />

Edelclaiton Daros, coordenador do<br />

Programa de Melhoramento de<br />

Cana de Açúcar da UFPR.<br />

Dentre os mais de 400 clones que<br />

vêm sendo avaliados, há bons materiais<br />

que se destacam por estas<br />

características e os planos são, já a<br />

partir do ano que vem, enviar para<br />

as usinas alguns materiais para validação<br />

no campo. A princípio, o<br />

objetivo é utilizar a cana energia,<br />

mais rústica, para aproveitar ambientes<br />

mais restritivos. O estudo<br />

faz parte da tese de doutorado do<br />

professor Luiz Claudio.<br />

Uma projeção da Embrapa para os<br />

próximos anos mostra que<br />

cada vez mais o modelo de cana de<br />

açúcar que se conhece hoje ou o uso<br />

de cereais e óleos vegetais para a<br />

produção de biocombustíveis vão<br />

perder espaço no futuro, passandose<br />

a aproveitar dejetos, resíduos,<br />

sorgo, florestas, pastagens, algas,<br />

gorduras e variedades de cana mais<br />

avançadas, até chegar a uma matéria<br />

prima de alta densidade energética<br />

desenhada para produzir energia.<br />

Daros conta que já há experimentos<br />

cruzando a cana de açúcar com<br />

sorgo, a “sorcane”, feitos em uma<br />

universidade do Texas, nos EUA,<br />

visando obter um material mais<br />

rústico, rico em fibras e com o<br />

plantio feito com sementes, e que<br />

só não deu certo ainda porque não<br />

deu panícula.<br />

Desde 2010, a UFPR vem desenvolvendo<br />

clones com essas características<br />

<strong>Novembro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 17

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