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SIMPÓSIO<br />
“Queremos participar do projeto”<br />
Reinhold Stephanes disse que o uso de biomassa para gerar energia é prioridade<br />
para Companhia e uma grande oportunidade que não pode ser perdida<br />
Segundo Reinhold<br />
Stephanes, presidente da<br />
Copel Participações, aproveitar<br />
a biomassa para a geração<br />
de energia é prioridade e uma<br />
grande oportunidade que não<br />
pode ser perdida. “É interesse<br />
da Copel adicionar mais essa<br />
área de energia, completando<br />
o ciclo. Podemos trabalhar<br />
juntos. Mas as usinas têm que<br />
ter projeto e participarem dos<br />
próximos leilões”. Ele lembrou<br />
também a importância<br />
do setor para o desenvolvimento<br />
do Estado, na geração<br />
de empregos, na produção de<br />
energia e na sustentabilidade.<br />
“O projeto tem que ser viabilizado.<br />
É importante para o<br />
setor, para o Estado e para o<br />
meio ambiente. A Copel precisa<br />
dar acesso. Temos que<br />
criar soluções para os problemas<br />
que tem dificultado essa<br />
parceria e ver como a Copel<br />
pode participar”, afirmou Stephanes,<br />
destacando que é preciso<br />
agendar uma reunião<br />
com todo o grupo e começar<br />
a trabalhar. “Estamos prontos.<br />
Temos equipe e decisão política<br />
sobre a importância do<br />
aproveitamento da biomassa.<br />
É prioridade e queremos participar<br />
do projeto”, ressaltou.<br />
“Estamos aí para desatar esse<br />
nó”, emendou Antonio Spinello,<br />
superintendente de Regulação<br />
e Finanças da Copel.<br />
Ele destacou que o aproveitamento<br />
da biomassa na geração<br />
de energia é o próximo<br />
grande desafio da Copel.<br />
Para o secretário de Planejamento<br />
e Coordenação Geral<br />
do <strong>Paraná</strong>, Silvio Barros, “essa<br />
é a parceria que se pode chamar<br />
de ‘ganha-ganha’: todos<br />
ganham, a iniciativa privada e<br />
o governo”. Barros afirmou<br />
que atualmente, 40% da matriz<br />
energética brasileira provêm<br />
de fontes renováveis, mas<br />
só 17% da energia elétrica que<br />
abastece o país têm essa origem.<br />
“Podemos avançar muito<br />
e o governo do Estado se<br />
mostra disposto a colaborar<br />
onde for possível”, enfatizou.<br />
Barros também comentou<br />
que o mundo não pode mais<br />
esperar pela boa vontade dos<br />
governos e assistir ao fracasso<br />
de encontros como a Rio +<br />
20. “O Brasil e outros países<br />
têm metas arrojadas e hoje<br />
não há escolha: temos que<br />
avançar. É ridículo quando alguém<br />
gera energia e precisa<br />
pagar tributos por isso, como<br />
se estivesse comprando do<br />
governo. Alguns estados já<br />
concederam a isenção desse<br />
“Temos que criar soluções”, afirmou presidente<br />
imposto, mas no <strong>Paraná</strong> ainda<br />
não fizemos a lição de casa”,<br />
afirmou.<br />
O deputado federal Ricardo<br />
Barros (PP), que compareceu<br />
à abertura do evento,<br />
foi convidado a se pronunciar.<br />
Ele disse que o déficit<br />
brasileiro este ano já<br />
passa de R$ 115 bilhões e<br />
só a previdência acarreta,<br />
anualmente, um ônus de<br />
mais de R$ 40 bilhões. “É<br />
uma CPMF por ano só com<br />
a previdência”. Na condição<br />
de relator do Orçamento<br />
para 2016, ele disse que vai<br />
propor cortes em vários setores.<br />
Enfrentar o desafio e superar as dificuldades<br />
Esse foi o compromisso assumido pela Copel, que reconheceu a<br />
importância da participação do setor para atender a demanda<br />
Ao contrário do que tem<br />
ocorrido no Brasil como um<br />
todo, o consumo industrial e<br />
total de energia elétrica tem<br />
crescido no <strong>Paraná</strong>, alcançando<br />
percentuais de 2,7% e<br />
0,6% de aumento respectivamente,<br />
segundo Antônio<br />
Spinello, superintendente de<br />
Regulação e Finanças da Copel.<br />
O único setor em que o<br />
consumo caiu no Estado foi<br />
o residencial, que registrou<br />
queda de 3,4%. No Brasil, o<br />
consumo total de energia reduziu<br />
em 1,5%, o residencial<br />
em 0,6% e o industrial em<br />
4,3%.<br />
“Não existe sobra de energia”,<br />
afirmou Spinello, o que<br />
significa que se não houver<br />
a entrada de novas energias<br />
e ocorrer uma retomada da<br />
economia e o registro de<br />
altas temperaturas semelhantes<br />
a dos últimos anos,<br />
a situação pode ficar complicada,<br />
citando a importância<br />
de aproveitar melhor<br />
o potencial de geração de<br />
energia do setor.<br />
Falando sobre “Excedentes<br />
de energia – geração, conexão<br />
e comercialização”, Spinello<br />
disse que a participação nos<br />
leilões de energia do governo<br />
é o caminho, citando os vários<br />
tipos que existem e os<br />
próximos que devem ocorrer:<br />
o Leilão A-1 de <strong>2015</strong> (dia<br />
11/12) e Leilão A-5 de 2016<br />
(dia 05/02). Também ressaltou<br />
que é preciso buscar um<br />
leilão específico para energia<br />
gerada a partir da biomassa e<br />
que a participação do setor<br />
ainda é muito pequena diante<br />
do potencial.<br />
O representante da Copel<br />
citou que com a criação, dentro<br />
da empresa, da Divisão de<br />
Atendimento a Acessantes<br />
de Geração, em 2014, abriuse<br />
um espaço importante<br />
para empreendimentos voltados<br />
para as novas tecnologias<br />
de geração distribuída.<br />
Para ser a concessionária<br />
mais acessível para as empresas<br />
que têm intenção de cogerar<br />
energia, a Copel trabalha<br />
com a contínua revisão dos<br />
procedimentos internos, com<br />
a busca por soluções que melhorem<br />
as condições de acesso,<br />
com a expansão do sistema de<br />
distribuição em regiões onde<br />
há uma grande concentração<br />
de geração, com parcerias com<br />
acessantes de geração na execução<br />
de obras e a dinamização<br />
do processo.<br />
Spinello: “não existe sobra de energia”<br />
Spinello comentou que há<br />
vários trabalhos já sendo feitos<br />
com acessantes e o próximo<br />
desafio é buscar uma<br />
solução para o setor sucroenergético<br />
do <strong>Paraná</strong>. Ele ressaltou,<br />
entretanto, a importância<br />
de unir todas as usinas<br />
em torno da Alcopar para<br />
tornar isso realidade. “Tem<br />
que haver liderança e coordenação<br />
forte. Não será fácil,<br />
mas vamos trabalhar juntos<br />
para buscar soluções. No<br />
verão passado, só não tivemos<br />
um apagão porque as usinas<br />
ajudaram”, citou.<br />
A Copel estuda a viabilidade<br />
de criação do complexo<br />
e de linhas e subestações<br />
coletoras para o atendimento<br />
da demanda. “Nosso<br />
compromisso é enfrentar o<br />
desafio e superar as dificuldades”,<br />
finalizou.<br />
4<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Novembro</strong> <strong>2015</strong>