You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Cana energia ganha espaço<br />
Esse será o futuro: materiais com 65% de água, 30% de fibra e 5% de açúcar,<br />
e produtividade que deve superar as 300 toneladas<br />
UFPR<br />
O que sempre se buscou no setor<br />
sucroenergético foi a riqueza em<br />
açúcar, trabalhando-se com cana<br />
com percentuais de 75% de água,<br />
12% de fibra e 13% de açúcar.<br />
Agora, a cana de biomassa ou a<br />
cana energia, rica em fibra, é a que<br />
vem ganhando espaço, visando a<br />
cogeração de energia elétrica e produção<br />
de etanol de segunda geração.<br />
E esse será o foco no futuro,<br />
aponta estudos feitos pela Embrapa<br />
sobre a matriz energética nas<br />
próximas décadas.<br />
Num primeiro momento se busca<br />
uma cana energia com 70% de<br />
água, 17% de fibra e 13% de açúcar,<br />
trabalhando-se com a dupla aptidão.<br />
Posteriormente, esta deve chegar<br />
a 65% de água, 30% de fibra e<br />
5% de açúcar, com produtividade<br />
que deve superar as 300 toneladas<br />
de cana por hectare. Deixará de ser<br />
cana de açúcar para ser cana de<br />
energia.<br />
Desde 2010, a Estação Experimental<br />
da Universidade Federal do<br />
<strong>Paraná</strong> (UFPR), em Paranavaí, tem<br />
feito trabalhos desenvolvendo diversos<br />
clones de cana energia, com<br />
resultados promissores, segundo<br />
Edelclaiton Daros, coordenador do<br />
Programa de Melhoramento de<br />
Cana de Açúcar da UFPR.<br />
Dentre os mais de 400 clones que<br />
vêm sendo avaliados, há bons materiais<br />
que se destacam por estas<br />
características e os planos são, já a<br />
partir do ano que vem, enviar para<br />
as usinas alguns materiais para validação<br />
no campo. A princípio, o<br />
objetivo é utilizar a cana energia,<br />
mais rústica, para aproveitar ambientes<br />
mais restritivos. O estudo<br />
faz parte da tese de doutorado do<br />
professor Luiz Claudio.<br />
Uma projeção da Embrapa para os<br />
próximos anos mostra que<br />
cada vez mais o modelo de cana de<br />
açúcar que se conhece hoje ou o uso<br />
de cereais e óleos vegetais para a<br />
produção de biocombustíveis vão<br />
perder espaço no futuro, passandose<br />
a aproveitar dejetos, resíduos,<br />
sorgo, florestas, pastagens, algas,<br />
gorduras e variedades de cana mais<br />
avançadas, até chegar a uma matéria<br />
prima de alta densidade energética<br />
desenhada para produzir energia.<br />
Daros conta que já há experimentos<br />
cruzando a cana de açúcar com<br />
sorgo, a “sorcane”, feitos em uma<br />
universidade do Texas, nos EUA,<br />
visando obter um material mais<br />
rústico, rico em fibras e com o<br />
plantio feito com sementes, e que<br />
só não deu certo ainda porque não<br />
deu panícula.<br />
Desde 2010, a UFPR vem desenvolvendo<br />
clones com essas características<br />
<strong>Novembro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 17